A Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS) publicou, nesta terça-feira (12), a 4ª edição do Mapa
Assistencial, publicação que traz diversas informações sobre o atendimento
prestado pelas operadoras de planos de saúde de assistência médico-hospitalar e
odontológica no País. Entre os diversos dados disponíveis há a quantidade de
internações, consultas, terapias e exames, bem como os custos assistenciais
informados pelo setor. Os dados contidos no Mapa Assistencial da Saúde
Suplementar referem-se aos anos de 2014 e 2015, e a principal fonte de dados
são informações fornecidas pelas operadoras de planos de saúde por meio do
Sistema de Informações de Produtos (SIP).
Nesta edição, há também alguns
indicadores de saúde do Brasil e de países membros da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A ideia é fornecer informações
que permitam análises comparativas com base nos seguintes indicadores
selecionados: taxa de internação hospitalar, número de consultas médicas por
beneficiário, número de exames de ressonância magnética por beneficiário,
número de exames de tomografia computadorizada por beneficiário e taxa de parto
cesáreo.
Para a diretora de Normas e
Habilitação dos Produtos da ANS, Karla Santa Cruz Coelho, situar a posição
brasileira em relação a um conjunto de países também é um dos interesses da
análise comparada. “Isso possibilita a percepção geral de qualidade de alguns
indicadores de assistência do setor de planos de saúde”, afirma a diretora. Por
isso, o Mapa Assistencial consiste em um painel de informações, que permite
avaliar indicadores de desempenho do setor regulado no Brasil.
O Mapa Assistencial da Saúde
Suplementar destina-se a pesquisadores e entidades da área de saúde suplementar
no Brasil. Leia abaixo mais informações sobre esta publicação.
FONTE DE DADOS -
O SIP é um sistema pelo qual as operadoras enviam dados agregados de eventos em
saúde – consultas, exames, terapias, internações e procedimentos odontológicos.
Com periodicidade trimestral, atualmente é uma das fontes de dados para o
acompanhamento e avaliação da ANS em relação ao setor.
O preenchimento do SIP foi
expressivo no período avaliado, tendo variado de 89,82% a 91,55%. Também foi
elevado o percentual de beneficiários abrangido pelas operadoras que informaram
seus dados assistenciais pelo SIP - de 98,50% a 99,56%. Portanto, o Mapa
Assistencial soma-se a outras iniciativas da ANS, que têm como objetivo dar
transparência aos dados de produção assistencial.
INDICADORES - De acordo
com o Mapa Assistencial, o número de consultas médicas per capita, por exemplo,
é um indicador que permite avaliar como os sistemas de saúde gerenciam a
prestação de cuidados à saúde de seus membros (beneficiários ou cidadãos) e os
recursos disponíveis. Neste item, a taxa da saúde suplementar brasileira se
situou abaixo da média da OCDE, mas próxima a de países com sistemas universais
de saúde, como Reino Unido e Dinamarca.
Com relação aos exames de
ressonância magnética por 1.000 habitantes (beneficiários), a taxa da saúde
suplementar no Brasil superou as da Turquia, Estados Unidos e França, os países
com as mais altas taxas entre os membros e parceiros da OCDE. É possível que,
neste caso, o indicador possa apontar a realização de exames em excesso ou
desnecessários.
A publicação revela que a taxa de internação hospitalar por
1.000 habitantes (beneficiários) atingiu, na saúde suplementar, um valor acima
da média da OCDE e próximo a de países como Suécia, França, Suíça e Polônia.
Quanto ao número de exames de tomografia computadorizada por 1.000 habitantes
(beneficiários), a taxa ficou acima da média da OCDE. De acordo com a
publicação, dados sobre o uso destes exames de imagem não estão disponíveis
para o SUS e para o Brasil como um todo.
CESARIANAS - De
acordo com as informações contidas nesta edição do Mapa Assistencial, a taxa de
cesarianas da saúde suplementar ficou cerca de três vezes superior à média da
OCDE, superando as que foram verificadas no Chile, México e Turquia. “Quando
não há uma justificativa clínica, a cesariana aumenta as taxas de prematuridade
e de problemas respiratórios do recém-nascido”, afirma Karla Santa Cruz
Coelho.
INTERNAÇÕES - Entre 2014 e
2015, foram registradas 15,5 milhões de internações pelos planos de saúde, com
custo informado de cerca de R$ 99 bilhões. Por ano, foram 7,5 milhões de
atendimentos informados em 2014 (R$ 47,2 bilhões) e 7,9 milhões em 2015 (R$
51,9 bilhões).
Do total de internações em
2014 e 2015, 1,4 milhão (9,4%) foram internações obstétricas, de acordo com os
dados inseridos pelo SIP. Somente os partos totalizaram 1,1 milhão, dos quais
947,8 mil foram cirurgias cesarianas (85,1%).
