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segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Febre amarela: risco se aproxima e Ministério alerta para a vacinação


O período de maior transmissão da febre amarela é de dezembro a março. Regiões metropolitanas do RJ, MG e SP estão entre as áreas sob risco de infecção



A população que mora em áreas recomendadas para a vacina da febre amarela deve buscar a vacinação antes do início do verão, período de maior risco de transmissão da doença. O alerta do Ministério da Saúde se dá porque áreas recém-afetadas e com grande contingente populacional, como as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Minas Gerias e São Paulo, ainda possuem um quantitativo elevado de pessoas não vacinadas, ou seja, que estão sob risco de adoecer. A doença tem alta letalidade, em torno de 40%, o que torna a situação mais grave.
Itens relacionados

Desde o surto registrado em dezembro de 2017, a vacinação para febre amarela foi ampliada para 4.469 municípios. Isso se deu, a partir da inclusão de 940 cidades localizadas principalmente nas proximidades das capitais e áreas metropolitanas das regiões Sudeste e Sul do Brasil, onde houve evidência da circulação viral. A cobertura vacinal deve ser de, no mínimo, 95% da população.

“Precisamos garantir que, principalmente nos municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde aconteceram muitos casos nos dois últimos anos, haja uma vacinação preventiva antecipando ao período de verão, quando tradicionalmente há uma maior circulação do vírus”, explica Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações.


A vacina contra febre amarela é ofertada no Calendário Nacional de Vacinação e distribuída mensalmente aos estados. Neste ano já foram enviados, para todo o país, 30 milhões de doses da vacina de febre amarela. Apesar dessa disponibilidade, há uma baixa procura da população pela vacinação. As pessoas devem tomar a dose pelo menos 10 dias antes do deslocamento para as áreas recomendadas.

“A necessidade dessa vacinação preventiva é fundamental na febre amarela porque se a maioria da população dessas áreas recomendadas estiver vacinada, quando houver o pico da doença em dezembro, a necessidade será apenas de um bloqueio vacinal e não veremos correria e enormes filas em busca da vacina”, afirma Carla Domingues.

O público-alvo para vacinação são pessoas a partir de nove meses de idade, que não tenham comprovação de vacinação. “Convocamos a todos da faixa etária das áreas recomendadas a buscarem as salas de vacinação. Não adianta vacinar um grupo e outro não, já que a febre amarela é uma doença transmitida por um mosquito infectado e ele pode picar qualquer pessoa. Não devemos esperar pelo aparecimento da doença”, enfatiza Carla Domingues.

Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema de dose única da vacina, conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde, respaldada em estudos que asseguram que uma dose é suficiente para a proteção por toda a vida. 


NÚMEROS FEBRE AMARELA
Segundo o novo boletim epidemiológico, de 1º de julho a 8 de novembro deste ano, foram notificados 271 casos humanos suspeitos de febre amarela, dos quais 150 foram descartados, 120 permanecem em investigação e 1 foi confirmado. Também neste período, foram notificadas 1.079 epizootias em primatas não humanos. O novo período de monitoramento é de 1º de julho de 2018 a 30 de junho de 2019. Os dados evidenciam a manutenção da circulação viral no período de baixa ocorrência (junho a setembro), quando as baixas temperaturas e pluviosidade geralmente implicam em condições menos favoráveis à transmissão.

O boletim ainda traz a confirmação do primeiro óbito por febre amarela no segundo semestre deste ano. O caso foi registrado em São Paulo, com local provável de infecção no município de Caraguatatuba, onde casos em macacos (epizootias) haviam sido detectados meses antes da ocorrência do caso. Neste novo período de monitoramento também foram registradas epizootias em macacos nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso, onde ações de vigilância estão em curso.


Diante disso, o Ministério da Saúde alerta a rede de serviços de saúde de vigilância epidemiológica e ambiental para antecipar a resposta e prevenir a ocorrência da doença em humanos. Entre as orientações para a intensificação da vigilância, estão: avaliar as coberturas vacinais nos municípios da Área com recomendação de Vacina (ACRV) e vacinar pessoas a partir de 9 meses de idade antes do período sazonal da doença; orientar viajantes com destino à ACRV sobre a importância da vacinação preventiva (pelo menos 10 dias antes da viagem), sobretudo aqueles que pretendem realizar atividades em áreas silvestres ou rurais; sensibilizar instituições e profissionais dos setores de saúde e extra saúde (meio ambiente, agricultura/pecuária, entre outros) sobre a importância da notificação e investigação da morte em macacos.

