Além da camisinha, a nova
campanha aposta nas diversas formas de prevenção para evitar o HIV e promover a
qualidade de vida de quem já vive com o vírus. Estão sendo distribuídos,
gratuitamente, mais de 100 milhões de preservativos em todo o país.
Prevenir é Viver o Carnaval
#VamosCombinar é o tema da Campanha de Prevenção do Carnaval 2018, lançada pelo
Ministro da Saúde Ricardo Barros, nesta terça-feira (6), no Teatro Gregório de
Matos, em Salvador. A campanha dá continuidade à lançada durante o Dia Mundial
de Luta Contra a Aids, em 1º de dezembro, e visa fortalecer às diversas formas
de prevenção às infecções sexualmente transmissíveis como o HIV/aids junto ao
público jovem. Este ano, como novidade, serão utilizadas diferentes
manifestações musicais de cada local, tais como o samba, axé, frevo, marchinhas
e forró.
O ministro da Saúde, Ricardo
Barros, anunciou o envio a todas as unidades da federação de mais de 100
milhões de preservativos para todo o país. “Esse quantitativo é relevante
porque, como um dos motes da campanha é #vamoscombinar, queremos que os foliões
não só da Bahia como de todo o Brasil, em conjunto com seus parceiros, se
conscientizem da importância do uso de preservativos” explicou o
ministro. Para Barros, “campanhas como essa, que se estenderão por todo o
ano em diversas festas populares ao longo de todo o ano, irão possibilitar ao
país reduzir não só os números de HIV e aids, como também de outras infecções
sexualmente transmissíveis”.
O lançamento teve a presença
do embaixador da campanha, o cantor Léo Santana, e a apresentação do grupo Fit
Dance e dos blocos Olodum e Ilê Aiyê. A campanha terá continuidade ao longo do
ano de 2018, com ações nas principais festas populares do Brasil (São João,
Parada LGBT, carnavais fora de época, eventos regionais).
As peças para TV, rádio e
jornal, serão veiculadas entre esta terça-feira (06) até 02 de março para a
população em geral. Além disso, haverá uma divulgação segmentada para públicos
específicos em veículos de comunicação voltados a esses grupos, tais como
sites, revistas e aplicativos dirigidos à população LGBT. Também serão distribuídos
preservativos e folders em estradas de pedágio em Minas Gerais e Goiás. As
ações de prevenção são realizadas nos carnavais de rua durante a passagem dos
blocos e das escolas de samba em Salvador, Recife, Olinda, Belo Horizonte,
Brasília, Ouro Preto, Diamantina (MG), João Pessoa, Rio de Janeiro e São Paulo.
Ao todo, em fevereiro, o
Ministério da Saúde está distribuindo 106 milhões de preservativos masculinos,
200 mil femininos e 3,8 milhões de unidades de gel lubrificante para todo o
Brasil. Atualmente, 830 mil pessoas vivem com HIV/Aids no Brasil e,
destas, 548 mil em tratamento. Durante as ações, também estão confirmadas a
presença do homem e da mulher camisinha.
Cerca de 830 mil pessoas vivem
com HIV/aids e aids no país. São 694 mil pessoas diagnosticadas, e 548 mil
pessoas me tratamento. Estima-se que 136 mil pessoas ainda não sabem que estão
com HIV e que 196 mil sabem que tem o HIV e não estão em tratamento.
De acordo com pesquisa do
Ministério da Saúde, os jovens são os que menos usam preservativos, razão pela
qual são foco da campanha. Dados da Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e
Práticas apontam queda no uso regular de camisinhas entre a faixa etária de 15
a 24 anos, tanto com parceiros eventuais – de 58,4% em 2004 para 56,6%, em 2013
– como com parceiros fixos – queda de 38,8% em 2004 para 34,2% em 2013.
Pesquisa Nacional de Saúde do
Escolar (Pense), realizada nas escolas de todo o país com adolescentes de 13 a
17 anos, reforça esse cenário: 35,6% dos alunos não usaram preservativos em sua
primeira relação sexual. O mesmo estudo aponta que, quanto mais jovem, menor é
o uso da camisinha. Enquanto 31,8% dos jovens de 16 e 17 anos não usaram
preservativos em sua primeira relação sexual, esse índice sobe para mais de 40%
entre os jovens de 13 a 15 anos.
O hábito de não usar camisinha
tem impacto direto no aumento de casos de e aids entre os jovens. No Brasil, a
epidemia avança na faixa etária de 20 a 24 anos, na qual a taxa de detecção
subiu de 14,9 casos por 100 mil habitantes, em 2006, para 22,2 casos em 2016.
Entre os jovens de 15 a 19 anos, o índice aumentou, passando de 3,0 em
2006 para 5,4 em 2016.
Panorama –
Estima-se que 830 mil pessoas vivem com o HIV. De acordo com o Boletim
Epidemiológico de HIV e Aids divulgado no final do ano passado, a epidemia no
Brasil está estabilizada, com taxa de detecção de casos de aids em torno de
18,5 casos a cada 100 mil habitantes, em 2016. Isso representa 40,9 mil casos
novos, em média, no último cinco anos.
O Brasil apresentou, em 2016,
queda de 5,2% dos casos de taxa de detecção de aids em relação a 2015, com 18,5
registros para cada grupo de 100 mil habitantes em relação a 2015 (19,5 casos).
Já a mortalidade apresenta redução desde 2014, passando de 5,7 óbitos por 100
mil habitantes em 2014 para 5,2 casos, em 2016.
Em relação à faixa etária, a
taxa de detecção quase triplicou entre os homens de 15 a 19 anos, passando de
2,4 casos por 100 mil habitantes, em 2006, para 6,7 casos em 2016. Entre os com
20 a 24 anos, passou de 16 casos de aids por 100 mil habitantes, em 2006, para
33,9 casos em 2016. Já nas mulheres, houve aumento da doença entre 15 a 19 anos
- passou de 3,6 casos para 4,1.
Quanto à forma de transmissão,
a doença cresce entre homens que fazem sexo com homens, mudando o perfil, nos
últimos 10 anos, quando a proporção maior de caso era de transmissão
heterossexual. Na comparação a 2006, observa-se aumento de 33% nos casos de
transmissão de homens que fazem sexo com homens.
Dolutegravir –
Atualmente, o SUS disponibiliza às pessoas vivendo com HIV o medicamento
dolutegravir, considerado como o melhor tratamento contra o HIV/aids no mundo.
Cerca de 300 mil pacientes portadores do vírus receberão o tratamento em 2018.
O novo medicamento apresenta um nível muito baixo de eventos adversos, o que é
importante para os pacientes que devem tomar o medicamento todos os dias, para
o resto da vida. Com menos eventos adversos, os pacientes terão melhor adesão e
maior sucesso no tratamento.
Por Nivaldo Coelho, daAgência Saúde