Ao todo, edital prevê repasse de R$ 65 milhões para incentivar estudos que promovam a descoberta de novas tecnologias e insumos estratégicos contra o vírus
O prazo para pesquisadores e cientistas inscreverem projetos que contribuam na prevenção, diagnóstico e tratamento de infecções causadas pelo vírus Zika e doenças correlacionadas foi prorrogado até o dia 10 de agosto. O edital prevê no total R$ 65 milhões para o desenvolvimento de estudos em nove linhas de pesquisas relacionados ao assunto.
As inscrições estão abertas desde o dia 10 de junho e encerrariam nesta segunda-feira (25). Com a alteração, a data da divulgação dos resultados no Diário Oficial da União e na página do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) será a partir do dia 4 de outubro. Já a contratação das propostas aprovadas será realizada a partir de 18 do mesmo mês. Os projetos serão financiados dentro de três faixas de recursos: até R$ 500 mil, de R$ 500 mil até R$ 1,5 milhão e de R$ 1,5 milhão até R$ 2,5 milhões.
O edital é uma parceria entre os ministérios da Saúde; da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e Educação, que destinaram, respectivamente, R$ 20 milhões; R$ 15 milhões e R$ 30 milhões. O recurso faz parte das ações do Eixo de Desenvolvimento Tecnológico, Educação e Pesquisa do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes aegypti e à Microcefalia, lançado pelo Governo Federal em dezembro de 2015.
Para participar, os pesquisadores devem encaminhar os projetos pelo site do CNPq juntamente com o Formulário de Propostas online, disponível na Plataforma Carlos Chagas. O projeto deve estar inserido dentro de uma das nove linhas temáticas de pesquisas relacionadas ao vírus Zika. São elas: desenvolvimento de novas tecnologias diagnósticas; desenvolvimento e avaliação de repelentes e de imunobiológicos; inovação em gestão de serviços em saúde; imunologia e virologia; epidemiologia e vigilância em saúde; estratégias para controle de vetores; desenvolvimento de tecnologias sociais e inovação em educação ambiental e sanitária, além de Fisiopatologia e clínica. Os estudos devem ser concluídos dentro do prazo de 48 meses.
PESQUISAS – Até o momento, o Ministério da Saúde já se comprometeu com cerca de R$ 130 milhões para o desenvolvimento de vacinas, soros e estudos científicos para as doenças causadas pelo Aedes aegypti.
Também foram liberados R$ 11,6 milhões para o desenvolvimento de vacina contra o vírus Zika pela Fiocruz. Do total, cerca de R$ 6 milhões (US$ 1,5 milhão) serão destinados para projetos de cooperação bilateral para pesquisas sobre o vírus Zika e microcefalia entre a Fiocruz e o National Institutes of Health (NIH). Os outros R$ 5,6 milhões serão para o desenvolvimento da vacina contra o vírus Zika.
Outra pesquisa para a vacina contra Zika está em desenvolvimento pelo Instituto Evandro Chagas (IEC) em parceria com a Universidade Medical Branch do Texas, Estados Unidos. Os testes pré-clínicos (em primatas e camundongos) foram antecipados e serão realizados já em novembro deste ano. O estudo conta com o investimento de R$ 10 milhões.
Para financiamento da terceira e última fase da pesquisa clínica da vacina contra a dengue do Instituto Butantan, o Ministério da Saúde investirá R$ 100 milhões. Desse total, R$ 66 milhões já foram encaminhados ao instituto. O restante será transferido no mês de agosto.
RENEZIKA – Lançada em maio deste ano, a Rede Nacional de Especialistas em Zika e doenças correlatas (Renezika) já conta com mais de 100 especialistas nacionais e internacionais. Os grupos de trabalho têm contribuído, por exemplo, na definição da Síndrome Congênita associada à Zika, na elaboração de diretrizes para estimulação precoce das crianças acometidas, bem como na avaliação de tecnologias diagnósticas e de controle do vetor. A expectativa é que as lições aprendidas com o vírus também levem a respostas rápidas e eficazes às futuras ameaças.
Por Victor Maciel, da Agência Saúde
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