Hoje é o Dia Mundial de Combate a Asma. A data é de extrema
importância, pois seis milhões de brasileiros têm a doença, segundo Pesquisa Nacional de Saúde,
realizada recentemente pelo Ministério da Saúde em parceria com oIBGE.
Doença
inflamatória crônica das vias aéreas, a asma se caracteriza pela dificuldade de
respirar quando a pessoa é exposta a agentes alergênicos. O pulmão de uma pessoa
asmática é mais sensível, o que faz com que fatores como a poeira causem falta
de ar, o que não aconteceria em alguém que não tem a doença.
A
asma tem diferentes graus de gravidade, podendo evoluir. O grau mais brando tem
sintomas leves e com pausa. Manifesta-se em até dois dias por semana e até duas
noites por mês. Ela pode evoluir até a um grau 4, onde ocorrem sintomas graves
persistentes ao longo do dia, frequentemente durante a noite e várias vezes por
semana.
Saiba
mais sobre os sintomas na matéria do Blog da Saúde.
O
tema gera grande preocupação aos órgãos de saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) criou um programa chamado Iniciativa
Global da Asma (GINA), cujos objetivos são promover colaboração internacional
em pesquisas, relatórios e estudos sobre a asma e encorajar a disseminação e a
adoção desses relatórios como fontes para intervenções efetivas de prevenção e
controle da doença.
Alguns
resultados do GINA mostram que em regiões onde o tratamento dos asmáticos foi
adequadamente seguido houve redução das hospitalizações por asma e dos
atendimentos em Serviços de Emergência. As diversas experiências realizadas
sobre o tratamento da asma indicam que não basta prescrever remédios para
atingir o controle da doença. É preciso aliar o esclarecimento do asmático e
seus familiares sobre a doença a essas medidas.
Marise
Amaral de 54 anos é secretária da Associação Brasileira de Asmáticos (Abra/SP)
e sofre com a doença que foi desencadeada por um episódio psicológico. “Meu
primeiro episódio com a asma foi aos 25 anos. Após uma depressão pós-parto tive
uma crise de ansiedade muito forte e desencadeou minha primeira crise, que foi
gravíssima. Eu já tinha um agravante, que é a rinite, que era muito forte desde
a adolescência. Ela foi se agravando e quando tive meu primeiro filho juntou a
ansiedade com a rinite descompensada e desencadeou uma crise forte. O médico na
época queria até me entubar, mas eu recusei, por causa do meu filho
recém-nascido. No dia tomei uma medicação de forte e comecei um tratamento
especial”, relembra.
O
medicamento associado a mudanças no ambiente ajudaram Marise a manter a asma
sob controle. “O tratamento não é feito apenas com remédios. A questão
ambiental também é muito importante. Morava em uma casa pouco ventilada e com
carpete, tive que mudar isso. Não uso quase roupa de lã. Tive outras crises, mas
geralmente passo bastante tempo bem. Uso uma medicação preventiva, que o SUS
libera, constantemente, mas só isso não impede que eu tenha crise. Quando sinto
que vou ter uso a medicação, tento me acalmar e fazer algumas manobras
respiratórias que me ajudam controlar a asma. Claro que tem um ponto da crise
que é necessário atendimento médico”, explica.
A
persistência é a chave do sucesso no tratamento. Além de ser paciente e por
trabalhar na Aba, Marise convive com outros asmáticos e ressalta a importância
de manter o tratamento mesmo quando as crises não são tão presentes. “Vemos
muito aqui na associação problema de muitos pacientes com asma que quando estão
bem para a falta de ar, interrompem o tratamento deixando-os ainda mais
suscetível as crises”.
O
SUS fornece tratamento gratuito desde 2011 aos asmáticos por meio do Programa
Farmácia Popular. Medicamentos como brometo de ipratrópio, dirpoprionato de
beclometasona e sulfato de salbutamol. Os medicamentos podem ser obtidos com a
apresentação do CPF e da receita médica. Somente em 2014, mais de um milhão de
pessoas foram beneficiadas com a medicação.