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domingo, 29 de abril de 2018

Fórum da ABRAIDI discutiu questões regulatórias, jurídicas e de compliance

A ABRAIDI - programou para o segundo dia do I Fórum Brasileiro de Importadores e Distribuidores de Produtos para a Saúde uma série de debates focados no cotidiano do associado.

O painel "As recentes mudanças regulatórias e os desdobramentos para o setor" foi aberto pelo diretor técnico da ABRAIDI, Sérgio Madeira, que ressaltou a antiga colaboração que a Associação tem com a regulação sanitária do país. "Desde 2004, quando realizamos o Fórum de Segurança Sanitária de Produtos para Ortopedia, a ABRAIDI tem debatido o assunto".

A assessora da Diretoria de Regulação Sanitária da Anvisa, Daniela Manzoli Bravo, comentou as várias regras e sistemáticas regulatórias implantadas recentemente pela Agência, com o objetivo de desburocratização. Citou a RDC 211/2018, que aumentou o prazo de renovação e revalidação de registros para 10 anos e beneficiou o setor. A assessora da Anvisa comentou os inúmeros problemas que ainda existem em PAFs, mas que a Agência tem buscado soluções para agilizar a liberação sanitária. O representante da Câmara Técnica de Implantes da AMB, Luis Carlos Sobania, que é ortopedista, lembrou das várias iniciativas médicas para também colaborar com a Anvisa, ao longo dos últimos 10 anos, e anunciou que, durante a Hospitalar, será apresentado os primeiros resultados do  Registro Nacional de Implantes, uma nova parceria entre Agência e sociedades de especialidade.

Os modelos de pagamento baseados em valor foi a temática do painel moderado por Daniel Greca, diretor de Healthcare da KPMG. Greca ressaltou que o ritmo de transformação do modelo de remuneração é lento, mas está acontecendo. "Deixamos o discurso e conseguimos passar para a prática. O que é motivador", concluiu o diretor da KPMG. Participaram das discussões Fabrício Campolina, da J&J e do Instituto Coalizão Saúde, Glauco Chagas, da Unimed Porto Alegre, e Luiz Felipe Costamilan, CEO do CBEX’s.

Reforma Tributária, tecnologia e compliance
O deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB/PR) proferiu palestra no Fórum e abordou como fazer o Brasil crescer e distribuir rendas com justiça social. "Temos inúmeras restrições no país para promover a Reforma Tributária por conta do receio da União, estados e municípios, em relação à partilha dos impostos. Temos que criar um pacto federativo para não mexer na partilha. Só assim a Reforma terá condições de caminhar", defendeu. Debateram com o parlamentar a moderadora e advogada tributarista, Hella Gottschefsky, Carmino Antônio de Souza, diretor de Relações Institucionais e Parlamentares do Conasems, Ruy Baumer, diretor do Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde da FIESP, e Edson Rogatti, presidente da CMB. O deputado propôs a criação do IVA, que aglutinaria o ICMS, ISS e IPI, entre outros impostos. "O IVA é a cobrança de débito e crédito e pode fazer o Brasil crescer de 5% a 7% ao ano e desconcentrar a renda", finalizou Hauly.

O professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Gonzalo Vecina, fez uma apresentação sobre as tecnologias que estão no mercado e as que ainda irão surgir para movimentar o setor da saúde. "Os vetores da tecnologia jogam o custo para cima, mas temos a eficiência que pode justificar os investimentos com a qualidade de vida propiciada", ressaltou Vecina. Para o professor, o custo é uma esfinge que nos ameaça, "se não respondermos as perguntas seremos devorados". Vecina lembrou que o Brasil tem um dos preços mais elevados para DMI. "Precisamos encontrar saídas para qualidade e segurança, custos e acessibilidade. Não existem soluções simples para problemas complexos, mas o ideal é que o caminho venha do próprio setor". Debateram com o professor Vecina, o presidente da ABRAIDI, Sérgio Rocha, e o diretor da BR Hommed, Giuliano Sant'anna.

O professor Gonzalo Vecina também moderou o Painel "o compliance no século XXI: em busca da sustentabilidade para o setor de saúde". Participaram das discussões, Gláucio Pegurin Libório, presidente do Instituto Ética Saúde, Adriano Caldas, CEO Medical Devices da Johnson & Johnson, Marcelo Chaves, secretário de Controle Externo da Saúde do TCU, Polyanna Vilanova, conselheira do CADE, Viviane Souza, diretora de Compliance do Hospital Albert Einstein, e Gil Pinho, diretor de Operações da Medartis Brasil.

"O que foi falado aqui em relação ao compliance é uma música para os meus ouvidos e para o CADE", afirmou a conselheira Polyanna Vilanova. Já o secretário de Controle Externo da Saúde do TCU, Marcelo Chaves, elogiou a iniciativa do setor ao idealizar o Instituto Ética Saúde. "O TCU e o IES possuem valores comuns e todo evento que o IES nos convidar faremos esforço para participar", disse.

Para o presidente da ABRAIDI, Sérgio Rocha, as distorções, inúmeras nesse setor, trazem custo maior para o consumidor, que é o paciente. "Além de todo esse cenário complexo, apresentado nos dois dias de evento, soma-se o tamanho e a ineficiência do Estado, a burocracia e a carga tributária que criam uma barreira à inovação e à atualização tecnológica na saúde. Tudo isso promove uma deformação no mercado e uma eterna luta entre todos os players. Precisamos pensar de forma diferente. Três palavras poder mudar o setor: cooperação, transparência e ética", concluiu Sérgio Rocha.  

