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terça-feira, 7 de novembro de 2017

Anvisa deve concluir sistema de informações sobre agrotóxicos

Os gestores da Anvisa responsáveis pelo desenvolvimento do SIA poderão ser multados se não concluírem o sistema nos prazos determinados pelo TCU. O SIA deverá veicular informações sobre agrotóxicos e recomendações de uso para a agricultura, a saúde e o meio ambiente

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) terá de concluir o Sistema de Informações sobre Agrotóxicos (SIA), conforme prevê o Decreto 4.074, de 2002. Trata-se de determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) que foi feita na sessão plenária de 11 de outubro, quando foi proferido o Acórdão de Relação 2253/2017, no âmbito do processo 010.084/2017-7, de relatoria do ministro Walton Alencar Rodrigues.

A Anvisa tem o prazo de 90 dias, a contar da ciência da decisão do Tribunal, para elaborar o cronograma de trabalho.

Segundo o decreto, o SIA deveria ter sido desenvolvido pela Anvisa “no prazo de trezentos e sessenta dias, e implementado e mantido pelos órgãos federais das áreas de agricultura, saúde e meio ambiente”. O novo sistema será importante porque terá informações e dados sobre agrotóxicos, além de recomendações de uso.

Após o prazo inicial, a cada 90 dias a Anvisa deverá entregar um relatório apresentando o progresso das ações adotadas e implementadas referentes ao SIA. Caso a determinação seja descumprida, o TCU poderá aplicar multas aos responsáveis, entre outras sanções. 

Demais ações
O acórdão 2.253 construiu um panorama de decisões anteriores do próprio Tribunal em processos que se referem ao tema dos agrotóxicos. Em cada um deles, o TCU verificou o que já foi cumprido e o que ainda falta implementar. Assim, foram analisados, entre outros, a reavaliação de ingredientes ativos de agrotóxicos, a emissão do Informe de Avaliação Toxicológica (IAT) e a implantação do SIA.

A Anvisa já adotou, por exemplo, o Sistema de Produtos e Serviços sob Vigilância Sanitária (Datavisa), “com as adequações necessárias, como instrumento para cadastro, tramitação e gerenciamento de processos e documentos relacionados ao registro de agrotóxicos, componentes e afins submetidos à agência”, que ficará em uso enquanto não estiverem implementadas as funcionalidades do SIA que atenderão a esses objetivos.

O Tribunal também recomendou à agência, em 2015, a alteração dos normativos que definem os prazos para a conclusão das reavaliações de ingredientes ativos dos agrotóxicos. A mudança é importante pela complexidade das análises e, ainda, aos prazos seguidos por agências internacionais, ambos incompatíveis com o tempo em vigência. Porém, a recomendação ainda não foi cumprida. 

Histórico
Dos acórdãos analisados, o mais antigo é de 2013, cujo processo foi instaurado a partir de solicitação da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Câmara dos Deputados, na qual a auditoria operacional avaliou a efetividade dos procedimentos de controle adotados pela agência para a emissão do IAT.

O informe é um dos documentos necessários para o registro e o controle de agrotóxicos, componentes e similares, processo realizado com a participação da Anvisa, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A partir do acórdão de 11 de outubro, é possível conferir os demais.

Além disso, a própria implantação do SIA já havia sido determinada em outra decisão do TCU, no Acórdão 2303/2013 – Plenário. No entanto, a agência reguladora não cumpriu essa determinação, que foi recentemente reiterada pelo Tribunal, no Acórdão 2.253/2017.

