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sexta-feira, 15 de julho de 2016

LDO 2017; CMO aprova o texto base do Relatório Final, destaques serão votados em agosto

CMO deve votar os destaques à LDO no dia 2 de agosto, na primeira semana após o chamado “recesso branco"

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou, nesta quinta-feira (14), o texto base do relatório final do senador Wellington Fagundes (PR-MT) ao projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO – PLN 2/16) de 2017.

Fagundes também apresentou um adendo ao seu relatório com 16 alterações. Uma delas mudou a destinação para aplicar recursos de um eventual deficit menor que o de R$ 139 bilhões previstos para a União no ano que vem. O texto inicial estabelecia que os recursos seriam destinados para ações de investimento.

Já o adendo prevê que quaisquer valores de uma redução do deficit primário serão destinados para pagamento da dívida pública; de restos a pagar de investimentos de anos anteriores; e de benefícios assistenciais custeados pelo Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS).

Destaques
Houve um acordo entre os líderes da comissão para votar os destaques ao texto no dia 2 de agosto, na primeira semana após o chamado “recesso branco”. Segundo o presidente da comissão, deputado Arthur Lira (PP-AL), seria contraproducente aprovar alguns destaques hoje e outros mês que vem, fora da previsão do acordo. “Nenhum destaque será votado hoje”, afirmou. Foram apresentados 243 destaques ao texto.

No mesmo dia, está prevista a votação da LDO no Plenário do Congresso Nacional, como anunciado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. Arthur Lira acredita, porém, que o texto não será votado na comissão e no Plenário no mesmo dia. “A pauta do presidente Renan do dia 2 é mais para marcar as posições com relações aos vetos. Não acredito em atropelo da CMO”, afirmou.

Além da LDO, a pauta do Congresso terá duas propostas (PLNs 10/16 e 11/16) que remanejam emendas parlamentares impositivas com impedimento; e outra (PLN 5/2016) que abre crédito suplementar de R$ 1,9 bilhão para remuneração de agentes financeiros sob supervisão do Ministério da Fazenda. Antes, porém, precisarão ser votados 15 vetos presidenciais para liberar a pauta.

LDO realista
Vários parlamentares elogiaram o texto de Fagundes, em especial sobre a retirada da previsão de receita da CPMF.

O senador Eduardo Braga (PMDB-AM) afirmou que o relatório mostra caminhos novos e “acendem a esperança” de ter uma LDO realista para fundamentar um Orçamento realista. Para o líder do PSDB na comissão, deputado Duarte Nogueira (SP), o texto traz uma perspectiva de recuperar o equilíbrio das contas até 2019. “Há um sentimento de alívio no qual tem de haver uma aderência à essa nova LDO”, disse.

Críticas à meta
Para o líder do PT na comissão, deputado Assis Carvalho (PI), o Executivo onerou a meta fiscal por um “toque de mágica” com um aumento exorbitante. “O que é mais grave é que não há detalhamento. Não poderíamos permitir que esse dispositivo possa entrar no Orçamento sem um debate mais aprofundado.”

O deputado Edmilson Rodrigues (Psol-PA) afirmou que a ampliação do deficit proposta pelo Executivo e acolhida por Fagundes é, na verdade, uma autorização para “o que seria pedalada e deixou de ser porque o Congresso Nacional avalizou”. De acordo com ele, fica sempre escondido o principal debate sobre o aumento do deficit, que é garantir recursos para custear a dívida pública.

CPMF
Fagundes retirou do Anexo de Metas Fiscais a previsão da receita da CPMF, incluída pelo texto original enviado pela equipe econômica da presidente afastada Dilma Rousseff. O texto aprovado na comissão proíbe incluir no orçamento de 2017 receita de tributos não aprovados. Assim, a receita da CPMF, prevista em mais de R$ 33 bilhões, só poderá estar na proposta orçamentária se o texto que recria o tributo (PEC 140/15) tiver entrado em vigor.

“A CPMF é inoportuna nesse momento porque a própria sociedade não aceita. Não só a CPMF, como não poderemos deixar criar nenhum novo imposto”, disse Fagundes.
Audiência adiada

Estava prevista para hoje uma audiência pública da Comissão de Orçamento com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, para debater as contas do Sistema Único de Saúde (SUS). Esta reunião foi adiada para agosto, com dia a ser definido.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:
Reportagem - Tiago Miranda
Edição - Luciana Cesar

Mário Sérgio Ramalho


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