Destaques

sábado, 4 de maio de 2019

CRISTO REDENTOR (RJ) VESTE CAMISA DO MOVIMENTO VACINA BRASIL


Nesta sexta-feira (03), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, aciona as luzes no monumento. Um dos objetivos é mobilizar a população para o Dia D de vacinação contra a influenza

Um dos monumentos mais conhecidos mundialmente, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, será iluminado nesta sexta-feira (03/05), com as principais cores do Movimento Vacina Brasil “É mais proteção para todos”. A ação tem o objetivo de alertar a população sobre a importância de manter a caderneta de vacinação em dia e chamar o público prioritário para o dia “D” da Campanha Nacional de Vacinação contra a influenza, que acontece, neste sábado (04/05), em todo o país. Também neste dia, será feita a projeção no prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), na Avenida Paulista (SP). O prédio abriga a primeira Galeria de Arte Digital a céu aberto da América Latina.

O Movimento Vacinal Brasil é uma iniciativa do Governo Federal para reverter o quadro de quedas das coberturas vacinais no país nos últimos anos. O projeto será expandido ao logo de todo o ano, não apenas durante as campanhas de vacinação. A ideia é reunir uma série de ações integradas entre órgãos públicos e empresa, para conscientizar cada vez mais a população sobre a importância da vacinação como medida de saúde pública e desmitificar a campanha de fake news contra as vacinas.

A Campanha Nacional de Vacinação contra a influenza “Não Coloque a sua vida e a de quem você ama em risco. Vacine contra a gripe”, idosos (maior de 60 anos), crianças de seis meses a menores de 6 anos, trabalhadores de saúde, gestantes e puérperas até 45 dias após o parto, gestantes, povos indígenas, população provada de liberdade, funcionários do sistema prisional, pessoas portadoras de doenças crônicas, professores da rede pública e privada e pessoal das forças de segurança e salvamento.

O Dia de D de mobilização, que acontece neste sábado (04/5), é uma parceria do Ministério da Saúde com as secretarias estaduais e municipais de saúde. O objetivo é reforçar a importância da vacinação, dos grupos prioritários, pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Nesse dia, todas os 41,8 mil postos de vacinação do país estarão abertos.

A vacina contra influenza oferecida neste ano, protege contra três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul, seguindo a determinação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A vacina produzida para 2019 teve mudança em duas das três cepas que compõem a vacina, e protege contra os três subtipos do vírus da gripe que mais circularam no último ano no Hemisfério Sul, de acordo com determinação da OMS: A/Michigan/45/2015 (H1N1) pdm09; A/Switzerland/8060/2017 (H3N2); B/Colorado/06/2017 (linhagem B/Victoria/2/87). A vacina contra gripe é segura e reduz as complicações que podem produzir casos graves da doença.

O Ministério da Saúde investiu neste ano R$ 968,9 milhões na aquisição de 64 milhões de doses, que já estão sendo entregues para todos os estados do país. Em todo o país, são 41,8 mil postos de vacinação, com envolvimento de 196,5 mil pessoas e a utilização de 21,5 mil veículos terrestres, marítimos e fluviais.

BALANÇO DE VACINAÇÃO CONTRA A GRIPE
Até o dia 3 de maio, 14,5 milhões de pessoas foram vacinadas. Os estados com maior cobertura até o momento são: Amazonas (67,6%), Paraná (38,8%), Amapá (36,5%), Espírito Santo (35,2%), Alagoas (32,2%), Minas Gerais (28,9%). Já os estados com menor cobertura são: Pará (10,4%), Rio de Janeiro (12%), Roraima (18%), Acre (18,6%), Mato Grosso do Sul (18,5%) e Piauí (19,2%). Entre a população prioritária, as puérperas registraram a maior cobertura vacinal, com 173,4 mil de doses aplicadas, o que representa 49,2% deste público.

CASOS DE GRIPE NO BRASIL
Neste ano, até 20 de abril, foram registrados 427 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza em todo o país, com 81 óbitos. Até o momento, o subtipo predominante no país é o vírus influenza A(H1N1)pdm09, com  registro de 213 casos e 55 óbitos.

