Destaques

terça-feira, 6 de março de 2018

Medicamentos à base de canabinoides poderão ter fabricação nacional


Laboratórios nacionais e estrangeiros estão se movimentando para disputar um mercado que promete ser bilionário também no Brasil, o de medicamentos derivados de canabinoides, compostos encontrados na maconha. Depois da admissão das propriedades terapêuticas do canabidiol pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2015 e, mais recentemente, a liberação à importação do primeiro remédio à base de cânabis, o país se prepara para produzir localmente remédios com esses princípios ativos e o próprio insumo farmacêutico, com ou sem plantação de cânabis.

Na semana passada, a farmacêutica paranaense Prati-Donaduzzi produziu o primeiro lote de um canabidiol sintético que pode substituir o princípio ativo de origem natural e tem elevado grau de pureza, livre de outros compostos que têm efeitos alucinógenos. Do lado dos laboratórios internacionais, a americana Knox Medical apresentou ao Ministério da Saúde a proposta de montar uma fábrica no país, mediante investimentos de US$ 20 milhões.

Inicialmente, a Knox planeja instalar a unidade produtiva no Estado de São Paulo, perto de uma área de cultivo da planta, mas oportunidades em outros Estados também serão avaliadas. A intenção é montar no país uma plataforma para exportação a outros mercados latino-americanos.

De acordo com o presidente da empresa no Brasil, Mario Grieco, dois estudos clínicos serão conduzidos no país, para tratamento de epilepsia e com pacientes terminais de câncer. Caso a burocracia dificulte a implementação do projeto industrial no curto prazo, diz o médico - que foi presidente da Bristol-Myers Squibb e da Monsanto no país - os produtos da Knox serão inicialmente importados.

"Queremos ter importação no segundo semestre", diz Grieco. A Knox iniciou as operações no país no mês passado e investe na construção de um laboratório de controle de qualidade na capital paulista. O laboratório é exigência da Anvisa para a venda dos medicamentos importados, que chegarão às farmácias brasileiras por meio de uma grande distribuidora.

A Prati, por sua vez, importa atualmente canabidiol para produzir um medicamento fitoterápico que poderá ser usado no tratamento da epilepsia refratária. Em fase final de estudos clínicos (fase 3), o remédio, que levará a marca Myalo, tem lançamento comercial previsto para a virada do ano.

Para contornar o elevado custo de importação e de obtenção dos princípios ativos a partir da cânabis cultivada, o laboratório paranaense se associou à Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto (SP) da Universidade de São Paulo e desenvolveu o canabidiol sintético, que segue agora para a fase de estudos clínicos. "Esperamos reduzir o custo [do tratamento] em até 10 vezes", diz o presidente da Prati, Eder Maffissoni.

A farmacêutica já tem uma linha industrial para produzir o insumo (IFA, no jargão da indústria) no complexo de Toledo (PR), com capacidade para 380 quilos por ano, suficiente para suprir toda a demanda brasileira. Desde que iniciou os estudos com o canabidiol, há quatro anos, o laboratório estima ter investido entre R$ 20 milhões e R$ 40 milhões nos dois projetos (o fitofármaco e o composto sintético).

Hoje, um único medicamento à base de cânabis tem registro na Anvisa, o Mevatyl - vendido sob a marca Sativex no mercado internacional. Indicado para o tratamento da espaticidade, uma consequência da esclerose múltipla que provoca rigidez excessiva nos músculos, chega ao paciente com custo de R$ 2,5 mil o frasco.

A Knox, que consegue chegar ao consumidor final com custos mais baixos, vê no Brasil um mercado potencial de R$ 2,3 bilhões, considerando-se as aplicações de seus produtos, que incluem glaucoma, esclerose múltipla, aids e doença de Parkinson, entre outras.

