Destaques

quinta-feira, 31 de março de 2016

Fitoterápicos e ervas medicinais podem substituir medicamentos sintéticos no tratamento de algumas doenças

Projeto Florir em Toledo Paraná
Chá de boldo para auxiliar a digestão, de camomila para acalmar o corpo e facilitar o sono. Estes são exemplos, que fazem parte da sabedoria popular, de plantas medicinais que podem ser usadas para mal-estares do cotidiano.

Mas além de destes pequenos sintomas, plantas medicinais e fitoterápicos, medicamentos que tem a planta medicinal como matéria-prima, podem ser de grande ajuda no tratamento de diversas doenças. Em Toledo, no Paraná, desde 2012, um projeto subsidiado pelo Ministério da Saúde busca incentivar o uso destas substâncias como substituto ou complemento aos medicamentos sintéticos. “Hoje já temos mais de 140 pacientes que fazem uso desta opção terapêutica no ambiente do Sistema único de Saúde (SUS). Percebemos que muitos dos pacientes que vêm as unidades de saúde não precisam receber uma carga de medicamentos pesados. Sabemos que a qualidade de vida deles pode melhorar com o uso de fitoterápicos e que ele não vai ter tantos efeitos colaterais”, explica Elenir Rudek, farmacêutica responsável pelo no município.

Os fitoterápicos são utilizados em diversos tratamentos, como hipertensão, diabetes, saúde mental e tratamento de feridas. “Um exemplo que temos usado no município é a passiflora no tratamento da ansiedade em adultos e crianças maiores de 12 anos. Temos visto um excelente resultado em pessoas nos primeiros estágios de depressão e nos adolescentes. A espinheira santa, para tratar gastrite, substituindo medicamentos que podem trazer consequências no futuro, também tem sido destaque”, completa Elenir. Para ter acesso a esse tipo de tratamento em Toledo, o paciente tem acesso, na rede pública de saúde, a uma consulta específica para a fitoterapia. Após a prescrição médica, os componentes são manipulados e entregues gratuitamente.

Desde 2012, o Ministério da Saúde tem apoiado projetos da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos, por meio de editais. Para aumentar a oferta de plantas medicinais e fitoterápicos com segurança, eficácia e qualidade, o Ministério da Saúde selecionou em 2015, 12 projetos que receberam R$ 3,4 milhões para implementação na compra de insumos, materiais de consumo, contratação de pessoal e capacitação de profissionais. Nesta ação, está previsto ainda o repasse de recursos de investimento de R$ 594 mil que serão distribuídos entre os projetos selecionados e poderão ser utilizados na compra de mobiliário e equipamentos.

Noêmia Tavares, coordenadora da Assistência Farmacêutica Básica do Ministério da Saúde explica a importância de ampliar o acesso da população a este tipo de tratamento. “Esses medicamentos já possuem um amplo uso pela população e a política procura incentivar o uso racional deles. É muito importante ampliar os projetos que apoiem o desenvolvimento tendo em vista que o Ministério da Saúde possui uma politica de plantas medicinais e fitoterápicas instituída, que neste ano ela completa 10 anos de sua publicação, e um programa nacional para o assunto. É importante apoiar tanto financeiramente como através de capacitações de apoio técnico para execução das políticas em âmbito local”.

A cidade de Ajuricaba, no Rio Grande de Sul, acabou de receber a verba do edital e vai iniciar o projeto em 2016. “O projeto prevê dois eixos principais, que são a dispensação de medicamentos fitoterápicos no SUS e a capacitação, que prevê bolsas de pós-graduação em fitoterapia para médicos e a formação da sociedade, que deve acontecer em 12 encontros e formar 420 pessoas. Ainda disponibilizaremos algumas mudas de ervas medicinais para a população, entre elas, está a alcachofra, alecrim, calêndula, camomila, cavalinha entre outros”, explica Luis Fernando Nunes, farmacêutico e coordenador do programa.