Todos os estados estão abastecidos com o fosfato de oseltamivir e devem disponibilizá-lo de forma estratégica em suas unidades de saúde. Para o atendimento do ano de 2019, o Ministério da Saúde já enviou aproximadamente 9,5 milhões de unidades do medicamento aos estados. O tratamento deve ser realizado, preferencialmente, nas primeiras 48h após o início dos sintomas.

Por Alexandre Penido, da Agência Saúde



PROGRAMA MULTISAÚDE OFERECE CONSULTAS ESPECIALIZADAS A DISTÂNCIA


Inovação digital dá mais agilidade no diagnóstico e tratamento de doenças; telemedicina tem suporte do Hospital Israelita Albert Einstein

O Governador João Doria e o Secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann Ferreira, anunciaram nesta sexta-feira (3) um programa inédito para agilizar o atendimento especializado à população. A meta é reduzir o tempo de diagnóstico e de início de tratamento por meio de teleconsultoria com médicos de hospitais renomados.

O piloto do programa Multisaúde conta com atendimento na área de dermatologia, com início das atividades em Catanduva, na região de São José do Rio Preto, e teve início no dia 25 de abril, na UBS (Unidade Básica de Saúde) central da cidade. O programa também já está ativo em outras cinco cidades da região: Itajobi, Novo Horizonte, Pindorama, Pirangi e Tabapuã.

No decorrer de maio, o Multisaúde será expandido para outros 13 municípios abrangidos pela região de Catanduva nesta fase inicial.

Com o uso de um aplicativo criado especialmente para o programa do Governo do Estado, profissionais das UBSs da região de Catanduva vão coletar imagens de alterações na pele de cada paciente, bem como aspectos clínicos, e enviarão o conteúdo para teledermatologistas do Hospital Israelita Albert Einstein, por meio de parceria gratuita com a pasta neste piloto do programa.

“É um programa inovador, de alta tecnologia. Inicialmente, esta operação está sendo feita com o Hospital Albert Einstein, parceiro do Governo de São Paulo em várias iniciativas. Lá, médicos especialistas emitem laudos à distância, oferecem sugestões terapêuticas, garantindo agilidade e eficiência sobre as informações oferecidas aos pacientes intermediadas por médicos nas UBSs do Estado. Em casos de suspeita de câncer de pele, por exemplo, o paciente é imediatamente encaminhado para a realização de biópsia e faz um exame mais preciso”, afirmou o Governador.

A partir da troca de informações, os especialistas do serviço parceiro vão emitir laudos à distância e sugestões terapêuticas, garantindo agilidade e eficiência. O paciente poderá ter seu atendimento concluído na própria UBS, receber o encaminhamento para avaliação presencial com um dermatologista em serviço de referência da região ou, ainda, encaminhado para a realização de biópsia nos casos que indicarem suspeita de câncer.

“O uso da tecnologia permite uma troca de informações entre profissionais da saúde da UBS e do hospital parceiro para a elaboração de diagnósticos de modo mais ágil e eficiente. Na luta contra o câncer, quanto mais rápido for a detecção da doença e o início do tratamento, maiores são as chances de cura”, declarou o Secretário de Saúde.

Capacitação

Os profissionais da Atenção Básica dos municípios estão sendo capacitados para o uso do aplicativo e contarão com a expertise dos teleconsultores para análise dos casos inseridos na nova ferramenta.

Além da rapidez diagnóstica, o uso da tecnologia vai reduzir encaminhamentos e consultas desnecessárias. O objetivo é oferecer maior conforto a pacientes e médicos, já que reduzirá eventuais deslocamentos para atendimento presencial.

