Vera Rosa – O Estado de S. Paulo
Brasília – A presidente Dilma Rousseff vai se reunir na próxima terça-feira, 21, com o secretário de Saúde de São Bernardo do Campo, Arthur Chioro, favorito para substituir o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que deixará o cargo para ser candidato do PT ao governo de São Paulo. Dilma disse a auxiliares que pretende tomar a decisão sobre o sucessor de Padilha antes de viajar para Davos, na Suíça, onde participará do Fórum Econômico Mundial, a partir do dia 23.b
O anúncio sobre a escolha da presidente, porém, pode ficar para depois, já que Padilha – mentor do programa Mais Médicos – irá acompanhá-la na viagem a Cuba, entre os dias 27 e 29, quando haverá a II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Havana.
Dilma teve longa conversa sobre a troca de comando no Ministério da Saúde, na última terça-feira, com o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, chamado às pressas ao Palácio do Planalto. Na avaliação da cúpula do PT, o perfil de Chioro – diretor no Ministério da Saúde no período de 2003 a 2005 – ajuda tanto a campanha da reeleição de Dilma como a estréia de Padilha na briga paulista.
Aprovada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a indicação de Chioro está agora sob análise de Dilma, que se irritou com a disputa interna na Esplanada por uma ‘solução caseira’. O atual secretário de Marinho é petista e presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems). Dirigentes do partido acreditam que, com este perfil, ele pode disputar a agenda da saúde com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), candidato à reeleição e principal adversário de Padilha.
Chioro também tem atuado como patrocinador do programa Mais Médicos, visto pelo PT como trunfo das campanhas de Dilma e Padilha. No ano passado, porém, o nome dele foi alvo de questionamento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Bernardo. Motivo: o secretário de Marinho é sócio majoritário da Consaúde, consultoria que mantém contratos com diversas prefeituras, inclusive do PT. À época, Chioro alegou não atuar na empresa desde 2009.
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