Com aproximadamente 1 milhão
de internações informadas entre 2014 e 2015, estão as doenças do aparelho
respiratório (asma, bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica, entre
diversas outras). Também com cerca de 1 milhão de internações registradas pelo
SIP, estão as doenças do aparelho cardiovascular, como infartos e acidente
vascular cerebral (AVC).
CONSULTAS MÉDICAS - Entre
2014 e 2015, foram informadas 537,5 milhões de consultas médicas pelas
operadoras de planos de saúde de assistência médica, com custo de R$ 36,7
bilhões. Separado por ano, os dados são os seguintes: 270,8 milhões de
consultas (R$ 17,3 bilhões) em 2014 e 266,6 milhões (R$ 19,4 bilhões) em
2015.
Entre as consultas médicas
realizadas nos dois anos avaliados, 423,6 milhões (78,8%) foram consultas
ambulatoriais com profissionais de diversas áreas como cardiologia, pediatria,
endocrinologista e oftalmologia, entre 25 especialidades. Esses sãos os
chamados atendimentos eletivos, aqueles que podem ser feitos com agendamento
prévio, sem urgência.
Já as consultas médicas em
pronto-socorro, feitas na urgência e emergência na rede credenciada dos planos
de saúde, totalizaram 113,9 milhões de atendimentos informados pelas
operadoras, em 2014 e 2015. Esses atendimentos geraram custos de R$ 8,6 bilhões
no período.
Entre os dados ambulatoriais
informados pelas operadoras de planos de saúde de assistência médica, que concentram
a maior parte dos registros, as consultas de clínica médica se destacaram, com
um volume de 46,9 milhões de atendimento no período (2014/2015). Esse total
corresponde a 11% das consultas médicas ambulatoriais e a 8,7% do total de
todas as consultas realizadas pela rede credenciada dos planos de saúde. Em
segundo lugar entre as consultas ambulatoriais informadas no SIP, estão as de
ginecologia e obstetrícia (39,7 milhões) e pediatria (32,4 milhões).
OUTROS ATENDIMENTOS - No
item “Outros atendimentos ambulatoriais”, que inclui consultas/sessões de
fisioterapia, fonoaudiologia, nutricionista, terapeuta ocupacional e psicólogo,
o Mapa Assistencial mostra 287,9 milhões de atendimentos informados pelos
planos de saúde. A profissão com mais registros foi a fisioterapia, com 91,6
milhões, o que corresponde a 31,8% dos atendimentos. Em segundo lugar, estão as
consultas/sessões com profissionais da área de psicologia – foram 19,5 milhões
de atendimentos, ou 6,8% do total. O volume de recursos gastos pelas operadoras
com esses atendimentos foi de R$ 15,3 bilhões em dois anos.
EXAMES COMPLEMENTARES - O
Mapa Assistencial mostra também que, em 2014 e 2015, o total de exames
complementares informados chegou a 1,4 bilhão, com custo de mais de R$ 47
bilhões. Distribuídos por ano, fica assim: 712 milhões de atendimentos (R$ 22,5
bilhões) em 2014 e 746,9 milhões (R$ 25,1 bilhões) em 2015.
Esses exames são aqueles
solicitados aos pacientes durante as consultas na rede credenciada pelos
médicos. Os exames de radiografia totalizaram 70,7 milhões de atendimentos
(4,8%) informados. Em seguida, estão os exames de hemoglobina glicada, com 18,6
milhões de atendimentos (1,3%).
TERAPIAS - Com
relação às terapias com cobertura obrigatória no rol de procedimentos da ANS,
foram registrados 104,2 milhões atendimentos (R$ 12,7 bilhões), sendo 56,4
milhões em 2014 (R$ 5,8 bilhões) e 48,4 milhões (R$ 6,8 bilhões) em 2015.
Entre as terapias realizadas,
a mais informada foi o tratamento de hemodiálise crônica, com 3,2 milhões de registros,
ou 3% do total. Os atendimentos de radioterapia chegaram a 2,9 milhões de
atendimentos informados, entre 2014 e 2015, correspondendo a 2,8% do total.
ODONTOLÓGICOS - O
Mapa Assistencial, produzido com base nas informações prestadas pelas operadoras
de planos de saúde via SIP, mostra também os dados de planos odontológicos. De
acordo com as informações prestadas, foram 314,4 milhões de procedimentos
odontológicos informados em 2014 e 2015 (143,2 milhões em 2014 e 171,2 milhões
em 2015). Desse total, 99,6 milhões foram procedimentos preventivos. Todos os
atendimentos informados totalizaram, de acordo com o Mapa Assistencial, um
custo total de quase R$ 1,5 bilhão.
Anexo: