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quarta-feira, 27 de abril de 2016

SUS é tema de debate durante conferência na Universidade de Harvard

A secretária de Gestão Estratégica e Participativa, Lenir Santos, representou o Ministério da Saúde no evento e apontou os avanços e os desafios do sistema de saúde público brasileiro  
A criação de um painel exclusivo sobre o tema 'saúde' foi a novidade da 2ª edição da ‘Brazil Conference at Harvard and MIT’, evento realizado nos dias 22 e 23 de abril, na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Dividido em dois momentos, o painel contou com a participação de professores universitários, empreendedores e nomes reconhecidos na cena da saúde pública, que apontaram os desafios, as inovações e os possíveis caminhos para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro.
A secretária de Gestão Estratégica e Participativa, Lenir Santos, representou o Ministério da Saúde na Conferência. No dia 22, a secretária foi uma das debatedoras do painel ‘Respostas do Sistema de Saúde Brasileiro e novos Desafios’, juntamente com o ex-ministro da Saúde Arthur Chioro, o representante da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil, Joaquín Molina, além do diretor da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Adriano Massuda.
As discussões foram abertas pela professora da Universidade de Harvard Márcia Castro, que fez um diagnóstico da situação da saúde brasileira. Entre os temas citados, estavam o aumento nos casos de dengue este ano em relação a 2015, a epidemia de Zika e as correlações com implicações neurológicas e microcefalia de bebês recém-nascidos, os homicídios de jovens negros de classe baixa, a persistência da sífilis congênita e as doenças crônicas não transmissíveis.
Durante o debate, Lenir Santos ressaltou os avanços obtidos no campo da promoção da saúde e da criação de políticas sociais no Brasil nos últimos anos, que impactaram positivamente a saúde das pessoas. Entre as dificuldades, a secretária reconheceu o subfinanciamento da saúde como o principal responsável pelos problemas de consolidação da agenda da saúde brasileira.
O ex-ministro Arthur Chioro destacou os avanços que o Brasil conquistou nos últimos 27 anos, com a existência do SUS, especialmente nas políticas de imunização, transplantes, urgência e emergência, aids e saúde da família. Para Chioro, a obesidade, os homicídios, acidentes de trânsito e a persistência de doenças evitáveis são alguns dos maiores desafios para a saúde do país.
Já o representante da OPAS Joaquín Molina apresentou as ações do Brasil para o controle e acompanhamento do vírus Zika, com foco no controle do mosquito Aedes aegypti, na produção de gestão de conhecimento e na reorganização dos serviços de saúde para qualificar o atendimento à população afetada pela doença.
A avaliação do diretor da EBSERH, Adriano Massuda, é que o SUS trouxe inovações importantes, como a implantação de um modelo assistencial em rede que utiliza muito bem das estratégias de atenção básica. No entanto, a atenção especializada e a atenção hospitalar ainda carecem de melhorias estruturantes, segundo a opinião do diretor.
Indagados pelo moderador Rifat Atun, professor de Sistemas Globais de Saúde na Universidade de Harvard, sobre o que mudariam na saúde brasileira, os debatedores foram unânimes em reconhecer que a reforma da saúde do Brasil e o SUS precisam ser consolidados com mais financiamento e menos desigualdade social. Para os palestrantes brasileiros, sem democracia as conquistas já estabelecidas pelo SUS e as reformas necessárias estão ameaçadas.
Da Agência Saúde

Evento debate vigilância em saúde durante jogos olímpicos

Uma série de ações em saúde e vigilância sanitária já estão sendo implementadas na cidade do Rio de Janeiro visando os jogos olímpicos, que ocorrerão no mês de agosto. Todo o planejamento é realizado em conjunto com o estado e município do Rio de Janeiro, integrando atendimento e vigilância epidemiológica. O Brasil vai receber visitantes de todas as partes do mundo e cada um traz em sua bagagem também seus vírus e bactérias. Mas será que estamos preparados para fazer esse controle? Nossa Vigilância Sanitária já tomou medidas efetivamente preventivas? O que pode acontecer? Para debater essas e outras questões, o Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos retorna para mais um encontro, no dia 27 de abril, com o tema A atuação das vigilâncias do campo da saúde nas Olimpíadas de 2016. Marcado para 13h30, no salão internacional da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), o Centro de Estudos da Ensp conta com as participações de Cláudio Henriques (Devit/SVS), Arnaldo Lassance (Ensp/Fiocruz) e Rodolfo Nunes (Anvisa). Na ocasião, ocorrerá o lançamento do jogo educativo Vigilância Sanitária nos Eventos de Massa.

