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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Pesquisa vai desenvolver teste que dá mais eficiência ao tratamento de câncer de mama

Uma pesquisa, fruto da parceria entre o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), o Hospital Erasto Gaertner e a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), busca desenvolver um teste inédito no Brasil para dar mais eficiência ao tratamento de câncer de mama. Os primeiros resultados devem ser conhecidos já em 2017.

Atualmente, segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), 57 mil novos casos de câncer de mama são diagnosticados no Brasil a cada ano. A maioria das vítimas é composta por mulheres, sendo que 70% da incidência do câncer de mama feminino está relacionado a tumores do tipo hormonal.

Esses casos são tratados durante cinco anos com o Tamoxifeno, medicamento que diminui a reincidência do câncer e aumenta a sobrevida da paciente, explica o médico oncogeneticista do Hospital Erasto Gaertner e professor de Medicina da PUCPR, José Claudio Casali. O medicamento é considerado uma pré-droga, porque precisa entrar em contato com o metabolismo da paciente para gerar o efeito desejado.

No caso específico do Tamoxifeno, esse efeito é realizado com enzimas naturais do organismo humano. Entretanto, no Brasil, 10% das mulheres não têm a enzima CYP2D6, necessária para gerar o efeito do medicamento. “Portanto, a cada ano, seis mil mulheres usam o medicamento sem que ele surta efeito”, salienta Casali.

Por essa razão, especialistas do Tecpar buscam desenvolver um teste para avaliar no plasma sanguíneo a presença das substâncias produzidas na reação do medicamento com as enzimas naturais da paciente e a sua concentração. O resultado desse teste permitirá melhorar a eficiência do tratamento. “Com esse teste, o tratamento fica mais personalizado e efetivo. Se a paciente não possui a enzima, ela já pode ser encaminhada para outro medicamento que não o Tamoxifeno”, pontua o médico oncogeneticista.

A linha de desenvolvimento do Centro de Tecnologia em Saúde e Meio Ambiente do Tecpar vai atuar em dois campos: um para verificar se a dosagem das 12 marcas do Tamoxifeno corresponde à indicada na bula e outro para desenvolver um teste para medir, no plasma sanguíneo da paciente, a presença e a concentração das substâncias produzidas na reação com o medicamento. “O trabalho é inédito no Brasil por fazer esse mapeamento, que gera respostas mais efetivas aos pacientes brasileiros”, pontua Natalício Ferreira Leite, pesquisador do centro.

De acordo com o diretor de Desenvolvimento Tecnológico do Tecpar, Reginaldo Joaquim de Souza, a pesquisa vai gerar novas soluções que podem ser incorporadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). “A princípio, a ideia é disponibilizar ao Hospital Erasto Gaertner esse teste, para ser feito logo no início do tratamento, e, mais para frente, oferecê-lo ao SUS e levá-lo a todo o país”, explica Souza.

A expectativa é que em 2017 o teste para medir a presença e a quantidade das substâncias derivadas do medicamento usado no tratamento do câncer de mama já esteja disponível para uso pelas pacientes.

Tecpar
O Tecpar é uma empresa pública do Governo do Estado e tem 76 anos de atividade. Os negócios do instituto são divididos em quatro grandes unidades: Soluções Tecnológicas, para dar apoio às empresas que buscam inovar; Empreendedorismo Tecnológico Inovador, com suas incubadoras tecnológicas e com os parques tecnológicos, como o Parque Tecnológico da Saúde; Educação, com qualificação para o mercado privado e ainda com desenvolvimento de capacitações para servidores municipais de prefeituras paranaenses; e Indústria Farmacêutica e Biotecnológica, com desenvolvimento e produção de kits diagnósticos veterinários, vacina antirrábica e produção de medicamentos de alto valor agregado para a saúde pública brasileira.

Além disso, o instituto atende demandas do Governo do Estado, sendo executor de projetos na área de energias renováveis e empreendedorismo tecnológico.

Marcos Pereira tem encontros bilaterais com Rússia, Índia, China e África do Sul

Objetivo dos encontros foi incentivar os investimentos e o comércio entre os integrantes dos Brics
Nova Déli (13 de outubro) - Durante a 6ª Reunião dos Ministros de Comércio dos Brics, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, participou de encontros bilaterais para incentivar investimentos e o comércio entre os países do bloco.