O evento foi realizado, em 25 e 26 de abril, no Hotel Meliá Paulista, em São Paulo/SP, teve o apoio da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde - ABIIS, do Instituto Ética Saúde, da Hospitalar, da Healthcare Management e da South America Health Exhibition - SAHE.O painel "As recentes mudanças regulatórias e os desdobramentos para o setor" foi aberto pelo diretor técnico da ABRAIDI, Sérgio Madeira, que ressaltou a antiga colaboração que a Associação tem com a regulação sanitária do país. "Desde 2004, quando realizamos o Fórum de Segurança Sanitária de Produtos para Ortopedia, a ABRAIDI tem debatido o assunto".

A assessora da Diretoria de Regulação Sanitária da Anvisa, Daniela Manzoli Bravo, comentou as várias regras e sistemáticas regulatórias implantadas recentemente pela Agência, com o objetivo de desburocratização. Citou a RDC 211/2018, que aumentou o prazo de renovação e revalidação de registros para 10 anos e beneficiou o setor. A assessora da Anvisa comentou os inúmeros problemas que ainda existem em PAFs, mas que a Agência tem buscado soluções para agilizar a liberação sanitária. O representante da Câmara Técnica de Implantes da AMB, Luis Carlos Sobania, que é ortopedista, lembrou das várias iniciativas médicas para também colaborar com a Anvisa, ao longo dos últimos 10 anos, e anunciou que, durante a Hospitalar, será apresentado os primeiros resultados do  Registro Nacional de Implantes, uma nova parceria entre Agência e sociedades de especialidade.

Os modelos de pagamento baseados em valor foi a temática do painel moderado por Daniel Greca, diretor de Healthcare da KPMG. Greca ressaltou que o ritmo de transformação do modelo de remuneração é lento, mas está acontecendo. "Deixamos o discurso e conseguimos passar para a prática. O que é motivador", concluiu o diretor da KPMG. Participaram das discussões Fabrício Campolina, da J&J e do Instituto Coalizão Saúde, Glauco Chagas, da Unimed Porto Alegre, e Luiz Felipe Costamilan, CEO do CBEX’s.

Reforma Tributária, tecnologia e compliance
O deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB/PR) proferiu palestra no Fórum e abordou como fazer o Brasil crescer e distribuir rendas com justiça social. "Temos inúmeras restrições no país para promover a Reforma Tributária por conta do receio da União, estados e municípios, em relação à partilha dos impostos. Temos que criar um pacto federativo para não mexer na partilha. Só assim a Reforma terá condições de caminhar", defendeu. Debateram com o parlamentar a moderadora e advogada tributarista, Hella Gottschefsky, Carmino Antônio de Souza, diretor de Relações Institucionais e Parlamentares do Conasems, Ruy Baumer, diretor do Comitê da Cadeia Produtiva da Saúde da FIESP, e Edson Rogatti, presidente da CMB. O deputado propôs a criação do IVA, que aglutinaria o ICMS, ISS e IPI, entre outros impostos. "O IVA é a cobrança de débito e crédito e pode fazer o Brasil crescer de 5% a 7% ao ano e desconcentrar a renda", finalizou Hauly.

O professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, Gonzalo Vecina, fez uma apresentação sobre as tecnologias que estão no mercado e as que ainda irão surgir para movimentar o setor da saúde. "Os vetores da tecnologia jogam o custo para cima, mas temos a eficiência que pode justificar os investimentos com a qualidade de vida propiciada", ressaltou Vecina. Para o professor, o custo é uma esfinge que nos ameaça, "se não respondermos as perguntas seremos devorados". Vecina lembrou que o Brasil tem um dos preços mais elevados para DMI. "Precisamos encontrar saídas para qualidade e segurança, custos e acessibilidade. Não existem soluções simples para problemas complexos, mas o ideal é que o caminho venha do próprio setor". Debateram com o professor Vecina, o presidente da ABRAIDI, Sérgio Rocha, e o diretor da BR Hommed, Giuliano Sant'anna.

O professor Gonzalo Vecina também moderou o Painel "o compliance no século XXI: em busca da sustentabilidade para o setor de saúde". Participaram das discussões, Gláucio Pegurin Libório, presidente do Instituto Ética Saúde, Adriano Caldas, CEO Medical Devices da Johnson & Johnson, Marcelo Chaves, secretário de Controle Externo da Saúde do TCU, Polyanna Vilanova, conselheira do CADE, Viviane Souza, diretora de Compliance do Hospital Albert Einstein, e Gil Pinho, diretor de Operações da Medartis Brasil.

"O que foi falado aqui em relação ao compliance é uma música para os meus ouvidos e para o CADE", afirmou a conselheira Polyanna Vilanova. Já o secretário de Controle Externo da Saúde do TCU, Marcelo Chaves, elogiou a iniciativa do setor ao idealizar o Instituto Ética Saúde. "O TCU e o IES possuem valores comuns e todo evento que o IES nos convidar faremos esforço para participar", disse.

Para o presidente da ABRAIDI, Sérgio Rocha, as distorções, inúmeras nesse setor, trazem custo maior para o consumidor, que é o paciente. "Além de todo esse cenário complexo, apresentado nos dois dias de evento, soma-se o tamanho e a ineficiência do Estado, a burocracia e a carga tributária que criam uma barreira à inovação e à atualização tecnológica na saúde. Tudo isso promove uma deformação no mercado e uma eterna luta entre todos os players. Precisamos pensar de forma diferente. Três palavras poder mudar o setor: cooperação, transparência e ética", concluiu Sérgio Rocha.  