A startup americana foi criada em 2015 por um consórcio de investidores para disputar o mercado de cânabis medicinal, que no ano passado movimentou US$ 7 bilhões nos Estados Unidos. Hoje, tem em seu portfólio 12 produtos, que vão desde um óleo de uso sublingual a cremes e soluções para inalação que podem conter somente canabidiol ou tetrahidrocanabinol (THC, que tem efeito alucinógeno) ou combinações dos dois princípios ativos.

A empresa opera no Canadá, onde tem um polo produtivo, e em Porto Rico.
Além disso, tem licenças de comercialização em diferentes Estados americanos. Na América Latina, além do Brasil, está em conversas com o Peru. De acordo com Grieco, a tecnologia de produção da empresa permite que os produtos cheguem ao consumidor final a preços acessíveis, em torno de US$ 80 o tratamento.

O uso da maconha para fins medicinais já foi liberado em diversos países - o Canadá, que tem uma das legislações mais avançadas nesse sentido, caminha para liberar inclusive o uso recreativo. No Brasil, a ausência de regulamentação ainda é um fator que pode inibir novos investimentos, pondera Grieco.

Fonte: Valor Econômico

CNS PARTICIPARÁ DE FÓRUM SOCIAL MUNDIAL DA SAÚDE E SEGURIDADE SOCIAL EM SALVADOR


De 10 a 12 de março, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) vai participar do Fórum Social Mundial da Saúde e Seguridade Social, em Salvador (BA).  Debates que analisam a atual conjuntura das políticas de saúde no Brasil fazem parte da programação. O evento é aberto ao público e acontecerá na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

O Fórum Social Mundial da Saúde e Seguridade Social é um espaço integrado ao Fórum Social Mundial, que acontecerá em seguida, de 13 a 17 de março, também em Salvador.  O objetivo de pensar um fórum específico para a temática da Saúde e Seguridade Social é abrir espaço para o diálogo com a sociedade civil em todo o mundo que esteja comprometida com a luta pelo direito humano à saúde e contra a mercantilização das políticas públicas da área.

No dia 10 às 11h, o CNS vai participar de debate sobre o “Desenvolvimento como Justiça Social e Ambiental e como Radicalidade Democrática para Comunidades Territoriais e Disputa entre Sociedade, Política e Estado”. Também participam da discussão representantes de instituições como Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Congresso Internacional de Serviços Públicos de Genebra.

No dia 11 às 11h, o debate abordará questões ligadas a financiamento em saúde com o tema “Desafios para um financiamento das Políticas de Saúde e das Proteções Sociais”. Além da Comissão de Orçamento e Finanças do CNS, representantes da própria UFBA vão participar das discussões.

Dia 12 às 9h, o presidente do CNS, Ronald dos Santos, apresentará “Formais atuais de luta: a experiência do CNS e a construção do Controle Social no Brasil”. Às tarde (horário a confirmar), CNS estará presente em um debate importante para o controle social. “A Participação Social em Saúde: avanços, potenciais e falências na experiência brasileira”. Representantes de entidades da Argentina, Bolívia e Colômbia vão participar da roda de conversa.

PROGRAMAÇÃO PRELIMINAR

10/03 – 11h
Painel – Desenvolvimento como Justiça Social e Ambiental e como Radicalidade Democrática para Comunidades Territoriais e Disputa entre Sociedade, Política e Estado
• Felix Rosemberg – Palacio Itaborai FIOCRUZ
• Fernando Pigatto – CNS
• Baba Aye – ISP Genebra
• Representante das centrais sindicais brasileiras
• Action Aid

11/03 – 11h
Painel – Desafios para um financiamento das Políticas de Saúde e das Proteções Sociais
• Wanderley Gomes da Silva – CNS
• Luis Eugenio – UFBA
• Representante da Argentina

12/03
9h
Painel – Formas atuais de luta e perspectivas de futuro: a  experiência do CNS e a construção do Controle Social no Brasil
A experiencia do CNS e a construcao do controle social em saude no Brasil
• Ronald Ferreira dos Santos – CNS
Tarde (horário a confirmar)
Painel – A participacao social em saúde: avanços, potenciais e falências na experiência brasileira.
• CNS, UFBA, Argentina , Bolivia e Colombia
• Representante CNS

