O
Paraná conta com um planejamento estratégico para alavancar o desenvolvimento
do setor de biotecnologia a curto, médio e longo prazo. Trata-se do Rotas
Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense, o Roadmap Biotecnologia
2031, lançado nesta quarta-feira (15) pelo Sistema Federação das Indústrias do
Estado do Paraná (Sistema Fiep), em Curitiba.
A
elaboração do documento teve a colaboração do Instituto de Tecnologia do Paraná
(Tecpar) e o apoio da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz Paraná); Instituto de
Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea).
Presente
à solenidade, o diretor-presidente do Tecpar, Fábio Cammarota, afirmou que a
área de biotecnologia é um segmento emergente da economia e que o instituto
está investindo intensamente na retomada da produção industrial, com o apoio da
Fiep.
“O
Tecpar está envolvido em oferecer oportunidades para o desenvolvimento da
biotecnologia no Paraná. Estamos aqui com a Fiep e outras entidades parceiras
no lançamento da rota estratégica que aponta indicativos e diretrizes para a
ação, que vão integrar Tecpar, Fiocruz, Butantã e todos os outros centros e
parque tecnológicos do Brasil”, pontuou o diretor-presidente.
MAPA
– Para a elaboração do roadmap, foram consideradas as
evoluções ocorridas até o momento e incorporadas transformações socioeconômicas
e tecnológicas em curso. No documento há estudos em relação a mudanças e
tendências da economia, da tecnologia e da sociedade, com o objetivo de
antecipar o impacto destes acontecimentos no setor de biotecnologia.
O
estudo reconheceu o que precisa ser continuado e propôs uma agenda de ações
convergentes para o desenvolvimento industrial sustentável do Paraná. São
relacionados 24 fatores críticos e 507 ações de futuro em questões de
biotecnologia que são comuns a segmentos como agronegócio, saúde e meio
ambiente.
COLABORAÇÃO
– A elaboração do Roadmap Biotecnologia 2031 teve a
participação de oito especialistas do Tecpar: Ana Paula G. Palka, Giselle
Almeida Nocera Espírito Santo, Jaiesa Zych Nadolny, Luciana Lopes Pedroso
(ex-colaboradora), Luciene Airy Nagashima, Meila Bastos de Almeida Cardoso,
Nilson Marcos Tazinafo, Reginaldo de Souza (ex-diretor).
A
médica veterinária e gerente do Centro de Experimentação Biológica do Tecpar,
Meila Bastos de Almeida participa do grupo de trabalho desde 2014. Ela conta
que a colaboração do instituto foi fundamental para incluir temas importantes.
Um exemplo está na área de biotecnologia animal, em que o Tecpar contribuiu
para melhorar a legislação de importação de insumos para indústria.
“Uma
das principais contribuições foi a inclusão dos ensaios pré-clínicos como um
dos gargalos da pesquisa no Paraná, já que as instituições apontavam que a
gente não conseguia realizar esta etapa da pesquisa, para depois fazer os
testes clínicos em pacientes”, conta Meila. “Então conseguimos incluir no
documento que o Paraná tenha um centro de ensaios pré-clínicos como uma
perspectiva para 2031”.
CENÁRIO
– De acordo com o estudo, a maior parte das empresas com atividades
biotecnológicas no Brasil está concentrada nas Regiões Sul e Sudeste. O Paraná
aparece como quinto estado com maior número de empresas na área, sendo mais de
80% delas dedicadas à área alimentar.
Do
total de empresas biotecnológicas no Brasil, 63% aplicaram algum tipo de
inovação. No Paraná, esse percentual cai para 26%, muito abaixo da performance
de outros estados da Região Sul. Em relação ao comércio exterior, o Paraná se
destaca como o segundo estado brasileiro que mais exporta produtos
biotecnológicos, ficando atrás apenas de São Paulo.
PLANEJAMENTO
– O Sistema Fiep iniciou o planejamento de longo prazo da indústria em 2005,
identificando os Setores Portadores de Futuro para 2015. Em seguida, estes
setores foram desdobrados em roadmaps (mapas do caminho)
estratégicos.
Assim,
foi criado o projeto Rotas Estratégicas para o Futuro da Indústria Paranaense
2031, que tem o propósito central de mapear os caminhos do futuro desejado para
cada um dos setores, áreas e segmentos identificados como promissores para a
indústria do Paraná até 2031.