Com Nirmala Sitharaman, ministra de Comércio e Indústria da Índia, anfitriã do evento, o ministro destacou que o comércio entre os dois países ainda é pequeno dado o tamanho das duas economias. A corrente de comércio foi de cerca de US$ 8 bilhões em 2015.
Para ampliar este número, Marcos Pereira defendeu diversas iniciativas, como a implementação de um acordo de Comércio Preferencial entre o Mercosul e a Índia, e a assinatura do Acordo de Cooperação e Facilitação de Investimentos (ACFI) entre os dois países.
"Será o primeiro ACFI assinado pelo Brasil com um país asiático", enfatizou o ministro, informando também que o Brasil vive um momento de melhora do ambiente de negócios. A ministra indiana se mostrou receptiva à assinatura do acordo de investimentos e informou que a Índia também vive um momento de reformas, assim como o Brasil.
"No último ano, o fluxo de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) na Índia foi de US$ 55 bilhões. Todavia, o IED brasileiro na Índia ainda é modesto. Podemos ter investimentos nas duas direções. Temos potencial pra isto", disse Nirmala Sitharaman.
Com o ministro de Comércio e Indústria da África do Sul, Rob Davies, Marcos Pereira também falou das vantagens do modelo de acordo de investimentos brasileiro, que tem sido considerado uma iniciativa inovadora voltada para incentivar e apoiar a internacionalização de empresas. O ministro sul-africano mostrou-se receptivo à sinalização brasileira de avançar na negociação da assinatura de um ACFI.
Os dois ministros também conversaram sobre uma dificuldade comum aos países dos Brics, que é a queda mundial dos preços das commodities. A solução buscada pela África do Sul passa pela diversificação dos investimentos e implementação de um programa ambicioso para desenvolver a infraestrutura. Do lado brasileiro, o ministro Marcos Pereira informou que o Brasil tem a mesma percepção e que lançou, no mês passado, o Programa Crescer, que pretende atrair investimentos privados brasileiros e estrangeiros para a área de infraestrutura.
"São, inicialmente, 34 projetos nos setores de energia, aeroportos, rodovias, portos, ferrovias e mineração, destinados a concessões para a iniciativa privada. Queremos estimular a concorrência, dar mais transparência ao processo e segurança aos investidores – estas são linhas gerais do projeto. Da mesma forma, asseguro que as regras vão ser respeitadas e vai existir amparo legal para investir – a nossa prioridade é com a segurança jurídica", disse o ministro.
A última reunião bilateral foi realizada com o ministro de Indústria e Comércio da Rússia, Denis Manturov, que fez várias solicitações relacionadas a outras pastas, como incentivos para projetos de petróleo e gás, e licenças para a venda de medicamentos no Brasil. O ministro prometeu levar os peitos a seus colegas, no Brasil.
Intercâmbio comercial
O PIB dos países dos Brics totalizou US$ 16,4 trilhões em 2015. De janeiro a setembro de 2016, a corrente de comércio do Brasil com os países integrantes dos Brics chegou a US$ 53,8 bilhões, com exportações de US$ 33,2 bilhões e importações de US$ 20,6 bilhões, resultando em superávit de US$ 12,6 bilhões para o Brasil. A pauta de exportações é composta 76,7% de produtos básicos, 14,9% de semimanufaturados e 8,3% de manufaturados.
Assessoria de Comunicação Social do MDIC

Marcos Pereira participa da abertura do Fórum Empresarial dos Brics, na Índia

Ministro Marcos Pereira discursa na abertura do Fórum Empresarial dos Brics, em Nova Déli
Nova Déli (13 de outubro) - Após o encerramento da 6ª Reunião dos Ministros de Comércio dos Brics, o ministro Marcos Pereira participou da abertura do Fórum Empresarial dos Brics, em Nova Déli, na Índia. O evento foi realizado pelas Câmaras de Comércio da Índia (Assocham), Federação de Câmaras de Comércio e Indústria da Índia (FICCI) e Confederação de Indústria da Índia. 

