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quarta-feira, 24 de maio de 2017

O DESALINHAMENTO ENTRE O DIREITO A SAÚDE POR UM LADO E OS DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL E COMERCIO POR OUTRO FOMENTA A TENSÃO DO ACESSO / FINANCIAMENTO A MODERNAS TECNOLOGIAS

Painel de Alto Nível do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre Acesso a Medicamentos pede por um novo acordo para eliminar a lacuna de acesso e inovação em saúde

Quer se trate do aumento do preço do medicamento EpiPen ou de novos surtos de doenças, como o Ebola, a Zika e a febre amarela, os crescentes custos das tecnologias de saúde e a falta de novas ferramentas para resolver os problemas de saúde, como a resistência antimicrobiana, é um problema nos países ricos e pobres.

Segundo um Painel de Alto Nível convocado para assessorar o Secretário-Geral da ONU sobre a melhoria do acesso a medicamentos, o mundo deve adotar novas abordagens ousadas para a inovação da tecnologia de saúde e para assegurar o acesso de modo que todas as pessoas possam se beneficiar dos avanços médicos que melhoraram drasticamente as vidas de milhões de pessoas de todo o mundo nos últimos cem anos.

Há décadas, muitos tratados internacionais e constituições nacionais têm consagrado o direito fundamental à saúde e o direito de compartilhar os benefícios dos avanços científicos. Ainda assim, enquanto o mundo assiste ao imenso potencial da ciência e da tecnologia para promover os cuidados de saúde, continuam existindo lacunas e falhas para tratar do pesado fardo das doenças contemporâneas e das doenças emergentes em muitos países e comunidades. O desalinhamento entre o direito à saúde por um lado e os direitos de propriedade intelectual e comércio por outro, fomenta esta tensão.

O Secretário-Geral das Nações Unidas estabeleceu o Painel de Alto Nível para propor soluções para tratar das incoerências entre os direitos humanos internacionais, o comércio, os direitos de propriedade intelectual e os objetivos de saúde pública. As recomendações do relatório foram concluídas no final de um processo de dez meses realizado pelo Painel sob a liderança de Ruth Dreifuss, ex-presidente da Confederação Suíça, e Festus Mogae, ex-presidente da República do Botsuana.

“Incoerências nas políticas surgem quando prioridades e interesses econômicos, sociais e políticos legítimos estão desalinhados ou em conflito com o direito à saúde”, disse a presidente Ruth Dreifuss.

“Por um lado, o governo busca os benefícios econômicos do aumento do comércio. Por outro, o imperativo de respeitar as patentes sobre tecnologias de saúde podem, em certos casos, criar obstáculos para os objetivos de saúde pública e o direito à saúde".

O Painel formulou um conjunto de recomendações concretas para ajudar a melhorar a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias de saúde e o acesso da população a tratamentos vitais, cujos preços atuais estão fora do alcance de pacientes e governos. O relatório do Painel salienta que o custo das tecnologias de saúde está dificultando a situação nos países ricos e pobres.

“Sem incentivos de mercado, há uma lacuna na inovação no que concerne a doenças que acometem predominantemente as populações negligenciadas, doenças raras e uma crise, particularmente com a resistência antimicrobiana, que representa uma ameaça para a humanidade”, disse Malebona Precious Matsoso, diretora geral do Departamento Nacional de Saúde da África do Sul. “Nosso relatório exorta os governos a negociar acordos globais sobre a coordenação, financiamento e desenvolvimento de tecnologias de saúde para complementar os modelos de inovação existentes, incluindo uma Convenção de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) vinculativa que desassocie os custos de P&D dos preços finais”.

O Painel sugeriu que, inicialmente, os governos deveriam formar um grupo de trabalho para iniciar a negociação de um Código de Princípios para P&D Biomédica e apresentar um relatório anual sobre o progresso realizado na negociação e implementação do Código, em preparação para a negociação na Convenção.

O Painel examinou a forma como a aplicação das flexibilidades identificadas no Acordo da OMC sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (TRIPS) tem facilitado o acesso às tecnologias de saúde e como os membros da OMC podem personalizar as leis nacionais de propriedade intelectual, direito de concorrência, aquisições públicas e as leis e regulamentações que regem medicamentos para cumprir as obrigações da saúde pública.

