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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

Imunoterapia pode garantir sobrevida a pacientes de câncer, diz SBP

O diagnóstico precoce continua ser a melhor alternativa para a cura do câncer, por isso o rastreio por meio de exames e hábitos de vida saudáveis trazem um bom prognóstico. Na última década, a imunoterapia, um tratamento biológico que potencializa o sistema imunológico, traz qualidade de vida e sobrevida aos pacientes, especialmente em casos de câncer como o da jornalista Glória Maria, que lutava contra a doença desde 2019 e faleceu hoje (2/02) aos 73 anos.

Os novos tratamentos podem mudar para melhor o cenário futuro do câncer. A imunoterapia pode ser complementar à quimioterapia e à radioterapia. “A imunoterapia pode ser aplicada quando se tem indicação. Para descobrir o médico patologia faz a análise do material enviado para a biópsia. E determina a partir de testes de patologia molecular, de imuno-histoquímica, entre outros, se o paciente é elegível ao tratamento de imunoterapia”, explica o Dr. Clóvis Klock, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).

Durante o diagnóstico é feita toda uma avaliação, com o processo de estadiamento do tumor, localização, etc. “Hoje, muitos cânceres de pulmão, renal e melanoma são beneficiados com a imunoterapia”, acrescenta o presidente da SBP.  “O melhor é quando processo cirúrgico já consegue eliminar o tumor”.

A campanha do Dia Mundial do Câncer, 04 de fevereiro, traz exatamente o tema “Por cuidados mais justos”, uma data criada em 2000, pela União Internacional de Combate ao Câncer (UICC) para conscientizar e estimular as pessoas a desenvolver e a conservar hábitos de vida saudáveis, que diminuem as chances de ocorrência da doença. 

O presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), Dr. Clóvis Klock, destaca a importância do acesso aos exames e ao tratamento pela rede pública de saúde.  “O Brasil tem um serviço nacional e gratuito para atendimento a toda a sua população, o Sistema Único de Saúde (SUS), que faz uma diferença gigantesca”, diz o Dr. Klock. 

Como muitos países não contam com um sistema como o SUS, é dramática a diferença entre quem tem e quem não tem acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento do câncer. Mais de 3,7 milhões de vidas poderiam ser salvas no mundo a cada ano com estratégias e recursos preventivos mais equitativos para cânceres comuns como o de mama, colo do útero, colorretal e próstata, como vacinação, detecção precoce e tratamento, de acordo com dados de um estudo publicado pela Universidade de Harvard “Closing the Cancer Divide”, de Felicia Marie Knaul e outros, com prefácio do Prêmio Nobel de Economia Amartya Sen.

Mesmo com o Brasil em situação bem melhor por ter o SUS, há espaço para ampliar o acesso aos serviços médicos de diagnóstico e tratamento do câncer no país. “A imunoterapia tem conseguido aumentar a sobrevida do paciente em alguns anos”, esclarece o Dr. Klock.

Esses tratamentos na grande maioria não são cobertos pelo SUS e os testes de patologia molecular, fundamentais para a utilização dessa nova modalidade terapêutica, também não constam na tabela do SUS. “Ampliar o acesso a esses diagnósticos e tratamentos certamente fará a diferença na vida das pessoas portadoras de algum tipo de câncer”, afirma o presidente da SBP.

Outro problema é a falta de médicos patologistas para o tamanho da população brasileira. “Isso atrasa o diagnóstico porque cada patologista tem que examinar muitos casos, escrever muitos laudos. Na prática, significa uma fila de serviços a fazer e o tempo é importante no combate contra o câncer”.

Assim, o tema da campanha vale também para o Brasil, país que deve ter em média 704 mil casos novos por ano no Brasil até 2025, segundo estima o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A SBP se une à UICC nesta campanha. “Por cuidados mais justos”. (Com informações da Blue Chip – 02.02.23)

CBDL

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Tuberculose no Século XXI é assunto do último Conexão CBDL de 2022

A Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) realiza o último Conexão CBDL de 2002 do ano com o tema “2º Simpósio sobre Tuberculose no Século XXI – Os avanços no acesso ao diagnóstico da tuberculose”, a ser realizado no dia 3 de novembro, das 17 às 19 h, em evento híbrido no auditório do InRad (em São Paulo) e pela plataforma ZOOM. O evento terá transmissão ao vivo pelo canal de YouTube da entidade (https://www.youtube.com/channel/UC-8MQlhgDjRlFoMLi1-znYA ). A moderação será do presidente executivo da CBDL, Carlos Eduardo Gouvêa.