O evento foi realizado, em 25 e 26 de abril, no Hotel Meliá Paulista, em São Paulo/SP, teve o apoio da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde - ABIIS, do Instituto Ética Saúde, da Hospitalar, da Healthcare Management e da South America Health Exhibition - SAHE.


ABRAIDI lança publicação inédita durante fórum setorial


O I Fórum Brasileiro de Importadores e Distribuidores de Produtos para a Saúde, no Hotel Meliá Paulista - São Paulo/SP, realizado nos dias 25 e 26 de abril, pela Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde - ABRAIDI marcou o lançamento de uma publicação inédita que revelou distorções na saúde. O estudo \"O ciclo de fornecimento de produtos para a saúde no Brasil\", que se transformou em um livro, foi realizado com mais de 300 associados da ABRAIDI pela consultoria econômica Websetorial. As empresas participantes geram 13.600 empregos diretos e faturaram R$ 5,5 bilhões, em 2017.

O presidente da ABRAIDI, Sérgio Rocha, fez a apresentação do estudo, que constatou retenções de faturamento de cerca de R$ 0,5 bilhão, glosas previamente autorizadas de R$ 100 milhões e inadimplência de R$ 700 milhões no setor. \"Valores que comprometem o fluxo de caixa das empresas\", disse Sérgio Rocha e completou: \"precisamos encontrar soluções comuns. Os números são para que todos possam pensar. Não queremos criar confronto com ninguém, mas refletir sobre esses sérios problemas, que não podem mais se jogados para debaixo do tapete\".

Na abertura do Fórum, o sócio da Dextron Management Consulting, Celso Hiroo Ienaga, apresentou o painel \"O cenário da saúde no Brasil e no mundo para os próximos anos\". Ienaga contou que as empresas e companhias estão investindo em novas soluções para minimizar gastos mundiais com saúde, que atualmente estão em US$ 7,1 trilhões e devem chegar a US$ 8,7 trilhões, até 2020. \"No Brasil, gastamos muito com saúde e não sabemos se estamos gastando bem. O setor tem que ser olhado como um ecossistema com todos os players juntos na busca de soluções comuns\", defendeu o especialista.

O I Fórum da ABRAIDI ainda promoveu, no primeiro dia do evento, um amplo debate sobre o tema: “Como as distorções e o desperdício na saúde impactam todo o setor e o que fazer para reverter este quadro?”. A moderação foi feita por Celso Ienaga, da Dextron Management Consulting, e teve como participantes Walban Damasceno, diretor da ABIMED, Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO, Patrícia Fucs, presidente da SBOT, Yussif Ali Mere Jr., presidente da Fehoesp, Sandro Leal Alves, superintendente da Fenasaúde, Luiz Edmundo Rosa, coordenador Núcleo Saúde da ABRH Brasil e Sérgio Rocha, presidente da ABRAIDI.

Os participantes parabenizaram os dados levantados pela ABRAIDI. O representante da Fenasaúde afirmou que já existem movimentos na Federação da Saúde Suplementar para tentar mudar o modelo de renumeração com distribuidores e hospitais. \"Estamos num formato antigo, cada um pensando na sua gaveta, o que é insustentável. Precisamos de um novo olhar para a saúde, que passa pela ética e pela cooperação\", afirmou o coordenador Núcleo Saúde da ABRH Brasil. Para a presidente da SBOT, existe um desperdício generalizado e uma sensação de desesperança em toda a sociedade. \"Os hospitais que atendem o SUS estão sucateados e sofrem com a não otimização do recurso para a saúde\", completou Patricia Fucs.

\"O desperdício no setor existe, mas é muito subjetivo. Como definir as bases e referências para evitá-lo?\", questionou durante as discussões o superintendente da ABIMO. \"Todos têm medo de abrir a sua \'caixa preta\', mas precisamos vencer as barreiras, informar valores e debater de forma ética\", completou Fraccaro. Para Walban Damasceno, o sistema está perto do colapso. \"Vai surgiu um modelo disruptivo de saúde no mundo, como foi o Uber, para abocanhar um mercado bilionário e muita gente vai ficar pelo caminho\", previu o diretor da ABIMED.

O I Fórum Brasileiro de Importadores e Distribuidores de Produtos para a Saúde teve o apoio da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde - ABIIS, do Instituto Ética Saúde, da Hospitalar, da Healthcare Management e da South America Health Exhibition - SAHE. 

sábado, 28 de abril de 2018

Nova técnica detecta Zika e dengue em amostras de pacientes sem o uso de equipamentos


O novo sistema para diagnóstico rápido foi descrito por pesquisadores dos Estados Unidos e do Brasil na edição de 26 de abril da revista Science. O assunto é a capa da edição.

A detecção precisa dos vírus dengue e Zika diretamente em amostras de pacientes, sem a necessidade de preparações ou equipamentos laboratoriais, tornou-se possível graças à união de Sherlock e Hudson – sim, desta vez Watson ficou de fora.

Desenvolvida no Broad Institute, vinculado ao Massachusetts Institute of Technology (MIT) e à Harvard University, a plataforma de diagnóstico Sherlock (abreviação em inglês para Desbloqueio Enzimático Específico de Alta Sensibilidade) permite detectar ácidos nucleicos (RNA e DNA) em vários tipos de amostras, de forma bastante específica, por meio de uma reação enzimática que pode ser feita em um tubo de ensaio ou em tiras de papel, mesmo longe do laboratório.