O novo relatório registrou com profunda preocupação os relatos de governos que estão sendo submetidos a pressões políticas e econômicas indevidas para renunciar à utilização das flexibilidades do TRIPS. O firme parecer do Painel foi que essa pressão prejudica os esforços dos governos para cumprir suas obrigações em termos de direitos humanos e saúde pública e que viola a integridade e a legitimidade da Declaração de Doha.

“Os membros da OMC devem fazer pleno uso das flexibilidades do TRIPS, como reafirmado pela Declaração de Doha sobre o Acordo TRIPS e Saúde Pública. Isto é essencial para promover o acesso às tecnologias de saúde”, disse Michael Kirby, membro do Painel de Alto Nível e presidente do Grupo Consultivo de Especialistas. “Em particular, os governos e o setor privado devem abster-se de ameaças, táticas ou estratégias, explícitas ou implícitas, que minem o direito dos membros da OMC de usar as flexibilidades do TRIPS. Os membros da OMC devem registrar queixas contra a pressão política e econômica excessiva. Eles precisam tomar medidas firmes e eficazes contra os membros transgressores”.

A transparência foi um tema recorrente em todo o relatório do Painel de Alto Nível. O Painel descreveu repetidamente preocupações relacionadas ao impacto negativo da insuficiência de transparência em termos de inovação e acesso à tecnologia de saúde. O Painel também criticou a falta de transparência no âmbito dos acordos bilaterais de livre comércio e das negociações de investimentos. O Painel considera a transparência um componente fundamental de estruturas de prestação de contas robustas e eficazes, necessárias para manter todas as partes interessadas responsáveis pelo impacto de suas ações sobre a inovação e o acesso.

“É necessário haver uma mudança de paradigma na transparência para garantir que os custos de P&D, produção, marketing e distribuição, bem como os preços finais das tecnologias de saúde sejam claros para os consumidores e os governos”, disse o presidente Festus Mogae. “Os governos devem exigir que os fabricantes e distribuidores de tecnologias de saúde divulguem estes custos e os pormenores de quaisquer financiamentos públicos recebidos durante o desenvolvimento de tecnologias de saúde, incluindo créditos fiscais, subsídios e subvenções”.

O Painel também recomendou que a Assembleia Geral das Nações Unidas convoque uma Sessão Especial, o mais tardar em 2018, para tratar da inovação e acesso à tecnologia de saúde e chegar a um consenso sobre as estratégias a serem empregadas e uma estrutura de prestação de contas que acelerem os esforços para promover a inovação e assegurar o acesso em linha com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Nações Unidas


Médicos e empresários defendem certificação para óculos e lentes

Para debatedores, óculos de baixa qualidade prejudicam a saúde do consumidor, potencializando o aparecimento de doenças como cataratas e até cegueira. Solução seria o acesso a oftalmologistas e a certificação de produtos prescritos

Segundo a Associação da Indústria Óptica, um em cada dois óculos são comprados no mercado paralelo ou na economia informal; oftalmologistas chamaram atenção também para a venda de óculos sem consulta médica

Oftalmologistas e representantes da indústria óptica defenderam, nesta terça-feira (23), a certificação obrigatória de óculos e lentes. A medida está prevista no Projeto de Lei 4008/15, do deputado Rômulo Gouveia (PSD-PB), que foi discutido em audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família.

Segundo os médicos, o uso de óculos de grau ou de sol de baixa qualidade pode gerar danos à saúde do indivíduo, como o aparecimento da catarata – que poderia ser evitada com lentes de sol com filtro de raios ultravioletas – e problemas relacionados ao contato da pele com substâncias nocivas, liberadas por armações.

“Preocupa-nos muito o problema dos óculos no mercado paralelo e a falta de consulta médica. Isso faz com que haja uma maior quantidade de cegos, uma cegueira que poderia ser prevenida nos consultórios”, observou o médico oftalmologista Marcos Ávila, que representou o Conselho Federal de Medicina (CFM) na reunião.