A primeira palestra do encontro será da Dra. Paula Del Rey Puech, programme officer da FIND, com o tema “As ações da FIND no apoio ao diagnóstico de tuberculose no mundo”.

A segunda apresentação ficará a cargo da Dra. Ana Angélica Portela, coordenadora estadual do Programa de Tuberculose de São Paulo, que fala sobre “Incorporação do IGRA como ferramenta para diagnóstico”.

E a terceira explanação terá a responsabilidade da Dra. Érica Chimara, coordenadora da Rede de Tuberculose de São Paulo, com o assunto “O trabalho em rede para ampliar o acesso ao diagnóstico de ILTB em São Paulo”. 

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo endereço: www.cbdl.org.br/conexao (à distância) e www.cbdl.org.br/conexaopresencial .

O evento terá o apoio da Qiagen, InRad, FB e GermSure.

Serviço:

Conexão CBDL de 2002 – 2º Simpósio sobre Tuberculose no Século XXI

Dia 3 de novembro, das 17 às 19 h

Evento híbrido – ZOOM e presencial

Rua Dr. Olívio Pires de Campos, 75 – Cerqueira César – SP

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Agilidade no diagnóstico da tuberculose garante tratamento assertivo desde o início


A descoberta de qualquer doença com agilidade é fundamental para direcionar os pacientes a um tratamento seguro e eficaz, principalmente quando se fala de uma patologia  altamente contagiosa, como é o caso da tuberculose. Estima-se que uma pessoa contaminada infecte de 10 a 15 pessoas no ano. Segundo dados do último Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, em 2021 foram notificados 68.271 casos novos de tuberculose no país. 

A tuberculose é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, que afeta principalmente os pulmões, podendo também atingir outras partes do organismo. Os principais sintomas da doença são tosse persistente (com ou sem catarro e nos casos mais graves, podendo ter sangue), febre, sudorese noturna, cansaço, dor no peito, falta de apetite e emagrecimento. 

A transmissão é por via aérea, ocorrendo por meio de partículas contaminadas liberadas quando um indivíduo doente espirra, tosse ou fala. O tratamento tem duração mínima de seis meses, é feito com antibióticos e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). 

Resultado rápido evita tratamento inadequado 

Dentre os exames utilizados para  diagnosticar a tuberculose, a baciloscopia de escarro ainda é o mais comumente utilizado. Porém, segundo o médico infectologista Dr. Francisco Beraldi de Magalhães, apresenta sensibilidade de 40% a 60%, em média.  

“Muito dessa baixa sensibilidade se dá pelo fato de que o limite inferior de detecção da baciloscopia é de 10.000 bacilos/ml, quantidade suficiente para que o paciente já apresente cavitações pulmonares. Portanto, a baciloscopia nos trás um diagnóstico mais tardio da doença. Além disso, outros agentes infecciosos como as micobactérias não-tuberculosas (MNT), cada vez mais presentes no nosso dia a dia e que apresentam terapêutica específica, também cursam com baciloscopia positiva. Ou seja, a baciloscopia além de não ter boa sensibilidade não é um exame espécie-específico e pode nos induzir a tratamentos errôneos”, explica Beraldi. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no mundo como causa isolada. A demora no resultado pode gerar inúmeros problemas, como agravamento do quadro clínico do paciente, tratamentos incorretos e maior transmissão da doença na comunidade. Além disso, a necessidade de um maior número de visitas médicas, suporte medicamentoso ou a necessidade de um leito de isolamento em caso de internação, elevam significativamente os custos médico-hospitalares. Um diagnóstico preciso e em tempo oportuno, melhora a qualidade de vida do paciente, da comunidade e reduz custos médico-hospitalares.

Desde 2008, a OMS recomenda técnicas de biologia molecular para o diagnóstico da tuberculose. Em julho de 2021, o Ministério da Saúde aprovou a incorporação desses testes de sonda em linha, no rol de exames. A Mobius Life Science, por exemplo, oferece testes com diagnóstico completo para detectar a tuberculose. O Kit XGEN MASTER MTB oferece  um resultado rápido, assertivo e com uma alta sensibilidade e especificidade.

