Cerca de 400 mil pessoas,
entre brasileiros e venezuelanos, deverão ser vacinadas durante a campanha, que
será realizada pelo Ministério da Saúde em conjunto com o Estado e os
municípios
Começa no próximo sábado (10)
a campanha de vacinação contra o sarampo em Roraima, que será realizada pelo
Ministério da Saúde em conjunto com o Estado e todos os 15 municípios. Deverão
ser vacinadas cerca de 400 mil pessoas, entre brasileiros e imigrantes
venezuelanos até 10 de abril, data prevista para o final da mobilização. O “dia
D” será no primeiro dia de mobilização (10/03). Também haverá campanha
publicitária, que será divulgada na televisão, rádio, internet, carro de som e
mobiliário urbano. Além de evitar novos casos da doença, a estratégia
governamental quer impedir que o vírus volte a circular de forma sustentada no
Brasil. Até esta terça-feira (6), foram confirmados seis casos de sarampo no
estado, todos em crianças imigrantes da Venezuela. Está em investigação um
óbito e 24 casos.
“O Brasil está tomando todas
as medidas necessárias para garantir a saúde dos brasileiros e dos venezuelanos
em Roraima, porque sabemos o impacto que a imigração traz para a sociedade.
Além da campanha de vacinação, uma série de ações está em curso para evitar
novos casos da doença, incluindo o repasse de recursos e treinamento de
profissionais”, explicou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.
No momento, a Venezuela
enfrenta um surto da doença, inclusive no município de Caroni, que faz
fronteira com o estado brasileiro. Para aumentar as coberturas vacinais e
proteger a população de Roraima, o Ministério da Saúde, em conjunto com
gestores locais, vem realizando uma série de ações, como vacinação de bloqueio
e intensificação da vacinação nos municípios. A intensificação de vacinação já
está sendo realizada desde fevereiro, com o envio de doses pelo Ministério da
Saúde.
Fazem parte do público-alvo da
campanha as pessoas não vacinadas contra doença, entre 6 meses e 49 anos de
idade. A vacina tríplice viral é contraindicada para gestantes e crianças
abaixo dos seis meses, mesmo em situações de surto de sarampo. Pessoas com
imunodepressão deverão ser avaliadas e vacinadas, segundo orientações do Centro
de Referência para Imunobiológicos Especiais. É aconselhável que a gravidez
seja evitada até, pelo menos, um mês após a vacinação.
AÇÕES
Itens relacionados
Uma equipe do Ministério da
Saúde permanece na região para acompanhar as ações e prestar orientação no
enfrentamento da situação. O Ministério da Saúde realizou, no final de
fevereiro, treinamento para 277 profissionais de saúde e 26 técnicos sobre
aspectos gerais da doença e ações de vigilância epidemiológica. Além disso, a pasta
apoiou os gestores locais na revisão de mais de 42 mil prontuários e fichas de
atendimento, com o intuito de encontrar casos de sarampo que possam ter passado
despercebidos pela assistência. Também foi realizada intensificação vacinal nos
estrangeiros presentes no posto da Polícia Federal. O município está com uma
equipe de vacinadores fixa neste local para dar continuidade à vacinação.
O país permanece com o
certificado de eliminação da doença, concedido pela Organização Pan-Americana
da Saúde (OPAS), em 2016. Entre 2013 e 2015, ocorreram surtos relacionados à
importação, sendo que o maior número de casos foi registrado nos estados de
Pernambuco e Ceará, totalizando 1.310 casos confirmados. Em 2016, o país
recebeu a certificação de eliminação.
“Até o momento, não há
evidência de transmissão autóctone de casos no Brasil. Portanto, pela situação
atual, o país não perde o certificado de eliminação da doença. A situação
continuará sendo acompanhada pela OPAS e pela Organização Mundial de Saúde”,
afirmou o representante da OPAS no Brasil, Joaquín Molina.
IMIGRAÇÃO
O Governo Federal acompanha a
situação da imigração de Venezuelanos no norte do país. O ministro da Saúde,
Ricardo Barros, assinou em janeiro deste ano, em Boa Vista (RR), Plano
Integrado de Ação para a Saúde dos Imigrantes no estado de Roraima. A
estratégia possui ações que orientam, ampliam e qualificam a assistência na
atenção básica e hospitalar e de vigilância em saúde, e define os responsáveis
pela assistência no estado. Dentre as medidas estão ainda ações de alimentação
e nutrição, e assistência à população em situação de rua. O Ministério da Saúde
produziu ainda materiais bilíngue (português e espanhol) com informações sobre
acesso e cuidados de doenças prioritárias e agravos de saúde.