Mais informações
O quê: Participação do CNS no Fórum Social Mundial da Saúde e Seguridade Social
Quando: 10 a 12 de março.
Onde: Campus Canela Universidade Federal da Bahia
Informações: www.fsms.org.br

Ascom CNS


Ministério da Saúde anuncia ações contra a febre amarela e sarampo


O ministro da Saúde, Ricardo Barros, anuncia nesta terça-feira (06) novas medidas para enfrentamento à febre amarela em 2018 e balanço das ações realizadas para a campanha contra a doença no país. Será divulgado, ainda, ações para vacinação de sarampo em Roraima e atualização da situação no estado.

A coletiva será transmitida, ao vivo, pelo Portal SaúdeTwitter e pela Web Rádio Saúde.
Coletiva para atualização da situação da febre amarela e sarampo
Data: 6 de março (terça-feira)
Horário: 15h
Local: Auditório Emílio Ribas - térreo do Ministério da Saúde - Bloco G, Esplanada dos Ministérios – Brasília (DF)

Mais informações /Ascom-MS


segunda-feira, 5 de março de 2018

Ministro da Saúde presta contas de sua gestão à CAS e debate doenças raras


A Comissão de Assuntos Sociais recebe nesta quarta-feira (7) o ministro da Saúde, Ricardo Barros, que deve fazer um balanço das atividades e prestar contas de sua gestão à frente da pasta, desde maio de 2016. O ministro deve esclarecer os cortes de verba e a diminuição da rede de atendimento do Programa Mais Médicos. Outro assunto na pauta é a crise no abastecimento de remédios para o tratamento de doenças raras no Brasil. O presidente da Subcomissão de Doenças Raras, senador Waldemir Moka (PMDB – MS), disse que os pacientes com doenças raras precisam brigar na justiça para ter acesso aos medicamentos de alto custo. Ouça os detalhes no áudio da reportagem de George Cardim, da Rádio Senado.

Acompanhe a 5ª reunião da Diretoria Colegiada da Anvisa


A pauta traz a proposta de Instrução Normativa que nomeia as empresas que farão parte da fase experimental do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM).

Nessa terça-feira (6/3), às 10h, será realizada a 5ª reunião da Diretoria Colegiada da Anvisa. Os diretores irão deliberar sobre proposta de Instrução Normativa (IN) que nomeia as empresas, além das já listadas na IN nº 17/2017, que farão parte da fase experimental do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM). Também será avaliada proposta de atualização do formulário de fitoterápico da Farmacopeia Brasileira.

Neste encontro, também será avaliada a proposta de Consulta Pública que trata dos critérios para classificação toxicológica de agrotóxicos, bem como outros assuntos relacionados ao tema. Além disso, a pauta prevê o julgamento de recursos administrativos.

A 5ª reunião pública da Diretoria será transmitida, ao vivo, pela internet, pelos links:


(a transmissão é via Skype, em tempo real, e você também pode rever o vídeo após a reunião).

Ou via Datasus: http://datasus.saude.gov.br/emtempooreal (somente pelo Internet Explorer).

Confira a pauta completa da 5ª Reunião Pública da Anvisa em 2018.



Ministério da Saúde convoca população para doar sangue


O Ministério da Saúde alerta a população de todo o país sobre a queda de doação de sangue que tem impactado os estoques de várias cidades de acordo com relatos dos hemocentros. A pasta reforça a importância da doação regular, sensibilização de novos voluntários e dos já existentes doadores. As doações de sangue habitualmente são menores em todo o país nos períodos de férias escolares e feriados prologados, o que ocasiona uma redução nos estoques de sangue. Estados que registram casos de Febre Amarela apresentam maiores quedas, pois quem é vacinado contra a doença fica inapto para doar sangue durante quatro semanas.

