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sexta-feira, 7 de abril de 2017

Bactéria pode contribuir para redução de açúcar no sangue

Desde que começou a ser estudada, a microbiota intestinal vem sendo associada a diversas funções do organismo. Recentemente, um estudo realizado pela Fiocruz Minas em parceria com outras instituições mostrou que este conjunto composto por cerca de 100 trilhões de micro-organismos pode ajudar a evitar uma doença que afeta aproximadamente 300 milhões de pessoas em todo o mundo: o diabetes tipo 2.

A pesquisa foi publicada recentemente na Nature Communications, uma das mais influentes revistas científicas.

Segundo o estudo, a Akkermansia muciniphila, bactéria presente na microbiota intestinal, pode auxiliar na transformação da glicose em energia para o corpo, diminuindo a concentração de açúcar no sangue. Entretanto, a Akkermansia seria impedida de realizar essa atividade pelo Interferon-gama, uma proteína liberada pelo próprio organismo, sempre que precisa se proteger contra infecções virais e de alguns protozoários e bactérias.

“Algumas pesquisas consideram o diabetes tipo 2 como uma doença inflamatória crônica, que faz com que o Interferon-gama seja constantemente liberado, conforme ocorre com as doenças autoimunes. Por meio desse trabalho, constatamos que o Interferon atrapalha o papel modulador da Akkermansia, levando ao excesso de açúcar no sangue”, explica o pesquisador do Grupo de Informática de Biossistemas e Genômica da Fiocruz Minas Gabriel Fernandes.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores observaram a ação da Akkermansia no organismo de camundongos, incapazes de produzir o Interferon-gama. Para isso, eles alimentaram os animais e avaliaram o índice de queda da glicose somente pela ação da insulina. Depois, os cientistas introduziram a bactéria (Akkermansia) no intestino dos ratos e constataram que o nível de glicose caía ainda mais. Já em uma terceira etapa, o Interferon foi introduzido no organismo dos camundongos e, com isso, os efeitos benéficos da Akkermansia não foram mais observados.

Em uma fase subsequente desse estudo, verificou-se que também em humanos existe essa correlação entre a abundância de Akkermansia muciniphila e o nível de glicose no sangue.  Ou seja, quanto maior a quantidade dessa bactéria maior a capacidade de metabolização e consequente diminuição de açúcar no sangue. Foram avaliadas as microbiotas de 268 pacientes, bem como dados bioquímicos e antropométricos.

“Fizemos o sequenciamento da microbiota de cada um deles. Em seguida, por meio de análise estatística, avaliamos uma série de fatores, como quantidade de glicose, marcadores inflamatórios presentes, resistência à insulina, entre outros. Assim, verificamos que a Akkermansia e o Interferon seriam fatores determinantes da capacidade de metabolismo de glicose”, explica Fernandes.

Segundo o pesquisador, o estudo abre possibilidades para novas pesquisas voltadas para o tratamento do diabetes tipo 2. “Se você tem um paciente com resistência à insulina, é possível oferecer a ele nutrientes que favoreçam a Akkemansia e neutralize a ação do Interferon diante dessa bactéria. Um possível tratamento natural seria por meio de uso de prebióticos”, avalia.

Diabetes tipo 2
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, no Brasil, há mais de 13 milhões de pessoas vivendo com diabetes, o que representa 6,9% da população. Desse total, cerca de 90% têm o diabetes tipo 2. Um dos principais problemas enfrentados é que, muitas vezes, o diagnóstico demora, favorecendo o aparecimento de complicações.

Diferentemente do que ocorre com o tipo 1, os indivíduos com diabetes tipo 2 produzem insulina. Entretanto, muitas pessoas desenvolvem resistência a esse hormônio e, com isso, a insulina não consegue cumprir seu papel de transportar a glicose para dento das células, para que ela seja transformada em energia para o corpo. Também pode acontecer de a pessoa não produzir insulina suficiente para suprir as demandas do organismo e, assim, o hormônio insuficiente não consegue carregar todo o açúcar, que acaba se acumulando no sangue.

Em boa parte dos casos, a diabetes tipo 2 pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outras situações, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.

Keila Maia (Fiocruz Minas)



Fiocruz, Instituto Pasteur e USP discutem agenda em comum

“Temos uma longa história em comum. O Instituto Pasteur e a Fundação Oswaldo Cruz não compartilham somente conhecimentos científicos, mas valores. Estamos vivendo um período fascinante na ciência, com a fusão de várias disciplinas. Estes novos modos de organização científica são muito exigentes, nada mais é como era há 10 anos. Devemos lembrar disso, quando discutimos colaborações. Assim como devemos antecipar onde estaremos dentro de 15 anos”.

A declaração do presidente do Instituto Pasteur, Christian Bréchot, em reunião realizada na última terça-feira (4/4), em Manguinhos, evoca laços que unem as duas instituições no passado e no futuro. A Fiocruz está vinculada desde o seu surgimento àquele instituto francês, onde o sanitarista que dá nome à Fundação estudou. Ao longo do tempo, diversas ações em conjunto foram desenvolvidas pelas duas instituições, que compartilham não apenas conhecimentos científicos, mas uma compreensão do que são a saúde e a ciência. E esta proximidade se manifesta mais uma vez no momento atual, de renovação e novos desafios na saúde pública.

O encontro reuniu dirigentes e pesquisadores brasileiros e franceses, assim como membros do corpo diplomático francês e representação da USP. Em pauta, projetos que desenvolvam o histórico acordo de parceria entre as três instituições assinado em 2015.

“Temos uma cooperação histórica e estratégica com o Pasteur, e muitos novos projetos a caminho. Queremos avançar para o estabelecimento de um centro comum. Desenvolveremos programas interdisciplinares, envolvendo vários campos de pesquisa, para enfrentamento a doenças infecciosas e novos problemas de saúde”, disse a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima.