No período de monitoramento anterior (de 1º de julho de 2017 a 30 de junho de 2018), foram confirmados 1.376 casos de febre amarela no país e 483 óbitos. Ao todo, foram notificados, neste período, 7.518 casos suspeitos, sendo que 5.364 foram descartados e 778 continuam em investigação. Desde o início do ano (de 1º de janeiro a 8 de novembro), foram confirmados 1.311 casos de febre amarela no país e 450 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram notificados 795 casos e 262 mortes.


Da Agência Saúde, Nivaldo Coelho


Comissão Organizadora da Conferência Nacional se reúne em Brasília


Etapas locais estão na reta final, etapas distritais começam a ser realizadas.

Integrantes da Comissão Organizadora da 6ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (CNSI) fizeram sua quinta reunião na sede da Sesai (edifício PO 700, sub-sede do Ministério da Saúde em Brasília). O encontro foi estruturado a partir do trabalho das Comissões de Comunicação e Informação, de Relatoria e de Infraestrutura, formadas a partir de trabalhadores de todo o Brasil.

A principal novidade da reunião foi uma proposta de programação para a etapa nacional. A próxima reunião da Comissão Organizadora está marcada para o dia 4 de dezembro, também na sala de reuniões da sede da Sesai.

Até agora já foram realizadas 211 etapas locais, o que representa 70% das 298 etapas programadas. O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Araguaia começou, também no dia 6, a primeira etapa distrital da 6ª CNSI. Ao todo serão 33 etapas distritais realizadas até o fim deste ano pelos 34 DSEI.

As etapas distritais devem eleger cerca de dois mil delegados e delegadas para representarem suas comunidades na etapa nacional da Conferência, que será realizada em maio de 2019, em Brasília. Estarão representadas 305 etnias, que correspondem a uma população de 817.963 indígenas e que falam 274 línguas diferentes.

A 6ª CNSI tem como tema a PNASPI: “Política Nacional de Atenção aos Povos Indígenas: Atenção diferenciada, Vida e Saúde nas Comunidades Indígenas.” A Conferência pretende dar protagonismo aos povos indígenas do Brasil e será realizada graças a uma parceria entre Sesai, Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde, Funai, Conass e outros parceiros.

Veja na tabela abaixo as datas de cada  etapa distrital da 6ª CNSI.
DATA
DSEI
MUNICÍPIO
06/11 a 08/11/2018
ARAGUAIA
São Félix do Araguaia - MT
21/11 a 23/11/2018
XINGU/MT
Canarana - MT
22/11 a 24/11/2018
YANOMAMI/RR
Cantá - RR
26/11 a 29/11/2018
POTIGUARA/PB
Conde - PB
26/11 a 30/11/2018
KAYAPÓ DO PARÁ/PA (ind
Redenção - PA
27/11 a 30/11/2018
PERNAMBUCO
Recife - PE
27/11 a 30/11/2018
CEARÁ
Fortaleza - CE
03/12 a 07/12/2018
MATO GROSSO DO SUL
Campo Grande - MT
04/12 a 06/12/2018
INTERIOR SUL-SC(SP,PR,RS)
A DEFINIR
04/12 a 06/12/2018
TOCANTINS
Palmas - TO
04/12 a 06/12/2018
ALTO RIO SOLIMÕES/AM
Tabatinga - AM
05/12 a 07/12/2018
MARANHÃO
São Luís - MA
06/12 a 07/12/2018
RIO TAPAJÓS/PA
Aldeia Karapanatuba
10/12 a 12/12/2018
ALTAMIRA/PA
Altamira - PA
10/12 a 12/12/2018
LESTE RORAIMA/RR
Alto Alegre - RR
11/12 a 13/12/2018
MINAS GERAIS E ESPIRITO SANTO
Governador Valadares/MG
11/12 a 13/12/2018
BAHIA
Salvador - BA
11/12 a 13/12/2018
CUIABÁ/MT
Cuiabá – MT
11/12 a 14/12/2018
ALAGOAS E SERGIPE
Delmiro Golveia - AL
11/12 A 14/12/2018
MÉDIO RIO SOLIMÕES E AFLUENTES
Tefé - AM
12/12 a 14/12/2018
PORTO VELHO/RO
Ariquemes - RO
12/12 a 14/12/2018
GUAMÁ TOCANTINS/PA
Belém - PA
14/12 a 16/12/2018
ALTO RIO NEGRO/AM
São Gabriel da Cachoeira – AM
17/12 a 21/12/2018
KAYAPÓ MATO GROSSO/MT
Colider - MT
17/12 a 21/12/2018
XAVANTE/MT
Primavera do Leste - MT
17/12 e 18/12/2018
MÉDIO RIO PURUS/AM
Canutama - AM
18/12 a 20/12/2018
ALTO RIO PURUS/AC
Rio Branco - AC
18/12 a 20/12/2018
AMAPÁ E NORTE DO PARÁ
Macapá - AP
18/12 a 20/12/2018
LITORAL SUL-PR(SP,RJ,SC,RS)
Curitiba - PR
19/12 a 21/12/2018
VILHENA/RO
Cacoal - RO
19/12 a 21/12/2018
MANAUS/AM
Manaus - AM
19/12 a 21/12/2018
ALTO RIO JURUÁ/AC
Cruzeiro do Sul
19/12 a 21/12/2018
PARINTINS/AM
Parintins - AM
19/12 a 21/12/2018
VALE DO JAVARI/AM
Atalaia do Norte - AM
Por Nucom/SESAI