Uma das prioridades do Ministério da Saúde é manter os estoques de sangue abastecidos. Assim, é importante lembrar os doadores da importância da doação antes de viajar ou de se vacinar contra a febre amarela. Os serviços de hemoterapia trabalham com esta perspectiva, mobilizando a população durante estes períodos críticos para que não haja baixa nos estoques.

“O sangue é insubstituível. Ainda não existe nenhum tipo de medicamento que possa substituir a doação de sangue. E quem precisa, só consegue graças à generosidade de quem doa. O importante é doar regularmente, pois em períodos de férias e seca, a tendência é diminuir os estoques. Vale lembrar que uma doação pode beneficiar até quatro pessoas”, reforçou o coordenador da área de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Flávio Vormittag.

No Brasil, são feitas cerca de 3,4 milhões de doações de sangue por ano. Dados de 2016 indicam que 1,6% da população brasileira – 16 a cada mil habitantes – doa sangue. Embora o percentual fique dentro dos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) – de pelo menos 1% da população – o Ministério da Saúde tem se esforçado para aumentar a taxa. Em 2017, o Ministério da Saúde investiu R$ 1,2 bilhão na rede de sangue e hemoderivados (Hemorrede). Os recursos foram destinados a estruturação da rede nacional para a modernização das unidades, qualificação dos profissionais e processos de produção da Hemorrede, além do fornecimento de medicamentos de alto custo a pacientes para atenção aos pacientes portadores de doenças hematológicas.

Atualmente, o Brasil possui 32 hemocentros coordenadores e 2.033 serviços de hemoterapia, incluindo hemocentros regionais, núcleos de hemoterapia, unidades de coleta e transfusão, central de triagem laboratorial de doadores e agências transfusionais. A doação de sangue é 100% voluntária e beneficia qualquer pessoa independente de parentesco com o doador.

É importante lembrar que o sangue é essencial para os atendimentos de urgência, realização de cirurgias de grande porte e tratamento de pessoas com doenças crônicas, como a Doença Falciforme e a Talassemia, além de doenças oncológicas variadas que, frequentemente, necessitam de transfusão sanguínea.

CONDIÇÕES PARA DOAR
No Brasil, pessoas entre 16 e 69 anos podem doar sangue. Para os menores de 18 anos é necessário o consentimento dos responsáveis e, entre 60 e 69 anos, a pessoa só poderá doar se já o tiver feito antes dos 60 anos. Além disso, é preciso pesar, no mínimo, 50 quilos e estar em bom estado de saúde. O candidato deve estar descansado, não ter ingerido bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores à doação e não estar de jejum. No dia, é imprescindível levar documento de identidade com foto.

A frequência máxima é de quatro doações anuais para o homem e de três doações anuais para a mulher. O intervalo mínimo deve ser de dois meses para os homens e de três meses para as mulheres.

REFERÊNCIA
O Brasil é referência em doação de sangue na América Latina, Caribe e África. Desde 2009, a experiência brasileira é utilizada em cooperações técnicas com vários países para o fortalecimento e desenvolvimento da promoção da doação voluntária de sangue, qualificação da atenção integral à pessoa com Doença Falciforme e aperfeiçoamento da produção de hemocomponentes. Honduras, El Salvador e República Dominicana são exemplos de parceiros em projetos para o fortalecimento da doação voluntária de sangue.

Por Nicole Beraldo, daAgência Saúde 


‘Temos de mudar rastreamento de câncer de próstata’


Se a ocorrência do câncer de próstata tem como principais fatores de risco a idade avançada e questões genéticas e hereditárias, as formas mais avançadas da doença podem estar associadas também a outras condições, parte delas relacionadas ao estilo de vida, ou seja, evitáveis. Esse foi o alerta feito pela epidemiologista americana Lorelei Mucci no IX Congresso Internacional de Uro-oncologia, realizado em São Paulo entre quinta-feira e sábado da última semana.

