Teste barato para zika
Um aparelho do tamanho de uma lata de refrigerante, que não requer eletricidade e nem conhecimento técnico para funcionar, promete fazer um teste de infecção pelo vírus zika a um custo de cerca de R$6,00.
Tudo o que será necessário é que os pacientes forneçam uma amostra de saliva. Um corante especial fica azul quando o ensaio genético detecta a presença do vírus, indicando o resultado visualmente, sem qualquer aparelho adicional.
"Nós projetamos um sistema de baixo custo para ser usado no local, que consiste em um cartucho de diagnóstico e um processador. O cartucho isola, concentra e purifica os ácidos nucleicos e realiza a amplificação enzimática. Os resultados do teste são indicados pela mudança na cor de um corante," resume Changchun Liu, da Universidade da Pensilvânia (EUA), um dos projetistas do aparelho.
Laboratório em garrafa térmica
O grande feito da equipe foi encontrar uma maneira de manter a amostra na temperatura necessária para a análise genética sem o uso de eletricidade.
A solução foi encontrada juntando uma garrafa térmica, um mecanismo químico de aquecimento usado para esquentar a comida de militares e um material parecido com uma cera, que absorve o excesso de calor por meio de fusão. Uma tampa fabricada em uma impressora 3D se encaixa na parte superior da garrafa térmica e mantém todos os componentes do teste no lugar.
Uma vez que a amostra de saliva do paciente seja colocada dentro do cartucho, o teste demora cerca de 40 minutos. A sensibilidade apresentada é equivalente à dos ensaios de RT-PCR, que exigem laboratórios especializados e equipamentos e insumos de custo elevado.
Esquema do aparelho e o biochip responsável pela detecção do vírus zika. [Imagem: University of Pennsylvania]
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O que falta fazer
Agora a equipe vai trabalhar para melhorar a seletividade do ensaio e também testar uma versão que possa quantificar a carga viral por meio de um corante fluorescente e dar o resultado com a ajuda de uma câmera de celular.
"Neste estágio nosso trabalho representa uma prova de conceito," ressalva o professor Haim Bau, coordenador da equipe. "Antes de o ensaio poder ser adaptado para uso médico, precisaremos experimentar com amostras de pacientes e garantir que nosso ensaio iguala o desempenho do padrão-ouro e opera de forma reprodutível e confiável. Temos a sorte de ter colegas dedicados em regiões endêmicas prontos para nos ajudar nesta tarefa."
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