Dados citados pelo representante da Associação Brasileira da Indústria Óptica (Abióptica) Leôncio Queiroz apontam que, no Brasil, um em cada dois óculos são comprados no mercado paralelo ou na economia informal. “Cinquenta por cento dos pacientes estão colocando a visão em risco”, alertou Queiroz.

Para reduzir essa porcentagem, ele recomendou também a criação de um selo que permita ao consumidor identificar os óculos de qualidade. “O preço menor e a falta de selo fazem muitas pessoas acreditarem que todos os óculos são iguais. Um selo permitiria a identificação rápida de óculos com garantia de qualidade no mercado”, acredita.

Ao lado dos óculos de qualidade, os participantes do debate alertaram para a necessidade de consultas com médicos oftalmologistas, realizadas com instrumentos de medida bem calibrados, para que o paciente saia com a prescrição exata dos óculos a serem confeccionados.

Custos
Outro ponto abordado no encontro foram os custos desses óculos certificados. A deputada Raquel Muniz (PSD-MG) acredita que alguns programas de governo poderiam estabelecer que o paciente saia do consultório médico já com os óculos.

Hiran Gonçalves apresentou substitutivo a projeto sobre óculos e lentes: apenas poderão ser fabricados produtos certificados

O presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), Homero Gusmão de Almeida, por outro lado, observou que não adianta delegar a responsabilidade ao Sistema Único de Saúde (SUS), que não tem dinheiro.

Uma possível saída apontada pelo relator do projeto, deputado Hiran Gonçalves (PP-PR), estaria na tributação menor de óculos ou no aumento da concorrência entre os fabricantes e os vendedores. “Óculos ainda são extremamente caros para os consumidores brasileiros, que precisam inclusive usar óculos escuros [em razão de o Brasil ser um país tropical]”, observou o parlamentar.

O PL 4008/15 aguarda votação na Comissão de Seguridade. Hiran Gonçalves apresentou um texto substitutivo ao projeto. A proposta proíbe a fabricação, o fornecimento e a comercialização de lentes oftálmicas e lentes de contato sem certificação por organismo de certificação de produto. Caberá à autoridade sanitária e aos órgãos de fiscalização delegados pelo Inmetro o cumprimento da lei.

O texto já foi aprovado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Noéli Nobre, Edição – Rachel Librelon, Foto - Alex Ferreira/Câmara dos Deputados


Agenda do Ministro de Estado, Ricardo Barros, Quarta-feira, 24 de Maio de 2017

70ª Assembleia Mundial da Saúde

10h15 – Reunião com Reunião com Secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Thomas E. Price.

11h30 – Encontro com o Diretor Executivo da UNITAID, Lelio Marmora

12h30 – Evento paralelo do BRICS organizado pela China para melhorar o sistema integrado de prestação de serviços de saúde


Ministério da Saúde garante exportação de vacina da febre amarela

Anúncio ocorreu durante Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, na Suíça. A partir de julho, 1 milhão de doses da vacina voltarão a ser exportadas por Bio-Manguinhos

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, assegurou a exportação de vacinas contra a febre amarela a partir de julho deste ano, durante Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra (Suíça). Serão disponibilizados um milhão de doses da vacina por mês, para a exportação, totalizando 5 milhões até o final deste ano. O ministro informou ainda que, após a 19ª Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza, que acaba no dia 26 de maio, o Ministério da Saúde retomará a intensificação da vacinação de febre amarela nos estados em que não havia anteriormente recomendação de vacinação, como Salvador e as capitais Rio de Janeiro e São Paulo. A estratégia de vacinação será feita de forma escalonada para que haja vacina suficiente a todos os estados.

“Reafirmo o compromisso brasileiro com o cumprimento das cotas acordadas de produção de vacina para exportação e atestamos ainda a eficácia da vacina produzida no Brasil”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, destacando que o país está preparado para vacinar todo o país. “Estamos em plena condição de fazer a vacinação em locais com alta densidade populacional e devemos agir preventivamente em áreas onde não havia recomendação para vacinação, como os estados próximos a Minas Gerais, onde tivemos o foco da doença”, ressaltou o ministro.