A lógica será utilizada em todas as etapas do programa, que será expandido gradativamente no Estado.
Cidades contempladas na região de Catanduva:
• Ariranha
• Catanduva
• Catiguá
• Elisiário
• Embaúba
• Fernando Prestes
• Irapuã
• Itajobi
• Marapoama
• Novais
• Novo Horizonte
• Palmares Paulista
• Paraíso
• Pindorama
• Pirangi
• Sales
• Santa Adélia
• Tabapuã
• Urupês

Do portão do governo de SP


sexta-feira, 3 de maio de 2019

PRODUÇÃO INDUSTRIAL CAI 1,3% EM MARÇO, SEGUNDO IBGE - FARMOQUÍMICOS E FARMACÊUTICOS AVANÇOU 4,6% INTENSIFICANDO 1,5% DE CRESCIMENTO EM FEVEREIRO, RECUPERANDO A QUEDA DE 10,9% DE JANEIRO 2019


Em março de 2019, a produção industrial nacional recuou 1,3% em comparação a fevereiro deste ano (série com ajuste sazonal), eliminando, assim, o crescimento de 0,6% observado no mês anterior. No confronto com março de 2018 (série sem ajuste sazonal), a indústria caiu 6,1%, queda mais intensa desde maio de 2018 (-6,3%).
Período
Produção industrial
Março / fevereiro 2019
-1,3%
Março 2019 / Março 2018
-6,1%
Acumulado em 2019
-2,2%
Acumulado em 12 meses
-0,1%
Média móvel trimestral
-0,5%
O acumulado nos últimos doze meses (-0,1%) apontou o primeiro resultado negativo desde agosto de 2017 e permaneceu com a trajetória descendente iniciada em julho de 2018 (3,3%). Já o acumulado no ano teve recuo de 2,2%. A publicação completa da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF Brasil) pode ser acessada nesta página.
Indicadores da Produção Industrial por Grandes Categorias Econômicas
Brasil - Março de 2019
Grandes Categorias Econômicas
Variação (%)
Março 2019 /
Fevereiro 2019*
Março 2019 /
Março 2018
Acumulado
Janeiro-Março
Acumulado nos Últimos 12 Meses
Bens de Capital
0,4
-11,5
-4,3
3,6
Bens Intermediários
-1,5
-4,4
-2,0
-0,6
Bens de Consumo
-2,0
-7,7
-1,9
0,3
Duráveis
-1,3
-15,8
-3,4
2,9
Semiduráveis e não Duráveis
-1,1
-5,2
-1,4
-0,5
Indústria Geral
-1,3
-6,1
-2,2
-0,1
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Indústria
*Série com ajuste sazonal
16 dos 26 ramos pesquisados recuaram em março
A queda de 1,3% da indústria reflete o recuo na produção de três das quatro grandes categorias econômicas e 16 dos 26 ramos pesquisados. Entre as atividades, a principal influência negativa foi em produtos alimentícios, (-4,9%), que eliminou parte da expansão de 13,8%, acumulada no período novembro de 2018 a fevereiro de 2019.
Outras contribuições negativas importantes vieram de veículos automotores, reboques e carrocerias (-3,2%), de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,7%), de indústrias extrativas (-1,7%) e de outros produtos químicos (-3,3%). O primeiro setor voltou a recuar após avançar 6,4% em fevereiro; o segundo devolveu parte da expansão de 3,9% verificada no mês anterior; o terceiro acumulou perda de 17,6% em três meses consecutivos de queda na produção; e o último acentuou a queda de 0,5% registrada em fevereiro.
Por outro lado, entre os nove ramos que ampliaram a produção, o desempenho de maior relevância foi o de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que avançou 4,6%, intensificando o crescimento de 1,5% verificado em fevereiro e eliminando parte da queda de 10,9% observada em janeiro de 2019.
Entre as grandes categorias econômicas, bens intermediários (-1,5%), bens de consumo duráveis (-1,3%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-1,1%) assinalaram as taxas negativas. O primeiro segmento apontou o terceiro mês seguido de queda na produção e acumulou perda de 2,7%; e os dois últimos interromperam dois meses consecutivos de crescimento, período em que registraram expansão de 4,5% e 0,7%, respectivamente. Já o setor produtor de bens de capital (0,4%) apontou a única taxa positiva nesse mês e marcou o segundo avanço consecutivo, acumulando nesse período alta de 5,1%.