POLÍTICA NACIONAL - Em 2006 foi publicada a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos e destinado recurso específico para apoio ao uso de plantas medicinais e fitoterápicos no âmbito do SUS. Desde 2012, são 78 projetos apoiados, totalizando investimento superior a R$ 30 milhões. Esses projetos visam fortalecer a cadeia produtiva nos municípios, estados e DF, especialmente a oferta de fitoterápicos aos usuários do SUS. Os 78 projetos, que já receberam recursos federais, encontram-se distribuídos por todas as regiões do país e foram estruturados a partir dos editais do Ministério da Saúde. Até o momento, são 31 iniciativas de arranjo produtivo local, 44 de assistência farmacêutica e 3 de desenvolvimento e registro sanitário de medicamentos fitoterápicos da Rename por laboratórios oficiais públicos.

Fonte: Gabriela Rocha/ Blog da Saúde

UNA-SUS/UFMA abre inscrições para curso de Gestão e Financiamento das Ações da Vigilância em Saúde

UNA-SUS/UFMA abre inscrições para o curso de Gestão e Financiamento das Ações da Vigilância em Saúde. As inscrições podem ser realizadas até 28 de julho, pelo site: http://www.unasus.ufma.br/vigilancia/. Esse é o primeiro de 12 cursos que serão oferecidos por meio do Curso de Formação em Vigilância em Saúde, que têm como objetivo prover saberes referentes ao modelo de Vigilância centrado na pessoa, família e comunidade, considerando particularidades culturais, de gênero e níveis de diversidade da população.
Como todas as ofertas da UNA-SUS, o curso é gratuito. A carga horária é de 30 horas.

O curso visa contextualizar e coletivizar o processo de planejamento por meio dos instrumentos legais previstos no Sistema Único de Saúde. Conhecer esses instrumentos permitirá ao aluno compreender o planejamento, acompanhamento e monitoramento das ações programadas e executadas pelas diversas áreas da Vigilância em Saúde.

Para tanto, o curso descreve os instrumentos de Gestão e planejamento do SUS instituídos pelos atos normativos do PLANEJASUS e a sua aplicabilidade na Vigilância em Saúde.

Podem se inscrever qualquer profissional atuante no SUS, prioritariamente os vinculados à Vigilância em Saúde, nos âmbitos federal, estadual e municipal, assim como acadêmicos da área de saúde.

Fonte: UNA-SUS/UFMA

Centro de pesquisa clínica de Bio-Manguinhos/Fiocruz investe em atividades de ensino

O Centro Coordenador de Pesquisa Clínica Heitor Beltrão, localizado no Centro Municipal de Saúde (CMS) de mesmo nome, na Tijuca, foi construído com o objetivo de sediar pesquisas clínicas desenvolvidas pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz). Posteriormente, em consonância com a missão da Fiocruz, que integra atividades de pesquisa e ensino, procurou-se disponibilizar a infraestrutura do local para instituições de ensino. Estas atividades, que ocorrerão sob supervisão de professores, preferencialmente, no intervalo entre uma pesquisa clínica e outra, têm como objetivo dar retorno à população e aos profissionais de saúde locais (dados epidemiológicos, por exemplo) e também dados complementares aos estudos clínicos de Bio-Manguinhos (vigilância ativa de eventos adversos pós-vacinação, por exemplo). A primeira turma terá início em abril.

“Estamos atualmente em fase de finalização de convênio com a Faculdade de Medicina da Unirio, para a criação de uma disciplina eletiva de pesquisa clínica para alunos de graduação, cuja parte prática será desenvolvida no centro coordenador. A equipe da Assessoria Clínica [Asclin] participou da gravação de videoaulas para ser utilizadas neste curso. Com convênio já firmado com a UFRJ, estamos aguardando propostas do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (IESC/UFRJ) para parcerias no desenvolvimento de projetos com alunos de graduação e pós-graduação”, contou a coordenadora da Asclin, Maria de Lourdes Maia.