Desde fevereiro deste ano, devido ao surto de febre amarela em vários estados do país, o laboratório Bio-Manguinhos/Fiocruz, maior produtor de vacinas da febre amarela no mundo, deixou de exportar, temporariamente, o imunobiológico para atender a demanda nacional. A partir de julho, as vacinas exportadas pelo Brasil serão compradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e farão parte uma espécie de fundo de vacinas que distribuirá aos países, em caso de uma emergência.

O laboratório público Bio-Manguinhos/Fiocruz conta, atualmente, com uma produção de cerca de 6 milhões de doses mensais da vacina de febre amarela. A previsão é que, até o final deste ano, uma nova fábrica entrará em funcionamento e contribuirá com a produção de mais 4 milhões de doses por mês. Em 2018, no total, o Brasil terá capacidade de produção de 10 milhões de doses mensais.

O ministro Ricardo Barros destacou ainda a importância da população estar imunizada. “Nosso principal objetivo é aumentar a cobertura vacinal da febre amarela na população e, consequentemente, garantir a proteção. Por isso, vamos estimular que estados e municípios façam busca-ativa para vacinar a população em áreas consideradas endêmicas”, observou o ministro.

FEBRE AMARELA – Desde dezembro de 2016, quando o Ministério da Saúde passou a ser notificado pelos estados de São Paulo e Minas Gerais sobre a ocorrência de casos de febre amarela, a pasta vem atuando em conjunto com estados e municípios na definição de estratégias para controlar o surto. Todos os estados com casos da doença contam com suporte do Ministério da Saúde com envio de técnicos e especialistas para auxiliarem na investigação clínica e laboratorial dos casos, além de apoio na intensificação de vacinação.
Além disso, desde o início deste ano, o Ministério da Saúde tem enviado doses extras da vacina contra a febre amarela aos estados que estão registrando casos suspeitos da doença, além de outros localizados na divisa com áreas que tenham notificado casos. No total, até o momento, 24,5 milhões de doses extras foram enviadas para cinco estados: Minas Gerais (7,5 milhões), São Paulo (5,8 milhões), Espírito Santo (3,65 milhões), Rio de Janeiro (5,3 milhões) e Bahia (2,2 milhões). Além disso, foram distribuídas, desde janeiro deste ano, 5,9 milhões doses da vacina de rotina para todas as unidades da federação. Outras 853,4 mil doses foram enviadas para intensificar ações nos outros estados.

CASOS DA DOENÇA – Até 18 de maio, há 3.192 casos suspeitos de febre amarela notificados. Desses, 622 (19,5%) em investigação, 758 (23,7%) confirmados e 1.812 (56,8%) descartados. Dos 426 óbitos notificados, 264 (62%) foram confirmados, 42 (9,9%) em investigação e 120 (28,1%) foram descartados.

Por Amanda Mendes, da Agência Saúde


Dr Tedros Adhanom Ghebreyesus as new WHO Director-General, elects World Health Assembly

Today(23) the Member States of WHO elected Dr Tedros Adhanom Ghebreyesus as the new Director-General of WHO.
Dr Tedros Adhanom Ghebreyesus was nominated by the Government of Ethiopia, and will begin his five-year term on 1 July 2017.

Prior to his election as WHO’s next Director-General, Dr Tedros Adhanom Ghebreyesus served as Minister of Foreign Affairs, Ethiopia from 2012-2016 and as Minister of Health, Ethiopia from 2005-2012. He has also served as chair of the Board of the Global Fund to Fight AIDS, Tuberculosis and Malaria; as chair of the Roll Back Malaria (RBM) Partnership Board, and as co-chair of the Board of the Partnership for Maternal, Newborn and Child Health.

As Minister of Health, Ethiopia, Dr Tedros Adhanom Ghebreyesus led a comprehensive reform effort of the country's health system, including the expansion of the country’s health infrastructure, creating 3500 health centres and 16 000 health posts; expanded the health workforce by 38 000 health extension workers; and initiated financing mechanisms to expand health insurance coverage. As Minister of Foreign Affairs, he led the effort to negotiate the Addis Ababa Action Agenda, in which 193 countries committed to the financing necessary to achieve the Sustainable Development Goals.