Serviço:
Leia a íntegra da decisão: Acordão de Relação 2253/2017 – Plenário
Sessão: 11/10/2017
Secom – AV/dl/ED



Semana Mundial de Conscientização do Uso Racional de Antibióticos 2017, painel dia 13 de novembro das 14 às 17h no auditório do PO 700

O assunto é prioridade para a saúde pública em razão do crescimento do número de bactérias resistentes, com comprometimento ou, até mesmo, impossibilidade de cura com os antibióticos existentes, de doenças como tuberculose e malária, por exemplo

Os ministérios da Saúde, Ciência-Tecnologia-Inovações-Comunicações, Educação, Agricultura-Pecuária-Abastecimento e do Meio Ambiente, além da Anvisa, promovem um painel temático no dia 13 de novembro sobre o conscientização do uso racional de antibióticos.

O evento ocorre no âmbito da Semana Mundial de Conscientização do Uso Racional de Antibióticos 2017 e será realizado das 14h às 17h no auditório do primeiro subsolo do edifício PO 700, SRTN, Quadra 702, via W5 Norte.

O uso inadequado de antimicrobianos tanto na saúde humana, como na animal, tem causado a resistência de bactérias e dificultado a cura de pacientes, podendo levar à morte, além de provocar prejuízos ao meio ambiente. O objetivo conjunto das instituições que participam da construção do Plano Nacional é evitar que essa prática equivocada se perpetue.

Convidamos você para participar desse painel temático e solicitamos que divulgue o evento na página da sua instituição e também nas redes sociais.

Serviço

Evento: Semana Mundial de Conscientização do Uso Racional de Antibióticos 2017
Data: 13 de novembro de 14h às 17h
Local: Auditório do primeiro subsolo do edifício PO 700, SRTN, Quadra 702, via W5 Norte

Por Nucom/SVS



Comissões podem mediar solução sobre portaria que permite a enfermeiros requisitarem exames

Para o Conselho Federal de Medicina, atribuição deve ser exclusiva dos médicos

Durante a audiência, médicos e enfermeiros divergiram sobre a regulamentação da política do SUS de atenção básica à saúde

As comissões de Trabalho e de Seguridade Social da Câmara devem mediar um encontro entre os conselhos federais de Medicina e de Enfermagem e o Ministério da Saúde para buscar uma saída para o impasse criado em torno de uma portaria ministerial de 2011 (2.488).
A portaria permitiu aos enfermeiros requisitar exames aos pacientes nos programas de atenção básica de saúde.

Em audiência pública das comissões nesta terça-feira (7), o representante do Conselho Federal de Medicina, Turíbio Campos, explicou que esta atribuição é exclusiva dos médicos. Segundo ele, a Lei da Enfermagem (7.498/86) não dá essa competência ao enfermeiro.

“A lei é específica em relação à prescrição de medicamentos dentro de um programa de saúde pública; mas a lei não fala em requisição de exames”, disse Campos.

A Justiça concedeu uma liminar ao Conselho Federal de Medicina interrompendo a requisição de exames por enfermeiros. Mas, segundo Campos, gestores municipais e estaduais e entidades representativas de enfermeiros entenderam que as consultas iniciais e a prescrição de medicamentos também estariam suspensas, o que gerou apreensão no setor. Em outubro, a liminar foi suspensa e a portaria voltou a vigorar, mas ainda depende de uma decisão final da Justiça.

Atenção básica
De qualquer forma, os deputados e representantes de enfermeiros presentes na audiência afirmaram que é uma questão de bom senso permitir que os enfermeiros possam requisitar exames simples dentro dos programas de atenção básica, que têm rotinas fixas. É o que explicou a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Ceará, Espírito Santo Telma Cordeiro.

“Vinte anos atrás, eu trabalhei cinco anos na atenção primária. Eu trabalhava no interior, não tinha médico. Mas a gente desenvolvia o programa de hanseníase, o programa de tuberculose, acompanhava a gestante, a criança. E tudo isso, de maneira nenhuma, se colocou prescrição de medicamentos, a não ser dentro do programa do ministério. Quando se descobria um paciente com hanseníase, solicitávamos o exame porque não tinha médico no interior”, explicou a enfermeira.