A primeira dessas parcerias mencionadas por Nísia deve ser divulgada em breve: uma chamada para projetos em conjunto entre Pasteur, USP e Fiocruz, que contemplará estudos sobre doenças transmitidas por vetores, neurociência e medicina translacional, entre outros. O edital está em preparação e será divulgado assim que estiver concluído.

Em relação ao antigo sonho comum do estabelecimento do Instituto Pasteur do Brasil, o diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Wilson Savino, e responsável pela coordenação de Estratégias de Integração Regional e Nacional da Fiocruz, fez uma apresentação do Campus Eusébio, no Ceará, com inauguração prevista para o final deste ano. Savino destacou as facilidades com as quais contará a unidade, colocando-a como uma das sedes do Pasteur do Brasil.

Dentre seus pontos está um enfoque em pesquisas de ciência de ponta sobre doenças infecciosas, moleculares e neuronais, entre outras. O pesquisador colocou que já há pesquisadores da Fiocruz no Ceará trabalhando com saúde da família, saúde ambiental e com aplicação do uso de dados na área médica, e reforçou outros atrativos do centro. “O estado do Ceará tem o melhor balanço fiscal e o maior nível de investimento público em todo o Brasil. A Fiocruz Ceará fará parte de um hub da saúde no estado, incluindo infraestrutura e tecnologia”, afirmou.
 
O vice-presidente internacional do Pasteur, Marc Jouan, destacou que a parceria entre as instituições deve evoluir passo-a-passo, e que o chamado para projetos que será divulgado é um bom exemplo de ações concretas a serem tomadas. “Precisamos simplificar, encontrar soluções concretas. Queremos que os projetos estejam selecionados até julho. Este é um bom exemplo de trabalho em conjunto”, afirmou.

Jouan acrescentou que, no futuro, o cenário ideal seria a criação de um fundo em comum entre as três instituições, que pudesse financiar projetos em comum. “Deste modo, poderíamos lançar projetos todo ano. Precisaríamos ser muito flexíveis, disponibilizando os fundos também para pesquisadores na França”, disse. Bréchot, o presidente do Pasteur, endossou esta ideia, afirmando que o fundo não deve ser “imenso, mas ainda assim muito representativo, sobretudo do que há de mais avançado”.

No resto da reunião, foram discutidos detalhes sobre como viabilizar tecnicamente a criação deste fundo e outras parcerias. O vice-presidente de Gestão e Desenvolvimento Institucional da Fiocruz, Mário Moreira, ficou encarregado de pesquisar arranjos institucionais viáveis à Fundação.

André Costa (CCS/Fiocruz)Fiocruz


Secretário de Saúde esclarece as dúvidas sobre o Hospital de Base

Foto: Matheus Oliveira
Leia as respostas sobre as questões mais comuns 

BRASÍLIA - Muita distorção e desinformação vem acontecendo em relação à proposta de criação do Instituto Hospital de Base, uma solução nascida de discussões dentro do Conselho de Saúde do Distrito Federal, apoiada pelos usuários da saúde pública de Brasília. Com o intuito de esclarecer a proposta, foram reunidas abaixo as principais dúvidas sobre o Instituto Hospital de Base, levantadas na conversa do Secretário de Saúde com os servidores do hospital, somadas aos questionamentos mais comuns encontrados nas redes sociais. As respostas são do próprio Secretário de Saúde.

O que é a mudança que haverá no Hospital de Base?
Propomos a mudança do modelo de gestão administrativa do hospital, que passará a ser gerido pelo Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (IHBDF), que será um serviço social, com estrutura jurídica semelhante à do Hospital Sarah Kubitschek. Esse modelo promove a autonomia do hospital e a descentralização administrativa, com desburocratização dos processos internos, principalmente aqueles relacionados a contratações de bens e serviços e à admissão de pessoal. O IHBDF será comandado por um Conselho de Administração composto de nove membros, todos nomeados pelo Governador do Distrito Federal, sem nenhuma participação do capital privado em sua estrutura decisória. Trata-se de uma forma mais moderna de gestão, em conformidade com a Constituição e com o entendimento do Supremo Tribunal Federal na ADI 1864, julgada em 2008.

Por que essa mudança é importante?
O SUS hoje vive um momento difícil. O envelhecimento da população, a mudança do perfil epidemiológico, o aumento de doenças crônico-degenerativas e a retração econômica – que leva as pessoas a perderem seus empregos, os planos de saúde corporativos ou a capacidade de pagar planos privados – causam aumento da demanda por saúde pública, ao passo que o sistema de saúde recebe cada vez menos recursos para custear as despesas. Fazer saúde universal, integral e gratuita não é fácil, e, se não desenvolvermos mecanismos de modernização dos instrumentos de gestão, o SUS corre sério perigo. Com a implementação da proposta, espera-se diminuir os problemas relacionados a manutenção de equipamentos e abastecimento de medicamentos e materiais médico-hospitalares, bem como garantir maior agilidade na contratação de profissionais, de forma a garantir melhor atendimento à população. Mais consultas, mais cirurgias, mais procedimentos. Trata-se de uma proposta estruturante, que deixa um legado de eficiência e qualidade para a saúde pública de Brasília. Ao final, teremos um hospital melhor, que voltará a ser referência nacional em atenção terciária à saúde.

Muda alguma coisa no atendimento do Hospital de Base?
A proposta é para mudança do modelo jurídico e de gestão administrativa do hospital. As linhas assistenciais hoje em vigor no hospital não mudam em razão da mudança desse modelo. As políticas públicas continuam sendo definidas pela SES, e o hospital continua regulado pela SES. O que muda é a qualidade da administração, a melhoria do ambiente de trabalho e, portanto, a capacidade de entregar serviços à população com mais eficiência, mas sem fechamento ou restrição de qualquer serviço.