Estudo realizado desde 2006 confirma alta predominância do diabetes no Brasil


Dos 15 mil participantes da pesquisa, 15% a 20% desenvolveram a doença nos últimos 12 anos

O diabetes é uma das doenças de maior predominância na população brasileira. A afirmação vem dos dados que o Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (projeto Elsa-Brasil) coleta desde 2006. Recentemente, o projeto adotou um novo software de controle de dados, o que permitiu entender melhor o perfil da população brasileira.

No caso do diabetes, os resultados mais recentes mostram que entre 15% e 20% dos cerca de 15 mil participantes do projeto já desenvolveram a doença. O projeto tem como objetivo investigar o desenvolvimento e os fatores de risco para as principais doenças crônicas não transmissíveis e presentes na vida da população entre 35 e 74 anos.

De acordo com Bruce Duncan, vice-coordenador do Centro de Investigação do Elsa-Brasil no Rio Grande do Sul, as doenças cardiovasculares e o diabetes passaram a ganhar mais espaço na coleta de dados devido a uma mudança significativa no perfil epidemiológico brasileiro nas últimas duas décadas. “Se hoje não temos tantas crianças morrendo em decorrência de problemas como a diarreia, como acontecia na década de 1990, as doenças crônicas ficam em evidência, como resultado da maior expectativa de vida da população”, explica.

A coleta das informações tem início a partir de visitas clínicas realizadas a cada quatro anos, onde são feitos exames clínicos e laboratoriais e entrevistas com os participantes do projeto. A primeira série de consultas ocorreu em 2008 e o terceiro ciclo está em andamento, com término previsto para o início de 2019. Um novo ciclo já está sendo cogitado para 2022.


FARMACÊUTICA HYPERA NOTIFICA AO CADE INTENÇÃO DE COMPRA DE ATIVOS DO LABORATÓRIO HERBARIUM


A farmacêutica brasileira Hypera vai adquirir determinados direitos, incluindo a titularidade de registros sanitários, direitos de exploração e uso dos produtos Artroflan e Artrotop, medicamentos isentos de prescrição médica, estudos, testes clínicos, dossiês, drug master file (DMF), informações regulatórias e direitos de propriedade intelectual relacionados com os produtos, detidos pelo laboratório farmacêutico Herbarium, referência em fitomedicina no país. O valor do negócio não foi divulgado.

A operação foi notificada ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para ser analisada. O edital foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (9).

Nos documentos apresentados à autarquia, as empresas afirmam que a aquisição de ativos não gera sobreposição horizontal ou integração vertical.