Professora da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, ela destacou que cigarro e obesidade estão entre esses principais fatores. Os programas de rastreamento precoce do câncer de próstata, diz Lorelei, deveriam ser personalizados segundo o perfil e o risco de cada paciente em desenvolver formas mais graves da doença. Leia abaixo os principais trechos da entrevista da cientista ao Estado.

Quais são os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata?
Há consenso de que os homens mais velhos, os afrodescendentes e os que já tiveram um irmão ou pai com a doença têm maiores riscos de ter câncer de próstata. Há ainda vários estudos que mostram que há alguns genes herdados associados à doença. Por fim, homens mais altos também podem ter maior risco porque, quando garotos crescem, durante a puberdade, é exatamente quando a próstata está crescendo mais rápido. Há, portanto, alguns pensamentos de que os hormônios relacionados com uma altura mais alta podem também ter influência na ocorrência da doença. Esses são os cinco fatores de risco para o câncer de próstata e, obviamente, nenhum deles você pode modificar. No entanto, os fatores de risco que parecem estar associados aos casos avançados de câncer de próstata podem ser modificáveis.

Porque estariam mais ligados ao estilo de vida?
Sim. Quanto ao tabagismo, por exemplo, homens fumantes têm duas vezes mais chance de morrer de câncer de próstata do que homens que nunca fumaram. Quanto à obesidade, se você olhar o índice de massa corporal (IMC), um homem com sobrepeso tem 30% mais de chance de morrer da doença. Já os que são muito obesos têm cerca de 60% a 70% mais chance se comparados com os homens que têm um peso mais saudável.

E quanto aos demais fatores de risco que estão sendo estudados, como o consumo de alguns alimentos?
Já temos muitos estudos sobre tabagismo e obesidade. Mas estamos começando a olhar agora para fatores como o consumo de café e outras questões ligadas à dieta. As evidências são sugestivas, mas não fortes o suficiente para dizermos que é um fator de risco provável.

Você apresentou dados que mostram que a mortalidade por câncer de próstata está caindo em alguns países da América Latina e aumentando no Brasil? Qual é a sua avaliação?
Uma das razões para isso pode ser a melhoria dos sistemas de registro e notificação. Outra possibilidade é verificar se a obesidade está aumentando mais no Brasil e se há bons programas de rastreamento para diagnóstico precoce.

E qual é a situação dos EUA comparada à do Brasil?
A incidência nos Estados Unidos é maior do que a do Brasil, mas as taxas de mortalidade são maiores aqui do que lá provavelmente porque fazemos mais rastreamento. Mas temos de lembrar que um dos fatores de risco é a afrodescendência, e há uma taxa maior de afrodescendentes no Brasil.

O diagnóstico precoce ainda é afetado pelo preconceito que alguns homens têm em passar pelo exame?
Sim, e nos Estados Unidos isso também é um desafio. Mesmo com o fato de terem risco maior para a doença, muitos homens negros ainda são muito relutantes em passar pelos exames de rastreamento porque o acham muito invasivo.

O que deveria ser alterado no enfrentamento da doença?
Uma coisa é mudar nossa abordagem de rastreamento dos homens porque hoje muitos são diagnosticados com um câncer de próstata que não evoluirá para algo mais grave. Eles, então, fazem o tratamento e acabam tendo efeitos colaterais na qualidade de vida. Precisamos aprimorar isso de forma a manter os benefícios de diagnosticar cedo os casos, mas focando nos homens que realmente têm maior risco de morrer da doença.

Qual seria, então, a melhor abordagem de rastreamento?
Poderíamos rastrear os homens mais cedo, por volta dos 40 anos, e considerar o nível de PSA (Antígeno Prostático Específico, usado para diagnosticar o câncer de próstata) detectado para guiar as diretrizes futuras de rastreamento para aquele homem, o que poderia significar repetir os exames todo ano ou em dez anos, por exemplo. Eu acredito que o rastreamento, de fato, reduz mortalidade mas acho que as recomendações devem priorizar os homens com maior risco.