Impasse
A deputada Carmem Zanotto (PPS-SC), que é enfermeira, disse que é preciso superar as divergências entre as categorias. “Como vamos garantir a implementação do Sistema Único de Saúde na atenção básica frente a este impasse? Que não pode jamais se transformar em uma guerra ou num cabo de força entre as categorias profissionais, que são fundamentais para a atenção básica de saúde, para as nossas unidades básicas de saúde", afirmou.

O deputado Cabo Sabino (PR-CE), um dos autores do requerimento de realização da audiência, explicou que as comissões de Trabalho e de Seguridade Social vão trabalhar para encontrar uma solução legislativa que ofereça segurança jurídica para o trabalho das equipes de saúde básica.

Reportagem - Sílvia Mugnatto, Edição – Roberto Seabra, Cleia Viana/Câmara dos Deputados


Ministério da Saúde anuncia edital para informatização das unidades básicas de saúde

O ministro da Saúde, Ricardo Barros, anuncia, nesta quarta-feira (08), um edital para empresas oferecerem serviços de informatização para Unidades Básicas de Saúde (UBS) de todo o país. A medida viabiliza a adesão de todos os municípios ao prontuário eletrônico e a integração nacional de dados da Atenção Básica.

A coletiva será transmitida, ao vivo, pelo Portal Saúde e pela Web Rádio Saúde
Anúncio de edital para informatização das UBS
Data: 8 de novembro (quarta-feira)
Horário: 10h
Local: Auditório Emílio Ribas, Edifício Sede do Ministério da Saúde, Bloco G, Esplanada dos Ministérios, Brasília (DF)
Mais informações /Ascom-MS
(61) 3315-3580 / 2351


Conferência Nacional de Vigilância em Saúde deve reunir 2 mil pessoas em Brasília

Trabalhadores, usuários, gestores, conselheiros municipais, estaduais, nacionais, secretários de saúde e representantes de movimentos sociais discutirão a proposta de uma Política Nacional de Vigilância em Saúde.

Entre os dias 28 de novembro e 1º de dezembro de 2017 será realizada a 1ª Conferência Nacional de Vigilância em Saúde (CNVS). O evento, que pretende reunir cerca de 2 mil pessoas de todo o Brasil na capital federal, é uma realização do Conselho Nacional de Saúde (CNS), em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Trabalhadores, usuários, gestores, conselheiros municipais, estaduais, nacionais e secretários de saúde, além de uma série de representantes de movimentos sociais em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), estarão reunidos em Brasília para discutir a proposta de uma Política Nacional de Vigilância em Saúde.

Para o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Adeilson Cavalcante, “a realização desse evento irá oportunizar o debate técnico e vai contribuir para a construção de uma política nacional fruto do trabalho dos profissionais da área de vigilância  para a melhoria e o fortalecimento das estratégicas de saúde em todo o país”.

Com o tema central “Vigilância em Saúde: Direito, Conquistas e Defesa de um SUS Público de Qualidade”, o evento tem o objetivo de debater com a sociedade brasileira o direito à promoção e proteção da saúde.

A 1ª CNVS é precedida por etapas preparatórias, realizadas em todos os estados brasileiros. Cada etapa reúne propostas apresentadas por participantes de municípios e macrorregiões locais. Também estão ocorrendo conferências livres organizadas pelos mais diversos públicos, como pessoas em situação de rua, acadêmicos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), população do campo, da floresta e das águas, movimento LGBT e povos ciganos, por exemplo, a fim de discutir necessidades específicas sobre vigilância em saúde.

A conferência nacional reunirá todas as propostas aprovadas nestas fases que antecedem o evento final, onde serão apresentadas e defendidas pelos delegados eleitos e convidados (no caso das conferências livres) em cada uma das etapas.

A conferência nacional conta com um site específico para informações sobre o tema www.cnvs.org.br.

Por Nucom/SVS


segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Tratamento contra câncer por feixe de prótons - ANVISA registra primeiro tratamento

O produto, que utiliza a mais avançada tecnologia de radioterapia para tratamento de diversos tipos de câncer, foi registrado pela Anvisa nesta segunda-feira (6/11).

A Anvisa aprovou o primeiro registro de Sistema de Protonterapia no Brasil. O registro do dispositivo médico Probeam – Sistema de Terapia de Prótons, fabricado por Varian Medical Systems Particle Therapy GmbH, foi publicado nesta segunda-feira (6/11) no Diário Oficial da União.

O produto utiliza sistema de terapia por feixe de prótons, que é considerada a mais avançada tecnologia de radioterapia disponível no mundo para tratamento de diversos tipos de câncer. A terapia inclui casos pediátricos, cabeça, pescoço, fígado, pulmão e gastrointestinais.

Esta técnica é mundialmente utilizada quando se tem o objetivo de realizar o tratamento tumores reduzindo os efeitos colaterais e ocorrência de tumores secundários em comparação aos sistemas tradicionais de radioterapia, como o acelerador de elétrons.

O Sistema de Terapia por Prótons demonstrou ser seguro e eficaz no tratamento de câncer, ampliando as possibilidades para o tratamento da doença.




Oficinas de debate da PNEPS são realizadas em todas as regiões do país

Dando continuidade à agenda do Ministério da Saúde para a atualização da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde, próxima oficina abordará situação da política em outros três estados da Região Norte

Até o final deste ano, a Política Nacional de Educação em Saúde será pauta em todo país. Faltam apenas parte da região Norte e as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul atualizarem, regionalmente, o contexto da PNEPS. A capital tocantinense Palmas, será a próxima a explorar essa temática nos dias 9 e 10 de novembro.

No último encontro da PNEPS, realizado em Belém (PA), o secretário de Estado de Saúde Pública do Pará, Vitor Mateus, mencionou que priorizará o tema da Educação Permanente como pauta fixa nas reuniões dos secretários de saúde da Região Norte.

O coordenador da Câmara Técnica de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde (CTGTES), do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS), Haroldo Pontes, observou que as diretrizes para implementação da PNEPS, que já têm 10 anos, precisam ser atualizadas.

De acordo com a diretora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde (DEGES) do MS, Cláudia Brandão, as oficinas regionais consistem em um importante espaço de produção de reflexões e identificação de propostas que possam direcionar o fortalecimento da PNEPS, para continuar trazendo benefícios para a qualificação dos profissionais e trabalhadores do SUS e promover impactos no cuidado e na atenção à saúde da população brasileira.

A iniciativa pretende atualizar, de forma coletiva e em todo o país, a Portaria GM/MS Nº 1996 do ano de 2007, que dispõe sobre as diretrizes para a implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Para isso, a atividade no Pará correspondeu à segunda das cinco oficinas a serem promovidas pelo Ministério da Saúde (MS) por regiões, com apoio da equipe técnica do CONASS, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e condução metodológica do Instituto de Saúde Coletiva (ISC/UFBA). Além disso, também estão previstas outras ações para reconhecimento e fortalecimento da Educação Permanente nos territórios, diante das atuais demandas do Sistema Único de Saúde (SUS).

Por Ivana Sant’Anna, do Nucom SGETS


Dia da Malária nas Américas é comemorado 6 de Novembro

Ministério da Saúde implementa série de ações estratégicas para o enfrentamento da doença no país.

Nesta segunda-feira (6) é comemorado o Dia da Malária nas Américas, e o Brasil, nos últimos anos, por meio do Ministério da Saúde, tem adotado uma série de ações estratégicas para o enfrentamento da doença no país. Dentre elas, o Plano de Eliminação de Malária no Brasil, que tem o enfoque na malária por Plasmodium falciparum e faz parte da estratégia de atingir as metas dos Objetivos do Milênio. O documento fornece a orientação técnica necessária para os municípios, definir estratégias diferenciadas para o diagnóstico, tratamento, controle vetorial, educação em saúde e mobilização social.

A data simbólica de seis de novembro foi estabelecida pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)  e visa estimular a divulgação das ações de vigilância controle e eliminação da malária, despertando nas comunidades, nos profissionais e nos gestores da Região das Américas a conscientização sobre a relevância da doença, que atingiu, em 2015, 212 milhões de pessoas no mundo, de acordo com o relatório Mundial da Organização mundial da Saúde (OMS).

“Acabar com a malária para sempre” é o tema central da data este ano, o mesmo usado no Dia Mundial da Malária, comemorado em 25 de abril. O objetivo da campanha é mostrar que a doença pode ser causa e consequência importantes da pobreza e desigualdade social.

No Brasil, estão previstos eventos em municípios e estados da Região Amazônica para comemorar o Dia da Malária nas Américas, que terão eventos de educação em saúde e mobilização social, treinamento das equipes de saúde nas ações de vigilância, diagnóstico, tratamento, entomologia e controle vetorial. Estes eventos são desenvolvidos pela equipe de apoiadores municipais para o controle da malária, que trabalham em conjunto com a gestão municipal pelo Projeto Apoiadores Municipais. Confira aqui a programação.

Além das comemorações locais, o Brasil está sendo representado por dois projetos na premiação do ano de 2017 dos Campeões da Malária das Américas, promovido pela OPAS. O primeiro é o Projeto do Parque Nacional do Jaú, de responsabilidade da Fundação Oswaldo Cruz (IOC) que teve o principal resultado a interrupção da transmissão da malária por Plasmodium falciparum na região do parque. O segundo é o Projeto do Município de Eirunepé, do estado do Amazonas, que como resultado principal foi a queda acentuada de casos de malária no município, saindo de 8 mil casos em 2013 para somente 126 casos até setembro de 2017.

AÇÕES - Para intensificação de ações de combate e controle da doença, o Ministério da Saúde repassou R$ 11,9 milhões para nove estados localizados na região Amazônica (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), área que concentra mais de 99% dos casos de malária registrados no Brasil.

Outra ação que tem recebido recursos contínuos federais é a ampliação da capacidade de diagnóstico local, com a introdução de testes rápidos para malária que proporciona resultado disponível em 15 minutos. O foco são as áreas de difícil acesso e em situações onde a microscopia para malária não está disponível. Em 2015, houve o aperfeiçoamento dos testes para diagnóstico de malária.

O Ministério também monitora a eficácia dos antimaláricos e inseticidas utilizados pelo Programa de Malária. Desde 2011 já foram distribuídos 1,1 milhão de mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração.

MALÁRIA NO BRASIL - Nos últimos dez anos (2007 a 2016) foram notificados em média 251.475 casos e 60 óbitos por malária em todo país. Em 2016, o Brasil registrou o menor número de casos dos últimos 37 anos (129.246), e ao comparar com os dados de 2015 (143.160 casos), houve uma redução de quase 10%. Em dez anos, os anos com mais casos da doença foram 2007 (458.666 casos), 2008 (315.807 casos) e 2010 (334.671 casos). Em 2017, até agosto, foram registrados 109.767 casos, dados ainda preliminares. A respeito dos óbitos foram registrados 37 em 2016 e até maio de 2017, 11 óbitos por malária no país, dados ainda preliminares.

CAMPANHA – O Programa Nacional de Prevenção e Controle de Malária do Brasil (PNCM) lançou este ano uma campanha em comemoração ao Dia Mundial da Malária. A campanha de prevenção e incentivo ao tratamento da doença traz como slogan “Faça o Tratamento até o fim. Sem a doença, você vive muito melhor”. O foco é incentivar as pessoas a procurarem o diagnóstico de malária em uma unidade de saúde para fazer o exame e, caso positivo, realizar o tratamento completo. As peças da campanha pode ser acessadas aqui.

