Destaques

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Frente da Saúde pede planejamento para combate ao vírus da gripe H1N1

O coordenador da Frente Parlamentar da Saúde, deputado Osmar Terra (PMDB-RS), criticou o que considera falta de planejamento do governo federal no combate ao vírus da gripe H1N1 no País.
O Ministério da Saúde divulgou que já foram registradas 102 mortes neste ano no Brasil, em decorrência do vírus. Em todo o ano passado, foram 36 mortes. Do total deste ano, 70 mortes ocorreram no estado de São Paulo. Até 2 de abril, foram 686 casos de complicações por H1N1 no País.
A procura pela vacina contra a gripe H1N1 tem provocado filas em clínicas particulares, em todas as regiões do País, mesmo em estados sem registro de mortes em decorrência da doença. Mas faltam imunizantes para atender a população.
O deputado Osmar Terra cobrou um plano nacional de combate ao vírus. "Tem que ter um plano pra isso, esta faltando planejamento. As pessoas estão morrendo, não adianta um instituto falar que é questão do tipo de vírus. Lembro que vacinamos metade da população do Rio Grande do Sul em 2010, não teve nenhum caso nem de óbito e nem de gripe, não teve nada em 2010."
Antecipação do vírus
Este ano o vírus chegou antes do esperado. A previsão era que o pico de casos fosse no mês de julho, mas o País vem registrando casos desde o início do ano.
Especialistas discutem hipóteses para explicar a antecipação, que vão de fatores climáticos até o aumento de viagens internacionais que podem ter trazido o H1N1 que circulava no hemisfério norte.
Por causa disso, o Ministério da Saúde antecipou a distribuição das vacinas contra influenza e liberou os estados para iniciarem a aplicação antes da campanha nacional de vacinação, prevista para começar em 30 de abril.
Até o momento, ao menos sete estados, mais o Distrito Federal, já anunciaram antecipação da vacinação.
Reportagem - João Vitor Silva
Edição - Regina Céli Assumpção

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Projeto inclui substâncias psicotrópicas na tolerância zero imposta pela Lei Seca

Tramita na Câmara o Projeto de Lei 317/15, do deputado licenciado Marco Antônio Cabral (PMDB-RJ), que inclui as substâncias psicotrópicas e entorpecentes na tolerância zero imposta pela Lei Seca (11.705/08).

A Lei Seca modificou o Código de Trânsito Brasileiro (CTB - 9.503/97) para impor penalidades mais severas aos condutores que dirigem sob influência de álcool.
Segundo o CTB, constitui infração gravíssima dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência. Além da multa de R$ 1.915,40, o condutor terá suspenso por 12 meses seu direito de dirigir. A infração poderá ser caracterizada mediante imagem, vídeo, constatação de sinais que indiquem alteração da capacidade psicomotora ou produção de quaisquer outras provas em direito admitidas.
Para configurar crime, no entanto, o resultado deverá apontar um índice de álcool no sangue superior ao permitido pelo CTB, ou seja, 0,34 miligrama de álcool por litro de ar expelido ou 6 decigramas por litro de sangue. No exame de sangue, o motorista será multado por qualquer concentração de álcool, e pode ser preso se tiver mais de seis decigramas de álcool por litro de sangue.
“A proposição institui punições ao condutor que dirigir sob o efeito não somente de álcool, mas também de substancias psicotrópicas e entorpecentes, que mesmo rigorosamente proibidas são comercializadas e utilizadas de forma ilícita”, argumentou o autor.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e segue para análise das comissões de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Da Reportagem – Regina Céli Assumpção

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Minicérebros ajudam a entender relação entre o Zika e a microcefalia

Cientistas brasileiros têm usado os chamados organoides cerebrais ou minicérebros – estruturas tridimensionais milimétricas criadas em laboratório a partir de células-tronco pluripotentes induzidas (IPS, na sigla em inglês) – para entender a relação entre a infecção pelo vírus Zika e o desenvolvimento de microcefalia.