Ao lado do vice-presidente do país anfitrião, Mohammad Hamid Ansari, os ministros de Comércio de Brasil, China, Índia e África do Sul falaram a representantes do setor privado. Em seu discurso, Marcos Pereira lembrou que os Brics representam 23% do PIB global, 19% das exportações mundiais e são destinatários de 15% dos fluxos globais de Investimento Estrangeiro Direto (IED) e que, de 2006 a 2015, o comércio entre os membros cresceu 163%, saltando de US$ 14 bilhões para US$ 43 bilhões. 
"São  números expressivos, que evidenciam o dinamismo da parceria dos Brics. Ainda assim, me parecem aquém de seu verdadeiro potencial, pelo que seguimos trabalhando conjuntamente, governos e setores empresariais, no estabelecimento de novas frentes de cooperação e colaboração", declarou. 
Marcos Pereira também destacou os avanços obtidos durante o encontro de ministros, que contribuirão para aumentar o comércio e os fluxos de investimentos entre os países do bloco. O ministro citou as cooperações nas áreas de micro, pequenas e médias empresas, serviços, propriedade intelectual, barreiras não tarifárias e facilitação de comércio. 
"A cooperação estabelecida na área de facilitação de comércio está em perfeita consonância com um dos projetos mais caros ao governo brasileiro: o Portal Único de Comércio Exterior, iniciativa de reformulação dos processos de operação de importação, exportação e trânsito aduaneiro, que envolve a integração entre os intervenientes e estimula o uso de sistemas informatizados para gerenciar o fluxo de informações. Espera-se, com a implementação integral do Portal no Brasil, redução de 40% nos prazos médios de exportação e importação", informou.
Ao encerrar sua fala, Marcos Pereira disse que o Brasil, assim como outras economias emergentes, vem atravessando um período de ajustes que requerem sacrifícios no curto prazo, mas irão oferecer, à frente, maior previsibilidade e estabilidade à economia. "Além das medidas de reequilíbrio macroeconômico, o governo brasileiro vem adotando iniciativas para inaugurar um novo ciclo de desenvolvimento, cujos principais vetores de dinamismo serão o comércio exterior e os investimentos em áreas-chave como infraestrutura", detalhou.
O ministro segue para Goa, também na Índia, onde, no dia 16, participa com o presidente Michel Temer da 8ª Reunião de Cúpula dos Brics.
Assessoria de Comunicação Social do MDIC

Comissão aprova texto que criminaliza mudanças não autorizadas em conteúdo de sites

A invasão não autorizada de sistemas de informática já é considerada crime pela lei dos crimes cibernéticos. Entretanto, a lei se aplica apenas quando a invasão tiver como finalidade obter vantagem ilícita. Não se aplica aos casos de invasão para modificar conteúdo
Missionário José Olimpio: esse tipo de ataque é produto da ação de grupos políticos, ativistas ou hackers em busca de reconhecimento

A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados aprovou proposta que altera o Código Penal (Decreto-Lei2.848/40) para criminalizar o ato de invadir, sem autorização, sistemas de informática, modificando o conteúdo de sites da internet.
A pena prevista é de detenção, de três meses a um ano, e multa.
A versão aprovada é um substitutivo ao PL 3357/15, do deputado Vicentinho Júnior (PR-TO), englobando os projetos 4093/15, 5200/16 e 5842/16, que tramitam apensados ao texto original e tratam da violação de privacidade na internet.
Crimes cibernéticos
A invasão não autorizada de sistemas de informática já é considerada crime, a partir da lei dos crimes cibernéticos (Lei 12.737/12), aprovada em 2012 pelo Congresso. Entretanto, a lei se aplica apenas quando a invasão tiver como finalidade obter vantagem ilícita. Não se aplica, portanto, aos casos de invasão para modificar conteúdo.

O relator, deputado Missionário José Olimpio (DEM-SP), destacou que esse tipo de ataque é “produto da ação de grupos políticos, ativistas ou hackers em busca de reconhecimento”.
O parlamentar ressalta que o uso da expressão “sem autorização” na redação é necessário para evitar a criminalização do trabalho de empresas de segurança digital, as quais podem executar seu trabalho sem incorrer em crime, já que têm autorização expressa do responsável pelo site.
O texto também retira a necessidade de que seja comprovada a violação do mecanismo de segurança nos crimes de invasão a dispositivos de informática. Com isso, o acesso indevido passa a ser suficiente para demonstrar violação aos direitos à intimidade e à privacidade da vítima
Tramitação 
A proposta ainda será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em seguida, será analisada pelo Plenário.


ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
Reportagem – Emanuelle Brasil
Edição – Regina Céli Assumpção

Comissão aprova ampliação de prazo para Anvisa conceder registro de medicamentos

Os 90 dias previstos na legislação em vigor serão mantidos apenas para pedidos considerados urgentes. Segundo relator, prazo não é cumprido e tempo de espera por registro pode chegar a três anos
Lobbe Neto: medida é capaz de evitar atrasos nos registros coordenador pela Anvisa

A Comissão de Seguridade Social Família aprovou o Projeto de Lei 5462/16, do Senado, que amplia os prazos para concessão de registros de medicamentos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A proposta estabelece prazos diferentes para cada tipo de medicamento.
Os 90 dias previstos na legislação em vigor serão mantidos para pedidos considerados “urgentes”. Para medicamentos “prioritários” o prazo passaria para 120 dias e, os itens “gerais” poderiam levar, até 360 dias para receber a licença. A classificação será feita pela própria Anvisa com base na complexidade técnica e os benefícios clínicos, econômicos e sociais do medicamento objeto de registro.
Relator da matéria na comissão, o deputado Lobbe Neto (PSDB-SP) concordou com o argumento do autor, o senador licenciado José Serra, de que a medida é capaz de evitar atrasos nos processos de registro de medicamentos coordenados pela Anvisa e ainda dar mais a transparência às decisões da agência.

Lobbe Neto lembrou que atualmente o tempo máximo para o registro (90 dias), na maioria dos casos, não é cumprido pela agência reguladora. “Dados do mês de fevereiro de 2015, mostram o tempo absurdo que a Anvisa leva para conceder o registro de medicamentos genéricos (997 dias), similares (850 dias), novos (512 dias) e biológicos (528 dias) ”, cita o relator, ao recomendar a aprovação do projeto.

Pela proposta, servidores que atrasarem injustificadamente os processos de autorização sob responsabilidade da Anvisa poderão sofram processos disciplinares seguindo as normas do Estatuto do Servidor (Lei 8.112/90).
O texto estabelece ainda que, em caso de descumprimento injustificado das metas e obrigações pactuadas pela agência, por dois anos consecutivos, os membros da diretoria colegiada serão exonerados, mediante solicitação do ministro da Saúde. O texto atual da lei prevê a exoneração apenas do diretor-presidente da Anvisa.
Prorrogação
Os novos prazos, pelo texto, poderão ser prorrogados por até 1/3 do período original por uma única vez, mediante decisão fundamentada da Anvisa expedida até 15 dias úteis antes do término do prazo inicial.

A Anvisa definirá por ato próprio mecanismos para dar publicidade aos processo, alteração e renovação de registro, mas serão obrigatórias informações sobre o status da análise; o prazo previsto para a decisão final; e os fundamentos técnicos das decisões.
O PL 5462/16 altera a Lei 6.360/76, que estabelece normas de vigilância sanitária para os medicamentos, e a Lei 9.782/99, que define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.


ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
Reportagem – Murilo Souza , Edição – Rachel Librelon, Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados


Ministério da Saúde concede honraria ao cirurgião plástico Ivo Pitanguy

O acadêmico e cirurgião plástico Ivo Pitanguy, falecido em 6 de agosto deste ano, recebeu, em  homenagem póstuma, a Medalha de Ordem do Mérito Médico na classe de Grande-Oficial pelo relevantes serviços prestados à saúde no Brasil. A honraria foi concedida após indicação do ministro da Saúde, Ricardo Barros, e anunciada por meio de decreto assinado pelo Presidente da República, Michel Temer, no Diário Oficial da União desta terça-feira (11). O Ministério da Saúde está prevendo uma solenidade com os familiares para entregar a homenagem.
O ministro Ricardo Barros destacou a importância da contribuição dos trabalhos de Pitanguy em prol da educação médica e saúde brasileira. “O professor Ivo Pitanguy chefiou o primeiro serviço de cirurgia de mão da América do Sul, na Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, e o serviço de queimaduras e cirurgias reparadoras do Hospital Souza Aguiar, além de ser o responsável por tornar a cirurgia plástica uma especialidade conhecida e respeitada no Brasil. Um profissional merecedor de todas as honrarias que o País puder lhe conceder”, ressalta Barros.
A Ordem do Mérito Médico foi criada em 1950 para premiar médicos que prestaram serviços notáveis à saúde dos brasileiros, que tenham se destacado no exercício da medicina ou sejam autores de obras relevantes na área. Nomes como Adib Jatene, Dráuzio Varela, Zilda Arns e Sérgio Arouca já foram agraciados com medalhas da Ordem.
HOMENAGEADO – Ivo Pitanguy nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1923. Desde criança era apaixonado pela literatura e pelas artes. Decidiu pela medicina logo após a conclusão do ensino secundário guiado pelo amor à profissão demonstrado pelo pai Antônio de Campos Pitanguy. Formou-se pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e pela Faculdade de Medicina, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Iniciou a formação cirúrgica no Hospital do Pronto-Socorro do Rio de Janeiro, atual Hospital Souza Aguiar
Pioneiro da cirurgia plástica no Brasil, Pitanguy foi chefe da 19ª enfermaria do Serviço de Cirurgia da Santa Casa (RJ), que foi o primeiro serviço de cirurgia de mão em toda a América do Sul. Também trabalhou como chefe do Serviço de Queimaduras e de Cirurgia Reparadora do Hospital Souza Aguiar, além de criar a 38ª Enfermaria da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, que mudou os rumos da cirurgia plástica – antes direcionada apenas as classes elitizadas – ressaltando a importância social da especialidade.
Pitanguy dedicou sua vida à medicina, fazendo cirurgias plásticas, ensinando sua especialidade sem se esquecer do prazer de viver. Ele costumava dizer: “A vida me ensina a cada dia. Acho que o triste de morrer é parar de sentir esta vontade de sempre conhecer um pouco mais. Procuro harmonizar minha vida entre cirurgias, aulas e conferências, sem abrir mão do prazer de viver”.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

OMS pede ação global para reduzir o consumo de bebidas açucaradas e seus impactos na saúde