As Chair of the Global Fund and of RBM, Dr Tedros Adhanom Ghebreyesus secured record funding for the two organizations and created the Global Malaria Action Plan, which expanded RBM’s reach beyond Africa to Asia and Latin America.

Dr Tedros Adhanom Ghebreyesus will succeed Dr Margaret Chan, who has been WHO’s Director-General since 1 January 2007.

WHO


Ministro da Saúde lança nova estratégia no combate ao HIV/aids

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, realiza videoconferência (Skype) para jornalistas em Brasília (DF), nesta quarta-feira (24), às 10h, para anunciar nova estratégia no combate ao HIV/aids. O ministro participa diretamente da Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra (Suíça). A diretora do Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Adele Benzaken, atenderá pessoalmente os veículos de imprensa, em Brasília (DF).

A videoconferência será transmitida, ao vivo, pelo Twitter (@minsaude).

Videoconferência sobre anúncio de estratégia de combate ao HIV
Data:
 24 de maio (quarta-feira)
Horário: 10h30
Local: SHS, Qd 6, Bl E, Conj A, Ed Business Center Park – Sala 704 – Complexo Brasil 21 – Brasília (DF).


terça-feira, 23 de maio de 2017

Ministério da Saúde garante exportação de vacina da febre amarela

Anúncio ocorreu durante Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, na Suíça. A partir de julho, 1 milhão de doses da vacina voltarão a ser exportadas por Bio-Manguinhos

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, assegurou a exportação de vacinas contra a febre amarela a partir de julho deste ano, durante Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra (Suíça). Serão disponibilizados um milhão de doses da vacina por mês, para a exportação, totalizando 5 milhões até o final deste ano. O ministro informou ainda que, após a 19ª Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza, que acaba no dia 26 de maio, o Ministério da Saúde retomará a intensificação da vacinação de febre amarela nos estados em que não havia anteriormente recomendação de vacinação, como Salvador e as capitais Rio de Janeiro e São Paulo. A estratégia de vacinação será feita de forma escalonada para que haja vacina suficiente a todos os estados.


“Reafirmo o compromisso brasileiro com o cumprimento das cotas acordadas de produção de vacina para exportação e atestamos ainda a eficácia da vacina produzida no Brasil”, afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros, destacando que o país está preparado para vacinar todo o país. “Estamos em plena condição de fazer a vacinação em locais com alta densidade populacional e devemos agir preventivamente em áreas onde não havia recomendação para vacinação, como os estados próximos a Minas Gerais, onde tivemos o foco da doença”, ressaltou o ministro.

Desde fevereiro deste ano, devido ao surto de febre amarela em vários estados do país, o laboratório Bio-Manguinhos/Fiocruz, maior produtor de vacinas da febre amarela no mundo, deixou de exportar, temporariamente, o imunobiológico para atender a demanda nacional. A partir de julho, as vacinas exportadas pelo Brasil serão compradas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e farão parte uma espécie de fundo de vacinas que distribuirá aos países, em caso de uma emergência.

O laboratório público Bio-Manguinhos/Fiocruz conta, atualmente, com uma produção de cerca de 6 milhões de doses mensais da vacina de febre amarela. A previsão é que, até o final deste ano, uma nova fábrica entrará em funcionamento e contribuirá com a produção de mais 4 milhões de doses por mês. Em 2018, no total, o Brasil terá capacidade de produção de 10 milhões de doses mensais.

O ministro Ricardo Barros destacou ainda a importância da população estar imunizada. “Nosso principal objetivo é aumentar a cobertura vacinal da febre amarela na população e, consequentemente, garantir a proteção. Por isso, vamos estimular que estados e municípios façam busca-ativa para vacinar a população em áreas consideradas endêmicas”, observou o ministro.

FEBRE AMARELA – Desde dezembro de 2016, quando o Ministério da Saúde passou a ser notificado pelos estados de São Paulo e Minas Gerais sobre a ocorrência de casos de febre amarela, a pasta vem atuando em conjunto com estados e municípios na definição de estratégias para controlar o surto. Todos os estados com casos da doença contam com suporte do Ministério da Saúde com envio de técnicos e especialistas para auxiliarem na investigação clínica e laboratorial dos casos, além de apoio na intensificação de vacinação.