Fonte: Estadão


Fusão cria a quarta maior rede de farmácias dos EUA


A fusão da cadeia de supermercado Albertsons com a rede de farmácias Rite Aid criará a quarta maior varejista do setor farmacêutico global. A operação combinada das duas empresas deve gerar mais de US$ 16 bilhões em vendas anuais. Em primeiro lugar no ranking está a Walgreens Boots Alliance, que projeta um faturamento de US$ 66,7 bilhões (estimativa que inclui a recente aquisição de mais de 1.900 lojas da Rite Aid), seguida da CVS Health, que divulgou recentemente um faturamento de US$ 59,6 bilhões. As vendas anuais da Walmart Pharmacy contam com um valor estimado de US$ 19,1 bilhões, o que a coloca na terceira posição. A Kroger figura na quinta colocação, com faturamento estimado de US$ 10,2 bilhões.

Segundo os executivos da Albertsons, a compra de mais de 2.500 lojas da Rite Aid ajudará a atrair clientes de farmácias que tendem a concentrar mais gastos nas mercearias da rede supermercadista. A fusão criará uma cadeia com 4.892 lojas e mais de 4.300 farmácias com maior presença em ambas as costas do mercado norte-americano. A Albertsons continuará a executar lojas independentes da Rite Aid e a maioria das farmácias em supermercados serão renomeadas como Rite Aid.

Na Rite Aid, a Albertsons está comprando uma cadeia que já remodelou mais de metade de suas lojas, em um formato que inclui serviços de farmácia e produtos de saúde. Como a concorrência na cadeia de drogarias, a Rite Aid também opera clínicas ambulantes que podem lidar com casos de gripe, infecções sinusais e outras queixas relativamente menores. Ela também possui um negócio de gerenciamento de benefícios de farmácia que administra cobertura de medicamentos prescritos.



Estudo da Fiocruz PR abre novas perspectivas para o tratamento da leucemia infantil


Os resultados de uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto Calos Chagas (ICC/ Fiocruz Paraná) abrem novas perspectivas para o tratamento de câncer, em especial da Leucemia Linfóide Aguda (LLA). Tratada desde 1970 com terapia que inclui a enzima asparaginase extraída de bactérias, a doença atinge com mais frequência crianças e jovens. No Brasil, cerca de 4 mil pacientes dependem deste tipo de medicamento, importado e utilizado pelos serviços de oncologia do Sistema Único de Saúde (SUS). O estudo desenvolveu uma versão inovadora da asparaginase humana, que passou a ter maior atividade bioquímica após mudanças em sua estrutura, o que confere a ela um potencial terapêutico. A descoberta feita pelos inventores Stephanie Bath de Morais, Nilson Zanchin e Tatiana Brasil, com pedido de patente já depositada, abre perspectivas para o tratamento com uma enzima mais especifica e menos tóxica, uma contribuição importante para o tratamento da leucemia infantil. 

“A enzima obtida a partir de bactérias, embora efetiva no tratamento, provoca uma reação forte do sistema imunológico, causando diversos efeitos colaterais no paciente. A vantagem de se utilizar no tratamento uma proteína de origem humana seria a diminuição dos efeitos colaterais decorrentes do reconhecimento de uma molécula estranha. As células humanas produzem a asparaginase, porém a proteína nativa não apresenta atividade suficiente para utilização como medicamento. Utilizando a expertise do nosso grupo, nosso objetivo foi o de investigar a estrutura dessa molécula. Então, foram realizadas mudanças na sua estrutura que resultaram em atividade compatível com potencial uso terapêutico”, explica a pesquisadora do Laboratório de Proteômica e Engenharia de Proteínas, Tatiana Brasil. “Em quatro anos de pesquisa, identificamos as mudanças necessárias na estrutura da asparaginase humana e produzimos uma molécula inovadora no laboratório”, comemora.