Este Centro de Estudos tem coordenação da pesquisadora da Ensp/Fiocruz Vera Pepe. Desde 2013, a unidade da Fundação vem debatendo as questões das vigilâncias nos grandes eventos, principalmente por conta da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. O assunto já foi tema de uma sessão intitulada Vigilância sanitária nos eventos de massa: a importância do voluntariado, realizada em maio de 2013, que contou com as presenças da gerente geral de Alimentos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Denise de Oliveira Resende; a representante da superintendência de Vigilância Sanitária da Subsecretaria de Vigilância em Saúde do Rio de Janeiro/SES-RJ, Jaqueline Toledo; e a integrante da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Marissol Figueiredo de Souza. A atividade, que recebeu pessoas que trabalharão como voluntários em grandes eventos, também foi coordenada por Vera Pepe, responsável ainda pelo Centro Colaborador em Vigilância Sanitária (Cecovisa/Ensp). Confira aqui as apresentações.

Sobre o lançamento do jogo educativo, Vera Pepe explica que Vigilância Sanitária nos Eventos de Massa trata dos riscos à saúde nos eventos de massa, com ênfase nas ações de vigilância sanitária, de forma lúdica, mas dirigido aos voluntários, à população em geral e aos profissionais da vigilância sanitária. Foi elaborado com financiamento da Faperj pelo Cecovisa/Ensp e pela Coordenação de Educação a Distância da Ensp/Fiocruz. “A ideia dele é como um gibi, um jogo de erros, contemplando os diferentes tipos de eventos de massa: esportivo e cultural”, explicou Vera.

Centro de Estudos da Ensp/Fiocruz em 2016

O Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos retomou suas atividades em 2016 debatendo o Estado da arte sobre a epidemia do vírus zika: o que já sabemos e o que ainda precisamos saber, com participação do coordenador da Fiocruz Mato Grosso do Sul, Rivaldo Venâncio da Cunha, da pesquisadora do Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) Maria Elizabeth Lopes Moreira, e da pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) Patricia Carvalho de Serqueira.

O segundo encontro do ano, que reforçou a atuação da Ensp em relação à epidemia, abordou o tema Zika: a ética em pesquisas e em questões de gênero, com participação do coordenador da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), Jorge Venâncio, e da pesquisadora da Universidade de Brasília Débora Diniz.

O Cenário atual das políticas de saúde no Brasil pautou o terceiro Centro de Estudos da Ensp de 2016. A atividade foi coordenada pelo pesquisador do Departamento de Ciências Sociais da Ensp (DCS) Nilson do Rosário Costa e recebeu como palestrantes Ligia Bahia, do Núcleo de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ (Nesc), e Mario Roberto Dal Poz, do Instituto de Medicina Social da Uerj.