Além disso, desde o início deste ano, o Ministério da Saúde tem enviado doses extras da vacina contra a febre amarela aos estados que estão registrando casos suspeitos da doença, além de outros localizados na divisa com áreas que tenham notificado casos. No total, até o momento, 24,5 milhões de doses extras foram enviadas para cinco estados: Minas Gerais (7,5 milhões), São Paulo (5,8 milhões), Espírito Santo (3,65 milhões), Rio de Janeiro (5,3 milhões) e Bahia (2,2 milhões). Além disso, foram distribuídas, desde janeiro deste ano, 5,9 milhões doses da vacina de rotina para todas as unidades da federação. Outras 853,4 mil doses foram enviadas para intensificar ações nos outros estados.

CASOS DA DOENÇA – Até 18 de maio, há 3.192 casos suspeitos de febre amarela notificados. Desses, 622 (19,5%) em investigação, 758 (23,7%) confirmados e 1.812 (56,8%) descartados. Dos 426 óbitos notificados, 264 (62%) foram confirmados, 42 (9,9%) em investigação e 120 (28,1%) foram descartados.

Por Amanda Mendes, da Agência Saúde


Campanha de vacinação contra a gripe termina nesta sexta-feira (26)

Até o momento, 58,2% do público-alvo já foi vacinado. A meta, neste ano, é vacinar 90% desse público até o dia 26 de maio

Quem faz parte do grupo prioritário e ainda não se vacinou contra a gripe, tem até esta sexta-feira para ir a um posto e garantir a sua proteção. A Campanha de Vacinação contra a influenza termina no próximo dia 26/05. Balanço do Ministério da Saúde indica que, até esta segunda-feira (22/05), foram vacinados 30,6 milhões de brasileiros. Esse total considera todos os grupos com indicação para a vacina, incluindo população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional e pessoas com comorbidades. O público-alvo da campanha no país, que não considera esses grupos, é de 54,2 milhões de pessoas. Desse total, 58,2% foram vacinados.

A meta, neste ano, é vacinar 90% desse público até o dia 26 de maio, quando termina a campanha. Para isso, o Ministério da Saúde adquiriu 60 milhões de doses da vacina, garantindo estoque suficiente para a vacinação em todo o país. A coordenadora Nacional do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues, alerta sobre a importância do público-alvo se imunizar dentro do prazo de vacinação para evitar a gripe e seus possíveis agravamentos. “É de fundamental importância que a população-alvo busque, o quanto antes, os postos de vacinação para garantir a proteção contra a influenza, principalmente neste período, que antecede o inverno”, destacou.

Até o momento, nenhum grupo prioritário atingiu a meta de vacinação. Entre os públicos-alvo, os idosos registraram a maior cobertura vacinal, com 14 milhões de doses aplicadas, o que representa 67,1% deste público, seguido pelas puérperas (65,4%) e trabalhadores de saúde (59,4%). Os grupos que menos se vacinaram são indígenas (37,1%), crianças (44,9%), gestantes (49,2%) e professores (52,4%). Além do grupo prioritário, também foram aplicadas 6,2 milhões de doses nos grupos de pessoas com comorbidades, população privada de liberdade e trabalhadores do sistema prisional.

Os estados com a maior cobertura de vacinação no país, até o momento, são: Amapá (79,4%), Paraná (74,1%), Santa Catarina (72,3%), Rio Grande do Sul (70,8%), e Goiás (66%). Já os estados com menor cobertura são: Roraima (41,5%), Pará (44,3%), Rondônia (44,6%), Rio de Janeiro (45,8%), Mato Grosso (48,5%), Acre (48,6%) e Piauí (50,4%).

Desde o dia 17 de abril, a vacina contra a gripe está disponível nos postos de vacinação para crianças de seis meses a menores de cinco anos; pessoas com 60 anos ou mais; trabalhadores de saúde; povos indígenas; gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto); população privada de liberdade; funcionários do sistema prisional, pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis ou com outras condições clínicas especiais, além dos professores que são a novidade deste ano.