O atendimento continuará sendo gratuito?
Sim. O projeto é expresso ao definir que o Hospital de Base continua público, gratuito e só poderá atender a pacientes do SUS.

Vai virar um hospital de porta fechada?
Não. O Hospital de Base continuará sendo a grande porta de trauma do Distrito Federal, e seguirá recebendo pacientes, inclusive na emergência, de forma referenciada de outras unidades de saúde, como já acontece hoje.

O que vai haver é a privatização do Hospital de Base?
Não. A nova estrutura jurídica do hospital continuará governada pelo Poder Público, sem nenhuma participação do capital privado no processo decisório. No entanto, o regime jurídico de direito privado, permitido pelo Supremo Tribunal Federal (ADI 1864), possibilitará que o instituto seja regido por normas próprias, menos burocráticas, o que dará maior agilidade e eficiência nos processos de contratações e de admissão de pessoal. O projeto prevê também regras claras de prestação de contas, monitoramento de metas e resultados, e manutenção do controle por todos os órgãos que hoje fiscalizam a saúde, como o Ministério Público, o Tribunal de Contas do DF e da União, a Controladoria Geral do Distrito Federal e o Conselho de Saúde.

Vai haver contrato com OS?
Não. Nos contratos com organizações sociais há parceria com entidades privadas, sem fins lucrativos, que têm sua direção própria e independente do Poder Público, mediante processo de concorrência pública para contratação. No modelo proposto para o IHBDF, não há parceria com entidade privada nem concorrência para a realização do contrato. É o próprio Estado que cria a entidade e a governa, mas com regras mais adequadas à velocidade que se espera da saúde pública.

Como ficará a situação dos atuais servidores do Base?
O projeto prevê expressamente que os servidores hoje lotados no Hospital de Base poderão ser cedidos ao instituto, com a garantia de preservação de todos os direitos advindos do regime jurídico estatutário. Continuarão remunerados pela Secretaria de Saúde e o valor dos seus salários será descontado da orçamentação do IHBDF. Além disso, poderão ocupar cargos de gestão e de assessoria no hospital, sendo remunerados pelo próprio instituto. Se não desejarem ser cedidos ao IHDBF, poderão ser aproveitados em outras unidades de saúde, já que há carência de pessoal em vários pontos da rede.

E como fica a situação de quem fez concurso?
Os aprovados no concurso continuarão sendo nomeados para outras unidades de saúde da rede SES. No entanto, não poderá haver novas lotações de servidores públicos no Hospital de Base, que somente poderá contratar novos profissionais com base em processo seletivo próprio, respeitados os princípios da publicidade, moralidade administrativa, impessoalidade, economicidade e eficiência. Os novos trabalhadores serão contratados pela CLT. Há emenda em análise na Câmara Legislativa no sentido de facilitar a contratação de aprovados no concurso como celetistas sem prejuízo de nomeação nos cargos públicos quando chegar sua vez na lista de classificação.

Essa mudança não vai transformar o Hospital de Base num cabide de empregos?
Essa é uma crítica infundada, mas que ouvimos com frequência, mencionando-se o exemplo do Instituto Candango de Solidariedade, que fez contratações de trabalhadores que foram cedidos a outros órgãos da Administração. No entanto, o sistema evoluiu e o advento do acórdão do STF na ADI 1864, em 2008, passou a exigir um processo seletivo público e impessoal. Isso está estabelecido expressamente no projeto. Além disso, proíbe-se a cessão de trabalhadores do IHBDF para qualquer outra unidade de saúde e para qualquer órgão ou entidade pública ou privada. Todos os contratados passarão pelo processo seletivo, que será auditado pelos órgãos de controle.

De acordo com o artigo 14, servidores terão de ser exonerados e contratados de novo pela CLT. É isso o que prevê o projeto de lei?
Não. O art. 14 prevê apenas que se dispensa o processo seletivo para contratação de servidores que se exonerem ou se aposentem, pelo prazo de 180 dias. Os servidores ativos podem ser cedidos ao hospital, independentemente de contratação, e esse caso está regido pelo art. 3º, não pelo art. 14.

O servidor concursado pode participar do processo seletivo para a contratação pelo Hospital de Base como celetista, mantendo seu vínculo anterior com o Hospital?
Sim. Não há vedação no projeto de lei. O servidor pode ser cedido como estatutário e ter um contrato como celetista, desde que passe pelo processo seletivo e seja aprovado.

O servidor do Base se aposenta como público ou celetista?
O servidor do Base se aposenta como estatutário, com a preservação de todos os seus direitos.

Como será a remuneração dos novos trabalhadores do Hospital de Base?
Os novos trabalhadores, regidos pela CLT, terão sua remuneração fixada com base em levantamento de mercado, conforme expressamente previsto no projeto, e negociação com sua representação sindical.

Como será a convivência interna entre servidores públicos ligados à Secretaria e os novos servidores contratados pela CLT?
Hoje já temos no Base servidores exercendo a mesma função e com salários bem distintos, em razão da progressão na carreira ou da incorporação de vantagens pessoais. Também temos servidores e empregados de empresas terceirizadas dividindo o mesmo espaço, embora em funções distintas. Havendo transparência e critérios claros, o IHBDF tem condições de trazer harmonia a esse sistema misto. Há experiências em outros locais dessa convivência, como no Hospital Menino Jesus, em São Paulo. A ideia é unir todos os trabalhadores, servidores e celetistas, que trabalharão em um hospital melhor.