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias

MS lança campanha voltada à saúde dos homens gays e bissexuais

Esta é a quinta campanha voltada à valorização do direito à saúde de públicos específicos, como população de rua, negra e mulheres lésbicas e bissexuais
O Ministério da Saúde lançou nesta terça (26), durante a 3ª Conferência de Políticas Públicas de Direitos Humanos de LGBT, em Brasília, a campanha “Cuidar bem da saúde de cada um. Faz bem para todos. Faz bem para o Brasil”, com foco na saúde integral, atendimento humanizado e respeito para homens gays e bissexuais. O objetivo é informar e conscientizar toda a sociedade, bem como profissionais de saúde, trabalhadores e gestores do SUS sobre garantias ao atendimento, sem discriminação, considerando as especificidades de saúde dessa população. A campanha foi desenvolvida em parceria com o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, Juventude e dos Direitos Humanos.
Esta é a quinta etapa de uma série de campanhas realizadas pelo Governo Federal pela valorização do direito à saúde. Entre os grupos já contemplados estão: população de rua, população negra, mulheres lésbicas e bissexuais e saúde trans. Serão distribuídos 100 mil cartazes para unidades de saúde, secretarias estaduais, conselhos de saúde, Comitês de Saúde LGBT e para os serviços de assistência social e direitos humanos que atendem a essa população nos estados. Também serão veiculadas nas redes sociais mensagens e vídeos de sensibilização e informações sobre as necessidades de saúde e os direitos de homens gays e bissexuais.
Ao lançar a campanha o secretário substituto de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde, André Bonifácio destacou a importância da promoção de ações que incluam públicos específicos. "Só há um caminho para o Brasil crescer: o do respeito à pluralidade, à diversidade. Sem isso, não há desenvolvimento possível. Neste sentido, esta campanha é fundamental para não deixar que os sentimentos e desejos de cidadania plena em nosso país sejam apagados em momento algum da história".
A ministra das Mulheres, da Igualdade Racial, Juventude e dos Direitos Humanos, Nilma Gomes, reforçou que a campanha espelha a intersetorialidade possível entre as políticas públicas e é resultado do esforço conjunto do governo e sociedade civil. "A luta LGBT transcende a militância, é preciso contemplar e incluí-los nas práticas, ações e políticas públicas em todas as áreas”, enfatizou.
A campanha contará ainda com uma cartilha contendo informações sobre a atenção integral à saúde desta população, voltada para trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo, recepcionistas e responsáveis por marcar consultas, atendentes, entre outros. A cartilha destaca o direito de todos à saúde com respeito e sem discriminação e aborda orientações aos profissionais no acolhimento a essa população.
SAÚDE DO HOMEM – Dados do Ministério da Saúde apontam que, no Brasil, os homens vivem 7,3 anos a menos que as mulheres. Eles também apresentam maior vulnerabilidade às doenças, sobretudo as crônicas, sendo as doenças do aparelho respiratório e do aparelho circulatório a segunda e terceira causas de internações entre os homens, ficando atrás apenas de lesões e outras causas externas, como acidentes de trânsito. A população masculina ainda acessa os serviços de saúde menos do que as mulheres, gerando impactos negativos em sua saúde. “A campanha busca também lembrar que a população de gays e bissexuais se insere nessas estatísticas de adoecimento e mortalidade masculina, reforçando que os cuidados de saúde estão além das questões de HIV/aids, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis”, completa.
POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE LGBT – Desde 2011, com a Política Nacional de Saúde Integral LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), o Ministério da Saúde vem expandindo o acesso da população LGBT ao SUS, qualificando o atendimento a gays e homens bissexuais, com o respeito à orientação sexual e atenção às especificidades em saúde dessa população nos serviços de atenção básica, média e alta complexidade, bem como a inserção de gays e bissexuais nas ações de atenção à saúde do homem.
Para qualificar os indicadores de saúde e melhor planejar as ações de prevenção e promoção da saúde dessa população, foi feita a inclusão dos campos orientação sexual e identidade de gênero na Ficha de Notificação de Violência no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do SUS. Nessa mesma ficha foi ainda incluído outro campo para preenchimento de violência motivada por homofobia/lesfobofia/transfobia para dar visibilidade à violência sofrida pela população LGBT.
Além disso, o Ministério vem investindo na educação permanente dos profissionais, com curso sobre a Política de Saúde LGBT. Oferecido de forma gratuita e em plataforma de Ensino à Distância, o curso já envolveu mais de 18 mil pessoas inscritas. A previsão é que haja a abertura de uma nova turma em maio deste ano.
HIV/AIDS - Os homens gays e bissexuais estão inseridos entre os grupos considerados “populações-chave” para o controle da epidemia de HIV/Aids, no Brasil. Eles fazem parte do grupo de homens que fazem sexo com outros homens (HSH), que apresentam taxas de prevalência de HIV/Aids da ordem  de 10,5%; juntamente com as pessoas que usam drogas, com prevalência de 5,9%; e as profissionais do sexo, com prevalência de 4,9%.
Por isso, o Ministério da Saúde tem desenvolvido diversas estratégias que visam a prevenção de HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis, bem como  reduzir o diagnóstico tardio do HIV/Aids, ampliando a testagem e incentivando o tratamento precoce, em especial para as populações-chave. Entre essas ações destacam-se: testes rápidos (TR) para a detecção do HIV/Aids realizados nas unidades básicas de saúde (UBS), nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em locais diversificados para além dos serviços de saúde.
Além da distribuição gratuita de preservativos, outra medida de prevenção é a PEP sexual (profilaxia pós-exposição), que consiste no uso de medicamentos até 72 horas após a relação sexual, a distribuição gratuita do coquetel antiaids para todos que necessitam do tratamento e o Serviço de Assistência Especializada para tratamento e acompanhamento de pacientes com diagnóstico de HIV.
Por Gabriela Rocha, da Agência Saúde