Média móvel trimestral cai 0,5%
Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral da indústria recuou 0,5% no trimestre encerrado em março de 2019, mantendo, assim, a trajetória predominantemente descendente iniciada em agosto de 2018.
Entre as grandes categorias econômicas, bens intermediários (-0,9%) apontou a queda mais acentuada e o segundo resultado negativo consecutivo, acumulando redução de 1,2%. Bens de consumo semi e não-duráveis (-0,1%) também assinalou taxa negativa, permanecendo com a trajetória predominantemente descendente iniciada em agosto de 2018.
Por outro lado, bens de consumo duráveis (1,0%) e bens de capital (0,9%) avançaram, com o primeiro registrando o segundo mês consecutivo de expansão e acumulando nesse período ganho de 2,1%; e o último voltando a crescer após quatro meses seguidos de taxas negativas, período em que acumulou perda de 8,3%.
Produção industrial cai 6,1% em comparação a março de 2018
Na comparação com março de 2018, o setor industrial recuou 6,1%, com resultados negativos nas quatro grandes categorias econômicas, 22 dos 26 ramos, 60 dos 79 grupos e 63,7% dos 805 produtos pesquisados. Vale citar que março de 2019 (19 dias) teve dois dias úteis a menos do que março de 2018 (21).
Entre as atividades, indústrias extrativas (-14,0%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-13,3%) exerceram as maiores influências negativas. Outras contribuições negativas relevantes foram: produtos alimentícios (-5,0%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-23,7%), máquinas e equipamentos (-7,8%), outros equipamentos de transporte (-22,1%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-11,8%), produtos de borracha e de material plástico (-6,7%), impressão e reprodução de gravações (-30,9%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-7,7%), perfumaria, sabões, produtos de limpeza e de higiene pessoal (-11,8%), de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-9,5%) e de móveis (-11,6%).
Já entre os quatro setores que avançaram na produção, os principais impactos foram em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (5,0%) e bebidas (9,9%).
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (-15,8%) e bens de capital (-11,5%) assinalaram os recuos mais acentuados entre as grandes categorias econômicas. Bens de consumo semi e não-duráveis (-5,2%) e bens intermediários (-4,4%) também apontaram taxas negativas, mas menos elevadas do que a média nacional (-6,1%).
Bens de consumo duráveis recuou 15,8%, após avançar 12,6% em fevereiro, quando interrompeu três meses de resultados negativos consecutivos. O recuo foi o mais intenso desde julho de 2016 (-16,1%). O setor foi pressionado pela queda na fabricação de automóveis (-16,8%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (-29,2%) e também pelas reduções em motocicletas (-3,5%) e móveis (-17,1%). Por outro lado, os impactos positivos foram em eletrodomésticos da “linha branca” (2,9%) e outros eletrodomésticos (2,5%).
Bens de capital (-11,5%) marcou a queda mais intensa desde abril de 2016 (-15,0%), influenciado, em grande parte, pelo recuo de bens de capital para equipamentos de transporte (-15,7%). As demais taxas negativas foram: bens de capital para fins industriais (-8,8%), uso misto (-9,5%), energia elétrica (-13,1%) e agrícolas (-9,2%). Por outro lado, o único impacto positivo foi em bens de capital para construção (6,7%).