Como ficarão as residências?
Nenhuma certificação ou habilitação do Hospital de Base será perdida. As residências médicas e multiprofissionais continuarão funcionando, com melhor qualidade e com possibilidade de expansão, já que a autonomia conferida ao Hospital poderá facilitar a execução do orçamento destinado a ensino e pesquisa.

Essa mudança vai se estender a outros hospitais da Rede?
A proposta requer autorização legislativa específica, e o projeto encaminhado pelo Governo restringe-se ao Hospital de Base. No entanto, se o modelo se mostrar eficiente e a população estiver mais bem atendida, não há motivos para não expandir para outras unidades, mediante planejamento próprio, com o envio de novo projeto de lei à Câmara Legislativa, à qual caberá analisar e discutir a nova proposta no momento oportuno.

O que acontecerá com os outros hospitais e demais unidades da Rede?
Os demais hospitais continuam com administração direta. A autorização legislativa de mudança é somente para o Hospital de Base. Caso haja proposta de expansão do modelo para outras unidades, novo projeto precisará ser apresentado e deliberado pela Câmara Legislativa.

Isso é uma manobra para fugir da Lei de Licitações?
A Lei de Licitações não é a única forma admitida pelo ordenamento jurídico para a realização de contratações pelo Poder Público. Sequer é a melhor. A Lei de Licitações, de 1993, hoje é inadequada à velocidade de resposta que se espera do setor saúde. A implementação de modelos jurídicos que permitem menor burocracia e maior eficiência é uma opção dada ao gestor público, reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal. A SES continuará fazendo licitações para o restante de sua estrutura, gerida por administração direta, o que permitirá a comparação em relação ao modelo do IHBDF, que passará a contratar com base em um manual próprio, que de todo modo deverá respeitar os princípios da publicidade, impessoalidade, moralidade administrativa, eficiência, economicidade e vinculação ao instrumento convocatório, mas sem a rigidez que hoje dificulta os processos.

A burocracia da lei de licitações é importante para evitar irregularidades. Como teremos garantias de que os princípios da moralidade e impessoalidade serão respeitados de verdade?
Esses princípios estão expressos no texto do projeto de lei e no acórdão do Supremo Tribunal Federal na ADI 1864, de 2008. Se não forem cumpridos, os órgãos de controle poderão responsabilizar os infratores. Ressalte-se, porém, que burocracia não é garantia de lisura. Ao contrário, quanto maior a rigidez e a burocracia, maior a chance de corrupção. Corrupção se combate com transparência, prestação de contas, monitoramento e controle, fiscalização eficiente. E tudo isso está materializado no projeto. Desburocratizar aumentando o controle: é esse o caminho.

Quem serão os responsáveis pelas compras? Haverá uma comissão?
O manual de contratações do IHBDF definirá as normas e estruturas responsáveis pelas compras, respeitados os princípios da publicidade, impessoalidade, moralidade administrativa, eficiência, economicidade e vinculação ao instrumento convocatório. O IHBDF precisará criar uma estrutura própria, uma vez que terá autonomia. Essa estrutura pode ser uma comissão ou um departamento próprio. O projeto não pré-estabelece.

A política de acesso dos pacientes do Sarah é totalmente diferente da política de acesso do Base. Será que o Hospital de Base abandonará esses pacientes? Haverá cota de atendimento?
O Hospital Sarah Kubitschek é um hospital especializado em neuro-reabilitação, que não tem pronto atendimento, completamente diferente da linha assistencial do Hospital de Base, que tem uma ampla gama de especialidades, e uma clara vocação para neuro-cardiologia, oncologia e trauma. No novo modelo do HBDF, nenhum paciente será abandonado e nenhuma restrição será feita ao atendimento. A proposta é aproximar somente o modelo jurídico e de gestão administrativa ao da rede Sarah. A linhas assistenciais e a forma de acesso ao HBDF hoje em vigor não mudam em razão da mudança do modelo de gestão. O número e a forma dos atendimentos serão definidos em função da necessidade da população e, se preciso for, poderá ser aumentado em função da disponibilidade orçamentária, como já acontece hoje.

O Hospital Sarah Kubitschek é um hospital de porta fechada. Comparando-se o número de pacientes que hoje conseguem tratamento no Sarah, o IHBDF não trará a mesma dificuldade de acesso?
Não. O acesso ao Hospital de Base será regulado pela Secretaria de Saúde. Temos um amplo projeto de regulação de todos os serviços de saúde, e o HBDF fará parte dessa rede. As vagas de consultas ambulatoriais, os leitos de internação, as cirurgias, os procedimentos de alta complexidade, enfim, todos os serviços do hospital serão organizados a partir da central de regulação da SES, cuja rede será coordenada pela atenção primária.

Atualmente o HBDF é porta de entrada para os serviços de emergência de politraumatizados. O SAMU leva o acidentado diretamente para o HBDF. No novo modelo, outros hospitais da rede deverão absorver esses pacientes e, se for o caso, estes serão encaminhados ao IHBDF?
A porta de trauma continuará aberta, pois o Hospital de Base é a grande referência para politrauma no Distrito Federal. Nada muda em relação a isso. Em relação a outros atendimentos emergenciais, também continua o funcionamento referenciado da emergência do HBDF, como acontece hoje.

Como será a nomeação do Conselho de Administração e quais as suas atribuições?
O Conselho de Administração será presidido pelo Secretário de Saúde e terá oito membros nomeados pelo Governador, quatro dos quais indicados por entidades da sociedade, um pelo Conselho de Saúde, um pelo CRM (há emendas na CLDF para substituir o CRM por outra entidade técnica), um por associações de usuários do hospital e um eleito pelos trabalhadores. Hoje o Hospital é gerido por um Diretor-Geral, indicado pelo Secretário de Saúde. O novo modelo é mais democrático e dá voz e voto a entidades que hoje não participam da gestão.