Dificuldade no diagnóstico de resistências medicamentosas

Uma grande ameaça ao tratamento da tuberculose  é a resistência aos medicamentos. Um dos motivos que leva ao surgimento desse quadro é o abandono dos pacientes ao tratamento após melhora nos sintomas, como explica o infectologista. “Se o esquema terapêutico é equivocado, realizado de maneira irregular, com doses inadequadas ou interrompido precocemente, cepas resistentes aos medicamentos podem ser selecionadas, caracterizando a resistência adquirida”.

Ainda segundo Beraldi, a demora no diagnóstico da resistência pode comprometer o tratamento e permitir a transmissão de cepas resistentes na comunidade. “Sem diagnóstico de resistência, o tratamento não é adequado. Com tratamento inadequado, o paciente não melhora, potencializa o surgimento de resistência aos demais fármacos, e acaba por transmitir TB-DR”.

Para esses casos, a Mobius oferece dois testes que detectam a tuberculose e os genes que provocam resistência aos fármacos de 1º e 2º linha, o Genotype MTBDRplus e Genotype MTBDRsl. Ambos, garantem em poucas horas um resultado seguro e confiável a partir de amostras clínicas ou isolados de cultura. (Com informações da De Propósito – 19.10.22)

CBDL

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Novos caminhos para a saúde no Brasil serão tema de encontro em Curitiba

Pesquisadores, acadêmicos, empresários, representantes da indústria, de startups e profissionais da saúde em áreas de pesquisa e desenvolvimento participam do 1º Encontro de Rotas Biotecnológicas com foco em Terapias e Diagnósticos Avançados voltados ao setor da saúde. O evento gratuito acontece no Campus da Indústria, em Curitiba, de 18 a 20 de outubro, em formato híbrido (presencial e online), numa promoção da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e do Sebrae/PR, em parceria com o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), associado à CBDL, Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe e Faculdades Pequeno Príncipe, e apoio da Fundação Araucária e da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

Nos três dias de programação, participantes e entusiastas da ciência e da tecnologia poderão debater temas, conhecer estudos e pesquisas e trocar experiências com convidados de renome nacional e internacional. Dentro da temática principal de biotecnologia em saúde serão apresentadas atualizações e perspectivas sobre terapias e diagnósticos avançados, pesquisas científicas e desenvolvimento tecnológico na área, além de inovações em produtos e processos, informações sobre legislação, fomento, assuntos regulatórios e técnicas relacionadas à medicina de precisão.

A biotecnologia é uma área transversal que impacta diversos segmentos econômicos. Desenvolve tecnologia a partir de organismos vivos, utilizando processos celulares e biomoleculares para criar ou modificar produtos e trazer soluções para melhorar a vida das pessoas. Por meio da biotecnologia é possível, por exemplo, prevenir doenças, melhorar a efetividade de tratamentos, reduzir a gravidade e a mortalidade, além de promover o diagnóstico precoce. Outra aplicação é para reduzir custos, simplificar e acelerar processos de diversos segmentos da cadeia produtiva industrial. A biotecnologia também está presente no desenvolvimento de medicamentos e vacinas, na fermentação de bebidas, destinação de resíduos sólidos e até na produção de novos combustíveis.

Segundo o Relatório de Inteligência Nacional Americano, 20% da atividade econômica mundial até 2040 estará focada em atividades ligadas à biotecnologia. “Temos ciência da relevância do tema para a sociedade nos próximos anos”, diz o presidente da Federação das Indústrias do Paraná, Carlos Valter Martins Pedro. “Por esse motivo, criamos a Rota Estratégica de Biotecnologia, que se reúne regularmente com parceiros e profissionais de mercado para debater o tema. A biotecnologia industrial é um dos segmentos mais promissores e precisamos levar informação para aproximar essa inovação das indústrias paranaenses. Esse é o caminho para o futuro”, reforça.

Para a consultora do Sebrae/PR, Adriana Kalinowski, a biotecnologia atrai oportunidades para as micro e pequenas empresas, pois o Brasil tem um grande potencial de mercado neste setor. “Podemos ver que muitas startups estão percebendo a importância da biotecnologia, pois é um mercado muito ligado à área da saúde, do bem-estar, da bioenergia e também do agronegócio. Com esse encontro, o nosso objetivo é que as empresas consigam identificar essas oportunidades”, afirma.

