O diretor da Fiocruz Rondônia, Ricardo de Godoi, assumiu o cargo com um grande desafio: a construção da nova sede do escritório. A iniciativa vai possibilitar a ampliação das atividades e pesquisas já desenvolvidas pela instituição. “Atualmente temos um problema de falta de espaço para realizarmos as tarefas do dia a dia. Nesse sentido, vamos melhorar a qualidade dos estudos e as condições de trabalho, além de possibilitarmos a expansão de algumas áreas potenciais de pesquisas na instituição”, afirma Ricardo.
A obra será construída numa região de fácil acesso, próximo à administração atual da Fiocruz Rondônia. Sediado em Porto Velho, o escritório tem como missão gerar e difundir soluções científicas e tecnológicas em patologias tropicais.
Origem
O nascimento da Fiocruz Rondônia pode ser traduzido na união de um grupo de pesquisadores empenhado em trabalhar as necessidades e também as oportunidades científicas locais, inicialmente relacionadas ao campo da malária. A maioria desses pesquisadores vinha do Instituto de Pesquisas em Patologias Tropicais de Rondônia (Ipepatro), uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, ligada ao Ministério da Saúde (MS), que já tinha um convênio de cooperação científica com a Fiocruz desde 2003.
Mais tarde, a Fiocruz Rondônia absorveu as funções e a força de trabalho do Ipepatro, que foi extinto. “Fazemos uma pesquisa com foco no quadro local visando um impacto grande no desenvolvimento da região”, afirma Ricardo Godoi. “Buscamos agregar o potencial da biodiversidade como uma fonte de novas moléculas associadas a necessidades específicas e ao quadro da região”, afirma o diretor. “Temos um índice de morbidade por doenças infecciosas muito alto quando comparado ao restante do país, mas esse quadro vem mudando, tornando-se mais parecido com o Brasil como um todo”, completa.
Força de trabalho
Hoje, a Fiocruz Rondônia conta com mais de 90 profissionais, entre médicos, biólogos, biomédicos, farmacêuticos bioquímicos e estudantes, da iniciação científica até a pós-graduação. Ricardo acredita que o diferencial da atuação do escritório está na visão norteadora de inovação de todos esses trabalhadores que nele atuam: o conhecimento traduzido em algo útil para a sociedade. “Nosso objetivo final, como pesquisadores, é, a partir da bancada, entregar nossas ofertas e inovações para o campo”, destaca.
Projeto de Niemeyer
O projeto da nova sede foi desenhado por Oscar Niemeyer. Quando construída, será a primeira de infraestrutura idealizada pelo arquiteto na região Norte do país. Após o falecimento de Niemeyer, em dezembro de 2012, seu escritório tem dado continuidade ao projeto, com a coordenação e apoio dos profissionais da Diretoria de Administração do Campus (Dirac).
A edificação será erguida em um terreno de 60.000 m2, cedido pela Universidade Federal de Rondônia (Unir). No local haverá uma edificação construída para abrigar 22 laboratórios, setor administrativo, anfiteatro, recepção, restaurantes, cantinas e espaço para exposições científicas com caráter didático para a população local. “É importante ressaltar que a área verde do terreno será preservada, cerca de ¼ do total”, comenta a arquiteta da Dirac e coordenadora do projeto, Maria Paula Fontes.
Cartão postal
A obra será um cartão postal construído na entrada de Porto Velho, numa região de fácil acesso, próximo à atual Fiocruz Rondônia e à área de expansão da cidade. Ricardo de Godoi aposta no potencial turístico da edificação: “Por ser um projeto de Niemeyer, a obra carrega uma contribuição subjetiva e social para o próprio município e região como um todo”, afirma. A previsão para a finalização do projeto arquitetônico e de engenharia é novembro deste ano, com a licitação de obra programada para acontecer até o final de 2013. A intenção é que o primeiro prédio, o administrativo, seja entregue até o final de 2015.
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