Por Nucom/SVS


HPV infecta humanos há mais de 500 mil anos

·         A humanidade convive há mais tempo do que se imaginava com o vírus do papiloma humano (HPV), o causador do câncer cervical, ou câncer de colo de útero.

Estudo feito por pesquisadores do Brasil e da Espanha mapeia variantes do HPV16 no mundo e descobre que infecção é muito mais antiga do que se pensava (Molecular Biology and Evolution)

Um novo estudo acaba de sugerir que as primeiras infecções pela variante de número 16 do vírus HPV (ou HPV16) ocorreram há mais de 500 mil anos. As infecções atingiram indivíduos do gênero humano pertencentes à espécie ancestral comum do homem moderno (Homo sapiens), dos neandertais da Europa e dos denisovanos da Ásia.
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Esta é a conclusão do estudo genético desenvolvido no Instituto Catalão de Oncologia (ICO), em Barcelona, Espanha. O trabalho foi publicado na Molecular Biology and Evolution e é assinado pelos pesquisadores Ville Pimenoff e Ignacio Bravo, do ICO, e pela bioquímica brasileira Cristina Mendes de Oliveira, do Hospital do Câncer de Barretos.

Entre 2013 e 2014, Oliveira estagiou no ICO dentro do seu projeto de pós-doutoramento no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, que contou com apoio da FAPESP.  

A família de papilomavírus compreende mais de 200 tipos de vírus, que se encontram espalhados pelo mundo. Todo ser humano sofre, em algum momento da vida, pelo menos uma infecção causada por algum tipo de vírus HPV. Em sua imensa maioria, os casos são assintomáticos. 

O HPV infecta preferencialmente a região anogenital e a pele. Mais de 40 tipos de HPV são transmitidos por contato sexual. Boa parte deles é inofensiva. Alguns tipos podem ou não formar verrugas benignas. Uns poucos são malignos e podem provocar o surgimento de lesões cancerígenas. 

Dois vírus HPV, os tipos 16 e 18, são responsáveis pela quase totalidade dos casos de câncer cervical ou câncer de colo de útero. De acordo com o World Cancer Report 2014, o câncer cervical é o quarto tipo mais comum de câncer entre as mulheres (mais de 500 mil casos no mundo em 2012) e também a quarta causa mais comum de morte por câncer entre mulheres (270 mil no mesmo ano). 

O vírus HPV16 é o tipo mais oncogênico, respondendo por 50% de todos os casos de câncer cervical. São conhecidas quatro variantes do HPV16: A, B, C e D. A variante A, por sua vez, subdivide-se em quatro sublinhagens, de números 1, 2, 3, 4. 

À medida que estudos epidemiológicos do câncer cervical avançaram nas últimas décadas, um padrão curioso começou a emergir. Percebeu-se que a incidência das variantes e sublinhagens de HPV16 variava de acordo com a região do mundo.

Descobriu-se que as infecções pela variante A (de sublinhagens 1, 2 e 3) e pela variante D são predominantes nas Américas, na Europa, no Oriente Médio e no subcontinente indiano. No norte da África, por outro lado, prevalecem as sublinhagens A1, A 2 e A3. Já na África subsaariana preponderam as variantes A e C. E no leste da Ásia e no Sudeste Asiático sobressai a sublinhagem A4.
Mais além, sabe-se que o potencial oncogênico não é o mesmo para todas as variantes de HPV16 e varia em associação com diferentes populações humanas. Como explicar a filogeografia do vírus e entender a variabilidade oncogênica de suas variantes?

À primeira vista, a distribuição geográfica das variantes de HPV16 sugeria uma possível conexão com a distribuição histórica das principais etnias humanas: caucasianos, negroides e mongoloides. 