Os portadores de doenças crônicas não transmissíveis, que inclui pessoas com deficiências específicas devem apresentar prescrição médica no ato da vacinação. Pacientes cadastrados em programas de controle das doenças crônicas do Sistema Único de Saúde (SUS) deverão se dirigir aos postos em que estão registrados para receber a vacina, sem a necessidade de prescrição médica. A escolha dos grupos prioritários segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa definição também é respaldada por estudos epidemiológicos e pela observação do comportamento das infecções respiratórias, que têm como principal agente os vírus da gripe. São priorizados os grupos mais suscetíveis ao agravamento de doenças respiratórias. 

SEGURANÇA - A vacina disponibilizada pelo Ministério da Saúde em 2015 protege contra os três subtipos do vírus da gripe determinados pela OMS para este ano (A/H1N1; A/H3N2 e influenza B). A vacina contra influenza é segura e também é considerada uma das medidas mais eficazes na prevenção de complicações e casos graves de gripe. Estudos demonstram que a vacinação pode reduzir entre 32% e 45% o número de hospitalizações por pneumonias e de 39% a 75% a mortalidade por complicações da influenza.

Como o organismo leva, em média, de duas a três semanas para criar os anticorpos que geram proteção contra a gripe após a vacinação, o ideal é realizar a imunização antes do início do inverno. O período de maior circulação da gripe vai do final de maio até agosto.

PREVENÇÃO - A transmissão dos vírus influenza acontece por meio do contato com secreções das vias respiratórias, eliminadas pela pessoa contaminada ao falar, tossir ou espirrar. Também ocorre por meio das mãos e objetos contaminados, quando entram em contato com mucosas (boca, olhos, nariz). À população em geral, o Ministério da Saúde orienta a adoção de cuidados simples como medida de prevenção para evitar a doença, como: lavar as mãos várias vezes ao dia; cobrir o nariz e a boca ao tossir e espirrar; evitar tocar o rosto; não compartilhar objetos de uso pessoal; além de evitar locais com aglomeração de pessoas.

É importante lembrar que, mesmo pessoas vacinadas, ao apresentarem os sintomas da gripe - especialmente se são integrantes de grupos mais vulneráveis às complicações - devem procurar, imediatamente, o médico. Os sintomas da gripe são: febre, tosse ou dor na garganta, além de outros, como dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração. 

Estado
Vacinação contra a gripe – até 22 de maio
População prioritária
Doses aplicadas
Cobertura vacinal (%)
RO
323.699
150.926
46,63
AC
189.009
91.875
48,61
AM
931.235
548.044
58,85
RR
166.021
68.931
41,52
PA
1.603.345
710.856
44,34
AP
154.717
122.813
79,38
TO
318.655
177.362
55,66
NORTE
3.686.681
1.870.807
50,75
MA
1.513.274
778.992
51,48
PI
699.689
352.492
50,38
CE
1.891.257
992.945
52,50
RN
719.521
412.063
57,27
PB
924.549
538.042
58,20
PE
2.000.443
1.185.955
59,28
AL
684.523
382.820
55,93
SE
438.746
237.714
54,18
BA
3.081.076
1.654.766
53,71
NORDESTE
11.953.078
6.535.789
54,68
MG
4.435.788
2.856.820
64,40
ES
800.243
503.048
62,86
RJ
3.829.644
1.753.743
45,79
SP
9.680.208
5.540.092
57,23
SUDESTE
18.745.883
10.653.703
56,83
PR
2.383.966
1.766.234
74,09
SC
1.371.033
991.578
72,32
RS
2.665.223
1.887.737
70,83
SUL
6.420.222
4.645.549
72,36
MS
635.704
337.458
53,08
MT
678.429
329.048
48,50
GO
1.301.156
858.531
65,98
DF
551.856
340.519
61,70
CENTRO-OESTE
3.167.145
1.865.556
58,90
TOTAL
43.973.009
25.571.404
58,2

Por Amanda Mendes, da Agência Saúde


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