Bens de consumo semi e não-duráveis (-5,2%) apontou o recuo mais elevado desde maio de 2018 (-9,1%). O desempenho foi explicado principalmente pela queda no grupamento de não-duráveis (-10,6%). Vale citar também os resultados negativos dos subsetores de semiduráveis (-9,3%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-2,0%). Já o subsetor de carburantes (1,7%) apontou a única taxa positiva nessa categoria.
Bens intermediários (-4,4%) apresentou a sétima taxa negativa consecutiva e a mais elevada desde maio de 2018 (-4,9%). Resultado explicado, principalmente, pelos recuos nos produtos das atividades: indústrias extrativas (-14,0%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-9,5%), produtos de borracha e de material plástico (-6,0%), máquinas e equipamentos (-8,4%), produtos alimentícios (-1,9%), outros produtos químicos (-1,9%), metalurgia (-1,6%), produtos têxteis (-5,2%), celulose, papel e produtos de papel (-0,9%) e produtos de minerais não-metálicos (-0,3%). As pressões positivas foram em coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,0%) e produtos de metal (1,9%). Vale citar também os resultados de insumos típicos para construção civil (-3,9%), que interrompeu dois meses consecutivos de crescimento; e de embalagens (1,3%), que apontou o terceiro avanço seguido, mas o menos acentuado dessa sequência.
Em 2019, indústria acumula queda de 2,2%
No índice acumulado para janeiro-março de 2019, frente a igual período do ano anterior, a indústria recuou 2,2%, com resultados negativos nas quatro grandes categorias econômicas, 21 dos 26 ramos, 55 dos 79 grupos e 56,9% dos 805 produtos pesquisados.
Entre as atividades, indústrias extrativas (-7,5%) exerceu a maior influência negativa. Vale destacar também os ramos: equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-13,0%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-10,6%), máquinas e equipamentos (-4,6%), produtos alimentícios (-1,4%), outros equipamentos de transporte (-10,5%), produtos de borracha e de material plástico (-3,4%), metalurgia (-1,8%), produtos de madeira (-7,9%) e celulose, papel e produtos de papel (-2,7%).
Por outro lado, entre as cinco atividades que avançaram na produção, a principal influência foi registrada por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (4,2%). Outras contribuições positivas relevantes vieram de bebidas (5,0%) e de produtos de metal (5,4%).
Entre as grandes categorias econômicas, houve menor dinamismo para bens de capital (4,3%) e bens de consumo duráveis (-3,4%), pressionadas, em grande parte, pela redução de bens de capital para equipamentos de transporte (-4,2%) e para fins industriais (-4,9%), na primeira; e de eletrodomésticos da linha “marrom” (-16,7%), na segunda. Bens intermediários (-2,0%) e bens de consumo semi e não-duráveis (-1,4%) também assinalaram quedas, mas com recuos abaixo da média nacional (-2,2%).
O setor industrial, ao recuar 2,2% no primeiro trimestre de 2019, intensificou a queda verificada no quarto trimestre de 2018 (-1,2%) e permaneceu com a perda de ritmo iniciada no último trimestre de 2017 (5,0%). A queda de intensidade também foi observada nas quatro grandes categorias econômicas, com destaque para bens de capital (3,3% no quarto trimestre de 2018 para -4,3% nos três primeiros meses de 2019), pressionada, em grande parte, pela menor fabricação de bens de capital para equipamentos de transporte (de 6,0% para -4,2%) e agrícolas (de 28,5% para -5,3%). Bens de consumo duráveis (de -2,5% para -3,4%), bens de consumo semi e não-duráveis (de -0,8% para -1,4%) e bens intermediários (de -1,6% para -2,0%) também fizeram esse movimento entre os dois períodos.