Um encontro foi realizado com representantes de Bio-Manguinhos, UFRJ, Secretaria Municipal de Saúde (SMS/RJ) e CMS Heitor Beltrão em fevereiro. Maria de Lourdes conta que, na ocasião, a Superintendência de Vigilância em Saúde do Rio de Janeiro, bem como a diretora do CMS Heitor Beltrão, a médica Patrícia Rollo, sentiram-se contempladas com a possibilidade de análise de informações importantes. “Muitas vezes, esses dados não eram apreciados devido à rotina pesada da equipe. Agora, com os alunos, será possível um estudo mais aprofundado de todos os programas existentes no posto, revertendo em melhorias no atendimento à população”, concluiu a coordenadora.

Fonte: Gabriella Ponte (Bio-Manguinhos/Fiocruz)

Inscrições abertas para o processo seletivo do 11º Curso de Especialização em Saúde da Família

A Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, em parceria com a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde - SGTES do Ministério da Saúde, por intermédio da Universidade Aberta do SUS – UNA-SUS, torna público o Processo Seletivo de alunos para o 11º Curso de Especialização em Saúde da Família.

O objetivo é qualificar profissionais de nível superior que atuam como membros de equipes de saúde da família ou em outras modelagens da Atenção Básica em Saúde a uma atuação segundo preceitos da Atenção Primária à Saúde no âmbito da atenção integral ao indivíduo, à família e à comunidade.

O curso será realizado na modalidade a distância por meio do ambiente virtual de aprendizagem via Internet, com um único encontro presencial obrigatório.

Para participar do Processo Seletivo o candidato deverá preencher completamente o formulário de "Inscrição" somente via on-line (Internet) - será necessária Carta de anuência do Gestor Municipal do SUS.

As vagas serão distribuídas da seguinte forma:

1- será garantida, no mínimo, uma vaga para cada município do Estado de São Paulo.

2- as demais vagas serão ofertadas de acordo com a distribuição da população por município e CIR, conforme o ANEXO I – Regiões de Saúde do Estado de São Paulo e vagas disponibilizadas.

Segue o link do edital 60/2016 para maiores informações, divulgação e inscrições.


** ATENÇÃO **As inscrições estarão abertas no período de 22/03 a 05/04/2016.

Fonte: UNIFESP

Frente quer garantir que pacientes de doenças raras tenham acesso a medicamentos

Foi lançada nesta quarta-feira (30), na Câmara dos Deputados, a Frente Parlamentar de Doenças Raras, que reúne 200 deputados. Os parlamentares querem dar voz aos 13 milhões de pacientes em todo país que enfrentam dificuldades de diagnóstico e acesso a tratamento.

O presidente da frente, deputado Diego Garcia (PHS-PR), reclama da falta de centros de referência e de médicos geneticistas especializados nesses casos no país. Ele destaca como principal dificuldade o custo dos medicamentos que pode chegar a mais de 10 mil reais.
Diego Garcia é autor de projeto de lei (PL 2654/15) que pretende incluir as despesas com aquisição de medicamentos para tratamento de doenças raras nas hipóteses de dedução do imposto de renda. "A pessoa poderia abater no seu imposto de renda e assim ter uma contribuição diante do alto custo desses medicamentos, mas ainda é uma contribuição pequena”, disse.
O deputado acrescentou que um dos objetivos da frente é propor novas medidas legislativas para melhorar a assistência e a qualidade de vida das pessoas com doenças raras.
Tratamento
O vice-presidente da frente, deputado Alan Rick (PRB-AC), lembrou que essas doenças não constam na lista CID (Classificação Internacional de Doenças) e não são reconhecidas internacionalmente. Ele também reclamou da falta de medicamentos e tratamentos na rede pública de saúde.