Além da diminuição dos efeitos colaterais causados pelo medicamento disponível hoje no mercado, a descoberta pode abrir a possibilidade de produção nacional de um biofármaco com utilização essencial no tratamento da leucemia. “Hoje, o Brasil importa a asparaginase bacteriana que é utilizada nos serviços de oncologia cadastrados pelo SUS. Com a produção nacional dessa molécula humana inovadora, teríamos a possibilidade de melhorar o tratamento, baratear o custo e reduzir a dependência das importações”, ressalta Tatiana.

Os resultados também reforçam a característica de inovação das pesquisas desenvolvidas nos laboratórios da Fiocruz Paraná. O grupo foi orientado, durante todo o processo de proteção patentária, pelo Núcleo de Inovação Tecnológica da Fiocruz Paraná. “Passamos por duas avaliações e nossa descoberta está com o pedido de patente depositada. Não encontramos dificuldade no processo de proteção, pois os profissionais da Fiocruz nesta área estiveram presentes desde o início do projeto”, lembra a pesquisadora. “Nosso próximo passo é otimizar o processo de produção, e produzirmos a molécula humana modificada em quantidade suficiente para que possamos realizar os testes pré-clínicos a fim confirmar o potencial farmacológico dessa enzima”, finaliza Tatiana.


Por: Renata Fontoura (ICC/Fiocruz Paraná)

EMPRESAS DA ÁREA DE ENERGIA RENOVÁVEL PODEM SE CONECTAR NO PORTAL DO SMART ENERGY PARANÁ


Empresas que atuam na área de energias renováveis têm um ponto de encontro no portal do programa Smart Energy Paraná, cuja secretaria executiva é de responsabilidade do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). Hoje o projeto conta com um portal nacional que cadastra companhias de energia em oito categorias.

Empresas de todo o país podem se conectar no portal do Smart Energy Paraná, catalogando-se nas categorias Biogás, Biomassa, Consultoria Ambiental, Eólica, Fotovoltaica, Hidrelétrica, Resíduos e Smart Grid.

Com a plataforma, é possível verificar, por exemplo, que há iniciativas na área eólica concentradas no Centro-Sul do Paraná e ações em energia fotovoltaica com presença significativa no Noroeste do Estado.

O diretor-presidente do Tecpar, Júlio C. Felix, ressalta que o programa Smart Energy Paraná funciona, além de um catálogo de empresas, como guia para atração de investimentos. “Se uma companhia busca investir na área de biogás, por exemplo, ela pode verificar no portal onde a cadeia de fornecedores é mais estabelecida”, pontua Felix.

Outra ação relevante para apoiar investimentos no setor de energias foi a produção e distribuição do Mapa de Energias Inteligentes. O Mapa, inédito no Brasil, apresenta informações sobre a produção e transmissão de energia no estado do Paraná – o documento será atualizado em 2018.

Além dos mapas, o portal fornece informações sobre a legislação no setor, publicações e artigos na área e ainda editais de projetos energéticos. Conheça o portal pelo site smartenergy.org.br/portal.

Programa
O Tecpar é responsável pela secretaria executiva do programa Smart Energy Paraná, que mobiliza as competências que o Estado e a sociedade já têm e busca por novas competências para desenvolver o setor energético do ponto de vista econômico, ambiental e social no Paraná.

No Smart Energy Paraná, o Tecpar homologa as diferentes tecnologias já testadas e disponíveis no mercado, para apresenta-las à sociedade. A geração de dados e a capacitação de mão de obra local nesta área podem atrair investimentos para o Paraná.



