O diagnóstico precoce continua
ser a melhor alternativa para a cura do câncer, por isso o rastreio por meio de
exames e hábitos de vida saudáveis trazem um bom prognóstico. Na última década,
a imunoterapia, um tratamento biológico que potencializa o sistema imunológico,
traz qualidade de vida e sobrevida aos pacientes, especialmente em casos de
câncer como o da jornalista Glória Maria, que lutava contra a doença desde 2019
e faleceu hoje (2/02) aos 73 anos.
Os novos tratamentos podem
mudar para melhor o cenário futuro do câncer. A imunoterapia pode ser
complementar à quimioterapia e à radioterapia. “A imunoterapia pode ser
aplicada quando se tem indicação. Para descobrir o médico patologia faz a
análise do material enviado para a biópsia. E determina a partir de testes de
patologia molecular, de imuno-histoquímica, entre outros, se o paciente é
elegível ao tratamento de imunoterapia”, explica o Dr. Clóvis Klock, presidente
da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).
Durante o diagnóstico é feita
toda uma avaliação, com o processo de estadiamento do tumor, localização, etc.
“Hoje, muitos cânceres de pulmão, renal e melanoma são beneficiados com a
imunoterapia”, acrescenta o presidente da SBP. “O melhor é quando
processo cirúrgico já consegue eliminar o tumor”.
A campanha do Dia Mundial do
Câncer, 04 de fevereiro, traz exatamente o tema “Por cuidados mais justos”, uma
data criada em 2000, pela União Internacional de Combate ao Câncer (UICC) para
conscientizar e estimular as pessoas a desenvolver e a conservar hábitos de
vida saudáveis, que diminuem as chances de ocorrência da doença.
O presidente da Sociedade
Brasileira de Patologia (SBP), Dr. Clóvis Klock, destaca a importância do
acesso aos exames e ao tratamento pela rede pública de saúde. “O Brasil
tem um serviço nacional e gratuito para atendimento a toda a sua população, o
Sistema Único de Saúde (SUS), que faz uma diferença gigantesca”, diz o Dr.
Klock.
Como muitos países não contam
com um sistema como o SUS, é dramática a diferença entre quem tem e quem não
tem acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento do câncer. Mais de 3,7
milhões de vidas poderiam ser salvas no mundo a cada ano com estratégias e
recursos preventivos mais equitativos para cânceres comuns como o de mama, colo
do útero, colorretal e próstata, como vacinação, detecção precoce e tratamento,
de acordo com dados de um estudo publicado pela Universidade de Harvard
“Closing the Cancer Divide”, de Felicia Marie Knaul e outros, com prefácio do
Prêmio Nobel de Economia Amartya Sen.
Mesmo com o Brasil em situação
bem melhor por ter o SUS, há espaço para ampliar o acesso aos serviços médicos
de diagnóstico e tratamento do câncer no país. “A imunoterapia tem conseguido
aumentar a sobrevida do paciente em alguns anos”, esclarece o Dr. Klock.
Esses tratamentos na grande
maioria não são cobertos pelo SUS e os testes de patologia molecular,
fundamentais para a utilização dessa nova modalidade terapêutica, também não
constam na tabela do SUS. “Ampliar o acesso a esses diagnósticos e tratamentos
certamente fará a diferença na vida das pessoas portadoras de algum tipo de
câncer”, afirma o presidente da SBP.
Outro problema é a falta de
médicos patologistas para o tamanho da população brasileira. “Isso atrasa o
diagnóstico porque cada patologista tem que examinar muitos casos, escrever
muitos laudos. Na prática, significa uma fila de serviços a fazer e o tempo é
importante no combate contra o câncer”.
Assim, o tema da campanha vale
também para o Brasil, país que deve ter em média 704 mil casos novos por ano no
Brasil até 2025, segundo estima o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A SBP se
une à UICC nesta campanha. “Por cuidados mais justos”. (Com
informações da Blue Chip – 02.02.23)