Parte dos experimentos coordenados por Stevens Rehen e Patrícia Garcez, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor), foi divulgada pela revista Science. O trabalho contou com a participação da bolsista FAPESP de pós-doutorado Juliana Minardi Nascimento.
“O objetivo do meu projeto de pós-doutorado é usar organoides cerebrais criados a partir de células de pacientes com esquizofrenia para fazer análises de proteômica, ou seja, avaliar todas as proteínas expressas nessas células e comparar com as proteínas expressas em células de pacientes sem a doença para entender o que está diferente. A grande vantagem é que esse modelo mantém intacta a informação genética do portador da doença”, explicou Nascimento.
Sediada no Laboratório de Neuroproteômica do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sob a supervisão do professor Daniel Martins de Souza, Nascimento buscou parceria com o grupo do Rio, um dos poucos no mundo que dominam a técnica de criação dos minicérebros para o estudo de doenças neuropsiquiátricas.
O método consiste, inicialmente, em reprogramar células adultas – que podem ser provenientes da pele ou da descamação natural da bexiga extraídas da urina – para fazê-las assumir estágio de pluripotência semelhante ao de células-tronco embrionárias (técnica descrita em 2006 por Shinya Yamanaka, da Universidade de Kyoto, no Japão, e premiada com o Nobel de Medicina em 2012). Em seguida, essas células IPS são induzidas por estímulos químicos a se diferenciar em célula-tronco neural – um tipo de célula progenitora que pode dar origem a diversas células do cérebro, como neurônios, astrócitos e micróglias.
Para formar os minicérebros, esse processo de diferenciação precisa ocorrer tridimensionalmente, sob condições específicas de cultivo. “Em vez de as células ficarem em uma placa de cultura, elas são colocadas em rotação, sob condições bem específicas. Ao assumirem o formato tridimensional, a comunicação celular se altera. Na cultura bidimensional, elas só conseguem interagir com células que estão imediatamente ao seu lado. No modelo tridimensional, a comunicação ocorre com todas ao redor. O funcionamento das células fica mais semelhante ao que ocorre no cérebro em desenvolvimento”, explicou Nascimento.
Sob condições adequadas, portanto, essas células-tronco neurais se organizam em camadas, formando inicialmente neuroesferas e, depois, os organoides cerebrais. As primeiras mimetizam o cérebro de um embrião em um estágio rudimentar, enquanto os minicérebros se equiparam ao cérebro de um feto de 3 meses.
Nascimento planeja cultivar os modelos para estudo de esquizofrenia no Rio e, posteriormente, concluir na Unicamp as análises de proteômica. Desde que surgiu a epidemia causada pelo vírus Zika, o trabalho vem sendo feito em paralelo com os estudos voltados a entender o efeito da infecção no cérebro.
“Nós sabíamos que os organoides cerebrais seriam úteis para entender a relação do vírus com a microcefalia. Por se tratar de uma questão importante de saúde pública, parte da equipe do laboratório de Rehen se concentrou nesse objetivo. Foi um trabalho que se desenvolveu muito rapidamente”, contou Nascimento.
Três diferentes experimentos foram feitos para testar os efeitos do vírus Zika no cérebro. Primeiro foram infectadas as células-tronco neuronais, cultivadas bidimensionalmente. O grupo observou que o vírus causava a morte dessas células em cerca de três dias.
Em um segundo experimento, as células-tronco foram infectadas e colocadas para se diferenciar no modelo tridimensional. Após três dias, Rehen e sua equipe observaram que o Zika havia comprometido a capacidade de geração de neuroesferas.
“As poucas neuroesferas formadas se degradaram em até seis dias, enquanto as originadas de células não infectadas se desenvolveram normalmente”, disse Nascimento.
Imagens de microscopia eletrônica mostraram que o vírus havia se multiplicado rapidamente no interior das células, induzindo um processo de morte celular programada conhecido como apoptose.
Em um terceiro experimento, minicérebros com 30 dias de formação foram infectados com o vírus. Após 11 dias, eles foram comparados com organoides não infectados e observou-se que haviam crescido 40% menos.
“Embora os minicérebros não tenham se desmanchado como as neuroesferas, seu processo de crescimento foi claramente prejudicado. Agora estamos investigando se a diferenciação celular também foi afetada no modelo”, disse Nascimento.
Próximos passos
Em parceria com pesquisadores da Unicamp, o grupo do Rio pretende fazer análises de proteômica nos minicérebros afetados pelo Zika para tentar desvendar quais vias bioquímicas foram alteradas pela infecção, o que pode dar pistas para possíveis terapias.
“Nosso objetivo é identificar, entre medicamentos já existentes e aprovados para uso em humanos, alguma droga capaz de diminuir o impacto do vírus sobre as células cerebrais. Já estamos testando alguns compostos, desde suplementos alimentares até antivirais. Há um que se mostrou promissor em testes preliminares”, adiantou Nascimento. 
 
