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sábado, 11 de fevereiro de 2017

TERAPIA GENÉTICA É TESTADA EM RATOS SURDOS

Cientistas americanos fizeram testes com ratos surdos e descobriram uma forma de restaurar parte da audição deles com uma terapia genética que consideram um "marco".

Os ratos foram capazes de ouvir um pequeno sussurro após o tratamento. Segundo os pesquisadores, a capacidade de restaurar parte da audição dos animais abre caminho para descobrir tratamentos semelhantes para humanos em um "futuro próximo".

O estudo, divulgado na publicação científica Nature Biotechnology, corrigiu erros que faziam com que os pelos sensíveis ao som ficassem defeituosos.


Os pesquisadores usaram um vírus sintético para cortar e corrigir o defeito.
"Isso é sem precedentes, esta é a primeira vez que nós vimos esse nível de restauração de audição", disse o pesquisador Jeffrey Holt, do Boston Children's Hospital.

Defeito
Cerca de metade das formas de surdez acontecem por causa de um erro no DNA.
Nos experimentos no Boston Children's Hospital e na Escola de Medicina de Harvard, os ratos tinham uma disfunção genética chamada síndrome de Usher.

Nesses casos, há instruções imprecisas para a formação dos pelos dentro da orelha.
Em orelhas saudáveis, conjuntos de células de pelo externas ampliam ondas sonoras e, em seguida, células de pelo internas convertem os sons para sinais elétricos que vão para o cérebro.

Os pelos normalmente formam essas linhas em forma de V.
Mas com a síndrome de Usher essas linhas ficam desorganizadas - o que afeta gravemente a audição.

Os pesquisadores desenvolveram então um vírus sintético que fosse capaz de "infectar" a orelha com as instruções corretas para a formação de células de pelos.
Experimentos mostraram que, com isso, ratos profundamente surdos puderam ouvir cerca de 25 decibéis - o volume de um sussurro.

"Nós ficamos extremamente surpresos por ver tamanho nível de resgate da audição, e nós ficamos impressionados com o que conseguimos", disse o pesquisador Gwenaelle Geleoc à BBC.


Existem cerca de 100 diferentes tipos de defeitos genéticos que podem causar a perda de audição - e cada um exige tipos diferentes de terapia.

"Nós realmente conseguimos ter uma compreensão da ciência básica e da biologia da orelha, então agora estamos no momento de traduzir esse conhecimento e aplicá-lo em pacientes humanos em um futuro muito próximo."

Opção segura?
Uma das grandes questões a serem esclarecidas agora é se o vírus sintético é algo saudável - ele foi feito com base em um vírus adenoassociado, que já foi usado em outras formas de terapia genética.

Os pesquisadores também querem entender se o efeito é duradouro - eles sabem que funciona por pelo menos seis meses.

Há ainda questões sobre a "janela de oportunidades". Enquanto a terapia funcionou em ratos tratados no nascimento, ela falhou com aqueles que receberam o tratamento dez dias depois.

Ralph Holme, diretor de pesquisa no Instituto Ação Para Perda de Audição, se disse entusiasmado com o trabalho, mas fez ressalvas.

"Essa pesquisa é bastante motivadora. Mas há um receio de ainda possa ser tarde demais usar essa terapia logo após o nascimento com bebês com síndrome de Usher, já que eles são mais desenvolvidos do que ratos recém-nascidos."

"A tecnologia pode ser mais eficiente para tratar formas progressivas de perda de audição", completou

James GallagherRepórter de Saúde e Ciência da BBC
Direito de imagem BOSTON CHILDREN'S HOSPITAL


CONTRACEPTIVO MASCULINO EM GEL é aprovado em testes com macacos

Pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, concluíram, com sucesso, testes em macacos de um novo tipo de contraceptivo masculino em formato de gel.
Os resultados até agora indicam que o medicamento não tem contraindicações e não modifica a produção de hormônios nos animais machos.

O gel foi aplicado em 16 macacos machos adultos, 10 dos quais já tinham sido pais. Os animais foram monitorados durante uma semana com o remédio e liberados em seguida com fêmeas férteis.

O acasalamento ocorreu, mas nenhuma das fêmeas ficou grávida ao longo do estudo, que incluiu até dois períodos de reprodução completa para alguns animais.

Chamada de Vasalgel, a substância é injetada no canal que leva os espermatozoides ao pênis e bloqueia sua passagem - a exemplo do que ocorre na vasectomia.