O Conselho de Administração será formado por pessoas eleitas?
Quatro conselheiros serão escolhidos diretamente pelo Governador, e outros quatro serão indicados em lista tríplice por algumas entidades e pelos trabalhadores do hospital. Dentro dessas entidades, a forma de escolha será definida por elas próprias e pode sim ser por eleição. O representante dos trabalhadores precisará ser eleito.

Isso não vai favorecer indicações políticas para a administração do Hospital?
O projeto prevê uma blindagem política para os cargos de administração, a fim de garantir uma gestão técnica. O art. 5º, § 3º, da proposta proíbe que qualquer dos diretores e membros do Conselho de Administração sejam parlamentares, membros da estrutura decisória de partidos políticos, participantes de campanha eleitoral ou dirigente sindical. A restrição se estende a seus parentes.

Os melhores quadros profissionais da rede SES, por exemplo, em cirurgia cardiovascular, neurocirurgia, e outras de alta complexidade, estão hoje lotados no HBDF. Com a criação do IHBDF, esses profissionais não farão falta no atendimento à população?
O corpo clínico do Hospital de Base é de alta qualidade e muito comprometido com o hospital e a população que ele atende. Acreditamos que tendem a ficar no hospital, especialmente considerando que a estrutura e as condições de trabalho melhorarão muito. No entanto, caso alguns profissionais prefiram ser remanejados para outras unidades, o IHBDF terá mais agilidade para substituí-los, de forma a garantir o atendimento à população.

O Dr. Júlio César Pereira continuará na direção do Hospital de Base?
A Diretoria Executiva do Hospital de Base será eleita pelo Conselho de Administração. Haverá lugar na cúpula da gestão para servidores e para profissionais contratados. Essa decisão será tomada no momento oportuno, mas é bem provável que servidores dedicados e comprometidos com o hospital e as pessoas tenham espaço na Diretoria Executiva, como é o caso do atual Diretor-Geral do HBDF.

Como ficarão os processos de aposentadoria no Hospital de Base?
A contagem do tempo de serviço continuará feita com base no regime estatutário e a Secretaria de Estado de Saúde será responsável pelo processo de aposentadoria. As regras relativas à aposentadoria do servidor público não mudam com a implementação do IHBDF.

Como serão as regras de controle de frequência do Hospital de Base?
Serão definidas pela política organizacional estabelecida pela Diretoria Executiva. A tendência é a manutenção do controle eletrônico de frequência para todas as categorias profissionais, haja vista a necessidade de fiscalização e prestação de contas.

Será instituído algum grupo de trabalho com participação social para a preparação do regimento interno do Instituto?
A elaboração do Regimento Interno será de competência do Conselho de Administração, que terá representação do Conselho de Saúde, dos usuários e dos trabalhadores. A forma como será elaborado não está pré-estabelecida no projeto de lei, mas o diálogo com especialistas e instituições interessadas é importante na sua construção.

A intenção da mudança é economizar?
A intenção é dar eficiência à gestão do hospital. Isso levará sim a economia de recursos públicos, mas o objetivo não é reduzir o orçamento do hospital, mas fazer mais atendimentos, com mais qualidade, com o mesmo valor hoje dispendido.

Esse projeto sai mais barato do que colocar o Hospital para funcionar? Se é possível promover toda essa melhoria virando instituto, por que não é feito atualmente?
O novo modelo é mais eficiente, menos burocrático e, portanto, no longo prazo, tende a apresentar um custo menor por atendimento. É um passo em direção a uma gestão mais leve, mais profissional, mais adequada aos tempos que vivemos. A SES está investindo muito em aperfeiçoar seus processos internos, mesmo na administração direta, e vamos conseguir avanços nesse sentido. São pequenos passos em direção a uma melhor gestão. Mas, além dos pequenos passos, precisamos dos grandes saltos evolutivos. Por melhor que seja a administração direta, dificilmente chegaremos aos mesmos níveis de eficiência que potencialmente serão atingidos com instrumentos mais modernos de gestão.

E como vão manter a estrutura? O governo vive se queixando que não tem dinheiro e agora tem?
O orçamento hoje destinado ao Hospital de Base será mantido. Com um modelo mais eficiente, faremos mais com o mesmo orçamento.

Se a mudança é administrativa, então é porque dinheiro tem, falta gestão. Por que não mudam, então, os gestores?
Mudar os gestores não vai resolver o problema. Vários gestores bem-intencionados passaram pela Secretaria e fracassaram na implementação de melhorias. O problema é a falência do modelo atual, que precisa ser reconhecida, a bem da verdade. Um consenso entre todos, mesmo os que se opõem à ideia, é que não dá para ficar como está. Algo precisa ser feito e o Governo tem uma boa proposta. Queremos a oportunidade de implementá-la.

Por que não se ouviu a população e os servidores não foram envolvidos/consultados?
Todos os níveis de gestão do HBDF foram consultados. O tema foi debatido no Conselho de Saúde e previamente apresentado pelos usuários do Conselho. Houve debate com várias instituições. Convidamos todos os servidores a participar de reunião para esclarecimentos, com a presença do Secretário de Saúde, que respondeu a mais de cem perguntas. Por fim, são os deputados distritais, representantes do povo de Brasília, que estão, em última análise, discutindo o projeto apresentado. Estamos comparecendo a todas as audiências e comissões, para esclarecimentos. Acreditamos que o diálogo tem prevalecido nesse processo.

A partir de quando veremos essas mudanças?
A partir da aprovação do projeto e publicação da lei, prevemos um prazo de seis meses para a assunção da gestão do hospital pelo IHBDF. Depois disso, prevemos mais seis meses para a revisão de todo o plano organizacional, já com o instituto funcionando. Acreditamos que já em 2018 já serão perceptíveis as melhorias.