“A predominância geográfica das diversas variantes de HPV16 parecia, a princípio, estar ligada à etnia do paciente”, disse Oliveira. Pautando-se nas evidências do mapa epidemiológico de incidência mundial de câncer cervical, os pesquisadores especularam que as sublinhagens A1, A2 e A3 seriam predominantes nos povos caucasianos, enquanto as variantes A (1, 2, 3), B, C e D se distribuiriam entre os povos árabes, as variantes B e C entre os negros africanos e a sublinhagem A4 entre os asiáticos.

“Para testar tal hipótese, precisávamos mapear as variantes do HPV16 em cada lugar do mundo”, disse Oliveira. A análise filogeográfica do HPV16 foi realizada a partir do mapeamento de um total de 1.719 casos isolados de câncer cervical em todo o mundo, via PCR, e complementado pelos 118 genomas completos de HPV16 disponíveis no GenBank. 

Daí foram obtidas 1.601 sequências parciais isoladas, nas quais estava compreendido um gene do HPV16 comprovadamente ligado ao aparecimento de tumores, o oncogene E6. Por fim, chegou-se a um total de 1.680 sequências isoladas de HPV16 cuja origem geográfica podia ser identificada com precisão. 

“Analisamos a diversidade das variantes de HPV16 e comparamos o resultado com os padrões filogeográficos e evolutivos da população humana. Descobrimos que a codivergência dos humanos modernos responde por, no máximo, 30% da distribuição geográfica viral atual”, disse Oliveira.

“A segunda hipótese por nós levantada considerou que a infecção do HPV16 em humanos poderia ser muito mais antiga do que se pensa. Imaginamos que o HPV16 poderia ter coevoluído não só com a espécie Homo sapiens, mas também com o gênero Homo”, disse. 

Divergências e linhagens
A interpretação mais parcimoniosa dos resultados requeria que um vírus ancestral HPV16 estivesse infectando humanos há mais de meio milhão de anos. 

Seguindo a mesma linha interpretativa dos dados, a divergência entre os ancestrais de humanos modernos (H. sapiens), que permaneceram na África, e as linhagens dos neandertais e dos denisovanos, que evoluíram e se estabeleceram fora da África, corresponderia ao surgimento da variante A entre neandertais e denisovanos, e das variantes B, C e D em sapiens.

Entre 120 mil e 60 mil anos atrás, quando os primeiros humanos modernos começaram a sair da África para povoar os quatro cantos da Terra, levaram consigo a variante B, que surgiu há cerca de 200 mil anos.

Quando os descendentes dessas levas migratórias entraram em contato com as outras espécies humanas preestabelecidas fora da África, os neandertais na Europa e os denisovanos na Ásia, a variante A de neandertais e denisovanos infectou os humanos modernos não africanos, praticamente tomando o lugar que era da antiga variante B.

Enquanto isso, no estoque humano que permaneceu na África, novas divergências nos últimos 100 mil anos fizeram surgir as variantes C e D. Da mesma forma, através da Eurásia, a expansão de humanos modernos carregando a variante A fez com que esta divergisse em sublinhagens. A primeira sublinhagem a se destacar entre 90 mil e 70 mil anos na Ásia foi a A4. Já as sublinhagens A1, A2 e A3 são fruto de divergência mais recente, nos últimos 60 mil anos.

“É a primeira vez que se obtêm estes resultados. Com base nessas informações, talvez no futuro seja possível avançar no diagnóstico dos casos de câncer cervical. A ideia é um dia poder avaliar o potencial carcinogênico do HPV16 em função das diversas etnias”, disse Oliveira. 

Papillomavirus(https://doi.org/10.1093/molbev/msw214), de Ville N. Pimenoff, Cristina Mendes de Oliveira e Ignacio G. Bravo, pode ser lido em:https://academic.oup.com/mbe/article/34/1/4/2680800/Transmission-between-Archaic-and-Modern-Human.