A expectativa é que o gel funcione por até 10 anos.

Os médicos disseram que querem iniciar testes em humanos nos próximos anos, de forma que o primeiro contraceptivo masculino chegue ao mercado.

Contraceptivo masculino
Atualmente, os homens têm duas opções principais de contraceptivo - a camisinha (que também previne doenças) ou a operação de esterilização - a vasectomia - para bloquear o caminho dos espermatozoides ao pênis.

Os especialistas afirmam que o Vasalgel tem a vantagem de poder ter seu efeito revertido com uma simples injeção de bicarbonato de sódio nos mesmos canais.
Em teoria, essa outra injeção deve dissolver o gel - o que funcionou em testes iniciais com coelhos. No entanto, isto ainda terá de se comprovado em macacos e, finalmente, no homem.

A vasectomia pode ser reversível, mas a operação é complicada e não tem garantia de sucesso.

A ideia do Vasalgel não é nova. Outro experimento semelhante com gel contraceptivo masculino também está sendo testado em homens na Índia. A diferença é que o Vasalgel não foi projetado para desabilitar o espermatozoide - como é o caso do outro gel, batizado de RISUG.



CÂNCER EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES - Ministério da Saúde lança diretrizes para o atendimento precoce

Em 2016, foi registrado mais de 12 mil casos de cânceres em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos. Dados do Inca mostram que a mortalidade entre este público está estável

Em cerimônia alusiva ao Dia Mundial do Câncer, o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Francisco Figueiredo, e a diretora-geral do Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (INCA), Ana Cristina Pinho, lançaram, nesta sexta-feira (10), o primeiro Protocolo de Diagnóstico Precoce do Câncer Pediátrico. A publicação vai auxiliar profissionais da saúde a conduzir casos suspeitos e confirmados dentro de uma linha de cuidado, com definição de fluxos e ações desde a atenção básica até a assistência de alta complexidade. Profissionais de todos os serviços de saúde terão mais segurança para considerar os achados clínicos com a idade, sexo, associação de sintomas, tempo de evolução e outros dados. A publicação está disponível para acesso no site do Ministério da Saúde.

Os cânceres em crianças apresentam crescimento rápido, por isso é muito importante que, para a obtenção de melhores resultados, ocorra o diagnóstico precoce e o ágil encaminhamento para início de tratamento. “O que dificulta, em muitos casos, a suspeita e o diagnóstico do câncer nas crianças e nos adolescentes é o fato dos sinais e sintomas serem comuns a outras doenças. Em alguns casos, as famílias recorrem à assistência médica várias vezes,  e o paciente pode ser diagnosticado já com doença avançada”, explicou o secretário Francisco Figueiredo. Segundo ele, esta situação acaba exigindo um tratamento mais intensivo, além do comprometimento do resultado.

Entre os sintomas de câncer em crianças estão: palidez, hematomas, sangramento, dor óssea, perda de peso inexplicada, caroços ou inchaços, alterações oculares, inchaço abdominal, dores de cabeça persistente, vômitos e dor em membro, inchaço sem trauma.

Dados do INCA, instituto que vinculado ao Ministério da Saúde, mostram que a mortalidade por câncer entre crianças e adolescentes no Brasil está estável, sendo, atualmente, a primeira causa de morte por doença na faixa etária de 1 a 19 anos. Os tipos de cânceres infanto-juvenis mais comuns são as leucemias, seguidos dos linfomas (gânglios linfáticos) e dos tumores do sistema nervoso central (conhecidos como cerebrais). O número de óbitos por câncer nesta faixa etária é menor apenas do que o de causas externas, como os acidentes e violência. No Brasil, o câncer infanto juvenil responde por 3% de todos os tipos de câncer.

Estimativas indicam que, em 2016, ocorreram cerca de 12.600 casos novos de câncer em crianças e adolescentes até os 19 anos. As regiões Sudeste e Nordeste teriam apresentado os maiores números de casos novos, 6.050 e 2.750, respectivamente, seguidas pelas Regiões Sul (1.320 casos novos), Centro-Oeste (1.270 casos novos) e Norte (1.210 casos novos).

CAMPANHA - Durante a cerimônia desta sexta-feira, o INCA também lançou a campanha do Dia Mundial do Câncer 2017 que tem como o mote: “Nós Podemos Eu Posso". A frase foi sugerida pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), para ser trabalhada entre os anos de 2017 e 2018. A campanha - que envolve ações nas redes sociais, cartazes e folhetos - vai incentivar um conjunto de ações individuais e coletivas para promover a prevenção do câncer.

