Realizado
em 3.946 cidades o levantamento orienta as ações de controle da doença. Com a
resolução que tornou o LIRAa obrigatório, aumentou em 73% o número de
municípios que realizaram o levantamento neste ano em relação a 2016
O
novo Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa)
indica 357 municípios brasileiros em situação de risco de surto de dengue, zika
e chikungunya. Isso significa que mais de 9% das cidades que fizeram o
levantamento tinham altos índices de larvas do mosquito. No total, 3.946
cidades de todo o país fizeram o levantamento. Os dados foram apresentados pelo
ministro da Saúde, Ricardo Barros, nesta terça-feira (28), em Brasília. Na
ocasião, também foi lançada a campanha publicitária de combate ao
mosquito Aedes aegypti.
Confira,
em anexo, a apresentação completa
O
ministro da Saúde, Ricardo Barros, destacou a importância de uma ação conjunta
com estados e municípios para o desafio do combate ao Aedes. “O
enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti é prioridade do Governo
Federal, por isso definimos um dia de mobilização, a Sexta Sem Mosquito, quando
mobilizaremos ministros de estado e autoridades locais para estarem em todos os
estados do país chamando a atenção da população para a importância de combater
o mosquito”, informou o ministro da Saúde.
Além
das cidades em situação de risco, o LIRAa identificou 1.139 municípios em
alerta, com índice de infestação de mosquitos nos imóveis entre 1% a 3,9% e
2.450 municípios com índices satisfatórios, com menos de 1% das residências com
larvas do mosquito em recipientes com água parada. Entre as 17 capitais que o
Ministério da Saúde recebeu informações sobre o LIRAa, estão com índices
satisfatórios os municípios de Macapá (AP), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Belo
Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Teresina (PI), Curitiba (PR), Rio de Janeiro
(RJ) e Palmas (TO). As capitais com índices em estado de alerta, são:
Maceió (AL), Manaus (AM), Salvador (BA), Vitória (ES), Recife (PE), Natal
(RN), Porto Velho (RO), Aracajú (SE) e São Luis (MA). As capitais Belém (PA),
Boa Vista (RR), Porto Alegre (RS), Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Campo
Grande (MS), Cuiabá (MT), Brasília (DF) e Rio Branco (AC) não informaram os
dados ao Ministério da Saúde.
Acesse
em anexo a relação dos municípios que realizaram o LIRAa
O
Mapa da Dengue, como é chamado o Levantamento Rápido de Índices de Infestação
pelo Aedes aegypti (LIRAa), é um instrumento fundamental para o
controle do mosquito Aedes aegypti. Com base nas informações coletadas no
LIRAa, o gestor pode identificar os bairros onde estão concentrados os focos de
reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito onde as larvas foram
encontradas. O objetivo é que, com a realização do levantamento, os municípios
tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e
controle do mosquito Aedes aegypti.
Para
o secretário de Vigilância em Saúde, Adeilson Cavalcante, o levantamento é
fundamental para prever ações locais. “É necessária uma visão global da
situação, por isso o levantamento tem papel essencial nas decisões nacionais,
mas principalmente locais, porque o levantamento traz detalhes de focos de
mosquito por bairros e com isso o gestor pode prever ações efetivas de controle
da proliferação do mosquito”, destacou Adeilson Cavalcante.
CRIADOUROS – A metodologia permite identificar onde
estão concentrados os focos do mosquito em cada município, além de revelar
quais os principais tipos de criadouros, por região. Os resultados reforçam a
necessidade de intensificar imediatamente as ações de prevenção contra a
dengue, zika e chikungunya, em especial nas cidades em risco e em alerta.
O
armazenamento de água no nível do solo (doméstico), como tonel, barril e tina,
foi o principal tipo de criadouro nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. Nas
regiões Norte e Sul o maior número de depósitos encontrados foi em lixo, como
recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção.
Na região Sudeste predominou os depósitos móveis, caracterizados por
vasos/frascos com água, pratos e garrafas retornáveis.
CAMPANHA
PUBLICITÁRIA – A nova
campanha do Ministério da Saúde de conscientização para o combate ao
mosquito Aedes aegypti chama atenção da população para os riscos das
doenças transmitidas pelo vetor (dengue, zika e chikungunya) e convoca a todos
ao seu enfrentamento. O objetivo é mostrar que o combate à proliferação do
mosquito começa dentro da própria casa, sendo responsabilidade de cada um,
podendo gerar mudança positiva na vizinhança. O material alerta: “Um mosquito
pode prejudicar uma vida. E o combate começa por você. Faça sua parte e
converse com seu vizinho”.