Armazenamento inadequado de água aumenta infestação do Aedes no DF

Saúde intensificou inspeções domiciliares

O acondicionamento inadequado de água no Distrito Federal tem gerado novos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre amarela, da chikungunya e da zika. Segundo o Levantamento Rápido de Índice para o Aedes aegypti (LIRAa), divulgado nesta semana, reservatórios como tonéis, tambores e barris são atualmente os principais focos de criadouro, já que aumentaram de 16% para 38%, quando comparados os períodos de fevereiro de 2017 com dezembro de 2016.

Desde o início da edição do boletim informativo, em 2012, essa é a primeira vez que se verifica no Distrito Federal a predominância de larvas nesses depósitos, classificados como tipo A2, que incluem também recipientes de barro (moringas, potes), cisternas e caixas d'água não só nas residências, mas em obras e horticultura. Com isso, a maior parte das larvas de Aedes aegypti estavam em quintais e jardins de residências, muito próximas aos moradores.

O diretor de Vigilância Ambiental em Saúde, Denílson Ferreira de Magalhães, explicou que apesar de LIRAa mostrar Índice de Infestação Predial (IIP) satisfatório no DF (0,9%), o deposito inadequado de água tem gerados preocupação sobre a Fercal, que apresentou Risco de Epidemia com IIP em 6,47%. O relatório também apontou, no Recanto das Emas, uma porção do território com mesma classificação, já que a taxa ficou em 4,23%.

"Temos 30% das nossas regiões administrativas com positividade de criadouros nesses recipientes que a população tem utilizado para acumular água", explicou o diretor de Vigilância Ambiental em Saúde, Denílson Ferreira de Magalhães. Ele esclarece que a classificação do Ministério da Saúde é satisfatória para índices menores que 1%, de alerta para taxas entre 1% e menor que 3,9% e de risco de surto para números acima de 3,9%.

Realizada entre os dias 20 a 24 de fevereiro, a pesquisa demonstra que outras 13 localidades apresentam IIP de alerta, entre elas a Lago Norte (2,03%), Park Way (2,71%), Gama (1,48%), Itapoã (1,24%) e Lago Norte (2,03%). Outras 17 têm IIP satisfatório. É o caso de Ceilândia (0,22%), Jardim Botânico (0,98¨%) e Lago Sul (0,90%).

DADOS – Apesar da situação de água armazenada inadequadamente em residências, o número de casos prováveis de dengue diminuiu em relação ao ano passado. A redução é de 91,22%. Foram 630 registros de residentes na capital até 27 de março, enquanto no mesmo período de 2016 totalizavam 10.987 notificações.

A situação é semelhante ao se verificar casos prováveis de chikungunya e zika, com redução de 84% e 88%, respectivamente.

PREVENÇÃO – A Subsecretaria de Vigilância em Saúde intensificou as inspeções domiciliares nas 31 Regiões Administrativas do DF. O trabalho é realizado por agentes de Vigilância Ambiental em Saúde, com o apoio e participação do Corpo de Bombeiros Militar do DF, desde outubro de 2016. Além disso, foram realizadas ações de educação em saúde e de manejo ambiental, monitoramento epidemiológica e lançada a Campanha Sexta sem Mosquito, quando todos os prédios públicos localizados no Eixo Monumental foram inspecionados.

INSPECIONE – A principal forma de se prevenir contra as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti é manter monitoramento constante nas residências, sempre buscando evitar água parada e a proliferação do mosquito. É necessário manter caixas d'água, tonéis e barris de água tampados, fechar bem os sacos plásticos com lixo, manter garrafas de vidro ou plástico sempre com a boca para baixo e encher os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda. Também é preciso limpar as calhas com frequência, evitando que galhos e folhas impeçam a passagem da água.

Em caso de identificação de focos do mosquito, os moradores podem acionar a Vigilância Ambiental pelo telefone 160 para que as equipes intensifiquem o trabalho no local.

Confira aqui a pesquisa completa.

  Ailane Silva, Agência Saúde


Abordagem da Violência e Judicialização da Saúde: ainda dá tempo de se matricular

Acabam nessa segunda-feira (10/4), as matrículas para os cursos sobre Abordagem da Violência e Judicialização da Saúde na Atenção Domiciliar, oferecidos pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro, integrante da Rede UNA-SUS (UNA-SUS/UERJ). Ambos fazem parte do Programa Multicêntrico de Qualificação Profissional em Atenção Domiciliar à Distância, parceria entre diversas Instituições da Rede UNA-SUS e o Ministério da Saúde.

Profissionais de saúde, gestores do SUS e trabalhadores de outras áreas correlatas às temáticas podem se inscrever gratuitamente, pelo link. O curso tem início imediato.
O curso sobre Judicialização já alcançou 2.196 inscritos e 869 certificados. Já a temática da Violência possui 4023 inscritos e 1458 certificados.

Conheça mais sobre os cursos:
  • Judicialização da Saúde em Atenção Domiciliar
Com carga horária de 30 horas, traz a análise do SUS no contexto do direito à saúde, baseado na Constituição Federal, especialmente quanto à judicialização da saúde no Brasil.

Os conteúdos tratam dos contextos que permeiam a estrutura do SUS e o direito à saúde e abordam temas como saúde pública; atuação do Judiciário no enfrentamento de conflitos entre cidadão e Estado e as premissas para se compreender o que pode ser objeto de ação judicial. Por fim, a última unidade trata da Judicialização no contexto da Atenção Domiciliar.
  • Abordagem da Violência na Atenção Domiciliar
Com carga horária de 45 horas, o curso orienta quais devem ser as ações tomadas pelos profissionais de saúde em casos de violência, incluindo os processos de identificação, manejo e encaminhamento, bem como o uso do protocolo de segurança.