CÂNCER INFANTIL – O INCA e o Ministério da Saúde (MS) lançaram, também, a publicação Incidência, Mortalidade e Morbidade Hospitalar por Câncer em Crianças, Adolescentes e Adultos jovens no Brasil: Informações dos registros de câncer e do sistema de mortalidade, que traça, pela primeira vez, um panorama do câncer em adolescentes e adultos jovens (15 a 29 anos) no Brasil.

O câncer foi, no período de cinco anos (2009 a 2013), a principal causa de morte por doença neste grupo etário e a segunda causa geral atrás apenas de “causas externas” (acidentes e mortes violentas de diferentes tipos). No período, ocorreram 17.527 mortes por câncer no grupo de 15 a 29 anos (5% de todos os óbitos no grupo).  A publicação toma por base as informações de 25 Registros de Câncer de Base Populacional (incidência), o Sistema de Informação sobre Mortalidade/Ministério da Saúde (mortalidade) e os 271 Registros Hospitalares de Câncer (morbidade hospitalar).

O trabalho do INCA/MS indica que a taxa média de mortalidade por câncer de adolescentes e adultos jovens (15 a 29 anos) foi de 67 por 1 milhão, no período de 2009 a 2013. Uma boa notícia é que essa taxa está estável nos últimos anos.

Em relação à incidência de câncer, a publicação aponta que a média no Brasil entre as pessoas de 15 a 29 anos foi de 236 casos/milhão. A taxa é bem superior à verificada em crianças de 0 a 14 anos de 127/milhão, mas inferior às dos principais tipos de câncer em adultos. O câncer em adolescente e adultos jovens, assim como em crianças, é classificado como “raro”.

O estudo indica que os tumores mais frequentes em adolescentes e adultos jovens são os carcinomas (34%), linfomas (12%) e tumores de pele (9%).  O câncer em crianças, adolescentes e adultos jovens é considerado uma doença rara, mas é a principal causa de morte por doença neste grupo etário.

CÂNCERES MAIS COMUNS - As regiões mais frequentes dos carcinomas em adolescentes e adultos jovens são no trato geniturinário (taxa de incidência de 24,83/milhão), tireoide (14,18/milhão), mama (12,46/milhão) e cabeça e pescoço (4,57/milhão), aponta o estudo.

O câncer de colo do útero é o de maior incidência em mulheres nesta faixa de 15 a 29 anos, o desenvolvimento da doença está diretamente ligado à infecção pelo HPV, transmitido na relação sexual. Desde a incorporação da vacina no Calendário Nacional de Vacinação, em 2014, 5,82 milhões de meninas, na faixa etária de 9 a 14 anos, já foram imunizadas. A ampliação da vacina para menino passa a valer a partir desse ano.

NOVA ALA - Com a presença do secretário Francisco Figueiredo, o INCA reinaugurou a Unidade de Internação Pediátrica, que passou por uma reforma para adequação e ambientação. O período de tratamento do câncer pediátrico varia de seis meses a dois anos, o que requer algumas internações neste período. O novo espaço da Pediatria oferece aos pacientes pediátricos um ambiente mais acolhedor, humanizado e adequado à realidade das crianças e adolescentes.

Uma das inovações foi a criação da sala de acolhimento, reservada para o profissional da assistência receber pacientes e seus familiares. A sala oferece o conforto e privacidade para que as conversas ocorram de forma individualizada. Composta por dois leitos, a unidade de cuidados intermediários (UCI) recebe pacientes em condições clínicas que requerem mais atenção e estão em transição entre a enfermaria e a unidade de cuidados intensivos pediátrica (UTIP). A obra, que custou cerca de R$ 1,8 milhão, contou com o apoio da Fundação do Câncer e foi custeada a partir de doações de ONGs e pessoas físicas e jurídicas.

Por Carolina Valadares, da Agência Saúde


DEFENSIVOS FITOSSANITÁRIOS

PL 6299/02 - REGULA DEFENSIVOS FITOSSANITÁRIOS
55ª Legislatura - 3ª Sessão Legislativa Ordinária

PAUTA DE REUNIÃO ORDINÁRIA EM 15/2/2017   - C O N F I R M A D A
Deliberação de requerimentos apresentados até às 18h00 da véspera da reunião.