A Hypera está sendo representada no Cade pelos advogados Juliana Aguinaga Damião Salem e João Paulo Mello de Macedo Costa. O diretor administrativo financeiro da Herbarium, Carlos Alberto Dietrich, está assessorando o laboratório na operação.

 CADE


STF COMEÇA JULGAR ENVOLVIDOS NA MÁFIA DOS SANGUESSUGAS (MÁFIA DAS AMBULÂNCIAS)


Ao julgar o segundo recurso do deputado federal Nilton Capixaba contra sua condenação por corrupção passiva, a 2ª turma do Supremo Tribunal Federal – STF -determinou o início da execução da pena, em regime inicial semiaberto. O parlamentar integrou a chamada Máfia dos Sanguessugas, que desviava recursos de emendas parlamentares destinadas à compra de ambulâncias para prefeituras municipais. A decisão da turma foi unânime acompanhando o relator ministro Gilmar Mendes. (AP 644).

Para quem não sabe e para lembrança dos que acompanharam o caso da Máfia dos Sanguessugas também conhecido como Máfia das Ambulâncias, foi um escândalo de corrupção que estourou em 2006 devido à descoberta de uma quadrilha que tinha como objetivo desviar dinheiro público destinado à compra de ambulâncias. Entre seus principais envolvidos estavam os ex-deputados Ronivon Santiago, Carlos Rodrigues, Cabo Júlio e Cleuber Brandão Carneiro.

Em ofício encaminhado em 30 de novembro de 2004, a Controladoria Geral da União (CGU), finalmente em pleno funcionamento, alertou o então Ministro da Saúde Humberto Costa sobre a existência de uma “quadrilha operando em âmbito nacional” para desviar dinheiro público destinado à compra de ambulâncias. As fraudes em processos licitatórios haviam sido detectadas em municípios fiscalizados pela Controladoria por meio de sorteios. A CGU apontava fragilidade no controle e pedia providências.

Em 4 de maio de 2006 a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Sanguessuga para desarticular o esquema de fraudes em licitações na área de saúde. De acordo com a Polícia, a quadrilha negociava com assessores de parlamentares a liberação de emendas individuais ao Orçamento da União para que fossem destinadas a municípios específicos. Com recursos garantidos, o grupo – que também tinha um integrante ocupando cargo no Ministério da Saúde – manipulava a licitação e fraudava a concorrência valendo-se de empresas de fachada. Dessa maneira, os preços da licitação eram superfaturados, chegando a ser até 120% superiores aos valores de mercado. O lucro era distribuído entre os participantes do esquema. Dezenas de parlamentares foram acusados, entre eles dois capixabas.

Segundo a  Polícia, a organização negociou o fornecimento de mais de mil ambulâncias em todo o País.

Redação Multimídia ESHOJE, por Paulo Cesar Dutra


MS - CONITEC - LANÇA CONSULTA PÚBLICA PARA APROVAÇÃO DO PCDT DA HEPATITE C


Ministério da Saúde, abriu no último dia 9 de outubro a Consulta Pública para aprovação do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Hepatite C e as coinfecções, encerrando o prazo no dia 19 de novembro, incluindo todos medicamentos registrados no brasil. São eles:
  
- Interferon Peguilado
- Ribavirina
- Daclatasvir
- Sofosbuvir
- Viekira Pack© (3D)
- Harvoni® (Ledipasvir / sofosbuvir)
- Zepatier® (Elbasvir / grazoprevir)
- Mavirek ® (Glecaprevir / pibrentasvir)
- Epclusa® (sofosbuvir / velpatasvir)
- Alfaepoetina

Para ler na integra o Protocolo acesse a página http://conitec.gov.br/consultas-publicas mas se somente deseja fazer sua contribuição acesse diretamente o formulário na página http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=43339

Consulta Pública nº68 DOU 08/11/2018

Início: 09/11/2018

Término: 19/11/2018

Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas de Hepatite C e coinfecções

Relatório CONITEC

Contribuições


Faça aqui a sua contribuição

Após a conclusão do processo de avaliação das contribuições e a possível aprovação o Ministério da Saúde deverá convidar os fabricantes para realizar o pregão para compra dos medicamentos, quando serão definidos quais serão os medicamentos adquiridos pelo SUS, não se espera a compra de todos, mas sim dos mais viáveis economicamente.