Saúde confirma 1.198 casos de microcefalia no país

Dos 7.228 casos notificados até o momento ao Ministério da Saúde, 3.710 continuam em investigação e 2.320 foram descartados
Até o dia 23 de abril, foram confirmados 1.198 casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso, sugestivos de infecção congênita, em todo o país. Ao todo, foram notificados 7.228 casos suspeitos desde o início das investigações, em outubro de 2015, sendo que 2.320 foram descartados. Outros 3.710 estão em fase de investigação. As informações são do novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado nesta terça-feira (26), que reúne as informações repassadas pelas secretarias estaduais de saúde.
Do total de casos confirmados, 194 tiveram confirmação laboratorial para o vírus Zika.  No entanto, o Ministério da Saúde ressalta que esse dado não representa, adequadamente, a totalidade do número de casos relacionados ao vírus. Ou seja, a pasta considera que houve infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.
Os 1.198 casos confirmados ocorreram em 435 municípios, localizados em 22 unidades da federação: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul. Já os 2.320 casos foram descartados por apresentarem exames normais, ou apresentarem microcefalias e/ou alterações no sistema nervoso central por causas não infeciosas.
No mesmo período, foram registrados 251 óbitos suspeitos de microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central após o parto ou durante a gestação (abortamento ou natimorto). Destes, 54 foram confirmados para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central. Outros 167 continuam em investigação e 30 foram descartados.
Cabe esclarecer que o Ministério da Saúde está investigando todos os casos de microcefalia e outras alterações do sistema nervoso central, informados pelos estados, e a possível relação com o vírus Zika e outras infecções congênitas. A microcefalia pode ter como causa, diversos agentes infecciosos, além do Zika, como Sífilis, Toxoplasmose, Outros Agentes Infecciosos, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Viral.
O Ministério da Saúde orienta as gestantes adotarem medidas que possam reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes permitidos para gestantes.
Distribuição dos casos notificados de microcefalia por UF, até 23 de abril de 2016
Regiões e Unidades Federadas
Casos  de Microcefalia e/ou malformações, sugestivos de infecção congênita
Total acumulado1 de
casos notificados
de 2015 a 2016
Em investigação
Confirmados2,3
Descartados4
Brasil
3.710
1.198
2.320
7.228
Alagoas
83
57
140
280
Bahia
652
221
175
1.048
Ceará
238
84
134
456
Maranhão
101
99
42
242
Paraíba
382
112
370
864
Pernambuco
733
334
816
1.883
Piauí
22
74
61
157
Rio Grande do Norte
297
86
34
417
Sergipe
163
31
17
211
Região Nordeste
2.671
1.098
1.789
5.558
Espírito santo
100
7
24
131
Minas Gerais
51
2
50
103
Rio de Janeiro
288
42
85
415
São Paulo
161a
0
108
269
Região Sudeste
600
51
267
918
Acre
18
0
17
35
Amapá
2
4
1
7
Amazonas
9
4
4
17
Pará
26
1
0
27
Rondônia
4
3
5
12
Roraima
22
0
0
22
Tocantins
118
3
17b
138
Região Norte
199
15
44
258
Distrito Federal
2
4
31
37
Goiás
82
9
37
128
Mato grosso
116
15
74
205
Mato Grosso do Sul
2
2
14
18
Região Centro-Oeste
202
30
156
388
Paraná
6
2
25
33
Santa Catarina
2
0
3
5
Rio Grande do Sul
30
2
36
68
Região Sul
38
4
64
106
Fonte: Secretarias de Saúde dos Estados e Distrito Federal (dados atualizados até 09/04/2016).
1 Número cumulativo de casos notificados que preenchiam a definição de caso operacional anterior (33 cm), além das definições adotadas no Protocolo de Vigilância (a partir de 09/12/2015) que definiu o Perímetro Cefálico de 32 cm para recém-nascidos com 37 ou mais semanas de gestação e demais definições do protocolo.
2 Apresentam alterações típicas: indicativas de infecção congênita, como calcificações intracranianas, dilatação dos ventrículos cerebrais ou alterações de fossa posterior entre outros sinais clínicos observados por qualquer método de imagem ou identificação do vírus Zika em testes laboratoriais.
3 Foram confirmados 194 casos por critério laboratorial específico para vírus Zika (técnica de PCR e sorologia).
4 Descartados por apresentar exames normais, por apresentar microcefalia e/ou malformações congênitas confirmada por causas não infecciosas ou por não se enquadrar nas definições de casos.
a. Conforme informado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”, da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, 161 casos se encontram em investigação para infecção congênita. Desses, 39 são possivelmente associados com a infecção pelo vírus Zika, porém ainda não foram finalizadas as investigações.
b. Redução no valor após revisão e correção (erro de digitação, classificação
Por Alexandre Penido, da Agência Saúde