Requerimentos
1 - REQ 46/2017 PL629902 => PL 6299/2002 - da Sra. Tereza Cristina - (PL 6299/2002) - que "requer realização de audiência pública no âmbito desta Comissão Especial, para debater o registro de defensivos para "minor crops", sendo convidado Alan Norden, Diretor Executivo de Registro e Avaliações da Autoridade Australiana de Pesticidas e Medicamentos Veterinários".


Projeto transforma em lei o direito do paciente hospitalar a acompanhante

Tramita na Câmara dos Deputados projeto de lei (PL 4996/16) que dá direito a acompanhante para todos os usuários de serviços de saúde públicos ou privados, como hospitais e clínicas, pelo tempo da internação ou atendimento. O acompanhante será pessoa de livre escolha, havendo a possibilidade de revezamento.

O projeto é de autoria da senadora Ana Amélia (PP-RS) e já foi aprovado no Senado. O texto altera a Lei 8.080/90 (Lei Orgânica do Sistema Único de Saúde). Hoje, a lei assegura o direito a acompanhante apenas em caso de internação e somente para alguns segmentos da população: crianças e adolescentes, mulheres grávidas e no pós-parto, pessoas com deficiência e idosos.

“A presença de visitantes e de acompanhantes nos serviços de saúde mantém a inserção social do paciente”, afirma Ana Amélia.

Segundo ela, a proposta acompanha a Política Nacional de Humanização, criada em 2003 pelo governo federal, e a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, aprovada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) em 2009.

Condições adequadas
A proposta da senadora encarrega o serviço de saúde de proporcionar as condições adequadas para a permanência do acompanhante. Obriga ainda a garantia de “visita aberta” e diária, com possibilidade de revezamento. O texto define visita aberta como “aquela cujo horário é ampliado de modo a permitir o contato do usuário com sua rede sócio-familiar.”

Quando houver impossibilidade da visita ou acompanhamento, uma justificativa deve ser anotada no prontuário e a cópia disponibilizada para os que se virem privados do direito. 

Tramitação

O projeto tramita em caráter conclusivo nas comissões de Seguridade Social e Família; e Constituição e Justiça e de Cidadania.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Janary Júnior
Edição – Natalia Doederlein

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias



CÂMARA DOS DEPUTADOS - Agenda da próxima semana

SEGUNDA-FEIRA (13)
14 horas - Plenário
Sessão de debates.
Plenário Ulysses Guimarães

TERÇA-FEIRA (14)
11 horas - Colégio de Líderes
Reunião para discutir a pauta da semana e a escolha dos presidentes das comissões permanentes.
Gabinete da Presidência da Câmara
14 horas - Comissão Especial sobre a Reforma Política 
Reunião para ajustes no plano de trabalho do relator; e deliberação de requerimentos.
Plenário 14
14 horas  - Comissão Especial sobre a Reforma da Previdência (PEC 287/16) 
Reunião para definição do plano dos trabalhos; e deliberação dos requerimentos.
Plenário 1
14h30 - CPI sobre a Lei Rouanet
Depoimento de Zuleica Amorim, irmã do presidente do Grupo Bellini Cultural, Antônio Carlos Bellini, que é investigado por fraudes na captação de recursos públicos por meio da Lei Rouanet.
Plenário 8
14h30 - Comissão Mista sobre a MP 751/16
Medida provisória que cria o programa Cartão Reforma, com o objetivo de subsidiar a aquisição de materiais de construção destinados à reforma, à ampliação ou à conclusão de imóveis de famílias de baixa renda.
Audiência pública interativa com transmissão ao vivo e participação popular em http://senado.leg.br/ecidadania
Foram convidados representantes do Ministério das Cidades; da Agência Goiana de Habitação (Agehab); da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic); da Confederação Nacional dos Municípios; e da prefeitura de Salvador (BA).
Plenário 6 da ala Nilo Coelho, no Senado
14h30 - Comissão Especial sobre Código de Processo Penal (PL 8045/10) 
Audiência pública para debater o tema.
Foram convidados o professor de Criminologia da Universidade de São Paulo (USP) Maurício Setegemann Dieter; o secretário do Instituto Brasileiro de Direito Processual Penal (Ibraspp), André Machado; a representante da Rede Justiça Criminal, Flávia Rahal; e o presidente da Associação de Juízes para a Democracia (AJD), André Bezerra.
Plenário 3
14h30 - Comissão Especial sobre a Reforma Trabalhista (PL 6787/16) 
Eleição do segundo e do terceiro vice-presidentes; definição do roteiro de trabalho; e deliberação de requerimentos.
Plenário 13
14h30 - Comissão Especial sobre o Regime Penitenciário de Segurança Máxima (PL 7223/06) 
Definição do plano de trabalho da comissão; e votação de requerimentos.
Plenário 9
15 horas - Comissão Especial Escola sem Partido (PL 7180/14)
Audiência pública.
Foram convidados o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Rodrigo Jungmann; o reitor do Colégio Pedro II, Oscar Halac; o fundador do Movimento Escola sem Partido, Miguel Nagib; e o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Heleno Araújo Filho.
Plenário 10
16 horas -  Votações em Plenário
A pauta inclui, entre outros itens, projetos de combate à violência contra mulheres e crianças; e a reabertura de prazo para regularização de ativos no exterior (PL 6568/16).
Plenário Ulysses Guimarães