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quarta-feira, 13 de abril de 2016

Curso de Zika estará disponível a candidatos de todos os países

Parceria entre Ministério da Saúde, OMS e OPAS vai garantir a tradução do material para as versões em inglês e espanhol. O módulo é online, gratuito e poderá ser acessado a partir de maio
O curso do Ministério da Saúde sobre atendimento a pacientes com vírus Zika será ofertado a profissionais de saúde de todo o mundo. Em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a pasta vai passar a ofertar o módulo também nas línguas inglesa e espanhola. O curso “Zika: abordagem clínica na Atenção Básica” poderá ser acessado no próprio site da Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS), onde já consta a versão em português, além de ser disponibilizado também em plataformas virtuais geridas pela OMS e pela OPAS. A previsão é que a ferramenta esteja disponível a partir de maio deste ano.
O secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Heider Pinto, enfatiza a importância de se disseminar informações sobre o vírus Zika. “É essencial haver um esforço global para combater essa doença e suas consequências. E o Brasil, que acumulou experiência, tanto no combate quanto no estudo desse novo desafio de saúde pública, tem a obrigação de transmitir seus conhecimentos às demais nações”, explica. “O curso já está sendo ofertado em português e tem se mostrado um grande sucesso, com em torno de 27,5 mil matrículas já realizadas”, completa.
O Representante da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Joaquín Molina, acredita que o curso deverá estar disponível em breve na plataforma Campus Virtual de Saúde Pública, espaço de aprendizado online da organização. “Foi muito generoso o ato do Ministério da Saúde de colocar à disposição de outros países de língua inglesa e espanhola um curso sobre zika. O Brasil tem muito a ensinar ao mundo sobre vigilância e controle de vetores. O curso também será disponibilizado à sede da OMS, em Genebra, dado o potencial de disseminação que o vírus está tendo no mundo. A OPAS/OMS está neste momento trabalhando nas adaptações necessárias para a adequação do conteúdo a uma linguagem internacional. Estou confiante de que em breve poderemos disponibilizá-lo a outros países”, afirma.
A versão em português está disponível desde fevereiro e apresenta informações sobre o vírus Zika relacionadas à conduta nos casos e situações tratadas nos protocolos aprovados pelo Ministério da Saúde. O módulo de formação é destinado, prioritariamente, a médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e profissionais de nível superior da Atenção Básica, no entanto, é aberto para qualquer um interessado em conhecer mais sobre a doença. Com 45 horas-aula de duração, o módulo tem um capítulo integralmente dedicado aos cuidados voltados às gestantes com infecção pelo vírus e aos recém-nascidos com microcefalia. As inscrições devem ser realizadas pelo site da UNA-SUS e seguem até o dia 15 de fevereiro de 2017.
O curso é composto por quatro unidades educacionais. Os módulos são: aspectos epidemiológicos, promoção à saúde e prevenção de infecção por vírus Zika; quadro clínico e abordagem a pessoas infectadas com vírus Zika; os cuidados com as gestantes com suspeita ou confirmação de infecção por vírus Zika e do recém-nascido com microcefalia; e vigilância da infecção por vírus Zika e suas complicações. A ação trabalha pedagogicamente com atividades interativas, casos clínicos, vídeos com especialistas e entrevistas.
OUTROS CURSOS – Além do curso de Zika, o Ministério da Saúde oferta outras quatro opções de capacitação voltadas para o combate ao Aedes aegypti, bem como para a atenção às doenças transmitidas pelo vetor. Está disponível, desde janeiro, um curso de atualização no combate vetorial voltado para agentes comunitários de saúde, agentes de combate às endemias, profissionais de educação, assistência social e defesa civil, militares e multiplicadores em resposta a emergências em saúde pública. Além desses profissionais, também podem participar as pessoas que estiverem interessadas em ampliar os conhecimentos sobre as doenças e sobre como eliminar o mosquito.
Com linguagem simples e de fácil entendimento, e de acesso livre a qualquer pessoa, o módulo é realizado pela internet, tem 16 horas de duração e conta com certificação ao final. Para acessar o conteúdo, é preciso fazer um cadastro na página do Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS (AVA-SUS) ou do Telessaúde Brasil Redes(Núcleo do Rio Grande do Sul) e começar as aulas virtuais. A expectativa é de que agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias de todo o país atualizem-se pela plataforma. O curso já conta com 7,5 mil inscritos.
Outras duas ações importantes são os cursos para diagnóstico e manejo de dengue e de chikungunya, ofertados de forma permanente pela UNA-SUS a profissionais de saúde de nível superior. O enfoque do curso de dengue, composto por oito estudos de caso, é a identificação do risco de casos suspeitos e a adoção das condutas corretas diante das diferentes situações clínicas, visando à redução de complicações. Desde 2012, foram recebidas mais de 21 mil matrículas para o curso de dengue, sendo a maioria delas realizadas por enfermeiros (48%) e médicos (32%). A maior parte dos profissionais matriculados (52%) atua em centros de saúde e unidades básicas de saúde, que são as portas de entrada do SUSJá o curso de chikungunya foi lançado em dezembro de 2015 – a primeira oferta recebeu 9.494 matrículas, sendo 36% de enfermeiros, 30% de médicos e 16% de técnicos e auxiliares de enfermagem. A maioria dos matriculados (52%) atua em centro de saúde ou unidade básica. O curso é composto por duas unidades: a primeira traz informações sobre epidemiologia, quadro clínico, diagnóstico, ações de vigilância e organização dos serviços de saúde, além de apresentar a importância da educação permanente em saúde. Já a segunda unidade aborda casos clínicos, nos quais o profissional é estimulado a refletir sobre a melhor conduta para realizar o manejo de pacientes com suspeita da doença.
Por Priscila Silva, da Agência Saúde