Alan Rick é autor de indicações para o Ministério da Saúde para que a rede pública ofereça medicamentos para doenças raras. "São muitas pessoas. Não são raras as doenças porque são poucas pessoas, mas porque são desconhecidas e muita gente acaba tendo o diagnóstico errado, recebendo tratamento errado e acabam morrendo por causa disso", afirmou.
A Frente Parlamentar das Doenças Raras pretende promover seminários nos estados para debater o tema.
Reportagem - Geórgia Moraes
Edição - Mônica Thaty

quarta-feira, 30 de março de 2016

Avaliação de novas drogas precisa ser descentralizada, diz diretor da Anvisa

O diretor-presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, participou, nesta terça (29), em São Paulo, do fórum “O Futuro do Combate ao Câncer”, realizado pela jornal Folha de São Paulo. Integrante da mesa "Entraves à pesquisa de novas drogas no Brasil", Barbosa falou, entre outros pontos, sobre  o desafio que é garantir o padrão de qualidade para liberação dos medicamentos no mercado. "A Anvisa começou, no ano passado, a fazer algo que deveria ser o padrão: responder sobre os protocolos de pesquisa. Para medicamentos mais complexos, de novas moléculas, são mais de 180 dias para avaliação", afirmou.

Ao lado de Eduardo Motti, consultor na área de pesquisa clínica, e de Sérgio Queiroz, pesquisador da Unicamp na área de farmácia, Jarbas Barbosa afirmou que a centralização da análise também torna inviável a rapidez nas autorizações. Atualmente, novas drogas para o tratamento do câncer podem demorar até um ano para ser aprovadas pela Anvisa. "A articulação com universidade e outros órgãos regulatórios e de pesquisa ainda não ocorre como deveria. Se não descentralizarmos o processo de avaliação ética, sempre teremos essa barreira".

Outro ponto levantado por Barbosa seria a qualidade das pesquisas clínicas apresentadas à Anvisa. Por conta de deficiências técnicas e ausência de dados requeridos, muitas vezes os medicamentos que estão na fase um, quando são submetidos às pesquisas clínicas, demoram para ser avaliados apropriadamente. "Essa fase poderia demorar uma semana, mas acaba levando de três a quatro meses por causa do vai e vem de dados que não estão na pesquisa original”.

Com informações da Folha de São Paulo

Confira o vídeo do Fórum no link




TRANSMISSÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA DO VÍRUS DA ZIKA


O crescimento acelerado de síndromes motivadas pelo vírus Zika, microcefalia e Guillan-Barré [1 e 2], identificadas particularmente a partir do segundo semestre de 2015, associadas a transmissão inicialmente atribuída ao mosquito “aedes aegyptis”, como grande indutor da multiplicação da “epidemia”, praticamente uma “pandemia”, que poderá afetar mais de 4 Milhões de pessoas, principalmente em Países da América Latina [3], acendeu o sinal de alerta vermelho na Comunidade Médica e Científica mundial.
Toda Comunidade está mobilizada na execução de pesquisas, desenvolvimento, fabricação e disponibilização de antígenos, soros, vacinas, medicamentos, kits diagnósticos e outros mecanismos para controlar o vetor do vírus Zika, que é um patógeno zoonótico, natural e experimentalmente hospedado em primatas não-humanos [4], em camundongos albinos suíços [5, 6].
Macacos Rhesus podem ser a fonte e o habitat natural do vírus que causa infecções humanas, trazido pelo seu principal vetor o mosquito “Aedes aegypti”, e multiplicado principalmente, pela picada, quando transmite para hospedeiros humanos susceptíveis.
As notificações têm evidenciado que o mosquito é o principal vetor, mas outras formas de transmissão, não menos importantes, foram identificadas, como a transplacentária e perinatal [7, 8].
Antes desta recém associação, ocorrida no final do ano de 2015, do vírus ZIKA com os casos de microcefalia, nenhum estudo no mundo estabeleceu relação, mas, hoje há um crescimento exponencial de casos e estudos [8,9], só no Brasil o Ministério da Saúde está investigando 4.293 dos 6.671 casos notificados de mulheres grávidas, os fetos e crianças recém-nascidas [9] com risco e evidências de microcefalia. Dos 1471 casos já investigados, 907 foram confirmados, conforme dados fechados e divulgados pelo MS em 19 de março, ultimo que deram conta de 198 óbitos.
Distribuição dos casos notificados de microcefalia por UF, até 19 de março de 2016