QUARTA-FEIRA (15)
8h30 - Frente Parlamentar Ambientalista
Café da manhã para abertura dos trabalhos da frente.
Restaurante do 10º andar do anexo 4
14 horas - Comissão Mista sobre a MP 747/16
Medida provisória sobre o processo de renovação do prazo das concessões e permissões dos serviços de radiodifusão.
Apreciação de relatório do deputado Nilson Leitão (PSDB-MT).
Plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado
14h30 - Comissão Mista sobre a MP 751/16
Medida provisória que cria o programa Cartão Reforma, com o objetivo de subsidiar a aquisição de materiais de construção destinados à reforma, à ampliação ou à conclusão de imóveis de famílias de baixa renda.
Audiência pública interativa com transmissão ao vivo e participação popular em http://senado.leg.br/ecidadania
Foram convidados representantes da Casa Civil da Presidência da República; da Caixa Econômica Federal; da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco); da Frente Nacional de Prefeitos (FNP); e do Fórum Nacional pela Reforma Urbana.
Plenário 6 da ala Nilo Coelho, no Senado
14h30 - Comissão Especial Escola sem Partido (PL 7180/14)
Audiência pública sobre o tema.
Foram convidados a professora titular do Departamento de Fundamentos da Educação da PUC-SP, Madalena Guasco; e a professora e palestrante sobre o tema Doutrinação Ideológica, Ana Caroline Campagnolo.
Plenário 7
14h30 - Comissão Especial que Regula Defensivos Fitossanitários (PL 6299/02) 
Votação de requerimentos.
Plenário a definir
16 horas - Votações em Plenário
Proposições remanescentes do dia anterior.
Plenário Ulysses Guimarães

QUINTA-FEIRA (16)

9 horas - Votações em Plenário
Proposições remanescentes do dia anterior.
Plenário Ulysses Guimarães
9h30 - Liderança do PT
Seminário “Nenhum direito a menos na Previdência”.
Foram convidados a economista Laura Tavares e o ex-ministro da Previdência Social Carlos Eduardo Gabas.
Local a definir

SEXTA-FEIRA (17)
9 horas - Plenário
Sessão de debates.
Plenário Ulysses Guimarães



FIOCRUZ REALIZA TRANSMISSÃO DE CARGO DA PRESIDENTE EM CLIMA DE GRANDE FESTA

“Ao longo de sua trajetória de quase 117 anos, nossa instituição vem contribuindo para promover a saúde dos brasileiros e dos países com os quais cooperamos. Esse compromisso eu reafirmo aqui. Na singularidade da minha experiência profissional eu encontrei na Fiocruz uma escola que traz em sai a valorização da ciência como parte de um projeto civilizatório. Ampliar as conquistas sociais faz parte do ideário dos que buscam promover a ciência e a saúde como base para a efetivação dos direitos de cidadania. Este é o grande compromisso do meu mandato. Um mandato que, faço questão de dizer, estará a serviço da sociedade brasileira, da participação entre os povos, pela paz, pelos direitos, pela equidade e pela soberania”.

