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domingo, 3 de agosto de 2014

Análise de Mídia - REVISTAS

O encontro dos presidenciáveis promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na última quarta-feira (30), é uma das referências do noticiário das revistas que circulam neste fim de semana.

Observada conceitualmente, a sabatina com o PIB produtivo estimula a publicação de reportagens que têm ao fundo mais interrogações do que certezas.

De modo geral, o sentimento entre os veículos é de que os presidenciáveis deixaram a desejar. Embora tenham se apresentado para o debate, reforçam os textos, o generalismo e a limitada disposição de detalhar ações práticas enfraqueceram os discursos dos três principais concorrentes ao Planalto. Há várias referências à CNI.

  •  ISTO É DINHEIRO publica reportagem de capa na qual afirma que o "futuro da indústria já começou". Revista toma como ponto de partida o encontro entre presidenciáveis na CNI e qualifica a postura assumida por Dilma, Aécio e Campos diante dos pleitos do setor industrial. Segundo a reportagem, "uma inquietação continuava no ar diante da falta de detalhes na agenda econômica dos candidatos".
  •  Em meio a relatos de empresários que participaram do evento, ISTOÉ DINHEIRO faz um panorama das políticas adotadas pelo governo para recuperar a economia e pontua as críticas apresentadas a ações de baixo impacto para a geração de riqueza.
  •  ISTO É DINHEIRO avalia que o evento na CNI foi a primeira grande oportunidade de os presidenciáveis “mostrarem suas armas” para virar o jogo da economia, que este ano deverá ter um placar de no máximo 1,5% de expansão do PIB – com retração de 1,1% na produção industrial. Revista resume que “competitividade” foi a palavra mais pronunciada pelos candidatos, empresários e presidentes de associações industriais presentes ao evento.
  • Na mesma reportagem, ISTO É DINHEIRO registra que o anfitrião do debate, o presidente da CNI, ROBSON ANDRADE, ficou satisfeito com o resultado. “As apresentações mostraram que todos conhecem bem os problemas do País”, disse ANDRADE, que reafirmou a posição da entidade de não apoiar nenhum candidato. ISTOÉ DINHEIRO indica ainda que os empresários, de uma forma geral, ficaram decepcionados com a falta de detalhamento nas propostas.
  • VEJA detalha que, no evento da CNI, Dilma, Aécio Neves e Eduardo Campos foram questionados, separadamente, sobre como pretendem estancar a queda na produção, nas exportações e no nível de emprego. Reportagem situa que a indústria brasileira produz hoje menos do que na posse da presidente Dilma Rousseff. “O encolhimento de 5% do setor desde 2010 ajuda a explicar por que, nesse período, o crescimento da economia ficou aquém do esperado”, indica.
  • Sobre o encontro, CARTA CAPITAL resume que Dilma atacou o pessimismo e que Aécio e Campos expuseram uma plataforma liberal, mas reportagem adverte que os candidatos pouco se arriscaram. “Desanimados, os industriais andam ávidos por propostas. Se a esperança era enxergar a luz no evento da CNI, nada feito. O mistério continua”, assinala o texto.
  •  Mesma reportagem exemplifica que a reforma da legislação trabalhista foi tema de duas perguntas endereçadas à presidente na CNI. Dilma disse que é possível negociar a terceirização e a flexibilização da CLT caso os sindicatos participem das conversas.
  • Coluna BRASIL CONFIDENCIAL, na ISTOÉ, também registra o encontro. “Depois de perceber que alguns empresários ficaram de pé para aplaudir Aécio Neves durante a sabatina na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o candidato Eduardo Campos (PSB) quis saber dos assessores sobre a repercussão do seu discurso. Queria saber por que, com um discurso muito parecido ao do tucano, ele não levantou a plateia, como Aécio”.
  • BRASIL CONFIDENCIAL destaca também que o Ministério do Meio Ambiente e industriais interessados em criar regras para definir o uso do patrimônio genético para fins comerciais decidiram deixar a deliberação sobre o assunto para depois das eleições. “Interessados em debater o tema na sabatina da Confederação Nacional da Indústria (CNI), empresários não tocaram no assunto para evitar constrangimentos para Marina Silva e Eduardo Campos, que não acertaram as diferenças neste caso”.
  • Entre outras abordagens, BRASIL CONFIDENCIAL registra ainda: “Paulo Skaf pode ser o principal prejudicado por sua recusa em apoiar Dilma Rousseff, criando dificuldades para uma operação de transferência de votos de Alexandre Padilha”.
  • RADAR, na revista VEJA, assinala também que Paulo Skaf está preparado para responder a qualquer pergunta, menos em quem ele vota para presidente. “O dilema é: se ele cravar Dilma Rousseff, perderá um caminhão de votos, dado que seu eleitor é majoritariamente antipetista. Se a descartar, estará rejeitando também Michel Temer, que desde o início é o fiador de sua candidatura no PMDB. Se tentar dizer algo na linha de ‘o voto é secreto’, será tachado de pusilânime”, situa a coluna.