IBGE


Estudo constata que colaboração com empresas contribui para a produtividade acadêmica | AGÊNCIA FAPESP

Maria Fernanda Ziegler  |  Agência FAPESP – A interação entre universidades e empresas no Brasil, além de ter impactos sociais, econômicos e ambientais, também exerce efeitos positivos na produtividade acadêmica. Pesquisadores e grupos de pesquisa que se engajam em colaborações com o setor produtivo são cientificamente mais produtivos, ou seja, o impacto intelectual e científico da parceria é positivo.

A constatação, resultado de estudo conduzido por Renato de Castro Garcia, professor no Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi apresentada na 8ª Reunião Anual do Global Research Council (GRC).

O evento, organizado pela FAPESP, pelo Consejo Nacional de Investigaciones Científicas e Técnicas (Conicet), da Argentina, e pela German Research Foundation (DFG), da Alemanha, reúne até 3 de maio, em São Paulo, líderes de agências de fomento de dezenas de países.

O estudo foi publicado na revista Science and Public Policy e é resultado de um questionário respondido por 1.005 pesquisadores e representantes de centros de pesquisa, que declararam ter interação com o setor produtivo e que estavam cadastrados em base de dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Os dados são de 2002 a 2008.

“Dividimos os pesquisadores entre aqueles que interagiram mais e os que interagiram só uma vez com o setor produtivo. Descobrimos que os fatores comerciais são importantes para os dois grupos. Porém, aqueles que têm uma interação mais constante dão mais importância para os benefícios intelectuais, como novas ideias para projetos ou publicações de artigos, por exemplo”, disse Garcia à Agência FAPESP.

Garcia organizou o livro Estudos de caso da interação universidade-empresa no Brasil, com Márcia Rapini (Universidade Federal de Minas Gerais) e Silvio Cário (Universidade Federal de Santa Catarina). Disponível gratuitamente on-line, o livro mostra resultados de estudos realizados em vários países sobre interação universidade-indústria.

“No Brasil, os setores que interagem com as universidades muitas vezes não são aqueles considerados intensivos de ciência, que estariam próximos da fronteira do conhecimento, como o setor eletrônico, o farmacêutico e o aeroespacial, por exemplo”, disse Rapini, também presente na reunião do GRC.

De acordo com a pesquisadora, um exemplo está em Minas Gerais, onde mineração e siderurgia se destacam na interação com as universidades. “São setores tradicionais, consolidados e que estão focados na exportação. Observamos casos como esse em todos os estados brasileiros”, disse.

No exemplo da mineração e siderurgia, Rapini ressalta que esses setores são obrigados a interagir com universidades por força de lei. “Não é uma interação espontânea. Isso nos fez enxergar que a interação é definida pela existência de uma demanda por parte da empresa”, disse.

Outro achado apontado pela pesquisadora é que a interação ocorre em empresas que têm área de pesquisa e desenvolvimento interna. “Quando a empresa gera conhecimento dentro dela, tende a buscar interações com as universidades. Já a que apenas sobrevive não gera conhecimento. Isso foi um aprendizado, se a empresa não quer, não adianta. Se não tem demanda básica, não tem interação”, disse Rapini.

Já nas áreas em que é possível fazer pesquisa aplicada e publicar artigos, a interação é mais óbvia. “Existem áreas em que as parcerias ocorrem, pois sem interagir com a indústria, empresas ou fazendas produtivas, o pesquisador não consegue fazer pesquisa ou saber se o produto desenvolvido pode ser produzido em escala, nem se é economicamente viável”, disse.

O livro conta com três níveis de análise: estudos setoriais, áreas do conhecimento e estudos de empresas.

“O livro foi viabilizado por uma equipe que trouxe casos da realidade de cada estado. Alguns capítulos analisam setores não tradicionais da interação universidade-indústria. Obtivemos resultados diferentes dos relatados em outros estudos internacionais, mais ancorados em países desenvolvidos. Aprendemos sobre a nossa realidade”, disse.

Rapini comentou que o livro mostra ainda que o foco excessivo na cooperação com empresas pode levar centros de pesquisa a ignorar oportunidades de fazer parcerias com outros setores, como ONGs e o setor público (prefeituras ou secretarias). “Essas parcerias podem ter um impacto econômico e social muito grande para países em desenvolvimento e devem ser valorizadas”, disse.

Mais informações sobre a 8ª Reunião Anual do Global Research Council: www.fapesp.br/eventos/grc.

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

Agências de fomento à pesquisa debatem critérios para o financiamento de projetos | AGÊNCIA FAPESP