Nísia é a primeira mulher e socióloga na Presidência da Fundação Oswaldo Cruz (Fotos: Peter ilicciev)
 
Com estas palavras, a nova presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, recebeu o cargo das mãos do ex-presidente Paulo Gadelha (gestões 2009-2012/2013-2016), em cerimônia realizada nesta sexta-feira (10/2), em Manguinhos, no Rio de Janeiro. O evento que levou cerca de mil pessoas a Praça Pasteur, ao lado do histórico Castelo Mourisco, contou com a participação de diversas autoridades da Saúde, da Ciência e da política brasileira, que expressaram seu apoio à primeira mulher e socióloga a comandar a Fundação Oswaldo Cruz.

Nomeada pelo presidente da República, Michel Temer, em decreto publicado no Diário Oficial da União do dia 4 de janeiro, para a gestão 2017-2020, Nísia Trindade Lima foi a candidata mais votada nas eleições internas da Fiocruz, realizadas em novembro de 2016, com 59,7% dos votos em primeira opção. Em discurso emocionado durante a cerimônia, Nísia homenageou gestores e pesquisadores da Fiocruz, em especial as mulheres, com quem conviveu desde que ingressou na Fundação em 1987. A presidente agradeceu o apoio de todos e reafirmou sua responsabilidade com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), diante das graves ameaças à saúde da população brasileira.

“Quando ingressei aqui como pesquisadora, eu participei da construção de um projeto institucional democrático, tendo uma visão da Saúde como parte de um processo de desenvolvimento econômico e social da conquista da cidadania. Nos últimos anos, a instituição cresceu, diversificou-se e ampliou seu papel na indução e implantação de políticas nos campos social e científico. Represento um projeto que reconhece o legado das gestões anteriores e reafirmo o valor da Fiocruz como instituição estratégica do Estado. Identifico-me com a perspectiva de seus fundadores, de articular o desenvolvimento científico e tecnológico com as necessidades do país”, afirmou Nísia Trindade Lima.

"A Fiocruz é uma instituição estratégica do estado brasileiro", afirmou Paulo Gadelha

Com um discurso emocionado, que mesclou recordações pessoais e depoimentos de sua trajetória profissional, Paulo Gadelha se despediu do cargo de presidente da Fiocruz, após oito anos de mandato. Em sua fala, muitos agradecimentos à família, aos companheiros de jornada, aos parlamentares que tornaram possíveis tantas conquistas à frente da Presidência da Fundação, aos amigos e a outras personalidades de destaque na história da Saúde Pública do Brasil. Gadelha também fez questão de reforçar o papel pioneiro da Fiocruz, tanto na área da ciência, quanto na de cidadania. “Enxergar longe no tempo e no espaço continua sendo uma característica deste sítio”, disse. “A Fiocruz é uma instituição estratégica do estado brasileiro. Não existe experiência exitosa de desenvolvimento que tenha rescindido do Estado, e a Fiocruz é uma instituição exemplar que comprova essa tese”, complementou.

Ao transmitir oficialmente o cargo, o ex-presidente se utilizou de testemunhos de amigos para descrever Nísia. “Antonio Ivo, coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, disse uma coisa que me tocou: a Nísia inspira a gente”, contou. Gadelha também repetiu para sua sucessora palavras ditas pelo diretor do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz) e também ex-presidente da Fundação, Paulo Buss. “A Nísia leva com ela ternura, firmeza, capacidade intelectual e capacidade de gestão”. Sob aplausos e olhares atentos de uma plateia lotada e bastante animada, Paulo Gadelha afirmou que a Fiocruz está em excelentes mãos. “Isso para mim é um sentido também de realização. Eu sei que todo esse projeto, tudo o que nós brigamos por tanto tempo, não foi jogado fora”, finalizou.

Autoridades prestigiam a nova presidente da Fundação
A representante da Associação de Pós-Graduandos (APG), Maria Fantinatti, falou do quadro de dificuldades enfrentadas pelos estudantes com a crise na gestão do Estado, do atraso no pagamento das bolsas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), e dos cortes nos recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ela desejou sucesso para a nova presidente. “Esperamos que tenha garra, força e sabedoria nesse momento difícil para a ciência no Brasil como um todo”, disse, prestando solidariedade. “Nós, estudantes, brigaremos contra epidemias, crises políticas e crises financeiras”, discursou Maria, que ressaltou a importância da união entre servidores, estudantes e representantes do governo na busca de melhoria da saúde e da qualidade de vida para a população. 