Saúde divulga primeiro balanço com casos de Zika no país


De fevereiro até 2 de abril deste ano, foram notificados 91,3 mil dos casos da doença no Brasil. Também foram apresentados novos dados de dengue e chikungunya

O primeiro boletim epidemiológico com dados registrados do vírus Zika aponta 91.387 casos prováveis da doença em todos os estados brasileiros, até o dia 2 de abril. A taxa de incidência, que considera a proporção de casos, é de 44,7 casos para cada 100 mil habitantes. A transmissão autóctone do vírus no país foi confirmada a partir de abril de 2015, com a confirmação laboratorial no município de Camaçari (BA). O Ministério da Saúde tornou compulsória a notificação dos casos de Zika em fevereiro deste ano. Desde então, estados e municípios vinham preparando seus sistemas de registros para encaminhar estas notificações ao Ministério da Saúde. Antes disso, o monitoramento do vírus Zika era realizado por meio de vigilância sentinela.

A região Sudeste teve 35.505 casos prováveis da doença, seguida das regiões Nordeste (30.286); Centro-Oeste (17.504); Norte (6.295) e Sul (1.797). Considerando a proporção de casos por habitantes, a região Centro-Oeste fica à frente, com incidência de 113,4 casos/100 mil habitantes, seguida do Nordeste (53,5); Sudeste (41,4); Norte (36,0); Sul (6,1).

GESTANTES – Até o dia 2 de abril, foram registrados 7.584 gestantes com casos suspeitos da doença, sendo que 2.844 casos foram confirmados. Cabe esclarecer que, apesar de estar confirmada a relação do vírus Zika com os casos de microcefalia, não significa que toda mulher infectada pelo vírus durante a gravidez dará à luz um bebê com microcefalia.

“Ainda não é possível se ter ideia da proporção de gestantes, infectadas pelo vírus Zika, que terão  bebês com microcefalia. Até o momento, o maior número desses casos foi em mulheres que tiveram a doença no primeiro trimestre de gestação.”, explicou o Diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, em entrevista realizada nesta terça-feira (26), no Ministério da Saúde Segundo ele, o mais importante é realização adequada e o acompanhamento do pré-natal para identificar se o bebê irá ou não nascer com algum tipo de malformação.

O Ministério da Saúde orienta às gestantes que adotem medidas para reduzir a presença do mosquito Aedes aegypti, com a eliminação de criadouros, e proteção contra a exposição de mosquitos, mantendo portas e janelas fechadas ou teladas, uso de calça e camisa de manga comprida, além de repelentes recomendados para grávidas.