A
campanha começa a ser exibida nesta terça-feira (28) e será veiculada na TV,
rádio, internet e redes sociais. Também está previsto o dia D de mobilização
contra o mosquito, que ocorrerá no dia 8 de dezembro. A “Sexta Sem Mosquito”,
como será chamada a ação, se estenderá até janeiro mobilizando os governos
Federal, Estadual e Municipal para promoverem ações de limpeza nas cidades em
casas, estabelecimentos privados e órgãos públicos.
Campanha chama
atenção da população para os riscos das doenças.
AÇÕES – As ações de
prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti são permanentes e tratadas como
prioridade pelo Governo Federal. Desde a identificação do vírus Zika no Brasil
e sua associação com os casos de malformações neurológicas, o governo mobilizou
todos os órgãos federais (entre ministérios e entidades) para atuar
conjuntamente, além de contar com a participação dos governos estaduais e
municipais na mobilização de combate ao vetor.
Para
isso, o Ministério da Saúde tem garantido orçamento crescente aos estados e
municípios. Os recursos para as ações de Vigilância em Saúde, incluindo o
combate ao Aedes aegypti, cresceram 83% nos últimos anos, passando de R$ 924,1
milhões em 2010 para R$ 1,7 bilhão, em 2016. Para 2017, a previsão é que o
orçamento de vigilância em saúde para os estados chegue a R$ 1,96 bilhão. Este
recurso é destinado à vigilância das doenças transmissíveis, entre elas dengue,
Zika e chikungunya. O recurso é repassado mensalmente a estados e municípios.
Além disso, desde novembro de 2015 foram repassados cerca de R$ 465 milhões
para pesquisas e desenvolvimento de vacinas e novas tecnologias, além de
destinar mais R$ 395,3 milhões para o eixo de assistência à saúde.
DENGUE – Até 11 de novembro de 2017, foram
notificados 239.076 casos prováveis de dengue em todo o país, sendo observado
uma redução de 83,7% em relação ao mesmo período de 2016 (1.463.007). Com
relação ao número de óbitos, também houve queda significativa (82,4%),
reduzindo de 694 óbitos em 2016 para 122 em 2017. Da mesma forma, os registros
de dengue grave caíram 73%, de um ano para outro, passando de
901, em 2016, para 243 em 2017. Já dengue com sinais de alarme passou de 8.875
em 2016 para 2.209 em 2017, apresentando uma redução 75% em relação ao mesmo
período do ano anterior.
Em
todo país, a região Nordeste apresentou o maior número de casos prováveis
(84.051 casos; 35,2%) em relação ao total do país. Em seguida aparecem as
regiões Centro-Oeste (74.691 casos; 31,2%), Sudeste (55.381 casos; 23,2%),
Norte (21.057 casos; 8,8%) e Sul (3.896 casos; 1,6%).
A
análise da taxa de incidência de casos prováveis de dengue (número de casos/100
mil hab.), em 2017, até o dia 11 de novembro, segundo regiões geográficas,
evidencia que as regiões Centro-Oeste e Nordeste apresentam as maiores taxas de
incidência: 476,9 casos/100 mil hab. e 147,7 casos/100 mil hab.,
respectivamente. Entre as Unidades da Federação (UFs), destacam-se Goiás (906,3
casos/100 mil hab.), Ceará (457,7 casos/100 mil hab.) e Tocantins (322,5
casos/100 mil hab.).
CHIKUNGUNYA – Até 11 de novembro, foram registrados
184.458 casos prováveis de febre chikungunya, o que representa uma taxa de
incidência de 89,5 casos para cada 100 mil habitantes. A redução é de 32,1% em
relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 271.637
casos. A taxa de incidência no mesmo período de 2016 foi de 131,8 casos/100
mil/hab..
A
região Nordeste apresentou o maior número de casos prováveis de febre de
chikungunya (141.363 casos; 76,6%) em relação ao total do país.