Para isso, os cientistas adaptaram uma enzima chamada CRISPR-Cas13, capaz de reconhecer ácidos nucleicos, acrescentando moléculas repórter que indicam a presença de um alvo genético, como um vírus.

Até agora, para processar as amostras de pacientes nessa plataforma, era necessário extrair e isolar os ácidos nucleicos ali presentes, o que requer infraestrutura laboratorial e pessoal treinado, dificultando a realização em campo.

Para facilitar e baratear o processo, a equipe coordenada por Pardis Sabeti no Broad Institute criou o Hudson (abreviação em inglês para Aquecendo Amostras Diagnósticas não Extraídas para Obliterar Nucleases), um tratamento químico e térmico para ser usado nas amostras com o objetivo de inativar certas enzimas que, de outra forma, degradariam os alvos genéticos.

O novo método possibilitou à enzima detectar seu alvo diretamente em fluidos corporais como saliva, urina ou sangue. As amostras podem então ser processadas por Sherlock e os resultados finais, positivos ou negativos, são facilmente visualizados em tiras de papel.
“Ferramentas rápidas e sensíveis são essenciais para diagnosticar, monitorar e caracterizar uma infecção. Este sistema está nos aproximando ainda mais de um diagnóstico rápido e fácil de usar, que pode ser implantado em qualquer lugar”, disse Sabeti em comunicado do Broad Institute.

Colaboração brasileira
 A validação do novo sistema foi feita com amostras de pacientes brasileiros coletadas no âmbito de um projeto apoiado pela FAPESP e coordenado por Maurício Lacerda Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp).

“Temos feito estudos epidemiológicos com a dengue nos últimos 15 anos e, mais recentemente, também com o Zika. Isso nos permitiu ter uma coleção de amostras muito grande e bem caracterizada”, disse Nogueira à Agência FAPESP.

As amostras usadas no estudo foram colhidas entre 2015 e 2016, época de grande circulação tanto do Zika quanto da dengue na região de São José do Rio Preto. A plataforma Sherlock se mostrou capaz de processar as amostras e apresentar os resultados em menos de duas horas.

“Selecionamos uma série de amostras capazes de representar um desafio para qualquer método novo. Dengue e Zika são vírus muito parecidos, que frequentemente apresentam resultados cruzados nos testes. Essa plataforma Sherlock conseguiu diagnosticar com 100% de acerto, mesmo as amostras mistas, ou seja, positivas para mais de um vírus”, contou Nogueira.

O pesquisador conta que há mais de 10 anos tem colaborado com pesquisadores do MIT na busca por tecnologias rápidas e baratas de diagnóstico, que possam ser usadas em campo para monitorar epidemias em tempo real.

“Uma das grandes vantagens desse tipo de tecnologia é a facilidade de adaptar o teste para se adequar às necessidades do momento. Caso surja uma epidemia com um vírus novo, é possível rapidamente desenvolver o kit com os reagentes e levá-lo ao local. Porém, ainda estamos a alguns anos da aplicação comercial desse tipo de método”, disse Nogueira.

No artigo, o grupo de Sabeti mostrou ser possível desenvolver rapidamente ensaios adaptados para discriminar, usando a plataforma Sherlock, os quatro sorotipos do vírus da dengue e as diferentes linhagens do Zika que circularam pelo Brasil entre 2015 e 2016.
Além disso, os pesquisadores desenvolveram ensaios capazes de identificar nos patógenos variantes genéticas (polimorfismos) com relevância clínica. No caso do Zika, a plataforma conseguiu discriminar as amostras de pacientes que continham uma um tação em uma proteína viral chamada prM, que, segundo pesquisa publicada na Science em 2017, poderia contribuir para o desenvolvimento de microcefalia fetal.

Já no caso do HIV, vírus causador da Aids, Sherlock se mostrou capaz de identificar variantes genéticas associadas à resistência aos medicamentos antirretrovirais.

A evolução do PCR
Como ressaltaram os autores, os métodos existentes para detectar o material genético de vírus em amostras, como é o caso da reação em cadeia da polimerase (PCR, em inglês) em tempo real, são bastante sensíveis e rapidamente adaptáveis. No entanto, necessitam de equipamentos caros e extenso preparo das amostras em laboratório.

Já os testes capazes de detectar antígenos virais não necessitam de tanta infraestrutura, porém, apresentam menor sensibilidade e especificidade na detecção do patógeno.

“Um método diagnóstico ideal combinaria a sensibilidade, a especificidade e a flexibilidade das técnicas moleculares com a rapidez e a facilidade de uso das técnicas baseadas em antígenos. Tal tecnologia poderia ser rapidamente desenvolvida e aplicada diante de um surto viral emergente e seria útil tanto para vigilância epidemiológica como para uso na rotina clínica”, disseram os autores no artigo.

Para Nogueira, as técnicas que usam enzimas da família CRISPR para a detecção de ácidos nucleicos podem representar a evolução dos testes do tipo PCR.
Outras duas pesquisas sobre o tema foram publicadas na edição da Science de 26 de abril – uma delas para detecção do vírus do papiloma humano (HPV) em amostras de pacientes. 

O artigo Field-deployable viral diagnostics using CRISPR-Cas13 (doi: 10.1126/science.aas8836), de Cameron Myhrvold, Mauricio L. Nogueira e outros, pode ser lido em: http://science.sciencemag.org/content/360/6387/444

Karina Toledo  |  Agência FAPESP


Ministro lança campanha de vacinação e visita o Butantan em São Paulo


Frente Parlamentar defenderá direitos de pessoas com Parkinson


Pacientes que enfrentam a Doença de Parkinson terão agora mais uma forma de lutar por seus direitos. Está sendo criada no Congresso, com o apoio da senadora Ana Amélia (Progressistas-RS), a Frente Parlamentar Mista pelos Direitos das Pessoas com Parkinson. A iniciativa é dos deputados Soraya Santos (PR-RJ) e Ricardo Izar (Progressistas-SP), que estão colhendo a assinatura de deputados e senadores.