Regiões e Unidades Federadas
Casos de Microcefalia ou malformações, sugestivos de infecção congênita
Total acumulado 1 de casos notificados de 2015 a 2016
Em investigação
Confirmados
Descartados
Brasil
4.293
907
1.471
6.671
Vários países da América Latina, como Colômbia também já detectaram anomalias do sistema nervoso central, o vírus da Zika foi detectado em recém-nascidos, placenta e cordão umbilical, bem como em mulheres grávidas por RT-PCR [8, 9]. Pelo menos até agora não se identificou transmissão associados ao vetor ou ao vírus em leite materno.
Contaminações transmitidas por outros mecanismos, que não induzidas pelo principal vetor multiplicador, que é o mosquito, foram identificadas, através de:
ü  Transmissão sexual, relatados [10-12]
ü  Saliva humana [13]
ü  Sangue, Sémen, e Urina [14]
Recentemente se detectou, após 62 dias de infecção, um paciente [15] no sémen e urina. Outro, após 14 dias [16]
A grande preocupação silenciosa está centrada em fortes suspeitas [17, 18] da propagação por:
ü  TRANSFUSÃO DE SANGUE, e
ü  TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS
Casos de contaminação por acidentes laboratoriais ou por zoonoses [17], também, tem sido relatado, embora preocupe as autoridades sanitárias, são em menor intensidade.
Os casos primários já identificados estão sendo amplamente estudados e pesquisados pela Comunidade Científica e Médica, que já apresentam alguns resultados, notadamente na questão dos diagnósticos, embora outras soluções como a vacina ou ainda, medicamentos para o tratamento mais específico, só deverão se transformar em realidade nos próximos 2 a 3 anos.
Os meios secundários de transmissão como os mecanismos, potencialmente, induzidos pelo TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS e a TRANSFUSÃO DE SANGUE se transformam em grande preocupação das Autoridades Sanitárias, já que os testes em CD4 na plataforma NAT, e os demais preconizados hoje para o controle viral do plasma fresco congelado, realizados nos Hemocentros, não detectam os “flavivirus”
As ações de Vigilância em Saúde deverão estabelecer Instruções Normativas e Procedimentos que promovam a prevenção e controle do vetor, mas também devem considerar todas as formas de transmissão, promovendo e estabelecendo estratégias para reduzir novas infecções deste arbovírus, que ainda precisam de mais avaliação básica, epidemiológica e clínica, a fim de esclarecer e compreender seu impacto real sobre a saúde humana.
Zika representa um verdadeiro desafio para a comunidade médica e científica, bem como para o mundo [20].
Dentro dos cuidados com o SANGUE uma das soluções em avaliação, pelas Autoridades Sanitárias, é o processamento, de todo PLASMA FRESCO CONGELADO destinado às TRANSFUSÕES, pelo método de inativação viral por Solvente Detergente, como preconizado pelo FDA
Recommendations for Donor Screening, Deferral, and Product Management to Reduce the Risk of Transfusion-Transmission of Zika Virus
…..
Regarding measures to help prevent ZIKV transmission through blood products, ZIKV is likely cleared by the existing viral inactivation and removal methods that are currently used to clear viruses in the manufacturing processes for plasma-derived products.  For example, these viral clearance steps for various products may include pasteurization, solvent/detergent (S/D) treatment and incubation at low pH (Refs. 25, 26, 27).  These methods are highly effective in clearing lipid-enveloped viruses in plasma-derived products, but are not generally applicable for use in blood and blood components intended for transfusion.  However, an S/D treated pooled plasma product has been FDA-licensed and is commercially available.
….
U.S. Department of Health and Human Services
Food and Drug Administration
Center for Biologics Evaluation and Research
February 2016

Seguindo a recomendação o processamento com solvente detergente se apresenta como o método mais seguro e eficaz para garantir a inativação viral dos “flavivirus”, potencialmente, presentes no plasma humano.

