A iniciativa tem entre os seus objetivos prospectar oportunidades de desenvolvimento tecnológico em biotecnologia no Brasil, mapear desafios, avaliar o potencial mercadológico de tecnologias e identificar gargalos e soluções para minimizar os riscos associados à inovação na área.
No encontro, os participantes apresentaram dados, programas e ações desenvolvidas nas áreas de bioeconomia e biotecnologia e a estrutura do sistema de ciência, tecnologia e inovação de seus países.
Pelo MCTI, participaram da audiência o diretor de Políticas e Programas Temáticos, Osvaldo Leal de Moraes, o coordenador-geral de Biotecnologia e Saúde, Luiz Henrique Canto Pereira, o assessor de Assuntos Internacionais, Marcos Formiga, a coordenadora de cooperação com a Europa, Ana Stival, e a tecnologista Maguida da Silva. Já a missão europeia foi liderada por Damien Plan, membro da Joint Research Centre (JRC) – serviço de ciência da Comissão Europeia.
A União Europeia mantém, desde 2013, o Observatório de Bioeconomia (Bioeconomy Observatory), coordenado pelo JRC. Há interesse tanto do Brasil como da UE em promover o intercâmbio de informações e o diálogo entre especialistas na área de biotecnologia (bioeconomia), a fim de consolidar e fortalecer iniciativas. Representantes de ambas as partes têm trabalhado na construção de um plano de ação conjunto.
"Esta é a primeira visita para que possamos conhecer o funcionamento do observatório deles para que possamos adaptar essa experiência para a realidade brasileira", explicou Osvaldo Leal de Moraes. "O observatório vai planejar e acompanhar tudo que vai acontecer em termos de biotecnologia e bioeconomia, um setor que faz parte do plano de ação estratégico do Brasil e que representará um salto tecnológico com mais impacto do que foi a transição do sistema analógico para o digital", observou.
Segundo o representante do MCTI, existem diferentes setores – tanto acadêmicos como industriais – envolvidos com o processo de desenvolvimento de programas de biotecnologia no Brasil, a exemplo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A expectativa é que o observatório seja implementado até 2015 e represente o pontapé para alavancar o setor.
Diálogos setoriais
A criação do Observatório de Inovação em Biotecnologia no Brasil faz parte dos projetos dos Diálogos Setoriais UE-Brasil, coordenados pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) e pela Delegação da União Europeia no Brasil (Delbra), que está apoiando, em sua sétima convocatória, o número recorde de 37 ações. Essas iniciativas receberam recursos de cerca de R$ 3,9 milhões para a realização de eventos, missões internacionais, estudos e produção de publicações sobre temas considerados prioritários pelas duas partes.
Além do encontro do MCTI, a missão europeia passou pela Embrapa, em Brasília, e visitará os laboratórios do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), e complexos industriais instalados na cidade do Rio de Janeiro.
Também está prevista, para outubro, a ida de uma delegação brasileira à unidade do JRC de Bruxelas, na Bélgica, e a participação do grupo na conferência sobre bioeconomia em Turim, na Itália.
Fonte: MCTI