Na quarta-feira (25), a senadora Ana Amélia foi procurada por um grupo de integrantes do projeto Vibrar com Parkinson, que pediram o apoio da parlamentar na causa. A senadora gaúcha, que é autora de um projeto para agilizar o acesso de pacientes de doenças graves, como Parkinson, à protocolos de pesquisas clínicas, adiantou que integrará a Frente.

Entre as funções da Frente parlamentar estará acompanhar a política governamental, os projetos e programas direcionados às Pessoas com Parkinson, manifestando-se quanto aos aspectos mais importantes de sua aplicabilidade e execução.

Fonte: Agência Senado e Assessoria de Imprensa


Zika elimina tumor humano avançado no sistema nervoso


Estudo com o vírus foi feito em camundongos. Grupo de pesquisadores da USP tenta patentear kit farmacêutico e pretende avançar em breve para a fase de ensaios clínicos (Esfera tumoral composta por células-tronco de meduloblastoma humano, infectadas por ZIKA (vermelho) / imagem: CEGH-CEL Um estudo brasileiro mostrou, pela primeira vez em um modelo vivo, que o vírus Zika pode ser usado como ferramenta no tratamento de tumores humanos agressivos do sistema nervoso central.

estudo foi publicado nesta quinta-feira (26/04) na revista Cancer Research.

Após injetar pequenas quantidades do patógeno no encéfalo de camundongos com estágio avançado da doença, os cientistas observaram uma redução significativa da massa tumoral e aumento da sobrevida dos animais. Em alguns casos, houve a eliminação completa do tumor – até mesmo de metástases na medula espinal.

“Estamos muito animados com a possibilidade de testar o tratamento em pacientes humanos e já estamos conversando com oncologistas. Também submetemos uma patente com o protocolo terapêutico adotado em roedores”, contou Mayana Zatz, professora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP) e coordenadora do Centro de Pesquisas do Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP.

Zatz coordenou a investigação ao lado de Oswaldo Keith Okamoto, também professor do IB-USP e membro do CEGH-CEL. Colaboraram pesquisadores do Instituto Butantan, do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

“Nossos resultados sugerem que o Zika possui uma afinidade ainda maior pelas células tumorais do sistema nervoso central do que pelas células-tronco neurais sadias [principais alvos do vírus no cérebro de fetos expostos durante a gestação]. E ao infectar a célula tumoral ele a destrói rapidamente”, disse Okamoto.

Em seu laboratório no IB-USP, o pesquisador tem se dedicado nos últimos anos a estudar um grupo de genes que, quando expressos em tumores malignos, conferem às células tumorais propriedades semelhantes às de células-tronco, tornando-as mais agressivas e resistentes ao tratamento (leia mais em: http://agencia.fapesp.br/21884/).

Segundo Okamoto, essas células tumorais com características de células-tronco já foram observadas em diversos tipos de tumores sólidos, inclusive aqueles que afetam o sistema nervoso central. Dados da literatura científica sugerem que elas ajudam o câncer a se disseminar pelo organismo e a restaurar o crescimento tumoral após a quase eliminação da doença por tratamentos de químio e radioterapia.

“Nossos estudos e de outros grupos mostraram que o vírus Zika causa microcefalia porque infecta e destrói as células-tronco neurais do feto, impedindo que novos neurônios sejam formados. Foi então que tivemos a ideia de investigar se o vírus também atacaria as células-tronco tumorais do sistema nervoso central”, disse Okamoto.

Metodologia
O trabalho agora publicado teve como foco os chamados tumores embrionários do sistema nervoso central. Foram usadas nos experimentos três linhagens tumorais humanas: duas de meduloblastoma e outra de tumor teratoide rabdoide atípico (TTRA).

Como explicou Okamoto, ambos os tipos de câncer são causados por aberrações – genéticas ou epigenéticas – que acometem as células-tronco e progenitores neurais durante o desenvolvimento embrionário, quando o sistema nervoso está em formação.

“As células-tronco neurais que sofrem essas alterações dão origem, mais tarde, às células tumorais. Formam tumores agressivos, de rápido crescimento, que podem se manifestar logo após o nascimento ou até a adolescência”, disse o pesquisador.

Em uma primeira etapa da pesquisa, o grupo testou in vitro se o Zika era capaz de infectar essas três linhagens de tumores do sistema nervoso central e também células de outros tipos frequentes de câncer, como mama, próstata e colorretal.

Foi feito um estudo de escalonamento de dose, ou seja, quantidades crescentes do vírus foram adicionadas às células tumorais em cultura até encontrar a quantidade capaz de promover a infecção. Por microscopia de imunofluorescência, os pesquisadores puderam confirmar se o vírus tinha de fato invadido e começado a se replicar no interior da célula tumoral.

“Observamos que pequenas quantidades do Zika eram suficientes para infectar as células de tumores do sistema nervoso central. As de próstata chegaram a ser infectadas, mas em uma proporção muito menor. Por outro lado, mesmo uma grande dose viral não causou infecção nas células de câncer de mama e de tumor colorretal”, disse Okamoto.