Para reforçar o monitoramento
da situação epidemiológica, controle vetorial e estímulo à vacinação,
principalmente na população migrante em situação de rua, o horário de
atendimento de Unidades Básicas de Saúde para a vacinação foi ampliado. Além
das vacinas, são disponibilizados soros e kits de medicamentos, composto por
antibióticos e anti-inflamatórios, além de insumos, como luvas e máscaras
descartáveis. Ainda foi realizada a capacitação de profissionais de saúde em
agravos de doenças prevalentes no estado e diagnóstico e manejo clínico de
arboviroses.
Para ampliar a capacidade de
atendimento, o Ministério da Saúde reforçou a atenção básica com recursos de R$
2,5 milhões/ano, que possibilitou a habilitação de 11 Agentes Comunitários de
Saúde; 10 Equipes de Saúde da Família; 9 Equipes de Saúde Bucal; 3 Núcleos de
Apoio à Saúde da Família e 4 Unidades Odontológicas Móveis.
No final de 2017 foi assinado
convênio entre Ministério da Saúde e o Corpo de Bombeiros do Estado de Roraima
para mapeamento das condições de saúde da população migrante e capacitação das
forças de saúde e segurança para atender emergências. O valor foi de R$ 4
milhões.
Além disso, o Ministério da
Saúde doou equipamentos e mobiliários para estruturação de dois leitos de
estabilização no Hospital Estadual Délio Tupinambá, em Pacaraima, no valor de
R$ 324 mil, qualificando o cuidado imediato no município para que não haja a
necessidade de transferência imediata de qualquer caso mais grave para a
capital, Boa Vista. Os 73 equipamentos e mobiliários eram pertencentes à Força
Nacional do SUS. Oito ambulâncias do SAMU 192 foram doadas ao estado em 2017,
no valor de R$ 1,3 milhão.
O Ministério da Saúde aumentou
o Teto MAC em R$ 12 milhões ao estado, em 2017, para ampliar a capacidade de
atendimento. Além disso, foram habilitados serviços de média e alta
complexidade, com 39 novos serviços, entre leitos, Rede Cegonha, Saúde Bucal,
Rede de Atenção Psicossocial, entre outros. O impacto anual é de R$ 18,4
milhões.
Também foi enviada equipe da
Força Nacional do SUS, que fez diagnóstico da situação dos atendimentos locais.
Foram coletadas informações de funcionamento, atendimento, abastecimento de
medicamentos, presença ou aumento de doenças, além da situação dos principais
hospitais que atendem a região.
FEBRE AMARELA
Para aumentar a cobertura
vacinal, os estados do Rio de Janeiro e São Paulo decidiram continuar a
estratégia de vacinação da população. A medida conta com o apoio do Ministério
da Saúde. Dados preliminares enviados pelas Secretarias de Saúde dos três
estados ao Ministério da Saúde apontam que, até 6 de março, 17,3, milhões de
pessoas foram vacinadas, incluindo o acumulado do público vacinado nos
municípios. O número corresponde a 76% do público-alvo previsto na campanha. O
Ministério da Saúde reforça a importância da vacinação da população dos estados
do Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo durante a campanha contra febre amarela.
“Essa cobertura mostra o
comprometimento dos estados na imunização contra a febre amarela e a
necessidade de realizar essa estratégia. O processo de vacinação é crescente
nas áreas com recomendação no Brasil e a recomendação é que os estados e
municípios continuem vacinando até atingir a alta cobertura”, avaliou o
secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Adeilson Cavalcante.
Conforme dados repassados ao
Ministério da Saúde pelos estados, até o dia 6 de março, 8,4 milhões (90%) de
pessoas foram vacinadas em São Paulo e 7,1 milhões (71,5%) no Rio de Janeiro.
Já no estado da Bahia, 1,8 milhão de pessoas foram vacinadas, o que totaliza
55% do público-alvo.
Para auxiliar os estados e
municípios na realização da campanha, o Ministério da Saúde repassou aos
estados no ano de 2018 até o momento, 23,8 milhões de doses da vacina. Para os
estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia foram enviados 18,4 milhões de
doses para implementação da Campanha de Vacinação Contra a Febre Amarela. Foram
13,4 milhões para São Paulo, 4,7 milhões para o Rio de Janeiro e 300 mil para a
Bahia.