Em
seguida aparecem as regiões Sudeste (23.169 casos; 12,6%), Norte (16.125 casos;
8,7%), Centro-Oeste (3.467 casos; 1,9%) e Sul (334 casos; 0,2%).
Neste
ano, foram confirmados laboratorialmente 149 óbitos. No mesmo período do ano
passado, foram 211 mortes confirmadas, uma redução de 29,4%.
ZIKA – Até 11 de novembro, foram registrados
16.870 casos prováveis de Zika em todo país, uma redução de 92,1% em relação a
2016 (214.126). A taxa de incidência passou de 103,9 em 2016 para 8,2 neste
ano.
As
regiões Centro-Oeste e Norte apresentam as maiores taxas de incidência: 38,3
casos/100 mil hab. e 12,2 casos/100 mil hab., respectivamente. Entre as UFs,
destacam-se Mato Grosso (64,5 casos/100 mil hab.), Goiás (55,9 casos/100 mil
hab.), Tocantins (45,5 casos/100 mil hab.) e Roraima (43,4 casos/100 mil hab.).
Em relação às gestantes, foram registrados 2.197 casos prováveis, sendo 901
confirmados por critério clínico-epidemiológico ou laboratorial.
Panorama
dos Estados
UF
|
Total
de Municípios
|
Total
de Municípios que fizeram LIRAa out/nov 2017
|
Municípios
Satisfatório
|
%
|
Municípios
em Alerta
|
%
|
Municípios
em Risco
|
%
|
RO
|
52
|
52
|
15
|
28,8
|
30
|
57,7
|
7
|
13,5
|
AC
|
22
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0,0
|
0
|
0
|
AM
|
62
|
13
|
9
|
69,2
|
4
|
30,8
|
0
|
0
|
RR
|
15
|
13
|
3
|
23,1
|
7
|
53,8
|
3
|
23,1
|
PA
|
144
|
87
|
42
|
48,3
|
38
|
43,7
|
7
|
8,0
|
AP
|
16
|
13
|
11
|
84,6
|
1
|
7,7
|
1
|
7,7
|
TO
|
139
|
27
|
23
|
85,2
|
3
|
11,1
|
1
|
3,7
|
MA
|
217
|
216
|
109
|
50,5
|
93
|
43,1
|
14
|
6,5
|
PI
|
224
|
188
|
148
|
78,7
|
37
|
19,7
|
3
|
1,6
|
CE
|
184
|
181
|
124
|
68,5
|
49
|
27,1
|
8
|
4,4
|
RN
|
167
|
165
|
22
|
13,3
|
73
|
44,2
|
70
|
42,4
|
PB
|
223
|
223
|
56
|
25,1
|
113
|
50,7
|
54
|
24,2
|
PE
|
184
|
182
|
50
|
27,5
|
88
|
48,4
|
44
|
24,2
|
AL
|
102
|
69
|
23
|
33,3
|
35
|
50,7
|
11
|
15,9
|
SE
|
75
|
72
|
25
|
34,7
|
41
|
56,9
|
6
|
8,3
|
BA
|
417
|
281
|
81
|
28,8
|
124
|
44,1
|
76
|
27,0
|
MG
|
853
|
814
|
618
|
75,9
|
178
|
21,9
|
18
|
2,2
|
ES
|
78
|
63
|
39
|
61,9
|
23
|
36,5
|
1
|
1,6
|
RJ
|
92
|
88
|
67
|
76,1
|
21
|
23,9
|
0
|
0
|
SP
|
645
|
520
|
455
|
87,5
|
65
|
12,5
|
0
|
0
|
PR
|
399
|
158
|
78
|
49,4
|
68
|
43,0
|
12
|
7,6
|
SC
|
295
|
7
|
4
|
57,1
|
3
|
42,9
|
0
|
0
|
RS
|
497
|
268
|
212
|
79,1
|
35
|
13,1
|
21
|
7,8
|
MS
|
79
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0,0
|
0
|
0
|
MT
|
141
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0,0
|
0
|
0
|
GO
|
246
|
246
|
236
|
95,9
|
10
|
4,1
|
0
|
0
|
DF
|
1
|
0
|
0
|
0
|
0
|
0,0
|
0
|
0
|
|
5569
|
3946
|
2450
|
62,1
|
1139
|
28,9
|
357
|
9,0
|
Anexos:
Por
Amanda Mendes, da Agência Saúde