O segundo experimento consistiu em comparar a capacidade do vírus de infectar células-tronco neurais sadias – obtidas a partir de células-tronco pluripotentes induzidas (IPS, na sigla em inglês, células adultas reprogramadas em laboratório para se comportarem como células-tronco) – e células-tronco tumorais do sistema nervoso central.

“Infectamos ambos os tipos celulares in vitro e vimos que as células-tronco tumorais são ainda mais suscetíveis a serem destruídas pelo Zika do que as células-tronco neurais sadias. Nesse mesmo ensaio, expusemos neurônios maduros ao vírus – diferenciados a partir das células-tronco neurais humanas – e vimos que eles não foram infectados ou destruídos pelo patógeno”, disse o pesquisador.

“Esta é uma ótima notícia, uma vez que nosso objetivo é destruir especificamente células tumorais”, afirmou Zatz.

Como explicou a pesquisadora, as células-tronco neurais usadas no experimento foram obtidas durante um estudo anterior do grupo, feito com pares de gêmeos discordantes, ou seja, casos em que apenas um dos irmãos foi afetado pelo vírus, embora ambos tenham sido expostos igualmente durante a gestação (leia mais em: http://agencia.fapesp.br/27083).

A linhagem de tumor teratoide rabdoide atípico foi, segundo Okamoto, a que se mostrou mais sensível à infecção.

“Fizemos uma extensa análise do perfil genético e molecular dessas linhagens, que incluiu sequenciamento completo do exoma [parte do genoma onde estão os genes que codificam proteínas], análise de expressão gênica global e de alterações cromossômicas. Chegamos à conclusão que essa linhagem tumoral mais sensível ao vírus também foi a que mais se assemelhou às características moleculares das células-tronco neurais sadias”, disse o cientista.

Dados preliminares do grupo sugerem que o Zika também é capaz de infectar e destruir outros tipos de células tumorais do sistema nervoso central, entre elas glioblastoma e ependimoma.

Ensaios in vivo
Na terceira e última etapa da pesquisa, foram feitos ensaios com camundongos imunossuprimidos, nos quais foram injetadas células tumorais humanas – tanto de meduloblastoma quanto do tumor teratoide rabdoide atípico, em diferentes grupos.

Nesse modelo de estudo, o tumor é induzido em uma região do encéfalo conhecida como ventrículo lateral. De lá, ele se espalha para outras regiões do sistema nervoso central e, em seguida, ao longo da medula espinal – mimetizando casos avançados da doença humana.

Depois que o tumor estava instalado, uma parte dos animais recebeu – na mesma região do encéfalo – uma injeção com pequena dose de Zika. “No grupo tratado, observamos uma redução significativa do volume tumoral. Em alguns casos, o tumor foi eliminado totalmente, até mesmo as metástases que haviam se formado na medula espinal”, disse Okamoto.
O maior aumento da sobrevida foi observado entre os animais com tumor teratoide rabdoide atípico. Enquanto o grupo não tratado sobreviveu por até 30 dias, a sobrevida dos que receberam o Zika nesse grupo foi de até 80 dias.

“Os animais acabaram morrendo mesmo quando o tumor foi totalmente eliminado – em decorrência das complicações da doença em estágio avançado. É possível que a sobrevida se torne ainda maior caso o tratamento seja feito em um estágio mais precoce. É algo que precisamos investigar”, disse Okamoto.

Os pesquisadores também injetaram o vírus em um grupo de roedores imunossuprimidos que não teve o câncer induzido. Nesse caso, o vírus ficou mais tempo circulando pelo organismo e os animais morreram em apenas duas semanas em decorrência da infecção viral.

“O animal imunossuprimido é muito sensível a qualquer patógeno, mas tivemos de recorrer a esse modelo porque é o único em que as células tumorais humanas são capazes de se proliferar”, explicou Okamoto.

Ao investigar por que o vírus foi mais letal nos animais sem câncer do que nos doentes, o grupo descobriu que as partículas virais geradas quando o Zika infecta as células tumorais são menos virulentas, ou seja, têm menor capacidade de infectar novas células do que as partículas geradas em células sadias.

“Todo esse conjunto de resultados sugere que vários tipos de tumores agressivos do sistema nervoso central poderiam ser tratados com algum tipo de abordagem envolvendo o Zika, no futuro. Antes, porém, precisamos investigar melhor quais tipos de tumores respondem a esse efeito oncolítico, quais os benefícios do tratamento e quais os efeitos colaterais da exposição ao patógeno”, disse Okamoto.

Paralelamente ao desenvolvimento da parte teórica em laboratório, afirmou Zatz, o grupo pretende avançar até a fase de ensaios clínicos em humanos. “São tumores para os quais hoje há poucas opções terapêuticas. A ideia seria começar com dois ou três pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais e, se a estratégia funcionar, estender para um grupo maior”, disse.

Para Zatz, o fato de milhares de brasileiros já terem sido infectados pelo Zika durante a epidemia de 2015 indica que o procedimento é suficientemente seguro. “Cerca de 80% dos infectados nem sequer apresentam sintomas. Os outros 20%, em sua maioria, manifestam sintomas leves, muito menos agressivos que os da dengue ou que os efeitos adversos da quimioterapia”, disse.

Zatz ressaltou ainda a importância do programa CEPID para tornar viável esse tipo de estudo. “Permitiu a colaboração entre pesquisadores com diferentes expertises e com extrema rapidez, o que pode fazer toda a diferença”, disse.

