O congresso é voltado para os
últimos avanços das ciências e tecnologia no estudo dos aspectos moleculares e
da sinalização celular e terá como diferencial a aproximação da academia com o
setor produtivo privado
Renomados cientistas de várias
regiões do Brasil estarão reunidos em Manaus de 17 a 20 de outubro no Congresso
de Biotecnologia Sustentável na Biodiversidade Amazônica, que acontecerá no
Auditório da Ciência do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTIC).
O evento visa reunir estudiosos para compartilharem experiências nas áreas
de biologia geral, biotecnologia aplicada à saúde, nanotecnologia, estudos
sobre o câncer, pesquisas com células-tronco humanas e neurociências.
Além de reunir especialistas
de seis áreas distintas da ciência, também estarão presentes empresas de
biotecnologia que desenvolveram tecnologias próprias e se destacaram com
faturamento de mais de R$ 100 milhões por ano com o desenvolvimento de
tecnologia da bancada do laboratório para aplicação em análises clínicas e na
produção de kits diagnósticos comercializáveis em supermercados e farmácias.
O congresso é uma parceria
entre o Inpa, o Instituto Nanocell e a Sociedade Brasileira de Sinalização
Celular (SBSC), que tem como presidente o professor e idealista brasileiro o
Dr. Rodrigo Ribeiro Resende. O evento conta com o apoio do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) e recebe o patrocínio da Exon
Biotec.
De acordo com o diretor do
Inpa, o pesquisador Luiz Renato de França, o Congresso é voltado para os
últimos avanços da ciência e da tecnologia no estudo dos aspectos moleculares e
da sinalização celular, que vão desde organismos unicelulares aos
multicelulares. “Avanços estes que, por meio de sua aplicação de forma
multidisciplinar, numa região de infindáveis oportunidades, permitirão criar
produtos e biotecnologias inovadoras”, destaca.
Para França, o evento terá como diferencial a aproximação
da academia com o setor produtivo privado, o estreitamento das relações de
colaboração e de integração entre as regiões Sul e Sudeste com as regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “Traremos especialistas de quase todo o Brasil
para somarem aos nossos esforços de forma colaborativa com perspectivas não
somente de gerar novos produtos, mas também de comercializá-los com empresas de
biotecnologia”, explica.
Conforme França, o congresso é
importante por trazer grandes nomes das ciências e empresas de biotecnologia
totalmente nacionais, além de oportunizar as colaborações técnico-científicas
entre os Programas de Pós-Graduações (PPGs) das regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste com os PPGs do Sul e Sudeste na criação de um novo curso na área
de Farmacologia e Terapêutica Experimental e áreas afins.
“Será uma oportunidade para
levar adiante a ideia da criação deste curso. Aproveitaremos o momento em que
estaremos envolvidos com a Sociedade Brasileira de Sinalização Celular, com a
de Farmacologia e Terapêutica Experimental, e a de Biologia Celular, para
seguirmos adiante com a iniciativa de proposta do curso, que envolverá, dentre
outros aspectos, a nanotecnologia e a biotecnologia”, explica.
O gestor também aponta a
importância da aproximação entre o setor privado produtivo e a academia com a
possibilidade de gerar inovação nas empresas utilizando-se a biodiversidade
amazônica e a aplicação na geração de novos produtos e mercados, não somente
regional, mas também nacional. “É a chance de promover o desenvolvimento social
com a promoção da divulgação científica e popularização da ciência”, ressalta.
De acordo com França, a
proposta de realizar o congresso está alinhada com as políticas científicas do
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), por meio
do incentivo ao desenvolvimento de tecnologias e novos produtos e com a
promoção da inovação nas empresas. “O exemplo disso está na inclusão de
empresários que também são cientistas e investem na geração de novos produtos”,
diz. “Numa região onde a matéria-prima existe em grande quantidade, ter pessoal
de empresas de biotecnologia como palestrantes e dispostos a fazer colaborações
é um privilégio de poucos eventos”, acrescenta o diretor.
O diretor ressalta que as
empresas não foram convocadas com a finalidade de venderem seus produtos, mas
sim de assimilarem as ideias dos pesquisadores e produzirem inovações, novos
produtos e investirem em novos mercados.
Programação
Nos dias 18 e 19 de outubro,
será realizado workshop sobre divulgação científica, direcionado a professores
do ensino médio, alunos de graduação e de pós-graduação e outros interessados
no tema. O workshop será gratuito com aulas teóricas e práticas, ministrado
pelos editores do jornal eletrônico de divulgação científica Nanocell
News, que está no terceiro volume e conta com mais de 1 milhão de acessos
mensais.
Durante o Congresso, haverá o
lançamento em quatro volumes dos livros “Biotecnologia Aplicada à Saúde:
fundamentos e aplicações” e Biotecnologia Aplicada à Agro & Indústria:
fundamentos e aplicações”, publicados pela Editora Blüncher. Ao
todo, são quase cem capítulos e em cada um deles há um tópico sobre os aspectos
históricos e básicos de como se chegaram às técnicas e modelos apresentados.
Também há um outro tópico que apresenta um protocolo passo-a-passo de execução
da técnica que será útil e didático para os cursos de graduação e
pós-graduação.
As obras envolveram mais de
150 diferentes cursos de pós-graduação do Brasil, cerca de 70 instituições de
ensino e pesquisa de vários estados do país e quase 400 autores.
Também haverá a entrega das
premiações do I Prêmio Cientista e do Empreendedor do Ano Instituto
Nanocell, idealizado e promovido pelo Prof. Rodrigo Resende, que também é
presidente do Instituto Nanocell, para aproximar a academia da sociedade e
promover a educação no Brasil. Veja aprogramação aqui. Depois de mais de 11 mil votos, os indicados passaram
pelo crivo de 16 renomados cientistas, presidentes de sociedades científicas,
membros de comitês de grandes áreas do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), da Comissão de Aperfeiçoamento de Pessoal do
Nível Superior (Capes) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
No encerramento do Congresso
de Biotecnologia Sustentável na Biodiversidade Amazônica, os seis melhores
cientistas, alunos e professores das seis diferentes áreas contempladas
abordadas no evento serão premiados. Também será escolhida a melhor empresa de
biotecnologia do Brasil.
Da Redação- Ascom Inpa