DENGUE – O novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde mostra 140 morte óbitos pela doença neste período, contra 427 em 2015. Também houve redução nos casos de dengue grave (66%), que passou de 731 no ano passado para 244 este ano, e nos casos com sinais de alarme (75%), que reduziu de 11.124 para 2.724.

Em 2016, até 2 de abril, foram registrados 802.429 casos prováveis de dengue em todo o país. No mesmo período do ano passado, foram 705.231 casos. Neste período, a região Sudeste registrou o maior número de casos prováveis (463.807 casos; 57,8%) em relação ao total do país, seguida das regiões Nordeste (158.235; 19,7%), Centro-Oeste (94.672; 11,8%), Sul (57.282; 7,1%) e Norte (28.433; 3,5%).

"A partir do final de fevereiro, já começamos a observar uma redução dos casos semanais. A expectativa é que o número continue caindo, expressando o resultado das nossas ações, que foram intensificadas desde início do ano”, afirmou Cláudio Maierovitch. Ele observou que a tendência é de desaceleração do número de casos nas próximas semanas, visto que o período de maior infestação do mosquito Aedes aegypti é na época de chuvas, entre os meses de dezembro e abril.

CHIKUNGUNYA - Até 2 de abril, foram notificados 39.017 casos prováveis de Chikugnunya. Todos os estados do país registraram casos suspeitos da doença. No mesmo período de 2015, foram 7.412 casos. Neste ano, foram registrados 15 óbitos pela doença, que ainda precisam ser investigados com mais detalhadamente, para que seja possível determinar se há outros fatores associados, como doenças prévias, comorbidades, uso de medicamentos, entre outros. A transmissão da Febre Chikungunya foi identificada pela primeira vez no Brasil no ano de 2014.

MOBILIZAÇÃO - O Ministério da Saúde tem reunido esforços no combate ao Aedes aegypti, convocando o poder público e a população. O governo federal mobilizou todos os órgãos federais para atuar conjuntamente neste enfrentamento, além da participação dos governos estaduais e municipais. Neste ano, diversas ações foram organizadas em parceria com outros órgãos e entidades, como a mobilização que contou com 220 mil militares das Forças Armadas; a mobilização nas escolas, que marcou o início do ano letivo com instruções aos alunos de como prevenir as doenças transmitidas pelo Aedes; além da faxina promovida pelo Governo Federal com servidores públicos, cujo objetivo foi inspecionar e eliminar possíveis focos do mosquito nos prédios públicos.

Além disso, estão em funcionamento 1.094 salas municipais e 27 salas estaduais de controle, que são coordenadas pela Sala Nacional de Coordenação e Controle (SNCC), instituída em dezembro do ano passado pelo Governo Federal para organizar e coordenar as estratégias de combate ao Aedes aegypti.

Nas duas primeiras semanas de abril, terceiro ciclo da campanha contra o vetor, as equipes de combate ao mosquito Aedes aegypti já alcançaram 8,49 milhões de imóveis brasileiros. Foram 6,9 milhões de domicílios, prédios públicos, comerciais e industriais efetivamente vistoriados, além de 1,5 milhões de estabelecimentos que estavam fechados ou houve a recusa para acesso. Em todo o país, as visitas aos imóveis contam com a participação permanente de 266,2 mil agentes comunitários de saúde e 49,2 mil agentes de controle de endemias, com apoio de aproximadamente 5 mil militares das Forças Armadas. Juntam-se, ainda, profissionais de equipes destacados pelos estados e municípios, como membros da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros.

PREVENÇÃO - É importante destacar que, para combater o Aedes aegypti e os possíveis criadouros, é necessária a adoção de uma rotina com medidas simples para eliminar recipientes que possam acumular água parada. Quinze minutos de vistoria são suficientes para manter o ambiente limpo. Pratinhos com vasos de planta, lixeiras, baldes, ralos, calhas, garrafas, pneus e até brinquedos podem ser os vilões e servir de criadouros para as larvas do mosquito. Outras iniciativas de proteção individual também podem complementar a prevenção das doenças, como o uso de repelentes e inseticidas para o ambiente.