Logo em seguida, a ativista Norma Maria de Souza, do Projeto Marias, iniciou suas colocações afirmando sentir-se em casa na Fiocruz. “A Fundação é como a minha mãe. É uma instituição acolhedora, sem muros, sem preconceitos e que está aberta a todos, sobretudo aos que mais precisam. Aqui nós somos protagonistas da nossa história”, afirmou. O Marias é um projeto que nasceu em Manguinhos (bairro onde está instalado o campus principal e a sede da Fundação) para empoderar mães e parentes de crianças com deficiência e necessidades especiais e que, desde o início, recebe o apoio da Fiocruz e do Sindicato dos Trabalhadores da instituição (Asfoc-SN). “Estou aqui representando os moradores das muitas comunidades do entorno da Fundação, das quais já morei em várias. Queremos estreitar cada vez mais a relação com a instituição e vim trazer o meu abraço, o meu incentivo e os meus parabéns para a doutora Nisia”, destacou Norma.

Presidente da Asfoc-SN, Justa Helena Franco destacou o modelo democrático e participativo “único e estratégico” da Fiocruz. “É um modelo complexo que demanda a integração de unidades diversificadas, em áreas que passam pela pesquisa, ensino, produção, assistência, comunicação, potencializando uma visão global, científica e tecnológica e política da questão de Saúde Pública”. Justa também ressaltou a participação dos trabalhadores da Fiocruz no processo de eleição e posse da nova presidente e garantiu a mobilização do sindicato para os novos desafios em pauta. “Nós reafirmamos que queremos uma Fiocruz forte para um SUS forte.”

Falando em nome do presidente da Academia Nacional de Medicina (ANM), Francisco Sampaio, o ex-presidente e atual chefe do Cris/Fiocruz, Paulo Buss, discursou sobre o engajamento da ANM na defesa do SUS e da ciência e tecnologia nacionais. “Em um país com essa brutal desigualdade de renda, não há como o SUS não ser inclusivo. Existem muitos interessados em atacar o SUS, mas quando ele é chamado, responde. Existem milhares de exemplos de avanços impressionantes, da atenção primária à mais complexa”, afirmou Buss. ”Em nome da ANM, quero assegurar a certeza de que Nísia Trindade, com sua serenidade e firmeza características, atuará para o avanço desta conquista tão importante na história do país e da instituição”.

O governador do Ceará, Camilo Santana, fez uma viagem bate-volta para prestigiar a posse de Nísia. “Vim agradecer à Fiocruz pelo crucial papel que desempenha para a saúde, a ciência e a tecnologia nacionais. Esta é uma instituição que trabalha firme na ampliação da justiça social e com a qual o Ceará está desenvolvendo uma importante parceria, já que em breve vamos inaugurar uma unidade da Fundação em Eusébio, município vizinho a Fortaleza. Será um polo de desenvolvimento social e tecnológico”, observou o governador. 

“Estamos felizes de ter participado da defesa do processo interno e democrático dessa instituição. A Fiocruz se tornou nos últimos meses um ponto de referência para todas as entidades brasileiras, reunindo várias instituições em uma grande frente em defesa da democracia, e da ciência, tecnologia e inovação”, afirmou Otávio Velho, presidente de honra da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Em seguida, o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Ronald Ferreira dos Santos, evocou a centenária história da Fiocruz, para a partir dela apontar um caminho para o futuro da Saúde Pública nacional. “Nas origens desta instituição, na Cavalariça [ao lado do palco da cerimônia] se produziam antídotos contra o que envenenava o povo brasileiro. E o Brasil hoje novamente vive um susto que ameaça toda sua população – sobretudo sua democracia, sua soberania e suas populações mais vulneráveis”, disse Santos. “Desde aquela época, a Fiocruz representa a capacidade de produção de soluções para o país. Ela guarda os antídotos ao fim da democracia, à ruptura da proteção social e à nossa capacidade produtiva. O fato de estarmos reunidos para saudar Nísia é símbolo de nossa capacidade de resistir. Resistiremos e superaremos”.

Representando o Conselho Superior da Fiocruz, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, foi o orador seguinte, fazendo uma reflexão político-existencial relacionada à pesquisa e à saúde pública, que contrapôs a ideologias individualistas e autocentradas. “Estamos saindo da era do egoísmo e do individualismo, em que meta de cada um não é ser, mas ter”, afirmou. “Aqui no meio científico, todos os dias vocês nos dão exemplos de solidariedade. Solidariedade porque, vocês sabem, não há pesquisa isolada. E também porque se é solidário com o resultado do trabalho, para conferir à sociedade um maior bem-estar e, ao outro, um maior prazer de viver”.