O artigo Zika virus selectively kills aggressive human embryonal CNS tumor cells in vitro and in vivo (doi: 10.1158/0008-5472.CAN-17-3201), de Carolini Kaid, Ernesto Goulart, Luiz Carlos Caires-Júnior, Bruno Henrique Silva Araujo, Alessandra Soares-Schanoski, Heloisa Maria Siqueira Bueno, Kayque Alves Telles Silva, Renato M. Astray, Amanda F. Assoni, Antonio F. Ribeiro Júnior, Daniella Cristina Ventini, Ana L. P. Puglia, Roselane P. Gomes, Mayana Zatz e Oswaldo K. Okamoto, está publicado em: http://cancerres.aacrjournals.org/content/early/2018/04/26/0008-5472.CAN-17-3201

Fapesp / Karina Toledo 


sexta-feira, 27 de abril de 2018

Estudo com células-tronco aponta promessa terapêutica para diversas doenças


A malignidade tumoral tem sido associada à presença de células-tronco cancerígenas, sendo que, quanto maior a presença de tais células, mais agressivo o tumor é classificado, refletindo em um pior prognóstico para o paciente. Este é um dos principais resultados da pesquisa desenvolvida pelo professor da Universidade de São Paulo (USP), Alexander Henning Ulrich, também bolsista de Produtividade em Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e líder do Laboratório de Neurociências[1], certificado pela USP junto ao Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil, [2], do CNPq.

Prof. Alexander Henning Ulrich no Laboratório da USP (Foto: IQ/USP)
A pesquisa envolveu o estudo sobre Células-tronco (CT), "que são células com capacidade de auto-renovação e que, devido às suas características, nos últimos anos, têm surgido como uma importante promessa terapêutica para diversas doenças", explica o professor Ulrich.  As CT encontradas nos tumores têm sido apontadas como responsáveis pela iniciação e crescimento tumoral, resistência às terapias clássicas e, pela volta da doença depois do tratamento (recidiva).

Ulrich esclarece que no laboratório foi estudado o papel das cininas ("mensageiros" gerados no sangue) e das purinas (moléculas produzidas no organismo) sobre as células-tronco a fim de que essas moléculas possam ser utilizadas como terapia para doenças neurodegenerativas.

Os receptores de cininas estão localizados na superfície das células e esses receptores são responsáveis por captar e reconhecer a presença das cininas no tecido. As cininas, por sua vez, são moléculas que, ao ligar-se aos receptores, promovem vários modificações nas células. "Entre estes efeitos, nosso grupo mostrou que a bradicinina (uma cinina) favorece a formação de novos neurônios a partir de células-tronco, em um processo denominado neurogênese", aponta Ulrich.

Estas recentes descobertas abrem novas perspectivas para um efeito benéfico das cininas em doenças do sistema nervoso, tais como Parkinson, esclerose lateral amiotrófica e Alzheimer. Além disso, explica o pesquisador, "as cininas e seus receptores também apresentam perspectiva de tratar tumores do sistema nervoso, já que foi mostrado seu papel na indução da diferenciação de células de cânceres, ou seja, elas seriam transformadas e remediadas, freando assim, o crescimento tumoral".

Indagado sobre o porque das células-tronco de origem tumoral serem responsáveis pelo desenvolvimento de tumores, o professor Ulrich revela que as  células tronco de origem tumoral, ao se proliferarem, são capazes de auto-renovar, gerando mais células-tronco, e também de diferenciar em outros tipos celulares encontrados no tumor, como, por exemplo, células endoteliais que dão origem a vasos sanguíneos, o que acaba por ajudar a nutrir  o tumor, bem como seu crescimento.

Nesse estudo também foi abordado o desenvolvimento de aptâmeros (moléculas formadas de DNA) que se ligam à superfície de células tumorais, e que servem para antecipar a identificação da malignidade do tumor e podem, desta forma, ajudar na escolha antecipada de uma terapia adequada para aquele tipo de tumor.

O professor Ulrich explica que os aptâmeros, como ligantes específicos, podem futuramente ser utilizados não só para identificar e quantificar a presença de células-tronco em amostras tumorais, mas também determinar a sua malignidade.

A próxima etapa da pesquisa, explica o pesquisador, seria demonstrar a aplicação dos aptâmeros também como promissora ferramenta terapêutica, já que são capazes de carregar e entregar drogas quimioterápicas ao tumor de maneira mais específica que a terapia convencional. Esse procedimento poderá ajudar a minimizar os efeitos colaterais associados ao tratamento dos pacientes, pois levaria a droga para célula cancerígena alvo do tratamento, poupando o restante do organismo. 

A equipe do professor Ulrich atestou que aptâmeros possuem ação comprovada em células tumorais de pulmão. Todavia, em células tronco tumorais de glioblastoma (tumor maligno mais comum no cérebro), os experimentos continuam para comprovar a ação dos aptâmeros.

A pesquisa, cujo título é "Células-tronco: dos papéis de receptores de cininas e purinas às aplicações terapêuticas em doenças do sistema nervoso", gerou um registro de patente[3] e contou com recursos da Chamada "Pesquisa Translacional em Terapia Celular", da ordem de R$ 150 mil em custeio e R$ 96 mil em bolsas. A Chamada foi uma parceria do CNPq com o Departamento de Ciência e Tecnologia[4], do Ministério da Saúde.