CONFERÊNCIA EM MADRI DEBATE NOVOS MÉTODOS DE PREVENÇÃO DO HIV


Novos métodos de prevenção do HIV, como a injeção semestral de substâncias capazes de impedir a infecção, foram tema de uma conferência em Madri, na Espanha. Encontro teve a participação do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS).

Durante o evento, especialistas apresentaram inovações para conter o estabelecimento do vírus no corpo humano, mas ressaltaram que técnicas inéditas vão demorar para chegar ao público.

Anel vaginal que libera medicamentos antirretrovirais pode ser nova técnica para prevenir o HIV. Novos métodos de prevenção do HIV, como a injeção semestral de substâncias capazes de impedir a infecção, foram tema de uma conferência em Madri, na Espanha. Encontro teve a participação do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS). Durante o evento, especialistas apresentaram inovações para conter o estabelecimento do vírus no corpo humano, mas ressaltaram que técnicas inéditas vão demorar para chegar ao público.

Uma das tecnologias discutidas foi a profilaxia pré-exposição (PrEP) injetável. A PrEP é o uso de medicamentos antirretrovirais antes do contato com o HIV, o que impede a infecção pelo vírus. Atualmente, quem recorre a esse método precisa tomar comprimidos diariamente. Com o desenvolvimento de uma fórmula capaz de ser consumida via injeção, em intervalos de seis meses, não seria mais necessário se preocupar em esquecer de ingerir os remédios todos os dias.

Outra forma de utilizar a PrEP é por meio de anéis vaginais, que trazem para as mulheres mais controle e autonomia sobre a prevenção. A técnica garante proteção independentemente das escolhas do parceiro.

Mas ambas as inovações estão longe de serem uma realidade concreta na vida das pessoas. Isso porque as pesquisas sobre a PrEP de longa duração só devem apresentar resultados a partir de 2021. Já o anel vaginal, embora esteja sendo analisado para aprovação regulatória pela Agência Europeia de Medicamentos, deverá custar caro quando tiver suas primeiras versões autorizadas.

Realizada entre 21 e 25 de outubro, a conferência também discutiu o uso de anticorpos e de moléculas capazes de imitá-los, atuando como uma barreira ao HIV. Os participantes explicaram que muito progresso foi feito no desenvolvimento desses anticorpos. Os resultados dos testes que mostram sua eficácia devem ser publicados em 2020.

“A ciência nos proporcionou avanços extraordinários em tecnologias para o diagnóstico, tratamento e monitoramento da infecção pelo HIV. Agora, existe uma empolgação real de que, nos próximos anos, ela também nos direcione a ferramentas efetivas e acessíveis de prevenção”, disse o consultor científico, Peter Godfrey-Faussett, durante a conferência, realizada entre 21 e 25 de outubro.

HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis
Outro tema da conferência foi a vulnerabilidade de pessoas que não têm HIV, mas vivem com outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) em áreas afetadas pela epidemia do vírus da AIDS.

As taxas de incidência das principais ISTs bacterianas tratáveis vêm aumentando regularmente. Os índices chegam a níveis alarmantes entre homens gays e outros homens que fazem sexo com homens, bem como entre a juventude das regiões leste e sul da África. O fenômeno é causado em parte pela diminuição do uso de preservativos.

Muitas ISTs não apresentam sintomas e só podem ser diagnosticadas com exames diagnósticos modernos — que são simples, mas ainda muito caros para os países que mais precisam deles. Uma abordagem integrada de prevenção poderia oferecer PrEP para pessoas que não possuem o HIV, mas que têm uma IST e moram em locais com prevalência do vírus da AIDS.

Um dos problemas associados às novas tecnologias de prevenção é o seu custo. A modelagem matemática mostra que esses métodos poderão ter um impacto limitado nas porções leste e sul do continente africano. Isso porque as despesas para evitar uma infecção pelo HIV por meio do anel vaginal com PrEP oscilariam de 10 mil a 100 mil dólares.

Com essa técnica, uma proporção pequena — de 1,5 a 2,5% — das infecções pelo HIV seriam evitadas nos próximos 18 anos no Quênia, Uganda, Zimbábue e África do Sul.

Foto: Flickr (CC)/Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID) ONU



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