Já para o gerente de Desenvolvimento de Negócios do IBMP, Lucas Rossetti Nascimento, a biotecnologia voltada à Saúde no Paraná vem sendo destaque e consolidando-se como um ativo importante para geração e nacionalização de tecnologias para terapia e diagnósticos. “Tudo isso é devido ao seu completo ecossistema de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e produção cada vez mais em sinergia. A criação deste 1º Encontro vem para coroar toda essa evolução e conquistas, apresentando o trabalho feito por aqui, com envolvimento do IBMP”, afirma.

“Esse evento é fruto de uma demanda que envolve professores universitários, pesquisadores e empresas de biotecnologia para desenvolver e aprimorar a biotecnologia na saúde no Paraná”, destaca Katherine Athayde Teixeira de Carvalho, professora doutora do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe e Faculdades Pequeno Príncipe. “O encontro promete ser um divisor de águas entre as terapias e diagnósticos convencionais e a nova era de terapias biológicas baseadas em células e seus derivados, assim como para os diagnósticos incorporando nano-sensores biológicos e biomarcadores”, ressalta. “Isso agregará ao Paraná uma chamada para revisar as políticas de incentivo na área, tanto em pesquisa quanto na implantação de startups e empresas correlatas”, acredita

Centro do debate

Entre os destaques da programação e convidados especiais, o doutor Bruno Solano de Freitas Souza, da Fiocruz e do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, apresentará o tema Terapia Celular na Covid 19. Do Instituto Butantan, de São Paulo, o médico Lucas Eduardo Botelho de Souza traz estudos avançados para Terapia com células T geneticamente modificadas. O também doutor Augusto Claudio Cuello, da McGill University, do Canadá, falará sobre Degeneração e regeneração neuronal.

A Bioengenharia de tecido ósseo utilizando células-tronco será o tema da pesquisadora Daniela Franco Bueno, do Hospital Sírio Libanês e do Hospital Municipal Infantil Menino Jesus, de São Paulo. Do Paraná, com foco na indústria farmacêutica, o professor da UFPR, Valderílio Feijó Azevedo, apresenta Medicamentos Biológicos e biossimilares. E, da PUC/PR, a doutora Carmem Lucia Kuniyoshi apresenta produtos de terapia celular avançada – aplicação em pesquisa clínica e uso terapêutico. (Com informações do IBMP - 28.09.22)

CBDL

sábado, 23 de julho de 2022

Muitas regiões do Brasil encontram sérios problemas com o Teste do Pezinho expandido, alerta dirigente de sociedade científica

Vários rincões do país têm encontrado grandes dificuldades para disponibilizar e organizar o sistema de triagem neonatal, isto é, o teste do pezinho ampliado.

“Em estados em que houve a implantação do teste ampliado, como, por exemplo, São Paulo, o índice de cobertura demonstra que 98% dos bebês que nascem são submetidos a esse teste diagnóstico. No entanto, em muitas regiões esse percentual é bastante reduzido”, alertou a presidente da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal Erros Inatos do Metabolismo (SBTEIM), Dra. Tânia Bachega.

No ano de 2021, de acordo com a endocrinologista, houve uma queda da natalidade por conta da pandemia, “mesmo assim tivemos 600 mil nascimentos no ano, o que equivale ao número de muitos países da Europa. Na avaliação da SBTEIM, toda a população merece o acesso às novas tecnologias de saúde”, defende ela.

Na opinião da dirigente, o Brasil com dimensões continentais, tem regiões com menor desenvolvimento econômico que encontram dificuldades para realizar as doenças do teste ampliado. Não podemos deixar de olhar onde a triagem não vai bem”, afirmou Tânia que prossegue, “o teste do pezinho, caso positivo, não confirma que a criança tem a doença. É preciso realizar testes confirmatórios, específicos para cada doença, para completar o diagnóstico. Algumas regiões do país, contudo, não realizam esses testes confirmatórios. É preciso capacitar pediatras e geneticistas para melhor diagnosticar e tratar as 45 novas doenças que seriam incluídas no teste”, advertiu.