Coordenação de Comunicação do CNPq 



CHAMADA CNPq/MS-SCTIE-Decit Nº 01/2018 - Pesquisas em Resistência aos Antimicrobianos


Apoiar projetos de pesquisa de cunho científico e/ou tecnológico relacionadas à prevenção, diagnóstico e tratamento da resistência aos antimicrobianos, que possam contribuir de modo efetivo para o avanço do conhecimento, formação de recursos humanos, geração de produtos e aprimoramento da vigilância à saúde, bem como subsidiar a formulação, implementação e avaliação de ações públicas voltadas para a melhoria das condições de saúde da população brasileira. As propostas devem observar os requisitos específicos relativos ao proponente, cronograma, recursos financeiros a serem aplicados nas propostas aprovadas, origem dos recursos, itens financiáveis, prazo para execução dos projetos, critérios de elegibilidade, critérios e parâmetros objetivos de julgamento e demais informações necessárias.

ANEXO I - MODELO ESTRUTURADO CHAMADA RAM :link

Inscrições:
·       Até 21/05/2018


CONVITE // Workshop “Nanotecnologia para a Indústria” no Rio Grande do Sul


Nutrilatina, fabricante de suplementos nutricionais, pede recuperação judicial


A fabricante de suplementos nutricionais Nutrilatina, com sede em Curitiba e controlada por Idemar Antonio Froldi Júnior, entrou com pedido de recuperação judicial na terça-feira.

Fundada há 30 anos por Idemar Froldi, pai do atual controlador, a empresa tem uma dívida total de R$ 110 milhões, dos quais R$ 32,2 milhões estão considerados no pedido protocolado na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de Curitiba.

A recessão, que começou em 2014 e durou quase três anos no país, não ajudou. Mas, a Nutrilatina já vinha com problemas antes disso. O faturamento, que chegou a R$ 200 milhões em 2010, caiu para R$ 120 milhões em 2015 e agora está na casa dos R$ 50 milhões.

Entre 2008 e 2010, a empresa decidiu ampliar o portfólio. O plano não deu certo. As linhas Renovee, de “nutricosméticos”, e Linolen, que prometia reduzir gordura corporal, não registraram vendas conforme o esperado. Os suplementos da marca Age tiveram desempenho fraco no varejo. Restrições a campanhas de publicidade, impostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em especial aos produtos da Rennovee, também atrapalharam o desempenho.

Em 2012, a empresa estava preparada para triplicar a capacidade de produção da linha Renovee e iniciar exportações para sete países da América Latina. No mercado nacional, a meta era chegar a 13 mil farmácias em 2013. Não foi o que ocorreu.

“O ano de 2012 começou com grandes problemas, como clientes acumulando estoques de Linolen e Rennovee, distribuidores com grandes volumes de Age, acordos comerciais não cumpridos e entrega de pedidos com atrasos em função do descompasso no fluxo de caixa”, diz o pedido de recuperação judicial, preparado pelo escritório de advocacia Dasa – Deneszczuk Antonio Sociedade de Advogados.

A partir de 2013, a Nutrilatina “mergulhou num círculo destrutivo de tomada de empréstimos com as instituições financeiras, queda de participação no mercado e consequente redução do já comprometido fluxo de caixa”. A recessão piorou o quadro. A bancos, a empresa deve, segundo o pedido entregue à Justiça, quase R$ 25 milhões. A fornecedores, pouco mais de R$ 6 milhões. Funcionários precisam receber R$ 495 mil.

A Nutrilatina, em paralelo à recuperação judicial, que ainda precisa do sinal verde da Justiça, busca investidores. “Estamos abertos a propostas. Pode ser a venda do controle da companhia ou um empréstimo, com ações em garantia”, diz Douglas Duek, CEO da Quist Investimentos, que está assessorando a Nutrilatina.

Segundo Duek, já ocorreram conversas com três empresas, sendo dois fundos de private equity e uma empresa que já opera no mercado de suplementos nutricionais. Duek está trabalhando em parceria com Carlos Denezszuk, sócio principal do Dasa.

Duek explicou que dos cerca de R$ 77 milhões que estão fora do pedido de recuperação judicial, em torno de R$ 50 milhões são referentes a dívidas de impostos (que poderão eventualmente beneficiar-se do Refis, se a companhia começar a pagar seus compromissos tributários). O restante está nas mãos de credores diversos. As negociações envolvendo esses débitos também serão apoiadas pelo Dasa e pela Quist.

Fonte: Valor Econômico


Três medicamentos suspensos por irregularidades


O Deltalab Loção de 100ml e o Keltrina Plus 5% de 60ml foram reprovados nas análises microbiológicas, e o Amioron apresentou alteração de cor do comprimido.

 Foi publicada nesta quarta-feira (25/4), no Diário Oficial da União, a suspensão de três produtos fabricados irregularmente.

Deltalab Loção de 100ml e o Keltrina Plus 5% de 60ml eram vendidos para tratamento de piolhos, sarnas e outros parasitas pela empresa Multilab Indústria e Comércio de Produtos Farmacêuticos Ltda. A suspensão dos lotes aconteceu devido à reprovação nas análises microbiológicas feitas para liberação desses produtos.

Lotes do Deltalab Loção de 100ml
404874
404875
405762

Lotes do Keltrina Plus 5% de 60ml
403552
407649
407650

Já o Amioron, fabricado pela empresa Geolab Indústria Farmacêutica S/A, indicado para regularizar as alterações dos batimentos cardíacos, foi suspenso devido a uma queixa técnica com a alteração da cor do comprimido.

Lote do Amioron
Fab. 05/17- Val. 05/19
1703998

Os lotes desses produtos foram suspensos e todo o estoque existente no mercado relativo aos lotes citados deve ser recolhido, em todo o território nacional.

Os consumidores que adquiriram algum dos produtos incluídos nos lotes suspenso devem entrar em contato com a empresa responsável.



quinta-feira, 26 de abril de 2018

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