Elton Alisson e Maria Fernanda Ziegler  |  Agência FAPESP – O aumento das expectativas de diferentes setores da sociedade em relação ao impacto social e econômico das pesquisas financiadas com recursos públicos não é um fenômeno novo. Na verdade, representa o episódio mais recente de um debate que tem ocorrido desde o surgimento da ciência, disse Peter Strohschneider, presidente da German Research Foundation (DFG).
Para responder às crescentes expectativas de resposta da pesquisa, agências de financiamento participantes do Global Research Council (GRC) reunidos em encontro anual, realizado em São Paulo, propõem duas abordagens. A primeira seria introduzir o impacto social e econômico como critério na avaliação de projetos de pesquisa. E a segunda, melhorar a avaliação e a demonstração dos resultados das pesquisas já apoiadas.
“Embora ambas as abordagens sejam complementares, as justificativas para adotá-las são diferentes”, disse Strohschneider na cerimônia de abertura do encontro anual da entidade, no dia 2 de maio. O encontro, que ocorre pela primeira vez no Brasil e termina nesta sexta-feira (03/05), reúne chefes de agências de fomento de 50 países dos cincos continentes. O evento é organizado pela FAPESP, pelo Consejo Nacional de Investigaciones Científicas e Técnicas (Conicet), da Argentina e pela DFG.
“A introdução do impacto social e econômico como critério de financiamento baseia-se no pressuposto de que esses objetivos podem ser maximizados, e a necessidade de melhorar a avaliação e a demonstração dos resultados das pesquisas já apoiadas se baseia no entendimento de que elas já têm o impacto desejado, mas seus resultados precisam ser mais visíveis para a sociedade”, afirmou Strohschneider.
Segundo ele, as duas abordagens podem aumentar a conscientização sobre a contribuição da pesquisa para a sociedade e para a economia e, com isso, fortalecer os argumentos usados pelas agências de fomento à pesquisa participantes do GRC para justificar a aplicação de seus recursos públicos nos projetos apoiados. No entanto, requerem uma reflexão cuidadosa de como essa avaliação deverá ser feita, para não penalizar a pesquisa básica.
“É preciso considerar [na avaliação dos projetos] tanto os retornos sociais e econômicos como a virtude da pesquisa orientada pela curiosidade, voltada a ampliar as fronteiras do conhecimento, como elementos essenciais para fomentar o desenvolvimento de ecossistemas nacionais vibrantes de pesquisa”, apontou.
“Temos de encontrar um equilíbrio entre o financiamento de pesquisas orientadas para o impacto social e econômico e as voltadas para o avanço do conhecimento”, ponderou.
Para Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP, a avaliação e a demonstração do impacto social e econômico da pesquisa como critérios de financiamento representam questões controversas, sobre as quais não se pode esperar um total acordo, mas há pontos de concordância. Um deles é a necessidade de responder positivamente à crescente demanda de demonstrar que as pesquisas apoiadas pelas agências de fomento trazem benefícios para a sociedade, especialmente porque são financiadas com recursos públicos.
“A maneira que cada agência de financiamento atende a essa regra varia. Mas, no final, os impactos sociais, econômicos e regionais sempre influenciarão o perfil de pesquisa apoiada pela agência, seja como critério na análise de propostas individuais ou na forma de orientação geral e de políticas que criem programas de pesquisa específicos ou modifiquem projetos de curto prazo e prioridades a longo prazo”, avaliou.
“Nossa missão, como chefes de agências, é facilitar a pesquisa. Para isso, devemos promover o melhor aproveitamento dos recursos da sociedade, para que todo projeto que financiamos tenha a mais alta qualidade científica e uma alta probabilidade de contribuir para a expansão do conhecimento científico ou ter impacto mais positivo na sociedade”, afirmou.
Mérito científico
Os Estados Unidos levam em consideração a amplitude do impacto em um projeto de pesquisa a ser financiado. Desde 1997, a National Science Foundation (NSF) usa apenas dois critérios para o financiamento de projetos de pesquisa: mérito intelectual (o potencial para avançar o conhecimento) e impactos mais amplos (o potencial para beneficiar a sociedade).
De acordo com France Córdova, diretora da National Science Foundation (NSF) dos Estados Unidos, a cada ano a instituição recebe cerca de 50 mil propostas de financiamento. “Há muito mais propostas excelentes do que fundos para apoiá-las. Só no ano passado, não conseguimos financiar cerca de US$ 4 bilhões em pesquisas excelentes. Esse valor representa o montante de fundos solicitados por propostas que foram recusadas, apesar de terem classificações muito boas ou superiores”, disse.