A presidente da SBTEIM ressaltou que se aproximou do MEC (Ministério da Educação e Cultura) com a proposta de criar uma grade de doenças raras na graduação nos cursos de Medicina. “Se a gente tem agora um Programa Nacional, que significa um grande desenvolvimento em longo prazo, temos que pensar também em tratar bem essas doenças”, concluiu a médica. (Com informações da Oficina de Mídia – assessoria de imprensa da SBTEIM – 20.07.22)

https://cbdl.org.br/

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Publicação de CBDL CÂMARA BRASIL. DE DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

 

sábado, 11 de junho de 2022

Exame de alta sensibilidade detecta adenovírus vinculado à hepatite aguda de origem desconhecida

O crescente número de casos de hepatite aguda de origem desconhecida em crianças tem intrigado autoridades da área de saúde em pelo menos 20 países. Em 15 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um alerta sobre casos de hepatite aguda severa de causa desconhecida. Segundo a OMS, o número de casos notificados é 614, sendo que ocorreram 14 óbitos. A doença atinge principalmente crianças e adolescentes cujas idades variam de um mês a 16 anos.

O Ministério da Saúde informou que há 64 casos suspeitos no Brasil e o governo criou uma Sala de Situação para monitorar a doença com o objetivo de investigar os casos reportados e realizar um levantamento de evidências. A enfermidade foi identificada pela primeira no Reino Unido e causa sintomas gastrointestinais, incluindo náuseas, dores abdominais, vômitos, icterícia, aumento de enzimas hepáticas (aspartato transaminase (AST) ou alanina aminotransaminase (ALT) acima de 500 UI/L e ausência de febre.

Os casos são classificados como uma inflamação no fígado aguda e severa de origem desconhecida e a doença foi apelidada de hepatite misteriosa, pois difere de registros médicos anteriores. Os exames tradicionais de sangue são negativos para hepatites A, B, C, D e E.

Pesquisadores estudam relação entre hepatite e adenovírus

Uma possível associação entre infecções causadas pelo adenovírus 41 e a hepatite misteriosa foi apontada em uma pesquisa do Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças. A infecção por adenovírus foi detectada em ao menos 74 casos. Em 18 casos, testes moleculares identificaram a presença do adenovírus F tipo 41 e, em 20 casos, foi descoberta a presença do SARS-CoV-2, que causa a Covid-19.

Além disso, em 19 casos houve uma coinfecção por SARS-CoV-2 e adenovírus. O órgão trabalha com a hipótese de que o vírus pode ser o responsável pela doença. A relação entre a hepatite aguda e a vacina contra Covid-19 foi descartada.

Os adenovírus são vírus de DNA dupla fita e existem mais 51 subtipos do vírus que estão divididos em sete subgrupos  e podem causar infecções em humanos. Os adenovírus são a causa mais comum de doenças respiratórias e os sintomas podem variar desde um resfriado comum até pneumonia, infecções do trato respiratório superior e bronquite. As vias aéreas superiores são o local mais frequente da infecção por adenovírus. Porém, dependendo do tipo do vírus, eles podem acarretar outras doenças como gastroenterites, conjuntivites, cistites e, com menor frequência, doenças neurológicas.

A transmissão do vírus ocorre por meio do contato entre as pessoas e as crianças que são mais regularmente afetadas do que adultos. Em crianças de até cinco anos, as infecções por adenovírus chegam a 80%. Na maioria dos casos, as infecções regridem espontaneamente em poucos dias e, por isso, não precisam de intervenção terapêutica. 

Porém, as infecções graves por adenovírus necessitam de internamento e tratamento específico, incluindo cuidados intensivos e ventilação assistida. De acordo com o Instituto Butantã, ocorreram casos raros de infecções graves por adenovírus que resultaram em hepatite em pacientes imunocomprometidos e transplantados, por exemplo. No entanto, as crianças infectadas com hepatite aguda eram previamente saudáveis.

Exames moleculares detectam Adenovírus, sorotipo F tipo 41

Detectar rapidamente o adenovírus é vital para minimizar a gravidade desse panorama. O laboratório ID8 – Inovação em Diagnóstico oferece diagnósticos moleculares de alta sensibilidade que detectam o Adenovírus, incluindo o adenovírus F tipo 41, em apenas uma amostra. 

O exame é rápido, acessível, de alta precisão – sem falsos positivos ou negativos – e possibilita que o paciente receba um tratamento apropriado, agindo diretamente sobre as consequências negativas da enfermidade. O exame é bastante oportuno para hospitais, já que a agilidade é imprescindível em atendimentos de emergência. 

Rodrigo Chitolina, supervisor de laboratório e responsável técnico do ID8 – Inovação em Diagnóstico, explica a importância dos exames moleculares para detecção do Adenovírus, oferecidos no ID8: “No  laboratório trabalhamos com metodologias de biologia molecular que  são importantes aliados na conclusão de um diagnóstico, pois, além de serem padrão ouro com alta sensibilidade e especificidade, quando em formato de painéis, podem detectar vários patógenos com uma única amostra, o que acelera a conclusão do diagnóstico médico”, aponta.

