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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Desordens Neurológicas em Crianças são Associadas com Produtos Químicos

 Seis novos produtos químicos reconhecidos como 
 neurotóxicosincluem manganês, flúor, clorpirifós e DDT 
(pesticidas), tetracloroetileno (solvente)e os éteres difenil
 polibromados (retardadores de chama).
[Imagem: NSPH/iStockphoto.com/simazoran]
Produtos químicos tóxicos podem estar na base dos recentes aumentos nos problemas de desenvolvimento neurológico entre as crianças, tais como autismo, déficit de atenção e hiperatividade e dislexia.

Os pesquisadores dizem ser urgente a adoção de uma nova estratégia global de prevenção para controlar o uso dessas substâncias.

"A maior preocupação é o grande número de crianças que são afetadas por danos tóxicos ao desenvolvimento do cérebro sem um diagnóstico formal. Elas sofrem redução na capacidade de atenção, atraso no desenvolvimento e mau desempenho escolar. Produtos químicos industriais estão agora emergindo como as causas mais prováveis," disse Philippe Grandjean da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard (EUA).

O estudo confirma conclusões semelhantes obtidas pelos mesmos autores em 2006, quando haviam sido identificados cinco produtos químicos industriais como "neurotóxicos ao desenvolvimento" ou produtos químicos que podem causar déficits cerebrais.

O novo estudo fornece resultados atualizados sobre os produtos químicos tóxicos já identificados e acrescenta informações sobre seis outros recém-reconhecidos pela sua neurotoxicidade, incluindo manganês, flúor, clorpirifós e DDT (pesticidas), tetracloroetileno (solvente) e os éteres difenil polibromados (retardadores de chama).

O manganês foi associado com a diminuição das funções intelectuais e prejuízo às habilidades motoras.

Os solventes são ligados à hiperatividade e ao comportamento agressivo.

Certos tipos de pesticidas podem causar atrasos cognitivos.

Venenos legalizados

Outros estudos já haviam indicado que os agrotóxicos podem ser causa de alergias alimentares, levando um cientista norte-americano a afirmar que estamos todos legalmente envenenados.

Os pesquisadores alertam que muitos outros produtos químicos, além dos cerca de uma dúzia já identificados como neurotóxicos, podem estar contribuindo para uma "pandemia silenciosa" de déficits neurocomportamentais que "está corroendo a inteligência, atrapalhando o comportamento e prejudicando a sociedade".

"Muito poucos produtos químicos foram regulamentados como resultado da neurotoxicidade para o desenvolvimento," escrevem os pesquisadores.

"O problema é de âmbito internacional, e a solução deve, portanto, ser também internacional," disse o Dr. Grandjean. "Temos os métodos disponíveis para testar produtos químicos industriais para efeitos nocivos sobre o desenvolvimento do cérebro das crianças - agora é a hora de tornar esses testes obrigatórios."

Redação do Diário da Saúde

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