IAS disponibilizará bolsas para 21ª Conferência Internacional de Aids

A Sociedade Internacional de Aids [Internacional AIDS Society/IAS] acaba de lançar o Fundo Educacional IAS, que irá oferecer bolsas para participar da 21ª Conferência Internacional de Aids (AIDS 2016) – a ser realizada em Durban, África do Sul, entre os dias 18 e 22 de julho.

As inscrições para a obtenção de 100 bolsas (para médicos e profissionais de saúde) e 40 bolsas (para ativistas em HIV) serão abertas no próximo dia 20 de abril e se encerrarão em 11 de maio. Criado para oferecer e fomentar oportunidades educacionais que apoiem a vanguarda do trabalho em HIV, o fundo é um mecanismo de ligação entre as descobertas científicas apresentadas nas conferências internacionais e a implementação dessas descobertas na prática.

Instruções detalhadas sobre as inscrições para as bolsas a serem oferecidas pelo Fundo Educacional IAS serão disponibilizadas alguns dias antes do início do período de inscrição. Acompanhe as atualizações na página da IAS: http://www.iasociety.org.

As inscrições serão classificadas de acordo com a motivação do candidato para participar da AIDS 2016 e disseminar os conhecimentos e boas práticas adquiridos no evento. Apenas as inscrições completas serão consideradas.

Além da participação direta na conferência, as bolsas incluirão acesso virtual ampliado ao conteúdo do evento e a uma série de simpósios a serem realizados em diferentes países, a fim de fortalecer o conhecimento científico e programático a partir de uma perspectiva global, com resultados relevantes em nível local.

O Fundo Educacional IAS foi viabilizado por meio de uma bolsa da ViiV Healthcare e tem o apoio financeiro da Gilead Sciences.

Veja o comunicado da IAS, em inglês: http://www.iasociety.org/educationalfund

Fonte: Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais

Abertas inscrições para curso de Planejamento, Gestão e Gerenciamento: o uso de instrumento de avaliação

A Universidade Federal do Maranhão (UNASUS/UFMA) abre inscrições para o curso Planejamento, Gestão e Gerenciamento: o uso de instrumento de avaliação. O objetivo é capacitar profissionais de saúde sobre a elaboração dos Instrumentos de Gestão do SUS (Plano de Saúde, Programação Anual de Saúde, Relatório Anual de Gestão); os Sistemas de Informação em Saúde, como ferramenta de planejamento, bem como a elaboração de Diretrizes, Objetivos e Metas em Saúde.