Saúde atualiza edital para informatização das unidades básicas do SUS


Medida viabiliza a adesão de todos os municípios ao prontuário eletrônico até o final de 2018. Empresas serão credenciadas para fornecer equipamentos e serviços de informática no país todo

O Ministério da Saúde lançou uma nova versão do edital de contratação de serviços para informatizar as Unidades Básicas de Saúde de todo o país. As mudanças feitas facilitam o processo de credenciamento das empresas que desejam fornecer estrutura e soluções para implantação do Prontuário Eletrônico nos municípios. A atualização das exigências técnicas visa ampliar a adesão das empresas interessadas no projeto, garantindo os padrões de qualidade na prestação de serviços. 

O projeto vai credenciar empresas das cinco regiões do Brasil para oferecer suporte de informática, como conectividade, equipamentos e treinamento de pessoal. A meta é que todas as Unidades Básicas de Saúde, porta de entrada do SUS e mais próximas da população, estejam informatizadas até o fim de 2018. A informatização da Atenção Básica deve facilitar o acesso aos dados do cidadão e qualificar a assistência a cada cidadão brasileiro.

Com a iniciativa, os dados de atendimento do paciente, como prescrição de medicamentos, exames e consultas ficarão registrados nacionalmente e poderão ser consultados em qualquer Unidade Básica de Saúde do país. A adesão ao sistema eletrônico traz benefícios na qualificação do atendimento, evitando repetição de exames e encaminhamentos desnecessários, além do maior controle do gasto público. Estudo do Banco Mundial estima economia de R$ 22 bilhões por ano com a maior eficiência neste atendimento.

O projeto contará com investimento inicial do Ministério da Saúde de R$ 1,5 bilhão por ano e chegará a R$ 3,4 bilhões por ano em 2019. Atualmente, 59% das Unidades Básicas de Saúde não utilizam prontuário eletrônico, equivalente a 24,4 mil serviços. No país, 43 milhões de brasileiros têm seus dados registrados digitalmente por meio de Prontuário Eletrônico do Cidadão. Pelo projeto, todas as unidades poderão ser contempladas, inclusive com apoio de custeio para a manutenção dos serviços digitais já oferecidos.

O edital para credenciamento está disponível no Portal do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br). Todas as empresas interessadas, independente do porte, podem participar. Elas devem se credenciar informando as características e funcionalidades de suas soluções e municípios em que pretendem atuar, permitindo que empresas com atuação regional também sejam contempladas.

As empresas credenciadas deverão fornecer toda a informatização das unidades, desde equipamentos, dispositivos, sistemas de prontuário eletrônico e conectividade até os serviços necessários de implantação, treinamento, suporte e manutenção.

Por Nicole Beraldo, da Agência Saúde


Frente Parlamentar Mista do Imposto Único Federal será lançada nesta terça


Será lançada nesta terça-feira (06) a Frente Parlamentar Mista do Imposto Único Federal. Coordenada pelo deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), a frente já reúne 215 deputados. Bivar critica o atual sistema tributário nacional e espera que com a ajuda do colegiado consiga realizar estudos para a implantação de um imposto único no País.

Ele avalia que a iniciativa é um passo importante no Legislativo para que seja aprovada uma alternativa à proposta que propõe um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) discutido na Comissão de Reforma Tributária.

Segundo Bivar, a ideia do imposto único defendida pela frente parlamentar é simples: sobre as transações efetuadas no sistema bancário incidirá uma alíquota de 2,29% sobre cada débito e crédito. Os tributos arrecadatórios federais seriam todos extintos (IRPF, IRPJ, CSLL, IPI, Cofins, contribuições previdenciárias patronais, IOF, ITR e outros).

“As vantagens do imposto único são inúmeras. Além da redução individual da carga tributária e do combate à sonegação e à corrupção, esse tributo simplifica o complexo sistema tributário brasileiro, aumenta a produtividade das empresas, eleva salários, aumenta o poder aquisitivo dos consumidores e elimina a progressividade fiscal que vigora no país”, argumentou o Luciano Bivar.

Luis Macedo / Acervo Câmara dos Deputados Da Redação - GM



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