Peter Moon  |  Agência FAPESP


Teste para HPV pode ajudar a prever risco em pacientes com câncer

Presença de HPV em pacientes com câncer orofaríngeo pode induzir diagnóstico precoce de câncer

O fato do HPV ser uma das causas de câncer da orofaríngea não é novidade. O   surpreendente é sua presença (teste para HPV 16 positivo no sangue)  ser um fator preditivo de melhores resultados do tratamento comparados com pacientes cujo câncer não está ligado ao vírus. 

Esse resultado preliminar das pesquisas do grupo do professor Gaorav P. Gupta*, MD, PhD  foi apresentado na reunião anual da  American Society for Radiation Oncology.

*da UNC School of Medicine Department of Radiation Oncology,

Biópsia Líquida – Teste para HPV no sangue

Segundo o principal autor, Gupta, o estudo com esse  exame de sangue está em andamento. Os pesquisadores estão otimistas que testes como esse, chamado de “biópsia líquida”, podem contribuir para personalizar o regime terapêutico para os pacientes com câncer orofaríngeo ligado ao HPV.  Em um ensaio clínico de fase II, um regime com menor intensidade terapêutica  mostrou um excelente controle do câncer. Nesse ensaio foram utilizadas doses mais baixas de radiação e quimioterapia em pacientes selecionados. Os pesquisadores usaram vários parâmetros para incluir os pacientes no grupo. Entre eles, ser positivo no exame para HPV e ter fumado menos que 10 maços de cigarro por ano. Os pesquisadores não consideram o método de seleção perfeito. Isso porque foram encontrados pacientes positivos para HPV não fumantes (que segundo a pesquisa teriam um risco menor), com recorrência após o tratamento.

Para obter melhor prognóstico com outros biomarcadores desenvolveram um teste que pode detectar HPV 16 no sangue.  Na maioria do grupo de 47 pacientes  com câncer  orofaríngeo com risco favorável testado,   o DNA do VPH16 foi detectável.

Conclusão

Os pesquisadores acreditam que os pacientes com níveis indetectáveis de HPV 16 no sangue possam ter diferentes tipos de  câncer potencialmente resistentes à radiação/quimioterapia.

Eles ainda encontraram um subgrupo de pacientes  positivos para o ‘’’’HPV 16 que rapidamente eliminaram o vírus do sangue.  Com isso, acreditam ser possível estratificar ainda mais os pacientes contribuindo para diferenciar os que podem receber um tratamento menos agressivo.

Artigo Original: “Blood test for HPV may help predict risk in cancer patients”


PL 3661 Radiografias - projeto de lei impede cirurgiões-dentistas

Radiografias no consultório dentário – como fica?
Ferramenta importante durante o atendimento odontológico, as radiografias tem sido utilizadas há muitos anos para auxiliar não somente no diagnóstico mas também durante o tratamento. Hoje tanto os cirurgiões-dentistas como os técnicos em saúde bucal estão habilitados para realizar as tomadas radiográficas.

Como realizar um procedimento endodôntico sem radiografias? E as cirurgias de implante? E os diagnósticos sem periapicais?
PL 3661 Radiografias – Projeto de Lei
O texto define condições para o exercício da profissão de Tecnólogo em Radiologia e de Bacharel em Ciências Radiológicas  assim como as áreas de atuação  e cria uma exclusividade de mercado para esses profissionais. Aprovado o projeto, cirurgiões-dentistas e técnicos em saúde bucal ficam impedidos de realiza-las.

A  Associação Brasileira de Radiologia Odontológica se manifestou contrariamente ao projeto. Segundo a entidade, a medida prejudica não somente os profissionais da odontologia, mas principalmente os pacientes que serão afetados por um maior custo para realizar os procedimentos.

Abaixo, a nota de esclarecimento emitida pela associação:

Eu já assinei! No Brasil temos mais de 240 mil cirurgiões-dentistas e somente cerca de 10% de número assinou a petição contrária ao projeto.

Se você também é contra essa medida posicione-se. Basta clicar na imagem ou no link da legenda



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