Esse é o segundo curso de cinco cursos que integram a Formação em Gestão Pública em Saúde, que devem ser lançados até o final do ano.

As inscrições podem ser realizadas até 30 de setembro. Para fazer se matricular, clique aqui.

Com carga horária de 45h, o curso é gratuito, autoinstrucional - isto é, sem auxílio do tutor. Para tornar a aprendizagem mais dinâmica e intuitiva, o curso utiliza recursos multimídia em aplicativos, como vídeos, ilustrações e jogos. Pela plataforma, o aluno recebe feedback e comentários que reforçam respostas corretas, além de provocar a revisão e reflexão frente a erros cometidos pelo estudante, retomando os conteúdos não fixados.

O curso tem como público-alvo os profissionais atuantes no SUS, prioritariamente aqueles vinculados à Gestão Pública em Saúde, nos âmbitos federal, estadual e municipal, assim como acadêmicos em geral.

DF quer imunizar 21 mil meninas contra o HPV

Secretaria de Saúde promove sensibilização para aumentar a procura pela vacina

Foto: Arquivo SES
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal está promovendo uma sensibilização para aumentar a procura de meninas para tomar as doses de vacina contra o HPV. Cerca de 21 mil pessoas de 9 anos de idade devem ser imunizadas no DF. Desde janeiro deste ano, o sistema passou de três para duas doses, que devem ser tomadas em um intervalo de seis meses.

Segundo a enfermeira Suzana Ilha, da Gerência de Vigilância Epidemiológica e Imunização da Secretaria de Saúde, a procura pela vacina tem sido baixa. "Ainda não temos dados de 2016, mas no ano passado, 36,2% do público alvo buscou a primeira dose. Para a segunda dose, foram 5,7% e na terceira, apenas 2%", destaca.

O objetivo da pasta é imunizar as meninas de 9 anos de idade e aquelas entre 9 e 13 anos que não receberam a segunda e a terceira doses da vacina. O DF conta com 122 salas de vacinação e a família pode procurar uma delas em qualquer época do ano.

"Pretendemos, em breve, firmar uma parceria com a Secretaria de Educação, para que os professores nos ajudem nessa sensibilização junto às crianças", diz Suzana Ilha.

DOENÇA - A vacinação previne contra câncer do colo do útero, vulvar, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas ou displásicas; verrugas genitais e infecções causadas pelo papiloma vírus humano (HPV), contribuindo na redução da incidência e da mortalidade por esta enfermidade.

O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença, sendo 70% infectadas pelos tipos 16 e 18, que são de alto risco para o desenvolvimento câncer do colo do útero.

Estudos apontam que 265 mil mulheres, no mundo, morrem devido à doença. Neste ano, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 16 mil novos casos e cerca de 5,4 mil óbitos em 2016.

O Ministério da Saúde investiu R$ 1,1 bilhão para a compra de 32 milhões de doses nos últimos três anos. A vacina adotada pelo Ministério da Saúde é a quadrivalente que confere proteção contra quatro subtipos de HPV (6; 11; 16 e 18). Esta vacina é destinada exclusivamente à utilização preventiva e não tem efeito demonstrado nas infeções pré-existentes ou na doença clínica estabelecida.

Alline Martins, da Agência Saúde, com informações do Ministério da Saúde

Cientistas chineses anunciam criação de embriões humanos imunes ao HIV

Uma equipe de cientistas da Universidade de Medicina de Cantão, no Sul da China, anunciou que conseguiu criar embriões humanos resistentes ao vírus HIV, por meio de modificação genética.

Segundo o coordenador da equipe, Fan Yong, os testes feitos em 26 embriões "defeituosos e inaptos a tratamentos de fertilidade" permitiram criar quatro embriões imunes ao HIV, enquanto os restantes mostraram mutações "não planejadas", informou hoje (13) um jornal oficial.

O trabalho foi publicado no último número do Journal on Assisted Reproduction and Genetics e detalha que todos os embriões foram destruídos no espaço de três dias.

É a segunda vez que um grupo de médicos chineses causa controvérsias com experiências sobre a modificação genética de embriões.