O processo consiste no tratamento do plasma fresco congelado em pool de aproximadamente 1000 doações que é pré filtrado [1.0 micra] para remoção de resíduos, em seguida o bulk é submetido ao tratamento com solvente detergente em reator fechado, de onde é extraído o TNBP utilizado na fase liquida, posteriormente filtrado para redução maior de resíduos onde é também retirado o Octoxinol utilizado no processo. O bulk é processado por cromatrografia do ligante para captura de um prión específico, passando para o processo estéril de filtração para posterior envase primário asséptico, identificação, rotulação, vácuo e imediato congelamento a – 60 C, armazenado a 30C para dispensação. O lote passa pelo processo de controle de qualidade com os mesmos rigores preconizados pelo produto novo.
A tecnologia aplicada em plasma inativado é utilizado em mais de 38 Países com mais de 4.5 milhões de pacientes com diferentes indicações para uso assegura a minimização dos patógenos envelopados: HIV, HBV, HCV, VWN, CMV, EBV, Zika, CHIKV, DENGUE, SARS-CoV, Varíola maior, Ebola, Marburg, Lassa e não envelopados, como: HAV, ParvoB19, VHE e as proteínas: Prions.
O plasma processado pelo método S/D também minimiza os anticorpos de neutrófilos humanos (anti-HNA) e os anticorpos para antígenos de leucócitos humanos (anti-HLA) além dos lipidos biotivos que induzem o TRALI que é uma das principais causas de mortes relacionadas com as transfusões. 
O desenvolvimento de políticas de sangue e de regulação específicas, juntamente com a evolução tecnológica, levou a melhorias significativas na segurança do sangue em todo mundo e agora poderá estar acessível para o povo brasileiro.
O País conta com 2079 serviços de hemoterapia públicos e privados, sendo que 1.451 unidades que realizam procedimentos transfusionais com produtos fornecidos por outro serviço de hemoterapia.
A autoridade regulatória precisa, além de induzir o cumprimento das normas, olhar à frente no campo preventivo para a potencial existência de outros fatores que podem trazer riscos.
Essas abordagens incidem na responsabilidade pública e na preocupação ética quanto aos riscos desconhecidos ou não percebidos, como no caso de novos agentes transmissíveis pelo sangue (Dengue, Chicungunya, Zika, Leishmania sp, variantes de vírus da gripe, West Nile virus, entre outros).
Introduzir novas tecnologias para minimização de patógenos envelopados ou não, redução da presença de proteínas, e outros anticorpos, antígenos e lipídios que induzem o TRALI podem impactar positivamente sobre, alergias, efeitos adversos e na mortalidade induzida por transfusão.
 Esse alerta demanda do Gestor Público e do Órgão Regulador conhecimentos atualizados, e, investimentos, proporcionalmente reduzidos, até mesmo quando comparados com as atuais despesas com os testes realizados no plasma, sem garantias de inativação.
 Outras infraestruturas públicas voltadas para pesquisa, desenvolvimento, aquisição de plataformas tecnológicas que permitam melhor governança centralizada do plasma brasileiro, deveriam ser incentivadas, antecipando ameaças, gerenciando riscos transfusionais com a inativação viral do plasma pelo método solvente detergente
O uso clínico apropriado de plasma inativado e o monitoramento de hemovigilância serão amplamente beneficiados com o desenvolvimento de parcerias públicas que permitem avançar na perspectiva de aumento do acesso a produtos e serviços seguros e de qualidade a toda população.

References

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Sobre Inativação Viral do Plasma
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Artigo preparado com base em matérias públicas de diversos autores e informações de catálogo do detentor da tecnologia.


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