Tributar bebidas açucaradas pode baixar seu consumo e reduzir a obesidade, diabetes tipo 2 e cáries dentárias, afirma um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS). As políticas fiscais que levam a um aumento de pelo menos 20% no preço de venda desses produtos resultaria em reduções proporcionais do consumo, de acordo com o “Fiscal policies for Diet and Prevention of Noncommunicable Diseases (NCDs)”, disponível em inglês.
A diminuição do consumo de bebidas açucaradas significa uma menor ingestão de “açucares livres” e calorias no geral, uma melhor nutrição e menos pessoas sofrendo com sobrepeso, obesidade, diabetes e cárie dentária.
Os açucares livres se referem aos monossacarídeos (como glicose ou frutose) e dissacarídeos (como sacarose ou açúcar de mesa) adicionados aos alimentos e bebidas pelo fabricante, cozinheiro ou consumidor – e açucares naturalmente presentes no mel, xaropes, sucos de frutas e suco de frutas concentrados.
Obesidade em ascensão
“O consumo de açucares livres, incluindo produtos como bebidas açucaradas, é um fator importante para o aumento global do número de pessoas que sofrem de obesidade e diabetes”, disse Douglas Bettcher, Diretor do Departamento de Prevenção às Doenças Crônicas Não Transmissíveis da OMS. “Se os governos tributam produtos como bebidas açucaradas, podem reduzir o sofrimento e salvar vidas. Podem também diminuir os custos e aumentar as receitas para investir em serviços de saúde.”
Em 2014, mais de um em cada três (39%) adultos em todo o mundo, com 18 anos ou mais, estava acima do peso. A prevalência mundial da obesidade mais do que dobrou entre 1980 e 2014, com 11% de homens e 15% de mulheres (mais que meio bilhão de adultos) sendo classificados como obesos.
Além disso, estima-se que 42 milhões de crianças com menos de 5 anos de idade estavam acima do peso ou obesas em 2015, um aumento de cerca de 11 milhões durante os últimos 15 anos. Quase metade (48%) dessas crianças vive na Ásia e 25% na África.
O número de pessoas que vivem com diabetes também tem aumentado – de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014. A doença foi diretamente responsável por 1,5 milhão de mortes apenas em 2012.
Necessidade de reduzir ingestão de açúcar
“Nutricionalmente, as pessoas não precisam de qualquer tipo de açúcar em suas dietas. A OMS recomenda às pessoas que consomem esses produtos a manter a ingestão abaixo de 10% de suas necessidades totais de energia e reduzi-la para menos de 5% para benefícios adicionais à saúde. Isso é equivalente a menos de uma porção (pelo menos 250 ml) de bebidas açucaradas comumente consumidas por dia”, afirmou Francesco Branca, Diretor do Departamento de Nutrição para Saúde e Desenvolvimento da OMS.
De acordo com o novo relatório da OMS, pesquisas alimentares nacionais indicam que bebidas e alimentos ricos em açucares livres podem ser uma grande fonte de calorias desnecessárias na dieta das pessoas, particularmente no caso de crianças, adolescentes e jovens adultos. O documento também aponta que alguns grupos, incluindo pessoas que vivem com baixo rendimento, jovens e aqueles que consomem com frequência alimentos e bebidas pouco saudáveis são mais responsivos às mudanças nos preços dos produtos e, por isso, podem obter os maiores benefícios na saúde.
Políticas fiscais para reduzir o consumo
As políticas fiscais devem focar em alimentos e bebidas para os quais existem alternativas mais saudáveis disponíveis, acrescenta o relatório.
O documento apresenta os resultados de uma reunião em meados de 2015 com especialistas mundiais convocados pela OMS e uma investigação de 11 revisões sistemáticas recentes sobre a eficácia das intervenções de política fiscal para melhorar as dietas e prevenir doenças crônicas não transmissíveis, além de uma reunião técnica de especialistas internacionais. Entre os achados, também estão:
• Subsídios para frutas frescas e vegetais que reduzem os preços entre 10 e 30% podem aumentar o consumo desses alimentos.
• A tributação de certos alimentos e bebidas, particularmente aqueles ricos em gorduras saturadas, gordura trans, açucares livres e/ou sal se mostra promissora, com evidências claras indicando que os aumentos nos preços de tais produtos reduz seu consumo.
• Impostos especiais de consumo, tais como aqueles usados sobre os produtos derivados do tabaco, que aplicam um montante específico de imposto sobre uma determinada quantidade ou volume do produto, ou ingrediente em particular, podem ser mais eficazes que a venda ou outros impostos baseados em uma porcentagem do preço de varejo.
• O apoio público para tais aumentos de impostos poderia ser estimulado se as receitas geradas fossem destinadas aos esforços para melhorar os sistemas de saúde, encorajar dietas mais saudáveis e aumentar a atividade física.

Alguns países têm tomado medidas fiscais para proteger as pessoas de produtos não saudáveis. Entre eles estão o México, que tem implementado um imposto sobre bebidas não alcoólicas com adição de açúcar, e a Hungria, que impôs um imposto sobre os produtos com altos níveis de açucares, sal e cafeína.
Países como as Filipinas, África do Sul, Reino Unido e Irlanda do Norte também anunciaram a intenção de implementar impostos sobre bebidas açucaradas.
Notas aos editores
Como parte de medidas de políticas abrangentes para melhoria da saúde, a OMS convocou os governos a usar medidas fiscais em seus “Global Action Plan on the Prevention and Control of NCDs 2013–2020” e “Comprehensive Implementation Plan on Maternal, Infant and Young Child Nutrition” e, mais recentemente, em uma comissão para acabar com a obesidade infantil.
Em 2012, 38 milhões de pessoas perderam suas vidas em decorrência de doenças crônicas não transmissíveis, 16 milhões (ou 42%) morreram prematuramente (antes dos 70 anos) por condições em grande parte evitáveis. Mais de 80% das pessoas que morrem prematuramente por essas enfermidades estavam em países em desenvolvimento. Os governos se comprometeram a reduzir as mortes por doenças crônicas não transmissíveis e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável inclui uma meta para reduzir em um terço as mortes prematuras provocadas por diabetes, câncer, coração e pulmão até 2030.
Na Segunda Conferência Nacional sobre Nutrição em 2014, os governos se comprometeram também a reformular seus sistemas alimentares e esse é o principal objetivo da Década de Ação sobre Nutrição 2016-2025 das Nações Unidas.
Fonte: OPAS/OMS


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