No ano passado, uma equipe da Universidade Zhongshan, também em Cantão, disse ter conseguido alterar pela primeira vez na história o genoma humano em embriões.

Risco de doenças cardiovasculares se inicia em valores tão baixos quanto 120/80 mmHg, que poderão transformar-se em novos limites diagnósticos de hipertensão arterial

Os brasileiros têm tendência a desenvolver doenças cardiovasculares causadas por hipertensão arterial. Em 22 inquéritos populacionais, representativos de cidades brasileiras, identificou-se alta prevalência de hipertensão, variando entre 22% e 44% em adultos (32% em média) e chegando a mais de 50% em indivíduos com 60 a 69 anos e 75% naqueles com mais de 70 anos. A alta prevalência de hipertensão arterial é decorrente de sua alta incidência, chegando a 80% em indivíduos com pré-hipertensão arterial em 10 anos. Esta é uma das informações divulgadas no fascículo Comparação entremedicamentos para tratamento inicial da hipertensão arterial sistêmica”, lançado no último mês pela Representação da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil.

O artigo, escrito por Flávio Danni Fuchs, Doutor em Cardiologia e Ciências Cardiovasculares pela UFRGS e Professor Titular de Cardiologia na Faculdade de Medicina da UFRGS, faz parte da série “Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e nos macroprocessos da Assistência Farmacêutica”. O objetivo é fornecer aos profissionais, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) informações confiáveis e isentas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis.

A Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é causa de doenças do coração hipertensivas e fator de risco dominante para doenças decorrentes de aterosclerose e trombose, como acometimento isquêmico cardíaco, cerebral, vascular periférico e renal, além de poder ocasionar insuficiência cardíaca. Pacientes hipertensos em fases mais precoces da vida podem desenvolver déficits cognitivos (doença de Alzheimer e demência vascular e senil), bem como outras complicações. Essa multiplicidade de consequências caracteriza a hipertensão arterial sistêmica como uma das causas de maior redução de expectativa e qualidade de vida das pessoas.

O risco inicia em valores tão baixos quanto 120/80 mmHg, que poderão transformar-se em novos limites diagnósticos de hipertensão arterial.

Abordagem não medicamentosa X medicamentosa

A primeira abordagem face ao diagnóstico de hipertensão arterial ou mesmo de pré-hipertensão arterial deve ser com medidas não medicamentosas, conhecidas como mudanças do estilo de vida. Medidas populacionais podem ser teoricamente eficazes em prevenir a elevação da pressão arterial com a idade e auxiliar no tratamento de pacientes já hipertensos. A restrição de sais de sódio utilizados para conservação de alimentos industrializados e sua redução no preparo de alimentos têm o maior potencial de efetividade. Países, incluindo o Brasil, estão se movendo nesse sentido, mas ainda estão longe de diminuir substancialmente a quantidade de sódio adicionada a alimentos.

As medidas não medicamentosas propriamente ditas apresentam benefício discreto, e por vezes incerto, no controle da pressão arterial. Assim, faz-se necessária a utilização de medicamentos para obter o efetivo controle da HAS, entretanto a escolha da farmacoterapia deve ser realizada caso a caso, considerando as melhores evidências disponíveis na literatura, e deve obedecer às prioridades de escolha entre os diferentes grupos farmacológicos e as associações possíveis entre esses grupos, tendo em mente as possíveis contraindicações e efeitos adversos.

A versão completa da série “Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e nos macroprocessos da Assistência Farmacêutica” pode ser acessada aqui.