O Brasil tem um programa permanente de prevenção e controle do mosquito Aedes aegypti, com ações compartilhadas entre União, estados e municípios, durante todo o ano. Além do desenvolvimento de ações de apoio a estados e municípios, responsáveis pela coordenação e execução destas ações, o Ministério da Saúde realiza a aquisição de insumos estratégicos, como inseticidas e kits de diagnósticos, para auxiliar os gestores locais no combate ao mosquito. Os recursos federais destinados ao combate ao mosquito Aedes aegypti cresceram 39% nos últimos anos (2010-2015), passando de R$ 924,1 milhões para R$ 1,29 bilhão neste ano. Para 2016, a previsão é de um incremento de R$ 580 milhões, uma vez que o valor chegará a R$ 1,87 bilhão. Além disso, foi aprovado no orçamento um adicional de R$ 500 milhões para o combate ao Aedes.


Por Camila Bogaz, da Agência Saúde

terça-feira, 26 de abril de 2016

Hipertensão Arterial: reduzir consumo de sal auxilia na prevenção da doença

A Hipertensão Arterial é a mais frequente das doenças cardiovasculares no Brasil. É um dos principais fatores de risco para complicações como acidente vascular cerebral e infarto agudo do miocárdio.

A doença é silenciosa e assintomática na maior parte do  seu curso. Alguns pessoas nem desconfiam que são hipertensas. “Eu só lembro que um dia, aos 50 anos, resolvi fazer uma consulta de rotina com o cardiologista e ele me disse que, pela minha pressão, era hipertenso. Levei um susto. Não tinha identificado até então nenhum sintoma que me chamasse a atenção antes disso”, conta o aposentado Ermelindo Nascimento, 62 anos. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a pressão arterial é considerada alta quando está acima de 140 (máxima) por 90 (mínima).
Cuidar e prevenir a hipertensão é possível modificando o estilo de vida: praticar atividade física, cuidar da alimentação, evitar o tabagismo e uso excessivo de álcool são fatores  que influenciam no aparecimento da doença. Uma alimentação adequada, especialmente cuidadosa com o consumo de sal, merece uma atenção especial, já que está diretamente ligada a progressão da doença.

A Pesquisa de Orçamento Familiares (POF/IBGE-2008) mostra que o consumo de sódio na população brasileira excede em mais de duas vezes o limite máximo recomendado pela OMS, a qual orienta a ingestão máxima de cinco gramas por dia. O brasileiro costuma ingerir em média 12 gramas.  Cada 5 gramas de sal possui 2 gramas de sódio.

Comer sal em excesso pode potencializar e acelerar as complicações do problema no organismo.  “O que mais mudou na minha rotina foi o consumo de sal que era realmente sem pensar. Evito demais de comer. Eu tento usar temperos naturais para substituir.  Fui aprendendo. Aqui em casa quem faz a comida da família sou. Imagina ter que cozinhar para os filhos e os netos no domingo... a comida tem que ficar gostosa”, pondera Ermelindo.

Quer também reduzir o consumo do sal em casa?  Confira algumas dicas:

1. Retire o saleiro da mesa. Muitas vezes, só o costume, faz com que você adicione sal na comida sem necessidade;

2. Mesmo com a comida pronta ou ainda no preparo, é importante experimentar cada etapa para identificar se o tempero já é suficiente. Experimentar vai ajudar a evitar exageros;

3. É importante tentar reduzir gradualmente o uso de sal e condimentos com sal (alho e sal, temperos em cubo e em pó) no preparo de alimentos. Produtos industrializados como esses,  já possuem muito sal na sua composição;

4. Use substitutos para o sal em casa como o sal de ervas. Ele é uma alternativa para deixar a comida gostosa, menos salgada e mais temperada.




 Vale ressaltar ainda que o Sal de Ervas, apesar de reduzir 50% da quantidade de sal, comparado a uma xícara inteira que poderia ser usada em casa,  deve ser usado com moderação.

Calendário Agenda