Penúltimo convidado externo a discursar, o Secretário Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Luiz Antônio Teixeira Júnior, fez uma elegia à Fiocruz, instituição que, em suas palavras, “se iniciou aqui, para se espalhar para todo o país”. “Ninguém no país terá capacidade para barrar a Fiocruz”, disse Luizinho, como o Secretário é conhecido. “A saúde pública do país precisa da Fiocruz. Ela não é o maior polo de pesquisa e produção e saúde pública do Brasil; ela é o maior polo salvador de vidas do Brasil. Só tenho a agradecer à parceria entre a Secretaria de Saúde e a Fiocruz. Quanto ao SUS, é ainda um jovem. Nesses 28 anos, ele já se desenvolveu e se desenvolverá muito mais”.

Para finalizar, representando o ministro da Saúde, o secretário de Atenção à Saúde (SAS) do Ministério da Saúde, Francisco de Assis de Figueiredo, afirmou que a pasta confia na competência de Nísia para a construção de uma Fiocruz forte diante dos desafios. Figueiredo saudou e lembrou do trabalho importante de ex-ministros da Saúde presentes no evento, assim como do ex-presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha. “A Fundação é estratégica na assistência farmacêutica, na vigilância e em várias outras áreas extremamente importantes. O Ministério da Saúde acredita na grande competência desta instituição e em sua consolidação como peça fundamental do SUS”, concluiu.

Atividades culturais animam cerimônia
Composta por Caetano Veloso, a música Alegria, alegria foi a escolhida pelo Coral Fiocruz para abrir a cerimônia de transmissão de cargo de presidente da Fiocruz. Com regência de Paulo Malagutti e coordenação de Maria Clara Barbosa, o Coral também cantou o Hino Nacional Brasileiro durante a solenidade. 

Logo em seguida, um Ato Ecumênico reuniu diversas lideranças religiosas. Estiveram presentes no evento: mãe Beata de Iyemonjá, Iyalorixá do Camdomblé; Maria das Graças de Oliveira Nascimento, do Movimento Inter-religioso do Rio de Janeiro; Rafael Soares de Oliveira, Ogan do terreiro da Casa Branca; o diácono Marcio Galvão, representante da Arquidiocese do Rio de Janeiro; o pastor José Roberto, representante da Igreja Evangélica; Renato Rodrigues, da Comissão de Combate a Intolerância Religiosa; o babalawo Ivanir dos Santos; Fabiane Gaspar, do Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro; Og Sperle, da União Wicca do Brasil; Sheique Mohammad Mahdi, do Centro Cultural Iman Hussein; Fátima Damas, presidente da Congregação Espírita Umbandista do Brasil; a babalorixá Elisa de Yansã, do Ilê Axé Efon; e Patrícia Tolmasquim, da Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro.     

Ato Ecumênico abre a cerimônia de transmissão de cargo de presidente da Fiocruz. 

 A encenação de um trecho da peça teatral A vida de Galileu, de Bertolt Brecht, com direção de Daniel Herz e João Marcelo Pallotino e produção de Geraldo Casadei, também foi destaque da cerimônia de transmissão de cargo. A encenação foi uma homenagem ao ex-presidente Sergio Arouca e aos dez cientistas cassados pela Ditadura de 1964, no episódio conhecido como “Massacre de Manguinhos”. Em 1986, durante cerimônia para reintegração dos cientistas afastados, Arouca organizou uma encenação da mesma peça de Brecht, em Manguinhos, com os atores Claudio Corrêa e Castro, Antônio Pedro e Paulo José.

Bateria da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira encerra cerimônia. 

No encerramento da cerimônia, os convidamos contaram com o som da bateria da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira e, logo após, do bloco Discípulos de Oswaldo. Durante todo o evento, os participantes também puderam conferir o trabalho do grafiteiro Nicolau Mello, que desenhou um painel em homenagem as mulheres na ciência. 

Grafiteiro Nicolau Mello desenha painel em homenagem as mulheres na ciência.

 *Colaboraram na produção deste texto: André Costa, Claudia Lima, César Guerra Chevrand, Erika Farias, Leonardo Azevedo, Renata Moehlecke e Ricardo Valverde. 

Edição: César Guerra Chevrand e Renata Moehlecke.


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