Ainda de acordo com Chitolina, atualmente o ID8 conta com dois exames que detectam o Adenovírus, o Exame Adenovírus – Detecção por qPCR e o exame Painel de Encefalites, sendo que, ambos detectam todos os sorotipos descritos para a espécie, incluindo o sorotipo F tipo 41, possivelmente relacionado à hepatite aguda em crianças. “Além disso, ambos os exames apresentam uma gama de amostras passíveis de serem testadas, incluindo sangue total, que para a pesquisa da infecção hepática pode ser mais aconselhável, que apenas em amostra respiratória”.

É importante destacar que dentro do laboratório todos os exames são tratados em caráter de urgência e liberados em poucas horas após o recebimento, pois funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. “Dessa forma trazemos assertividade e celeridade para o diagnóstico e conduta médica. Esse formato de trabalho 24/7 é essencial para o atendimento a hospitais, uma vez que, caso detectado uma suspeita de hepatite aguda a amostra precisa ser processada o mais rápido possível e não ficar aguardando a análise em um dia útil ou apenas horário comercial”, acrescenta Rodrigo, do ID8.

Além da preocupação com a hepatite aguda, profissionais da saúde permanecem em estado de alerta em relação a doenças respiratórias em crianças. O Ministério da Saúde informou que houve um aumento de 30% nas internações de crianças de até cinco anos com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) nos quatro primeiros meses do ano na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Na Atualização em Pediatria – Temporada 2022 – doenças respiratórias e hepatites em crianças, evento online organizado pela Sociedade Paranaense de Pediatria, a pediatra infectologista Marion Burger reiterou a importância da vacinação: “É preciso reforçar a vacinação de todas as vacinas do calendário infantil para aumentar a proteção coletiva. Em 2020 e 2021, as crianças estavam isoladas e, agora em 2022, os outros vírus respiratórios começam a mostrar suas garras”.

Segundo ela, o uso de máscaras e de álcool em gel e o distanciamento social devem ser mantidos para proteger as pessoas da disseminação de diferentes vírus. “Não entendo as pessoas reclamarem tanto sobre o uso de máscaras. Devemos ser como os asiáticos e fazer disso um hábito de rotina para evitar que esses vírus se propaguem e causem consequências graves”, frisou. (Com informações da DePropósito Comunicação – 09.06.22)

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quarta-feira, 18 de maio de 2022

Homocistinúria Clássica incluída no Programa de Triagem Neonatal ainda é subdiagnosticada no Brasil


Este ano, pela primeira vez, teremos o Dia Internacional da Conscientização sobre Homocistinúria Clássica, no dia 18 de maio. A data foi escolhida por ser o dia de nascimento do bioquímico Vincent du Vigneaud, que descobriu a homocisteína em 1932.

Mas, o que é a homocisteína? A homocisteína é um tipo de aminoácido que acumula no sangue e na urina das pessoas com Homocistinúria Clássica.

De acordo com a médica geneticista, Dra. Ida Vanessa, consultora clínica da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo (SBTEIM), esse acúmulo é bastante nocivo ao organismo, provocando reações inflamatórias que causam tromboses em vários órgãos do corpo.

“As tromboses (entupimento de veias e artérias) fazem parte do quadro clínico de quem tem essa doença rara genética. Mas, o indivíduo afetado também pode apresentar problemas oculares, neurológicos, psiquiátricos e ósseos”, comenta a especialista.

Existem pelo menos 80 pessoas afetadas por esta doença no Brasil, mas a enfermidade certamente é subdiagnosticada. “Isto é muito grave, uma vez que existem bons tratamentos para esta doença que são mais efetivos ainda se iniciarem precocemente. Por esta razão, a importância de a Homocistinúria Clássica ser incluída no Programa Nacional de Triagem Neonatal”, completou a geneticista.

Este tema será abordado no VIII Congresso da SBTEIM, a ser realizado (online) nos dias 3 e 4 de junho de 2022. A programação oficial pode ser conferida no link: https://www.cbteim2022.com.br/programa.asp (Com informações da Oficina de Mídia – assessoria de imprensa da SBTEIM – 16.05.22)

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