A partir de agora, serão 29
procedimentos – até então eram 19. Em 2017, foram realizados mais de 1,4 milhão
de atendimentos aos usuários, como acupuntura, auriculoterapia e yoga
Pacientes do Sistema Único de
Saúde (SUS) serão beneficiados com 10 novas Práticas Integrativas e
Complementares (PICS). Os tratamentos utilizam recursos terapêuticos, baseados
em conhecimentos tradicionais, voltados para curar e prevenir diversas doenças,
como depressão e hipertensão. São elas:apiterapia, aromaterapia,
bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, geoterapia, hipnoterapia,
imposição de mãos, ozonioterapia e terapia de florais. Com as novas atividades,
ao todo, o SUS passa a ofertar 29 procedimentos à população.
“O Brasil passa a contar com
29 práticas integrativas pelo SUS. Com isso, somos o país líder na oferta dessa
modalidade na atenção básica. Essas práticas são investimento em prevenção à
saúde para evitar que as pessoas fiquem doentes. Precisamos continuar
caminhando em direção à promoção da saúde em vez de cuidar apenas de quem fica
doente”, ressaltou o ministro Ricardo Barros.
A inclusão foi anunciada nesta
segunda-feira (12), no Rio de Janeiro (RJ), durante a abertura do 1º Congresso
Internacional de Práticas Integrativas e Saúde Pública (INTERCONGREPICS).Além
das 10 novas inclusões, também será publicada uma portaria que definirá as
diretrizes e modo de implantação dos procedimentos termalismo/crenoterapia e
medicina antroposófica, que já eram oferecidas no SUS de forma experimental.
Em 2006, quando foi criada a
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) eram
ofertados apenas cinco procedimentos. Após 10 anos, em 2017, foram incorporadas
14 atividades, chegando as 19 práticas disponíveis atualmente à população:
ayurveda, homeopatia, medicina tradicional chinesa, medicina antroposófica, plantas
medicinais/fitoterapia, arteterapia, biodança, dança circular, meditação,
musicoterapia, naturopatia, osteopatia, quiropraxia, reflexoterapia, reiki,
shantala, terapia comunitária integrativa, termalismo social/crenoterapia e
yoga.
As terapias estão presentes em
9.350 estabelecimentos em 3.173 municípios, sendo que 88% são oferecidas na
Atenção Básica. Em 2017, foram registrados 1,4 milhão de atendimentos
individuais em práticas integrativas e complementares. Somando as atividades
coletivas, a estimativa é que cerca de 5 milhões de pessoas por ano participem
dessas práticas no SUS.
Itens relacionados
- Ministério
da Saúde promove 1º Congresso Internacional de Práticas Integrativas e
Complementares
- Ministério
da Saúde inclui 14 novos procedimentos na Política Nacional de Práticas
Integrativas
Atualmente, a acupuntura é a
mais difundida com 707 mil atendimentos e 277 mil consultas individuais. Em
segundo lugar, estão as práticas de Medicina Tradicional Chinesa com 151 mil
sessões, como taichi-chuan e liangong. Em seguida aparece a auriculoterapia com
142 mil procedimentos. Também foram registradas 35 mil sessões de yoga, 23 mil
de dança circular/biodança e 23 mil de terapia comunitária, entre outras.
Evidências científicas têm
mostrado os benefícios do tratamento integrado entre medicina convencional e
práticas integrativas e complementares. Além disso, há crescente número de
profissionais capacitados e habilitados e maior valorização dos conhecimentos
tradicionais de onde se originam grande parte dessas práticas. No ano passado
foram capacitados mais de 30 mil profissionais.
CONGRESSO
O Brasil é referência na área
e para tratar desse assunto, o Ministério da Saúde promove entre os dias 12 e
15 de março o 1º Congresso Internacional de Práticas Integrativas e Saúde
Pública (INTERCONGREPICS), e o 3º Congresso Internacional de Ayurveda. Os dois
eventos serão realizados no Rio de Janeiro, no Centro de Convenções Riocentro,
com programação integrada. São esperados cerca de quatro mil pesquisadores do
assunto.
O encontro vai promover
debates com pesquisadores internacionais e do Brasil, e troca de experiências
entre os profissionais, gestores e pesquisadores das diversas práticas
integrativas. Serão apresentados durante o evento mais de 900 trabalhos
científicos e relatos de experiências no SUS, de todas as regiões do país e de
outros países também.
Durante a abertura do
congresso, nesta segunda-feira (12), foi lançado um glossário temático de
práticas integrativas. O manual reúne os principais vocábulos utilizados na
linguagem do campo de atuação dessa área técnica. Entre os objetivos estão
fornecer referências para a compreensão de termos e conceitos, além de
proporcionar a exatidão conceitual e definir a atuação de cada termo em seus
diferentes contextos institucionais.
IMPLANTAÇÃO
A Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), publicada em 2006, instituiu no
SUS abordagens de cuidado integral à população por meio de outras práticas que
envolvem recursos terapêuticos diversos. Desde a implantação, o acesso dos
usuários tem crescido.
A política traz diretrizes
gerais para a incorporação das práticas nos serviços e compete ao gestor
municipal elaborar normas para inserção da PNPIC na rede municipal de saúde. Os recursos para as
PICS integram o Piso da Atenção Básica (PAB) de cada município, podendo o
gestor local aplicá-los de acordo com sua prioridade. Alguns tratamentos
específicos, como acupuntura recebem outro tipo de financiamento, que compõe o
bloco de média e alta complexidade. Estados e municípios também podem instituir
sua própria política, considerando suas necessidades locais, sua rede e
processos de trabalho.
Confira cada uma das dez novas
práticas:
Apiterapia –
método que utiliza produtos produzidos pelas abelhas nas colmeias como a
apitoxina, geléia real, pólen, própolis, mel e outros.
Aromaterapia –
uso de concentrados voláteis extraídos de vegetais, os óleos essenciais
promovem bem estar e saúde.
Bioenergética –
visão diagnóstica aliada à compreensão do sofrimento/adoecimento, adota a
psicoterapia corporal e exercícios terapêuticos. Ajuda a liberar as tensões do
corpo e facilita a expressão de sentimentos.
Constelação familiar –
técnica de representação espacial das relações familiares que permite
identificar bloqueios emocionais de gerações ou membros da família.
Cromoterapia –
utiliza as cores nos tratamentos das doenças com o objetivo de harmonizar o
corpo.
Geoterapia – uso
da argila com água que pode ser aplicada no corpo. Usado em ferimentos,
cicatrização, lesões, doenças osteomusuculares.
Hipnoterapia –
conjunto de técnicas que pelo relaxamento, concentração induz a pessoa a
alcançar um estado de consciência aumentado que permite alterar comportamentos
indesejados.
Imposição de mãos –
cura pela imposição das mãos próximo ao corpo da pessoa para transferência de
energia para o paciente. Promove bem estar, diminui estresse e ansiedade.
Ozonioterapia –
mistura dos gases oxigênio e ozônio por diversas vias de administração com
finalidade terapêutica e promove melhoria de diversas doenças. Usado na
odontologia, neurologia e oncologia.
Terapia de Florais –
uso de essências florais que modifica certos estados vibratórios. Auxilia no
equilíbrio e harmonização do indivíduo