Serão analisados os impactos da violência na saúde e no ambiente familiar, com foco nesse tipo de situação em cada segmento populacional. Também é abordado o cotidiano do profissional da Atenção Domiciliar dentro das comunidades e áreas de maior risco.

Para saber mais e visualizar todos os cursos do Programa Multicêntrico de Qualificação Profissional em Atenção Domiciliar à Distância, acesse: http://www.unasus.gov.br/cursoAD.

Fonte: SE/UNA-SUS, com informações da UNA-SUS/UERJ


Diretora do DIAHV participa do Congresso HIV e Hepatites nas Américas 2017

A Diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV), Adele Benzaken, cumpre agenda no Congresso de HIV e Hepatites nas Américas 2017, que ocorre entre 5 e 8 de abril, no Rio de Janeiro.

Na quarta-feira (5), no pré-congresso, a diretora do DIHAV participou da oficina organizada pela International Aids Society (IAS) e integrou a mesa “Respondendo ao HIV em Ambientes Complexos”, que reuniu representantes da Venezuela, Haiti e República Dominicana e Argentina. Adele Benzaken apresentou o conjunto de respostas ao HIV durante a epidemia de Zika no Brasil. Em sua palestra, expôs que o Ministério da Saúde promoveu ampla mobilização de combate ao mosquito. A resposta nacional envolveu vários órgãos do governo para comandar ações estratégicas de controle e combate à epidemia. Além disso, incentivou o desenvolvimento tecnológico, a educação e pesquisa sobre este tema.

A diretora destacou também que há cinco projetos financiados pelo Ministério da Saúde para estudar a persistência do zika vírus em fluídos corporais, visando obter respostas consistentes da transmissão sexual do zika. Explicou, ainda, que o surto de zika teve início em 2015, mas que declinou em 2017, e não impactou a resposta brasileira ao HIV.

Na quinta-feira (6), Adele faz uma palestra sobre as diretrizes de enfrentamento ao HIV/Aids no país, com destaque para os avanços alcançados e para o protocolo de transmissão do HIV, principalmente com a incorporação do medicamento dolutegravir.  

No mesmo dia, Adele Benzaken coordena a mesa “Os anos 90 nas Américas”, junto com Juan Sierra Madero, representante do México. As apresentações serão feitas por especialistas da Argentina, Chile e Brasil.  Os temas abordam testagem, tratamento, adesão e retenção, e priorização ao tratamento de HIV/aids.

“A perspectiva de saúde pública para as hepatites virais e o aumento da resposta às epidemias de hepatite B e C na região das Américas” será tema de palestras no último dia do Congresso, sábado (8), com a participação de Estados Unidos e Argentina. Adele Benzaken fará a palestra com enfoque na ampliação do acesso ao tratamento da Hepatite C, as prioridades e superação de barreiras a esse agravo.

EQUIPE DO DIAHV - Uma equipe do DIAHV, composta por técnicos que trabalham com os agravos HIV, aids e hepatites virais, também participa do Congresso. Flávia Kelli Alvarenga e Flávia Moreno, que trabalham na coordenação de informações estratégicas, apresentarão um pôster no Congresso sobre o perfil epidemiológico do HIV/Aids entre pessoas acima de 50 anos no Brasil. A apresentação dá destaque para o aumento da taxa de detecção nesta população, e expõe que é importante ampliar o acesso à informação de prevenção da transmissão do HIV/aids; reconhecer a complexidade da sexualidade no processo de envelhecimento e sensibilizar os profissionais de saúde, levando em conta aspectos psicológicos, socioeconômicos e culturais que interferem na vulnerabilidade desse grupo etário.

O consultor técnico para prevenção e articulação social Diego Callisto apresentará um resumo, no formato de pôster, abordando a redução do comportamento de risco para o HIV a partir da atuação de jovens líderes na comunidade, entre populações-chave no Brasil.  O estudo visa mostrar o impacto da intervenção deles na comunidade, onde formaram uma rede de multiplicadores, promovendo conhecimento sobre prevenção combinada.

Essa estratégia é decorrente da participação deles no Curso de Formação de Jovens Lideranças, que ocorreu entre 2015-2016. O curso foi realizado em parceria com o Programa das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), o Fundo de População das Nações Unidas, UNFPA, e o Departamento de IST/Aids e Hepatites virais, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde.

Demais técnicos que Integram a equipe: Paula Emília Adamy (consultora técnica de prevenção e articulação social); Ana Roberta Pati Pascom (responsável pela área de monitoramento e avaliação); Mariana Veloso Meireles (analista técnica de políticas sociais); Melina Érica Santos (tecnologista); Elton Carlos (consultor técnico de área de hepatites virais); Robério Carneiro e Fernanda Rick (consultores técnicos da área de assistência e tratamento); Ana Flávia Pires (coordenação de laboratórios).

Assessoria de Comunicação
Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais
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Plano de saúde indenizará por negativa injusta de cobertura de tratamento

A 3ª turma do STJ fixou dano moral no valor de R$ 12 mil para segurado que teve negado tratamento, pelo plano de saúde, de cobertura de neoplasia por radioterapia.

No caso, o tratamento da neoplasia por radioterapia teria sido previsto no contrato e a negativa foi justificada por o método específico não estar previsto na lista da ANS.

A relatora, ministra Nancy Andrighi, destacou que a negativa de cobertura não tem por si só aptidão de causar dano moral ao assegurado, pois há situações em que a recusa não é indevida, sendo possível afastar o dano moral "pois dúvida razoável na interpretação do contrato não configura conduta ilícita".

O critério de distinção, asseverou, é a eventualidade da negativa da seguradora pautar-se nos deveres laterais da boa-fé objetiva.