O “caso Santander” também ocupa espaços e cruza a pauta eleitoral. Ainda que não apresente ao leitor um viés inovador, revistas avançam sobre as consequências da demissão da economista responsável pelo informe distribuído a clientes que relacionava a piora das expectativas econômicas à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

  • ISTO É DINHEIRO escreve que “analistas de investimentos dos bancos andam sobre o fio da navalha das eleições”.
  • ÉPOCA entrevista Alexandre Schwartsman, ex-economista-chefe do Santander, que classifica o episódio como “lamentável”. Segundo ele, “o e-mail não tinha nada de controverso: as pesquisas que mostram o avanço da oposição - uma probabilidade, ainda que remota hoje, de que a oposição vença as eleições - têm um reflexo positivo sobre as ações, o câmbio, as taxas de juros”.
  • Sobre esse assunto, FELIPE PATURY, na ÉPOCA, destaca que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se sentiu magoado com o texto do banco Santander.
  • Coluna RADAR, na VEJA, registra: “Delfim Netto, mais uma vez, acerta no alvo ao comentar o arroubo autoritário do governo sobre o Santander por causa de um relatório do banco destinado a seus clientes vips. No próximo Canal Livre a ser exibido pela Band, Delfim crava: ‘O que o banco escreveu é bobagem, mas suas consequências, não. A partir da politização do caso pelo governo e da demissão pelo banco da analista que produziu o relatório, ninguém mais vai acreditar em nenhum informe de banco sobre a economia brasileira’”.
  • Como ponto de atenção, ÉPOCA destaca em reportagem com citação na capa que o Serviço Social da Indústria (SESI) paga salários a R$ 36 mil a apadrinhados de Lula e do PT e que alguns deles nem precisam aparecer para trabalhar. A denúncia cita nomes de funcionários que seriam “fantasmas” e afirma que Jair Meneguelli, presidente da entidade, “sindicalista e amigo de Lula”, “tem uma mania incorrigível de confundir o patrimônio do SESI com o dele”.
  • Na reportagem, ÉPOCA compara o “escritório de representação”, em São Paulo, do Conselho Nacional do SESI como uma casa mal-assombrada, criada por aliados no governo de Lula. “Quem a banca são as indústrias do país. Todo ano, elas são obrigadas a financiar as atividades do SESI, cuja principal finalidade é qualificar os trabalhadores das indústrias. A casa amarela é um dos melhores lugares do Brasil para (não) trabalhar”, afirma ÉPOCA.

Entre as abordagens econômicas com foco na agenda amplamente discutida pelos jornais diários durante a semana, destaque também está no artigo do ex-ministro Antonio Delfim Netto, na CARTA CAPITAL. Texto adverte que a economia brasileira voltou a ser bombardeada por informações contraditórias. Segundo Delfim, o pessimismo interno com relação ao crescimento de 2014 continuou aumentando, enquanto o mercado internacional respondia muito “otimisticamente” à emissão de 3,55 bilhões de dólares de papéis da República a juro muito conveniente (5%).

  • Em sua coluna na revista VEJA, o ex-ministro Maílson da Nóbrega aponta que o crescimento do PIB será pífio, menos de 1%. “Fica cada vez mais claro que a origem desse mau desempenho é essencialmente doméstica. Tem pouco a ver com a crise que atingiu os países desenvolvidos ainda em 2008”, situa o colunista.
  • ISTO É DINHEIRO registra que o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, deve anunciar o fim do embargo à carne bovina brasileira na viagem que fará ao Brasil. Texto lembra que a importação está suspensa desde dezembro de 2012, após a divulgação de um caso de doença da vaca louca no Paraná, em 2010.
  • Na reportagem, ISTOÉ DINHEIRO informa que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e sua congênere japonesa, Nippon Keidanren, promovem nesta sexta-feira um encontro entre executivos do setor industrial, onde serão discutidos o fortalecimento das relações econômicas bilaterais e as oportunidades de investimento nos setores de infraestrutura de transportes, óleo e gás e elétrico.
  • PODER, coluna na ISTOÉ DINHEIRO, registra: “a relevância do Mercosul em relação aos seus vizinhos da América do Sul não se traduz necessariamente em investimentos. Os cinco países do bloco comercial, incluindo a Venezuela, representam 72% do território, 70% da população e 90% do PIB sul-americano. Mas recebem apenas 58% do total de investimentos estrangeiros diretos e respondem por 65% do comércio exterior da região”.
  •  Ainda em PODER: “depois da sanção presidencial, nesta quinta-feira 7, da nova Lei do Simples, ampliando o número de setores que podem usar o sistema simplificado de tributação, o ministro Guilherme Afif, da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, contratará quatro consultorias para elaborar a regulamentação do tributo, com alíquotas escalonadas, como na tabela do Imposto de Renda. O plano ficará pronto em 90 dias. O desafio será convencer o Ministério da Fazenda a tirar o projeto do papel”.
  • RICARDO AMORIM, em sua coluna na ISTOÉ, afirma que a goleada da Alemanha sobre o Brasil é maior que 7 a 1 em setores como o da Educação. “O modelo educacional alemão diferencia-se pelo melhor ensino técnico do planeta, não por universidades de ponta. Assim, o país conquistou a liderança global em tecnologia e inovação”, exemplifica.
  • Segundo AMORIM, “para ganhar competitividade, a Alemanha apostou na produtividade e investiu em qualificação profissional, infraestrutura, flexibilização de leis trabalhistas e melhora do ambiente de negócios, em vez de tentar desvalorizar sua moeda e reduzir a competição, encarecendo produtos importados ou impedindo os alemães de comprarem no Exterior”.
  • ISTO É destaca que as duas maiores economias do mundo, Estados Unidos e China, voltaram a crescer em ritmo forte. “Para o Brasil, a retomada dos dois gigantes globais representa também uma oportunidade valiosa, especialmente num momento de baixa da economia brasileira”, indica o texto. Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, o crescimento da economia dos Estados Unidos pode provocar um impacto imediato, que consiste na alta das exportações brasileiras, sobretudo de commodities.
  • Na reportagem, ISTOÉ adverte que há um aspecto que preocupa também. “Os investimentos em papel americano vão se tornar mais atraentes. Isso é ruim para o Brasil, que deixou de ser a bola da vez”, diz Claudio Roberto Frischtak, presidente da consultoria InterB.

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