Ações de assistência farmacêutica recebem R$ 6,3 milhões

Mais de mil municípios irão receber R$ 6,3 milhões para aprimorar a qualidade e estrutura dos serviços farmacêuticos. A iniciativa faz parte do Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema Único de Saúde (Qualifar-SUS).
O recurso também poderá ser destinado para a contratação de novos profissionais, além do aprimoramento dos serviços de conectividade dos locais,  para dar maior agilidade no atendimento à população e uma melhor organização dos estoques de medicamentos. Para ver a lista completa de municípios contemplados, clique aqui.
“Essa medida visa qualificar a gestão da assistência farmacêutica por meio da formação profissional e informatização dos serviços farmacêuticos que existem no País. Assim, ampliando o acesso e a qualidade dos serviços para a população” explica o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Eduardo Costa.
Desde a criação do Programa, em 2012, o Ministério da Saúde já destinou mais de R$ 100 milhões para 1.582 municípios, 70% dos incluídos na lista do Programa Brasil sem Miséria com até cem mil habitantes.
A estratégia de qualificar os serviços de saúde integra o conjunto de investimentos já realizados por meio do Projeto de Qualificação da Assistência Farmacêutica e Intervenção Sistêmica da Assistência Farmacêutica nas Redes de Atenção à Saúde (QualiSUS-Rede), que foi desenvolvido em 15 regiões do País, em 486 municípios, com entrega de computadores, realização de pesquisa diagnóstica sobre os serviços farmacêuticos e ofertas educacionais na modalidade à distância para mais de 5 mil profissionais de saúde.
O Programa
Para participar do Qualifar-SUS, o município deve estar na lista do Brasil Sem Miséria e fazer parte de outros programas da Atenção Básica, como o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ), Programa de Requalificação das Unidades Básicas de Saúde (Requalifica UBS), e o Hórus, sistema de Assistência Farmacêutica que permite o controle da compra, armazenamento, distribuição e dispensação dos medicamentos.
Organizado em quatro eixos (estrutura, educação, informação e cuidado), o programa engloba desde investimentos na estruturação dos serviços farmacêuticos até ações de cuidado ao usuário. A proposta é contribuir para o aprimoramento, implementação e integração das atividades da assistência farmacêutica nas ações e serviços de saúde, visando uma atenção contínua, integral, segura, responsável e humanizada.
Conheça os valores que serão repassados por Unidade da Federação:
UF
RECURSOS
AC
R$ 6.000,00
AL
R$ 300.000,00
AM
R$ 24.000,00
BA
R$ 804.000,00
CE
R$ 708.000,00
ES
R$ 72.000,00
GO
R$ 162.000,00
MA
R$ 72.000,00
MT
R$ 90.000,00
MS
R$ 36.000,00
MG
R$ 504.000,00
PA
R$ 132.000,00
PB
R$ 546.000,00
PR
R$ 402.000,00
PE
R$ 366.000,00
PI
R$ 168.000,00
RJ
R$ 60.000,00
RN
R$ 672.000,00
RS
R$ 264.000,00
RO
R$ 24.000,00
RR
R$ 12.000,00
SC
R$ 132.000,00
SP
R$ 414.000,00
SE
R$ 120.000,00
TO
R$ 246.000,00
Total
R$ 6.336.000,00


Banco regional de vacinas contra aftosa é prioridade da América do Sul

A Comissão Sul-Americana para a Luta contra a Febre Aftosa (Cosalfa) deve concluir a discussão regional sobre o projeto de constituição e gestão de seu banco regional de vacinas e estabelecer os requisitos de biossegurança e mecanismos de avaliação para seu funcionamento. Além disso, a entidade formará um grupo de especialistas para definir as exigências que permitam revisar as restrições impostas ao manejo de cepas exóticas do vírus da aftosa na região.

As decisões foram tomadas durante a 43ª reunião ordinária da Cosalfa, nos dias 7 e 8 de abril, em Punta del Este, no Uruguai. Os participantes do encontro aprovaram ainda a avaliação dos riscos de persistência do vírus da aftosa e as estratégias de gestão dessa ameaça. Também ficou acertado que o Brasil sediará a próxima edição do evento, em 2017. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi representado pela Coordenação-Geral de Febre Aftosa.

Nesses dois dias foram debatidos outros temas estratégicos preparatórios para a última fase do Programa Hemisférico de Erradicação da Febre Aftosa (Phefa) na região, como a aplicação da guia técnica regional no processo de transição de zonas livres dos países sul-americanos.

Além disso, foram debatidas ainda a estruturação de banco de vacinas e antígenos e os riscos de persistência do vírus, sobretudo em países que ainda não são reconhecidos como livres de febre aftosa, como Suriname e Venezuela.

O encontro também serviu para avaliar a revisão da situação atual dos programas de controle e erradicação da febre aftosa na América do Sul e no Panamá, cujo avanço representa 85% do território e 95% da população bovina com o status livre de febre aftosa com ou sem vacinação.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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