Córdova explicou que o critério de mérito científico permite a identificação de propostas na vanguarda da ciência. Ela deu como exemplo desse tipo de critério a pesquisa da cientista Frances Arnold, que recebeu a primeira concessão da NSF em 1988 e recebeu o Prêmio Nobel de Química em 2018. “Ela criou a evolução dirigida, um método no qual ciclos de mutação e seleção são usados para melhorar a eficiência das enzimas para uma determinada função”, disse.
Anos depois do primeiro projeto financiado, o trabalho de Arnold tornou possível o desenvolvimento de novos produtos farmacêuticos, novos tipos de combustíveis derivados de plantas e novos processos para fabricar produtos químicos industriais sem metais tóxicos ou solventes orgânicos.
“Vocês podem perguntar: como um pesquisador pode saber no momento em que submete uma proposta de pesquisa em ciência básica como será o resultado? Claro que ele não sabe. É por isso que as definições de mérito intelectual e impactos mais amplos se concentram no 'potencial' de promover o conhecimento e beneficiar a sociedade”, disse Córdova.
De acordo com a NSF, os impactos sociais e econômicos podem envolver o alcance educacional, seja formal ou informal, assim como pesquisas de risco. Esse critério leva muitas vezes a formação de parcerias com a indústria, outras agências e patrocinadores internacionais para aumentar a capacidade e alavancar recursos.
“O apoio da NSF à pesquisa de alto risco produziu algumas descobertas surpreendentes. Nosso financiamento inicial ajudou a levar à frente a internet, painéis solares e medicamentos que salvam vidas. Fizemos progressos na compreensão do cérebro, curando doenças e desenvolvendo a impressão 3D”, disse.
Interdisciplinaridade e engajamento
Para Mark Ferguson, diretor-geral da Science Foundation Ireland (SFI), o importante é assegurar que as agências estão escolhendo as pesquisas de forma sábia. “Há a interdisciplinaridade e é preciso assegurar e incentivar o engajamento entre as pessoas. Porém, é importante saber que não há um modelo único. Não é possível financiar pesquisas disruptivas a partir de uma chamada convencional”, disse.
Ainda não há consenso entre os países de que o impacto social deva ser um dos critérios para a escolha de projetos de pesquisa a serem financiados. A Áustria, por exemplo, tem como objetivo principal estimular a pesquisa transdisciplinar e transformadora. “Por isso, não estamos mais usando o impacto social e econômico como um critério de financiamento de pesquisas. Estamos financiando pesquisa primária de curiosidade e interdisciplinares, que agregam desde as humanidades até pesquisa química e estatística”, disse Klement Tockner, presidente da Austrian Science Fund (FWF).
Tockner ressaltou que existem provas de que, quando se foca muito cedo em impacto social e econômico, ele pode restringir inovação e risco. “Há um interesse no país em manter a diversidade não só nas disciplinas e tópicos, mas também nos projetos de pesquisa. Isso é importante se estivermos focados no futuro interdisciplinar e transdisciplinar da pesquisa baseada na diversidade”, disse.
A Áustria tem criado maneiras alternativas para facilitar a ligação entre pesquisa, sociedade e a economia e estimular a pesquisa transdisciplinar e transformadora no futuro. “Queremos ter um tipo de perspectiva sobre como identificar áreas de pesquisa que estão emergindo novos tópicos e como comunicar seus usos para a sociedade”, disse.
Uma alternativa é a criação no fim deste ano dos Pionner Labs, laboratório de projetos de pesquisa transdisciplinar e transformadora. “Nos preocupamos com o impacto social dos projetos de pesquisa, mas consideramos que nossa responsabilidade é que a pesquisa encontre os mais altos estágios de qualidade e excelência”, disse Tockner.
Tockner explicou que na Áustria há outra organização focada em pesquisa aplicada e no impacto econômico. “E eles têm mais recursos que nós”, disse.
Presente na abertura do evento, Patricia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo, disse que é preciso começar a abordar a avaliação do impacto social e econômico da pesquisa com maior ênfase.
“Nas últimas décadas, a ciência e a tecnologia foram fundamentais para impulsionar muitas melhorias na nossa sociedade, como o aumento da expectativa de vida, urbanização e da renda per capita. Mas há muitos desafios com os quais estamos lidando agora e a pesquisa desempenhará um papel crítico para que encontremos soluções”, avaliou.
Mais informações sobre a 8ª Reunião Anual do Global Research Council: www.fapesp.br/eventos/grc.

Este texto foi originalmente publicado por Agência FAPESP de acordo com a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o original aqui.

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