"Como a negativa de cobertura não estava expressa e destacada no contrato e como o tratamento seria necessário e indispensável à melhora da saúde, a recusa ao custeio do tratamento mostra-se injusta e decorrente de abuso, violando a justa expectativa da parte, o que revela a existência de dano moral indenizável."

A decisão foi unânime.
·         Processo relacionado: REsp 1.651.289


ETRAVIRINA 200 mg MS compra por inexigibilidade da JANSSEN-CILAG pelo valor total de R$ 18.654.573,60

EXTRATO DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO Nº 17/2017 - UASG 250005 Nº Processo: 25000142809201612 .
Objeto: Aquisição de Etravirina 200mg. Total de Itens Licitados: 00001. Fundamento Legal: Art. 25º, Inciso I da Lei nº 8.666 de 21/06/1993.
Justificativa: Janssen-Cilag Farmacêutica Ltda detém a exclusividade em todo o território nacional do produto Intelence®.
Declaração de Inexigibilidade em 31/03/2017. EDUARDO SEARA MACHADO POJO DO REGO. Coordenador-geral de Análise Das Contratações de Insumos Estratégicos para Saúde.
Ratificação em 05/04/2017. DAVIDSON TOLENTINO DE ALMEIDA. Diretor do Departamento de Logística em Saúde.
Valor Global: R$ 18.654.573,60. CNPJ CONTRATADA : 51.780.468/0002-68 JANSSEN-CILAG FARMACÊUTICA LTDA.
(SIDEC - 06/04/2017) 250110-00001-2017NE800177


DIDANOSINA, ZIDOVUDINA E ZIDOVUDINA COM LAMIVUDINA são comprados do LAFEPE no valor total de R$ 20.866.546,20

EXTRATO DE DISPENSA DE LICITAÇÃO Nº 219/2017 - UASG 250005 Nº Processo: 25000156370201605 .
Objeto: DIDANOSINA 4 G PÓ P/ SUSPENSÃO ORAL + DILUENTE ANTIÁCIDO; ZIDOVUDINA 10 MG/ML e ZIDOVUDINA, ASSOCIADA COM LAMIVUDINA, 300MG + 150MG. Total de Itens Licitados: 00003. Fundamento Legal: Art. 24º, Inciso VIII da Lei nº 8.666 de 21/06/1993..
Justificativa: Dispensada a licitação por se tratar de aquisição com Laboratório Oficial.
Declaração de Dispensa em 27/03/2017. EDUARDO SEARA MACHADO POJO DO REGO. Coordenador Geral de Análise Das Contratações de Insumos Estratégicos para Saúde. Ratificação em 05/04/2017. DAVIDSON TOLENTINO DE ALMEIDA. Diretor do Departamento de Logística em Saúde. Valor Global: R$ 20.866.546,20.
CNPJ CONTRATADA : 10.877.926/0001- 13 LABORATORIO FARMACEUTICO DO ESTADO DE PERNAMBUCO GOVERNADOR MIGUEL ARRAES S/A -. (SIDEC - 06/04/2017) 250110-00001-2017NE800177


NATALIZUMABE 20 mg/ml inj. BIOGEN vende ao MS no valor total de R$ 43.407.900,00.

COORDENAÇÃO-GERAL DE SERVIÇOS GERAIS
EXTRATO DE CONTRATO Nº 51/2017 - UASG 250005 Nº Processo: 25000176945201606. INEXIGIBILIDADE Nº 15/2017.
Contratante: MINISTERIO DA SAUDE -.CNPJ Contratado: 07986222000336. Contratado : BIOGEN BRASIL PRODUTOS FARMACÊUTICOS LTDA.
Objeto: Aquisição de Natalizumabe 20mg/ml, solução injetável. Fundamento Legal: Lei nº 8.666/1993 . Vigência: 05/04/2017 a 04/04/2018.
Valor Total: R$43.407.900,00. Fonte: 6151000000 - 2017NE800597. Data de Assinatura: 05/04/2017. (SICON - 06/04/2017) 250110-00001-2017NE800119


15ª Mostra Nacional de Experiências Bem Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças - do Ministério da Saúde, a ser realizada em Brasília/DF

AVISO DE REABERTURA DE PRAZO PREGÃO Nº 8/2017
Comunicamos a reabertura de prazo da licitação supracitada, processo Nº 25000094597201641. , publicada no D.O.U de 21/03/2017 .

Objeto: Pregão Eletrônico - Contratação de empresa especializada na prestação de serviços, de planejamento, organização, assessoria, suporte, coordenação, acompanhamento, promoção, operacionalização e execução do evento:

15ª Mostra Nacional de Experiências Bem Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças - do Ministério da Saúde, a ser realizada em Brasília/DF, no período de 30 de maio a 02 de junho de 2017, nas condições constantes do Edital, Termo de Referência (TR) e seus apêndices.

Novo Edital: 07/04/2017 das 08h00 às 12h00 e de14h00 às 17h59. Endereço: Edifício Anexo a Sala 317 do Ministério da Saúde Asa Sul - BRASILIA – DF Entrega das Propostas: a partir de 21/03/2017 às 08h00 no site www.comprasnet.gov.br.
Abertura das Propostas: 20/04/2017, às 10h00 no site www.comprasnet.gov.br
EDNALDO MANOEL DE SOUSA, Pregoeiro Oficial



Avaliação do Instituto Pasteur

SAMUEL GOLDENBERG, Diretor e Pesquisador em Saúde Pública do Instituto Carlos Chagas, do Ministério da Saúde, participará da Avaliação do Instituto Pasteur, na qualidade de membro do Comitê Consultivo Internacional, em Montevidéu, Uruguai, no período de 16/04 a 20/04/2017, inclusive trânsito.

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