Principal destaque do dia está
no VALOR ECONÔMICO. Reportagem informa que a falta de acordos do governo
brasileiro com outros países para evitar a dupla cobrança de tributos já
prejudicou quase dois terços das grandes multinacionais brasileiras.
Detalhando estudo inédito da
CNI, texto adverte que “64% das 25 maiores empresas com operações no exterior
se viram afetadas, em algum momento, pela inexistência de rede mais ampla de
acordos de bitributação ou por problemas na aplicação dos tratados existentes”.
Veículo especializado reproduz
declarações atribuídas ao diretor da CNI, Carlos Abijaodi, que defende a
aceleração de novos tratados: “Não é algo para se resolver em 2016, mas o
estudo serve como inteligência para ser usada nas discussões, que podem render
frutos daqui três ou quatro anos”.
VALOR menciona que, segundo a
CNI, o Brasil tem hoje US$ 316 bilhões como estoque de investimento no
exterior. Ao jornal, Abijaodi fala sobre a prática de estabelecer uma
subsidiária no exterior: “Hoje se entende claramente que há um ganho de
inovação, tecnologia e produtividade”.
Já em O ESTADO DE S. PAULO,
José Roberto Toledo, com dados da pesquisa mensal CNI/Ibope, afirma que a
confiança do consumidor cresceu em janeiro e chegou ao maior patamar em cinco
meses. Comenta que essa é “uma boa notícia para Dilma Rousseff”, mas lembra que
em 2014 esse cenário de recuperação não se sustentou”.
Para Toledo, o crescimento do
Inec (índice Nacional de Expectativa do Consumidor) em janeiro “foi um sinal
positivo que vai na contramão de quase todos os outros indicadores econômicos”.
Mas recomenda que é preciso esperar pelos dados de fevereiro e março. “Se eles
mantiverem a tendência, o governo pode sonhar com a remota possibilidade de
Dilma começar a escalar o poço em que se meteu.”
Na pauta regional, reportagem
em GAZETA DO POVO (PR) trata do cenário econômico e contrapõe dados negativos
de diversos setores à melhora geral nos índices de confiança.
Abordagem cita que “o Índice
de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), calculado pela CNI, subiu 2%, de
36 para 36,5 pontos, acima da mínima histórica registrada em outubro”.
Jornal, contudo, analisa que a
melhora da confiança “ainda não é suficiente para mudar o cenário para o ano,
mas é um fator que pode indicar como a recessão vai se comportar”. Texto
publica posicionamento feito pelo economista da CNI, Marcelo Azevedo.
Para Azevedo, descreve a
reportagem, “a recuperação mais forte da confiança vai depender de alguma
melhora na economia real, o que ainda não ocorre”, e nem o pacote de crédito
anunciado pelo governo deve influenciar positivamente.
“O investimento não deve ter
efeito sobre o crescimento porque o problema não é falta de crédito, mas falta
de disposição para investir", explica o economista da CNI.
FOLHA DE S. PAULO : Juiz Moro
considera válida prova suíça contra a Odebrecht
O ESTADO DE S. PAULO : Moro
aceita provas da Suíça; ação contra Odebrecht segue
O GLOBO : Ex-presidente da
Andrade Gutierrez volta a ser preso
VALOR ECONÔMICO : Governo quer
idade mínima na aposentadoria em 2026
Na agenda setorial de hoje,
merece atenção reportagem da FOLHA DE S. PAULO que destaca, em tom de alerta:
“pesos-pesados da indústria não veem luz no fim do túnel”. No texto, jornal
ouviu representantes empresariais de quatro setores de peso da indústria -
construção civil, indústria automotiva e de máquinas e equipamentos.
Abordagem pontua que a
“deterioração fiscal, incertezas políticas, queda na confiança do investidor,
queda na confiança do consumidor, queda na produção, inflação” são alguns dos
motivos que afetam o setor industrial brasileiro.
FOLHA traz depoimento do presidente
do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello, do presidente-executivo da Abimaq
(Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), José Velloso,
do presidente da Anfavea, Luiz Moan, e do presidente do IBP (Instituto
Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis), Jorge Camargo.
Como outro destaque do dia, O
ESTADO DE S. PAULO sinaliza que “cinco de seis indicadores que medem a
confiança e as expectativas em diferentes setores da economia voltaram a
crescer em janeiro em relação ao final do ano passado”, mas analisa que ainda é
“cedo para falar em recuperação” uma vez que o cenário econômico ainda é ruim.
“Mas o fato de a confiança
interromper a trajetória de queda em vários setores e voltar a crescer pode ser
uma primeira pista de que o pior da crise pode ter ficado para trás,
especialmente no caso da indústria”, analisa a reportagem, lembrando que em
janeiro o Índice de confiança dos empresários da indústria, apurado pela FGV
“atingiu 78 pontos e avançou 2,6% em relação a dezembro”.
Abordando o cenário do
segmento automotivo, O ESTADO DE S. PAULO publica que a produção de veículos da
Nissan no Brasil caiu 38,2% no quarto trimestre do último ano em comparação com
o terceiro trimestre, informou ontem a montadora japonesa, em seu balanço
global
“Foram 8.382 unidades
produzidas nos átimos três meses de 2015, contra 13.562 no período anterior. Em
relação ao último trimestre de 2014, também houve queda, de 0,9%”, detalha o
ESTADÃO, acrescentando que a “queda da montadora no país é mais acentuada do
que na indústria automotiva brasileira como um todo, que registrou baixa de 15%
no quarto trimestre do ano passado sobre o terceiro trimestre”.
Em editorial econômico, O
ESTADO DE S. PAULO aponta que as “montadoras e revendedoras de veículos já
esperavam, no fim de 2015, novas quedas nas vendas deste ano, mas não
superiores a 10%” – e cita que o emplacamento de janeiro, segundo a Fenabrave,
mostra um cenário pior que o previsto, com recuo das vendas de 30% em relação a
janeiro de 2015.
Raul Velloso, em texto
publicado no ESTADÃO, escreve que “foi a inevitável apreciação cambial que
abriu as portas para um círculo virtuoso se implantar no país, embora nada
disso se fizesse sem custo”, e pontua que o setor industrial teve de abrir as
portas às importações. “Daí a maior redução de seu peso no PIB, que já vinha
ocorrendo há muito tempo.”
O consultor critica que, nesse
cenário, “o governo resolveu compensar a indústria por suas mazelas intervindo
diretamente no processo econômico”, estabelecendo “políticas de proteção direta
no velho estilo dos anos 50 (como a exigência de conteúdo local mínimo)”.
Velloso lista que o governo
“pôs o BNDES para financiar pesadamente e com altos subsídios esse segmento;
desonerou tributos incidentes sobre o setor; estabeleceu um modelo equivocado
para explorar o petróleo do pré-sal; forçou o preço da energia elétrica e dos
combustíveis para baixo para reduzir custos industriais; impôs tarifas públicas
abaixo do custo na infraestrutura em geral, etc”.
“Além de criar confusão nos
mercados, e sem que a indústria e os investimentos privados dessem sinais de
reação, o governo criou um enorme rombo fiscal, que só agora se vê com maior
clareza. Sem delongas, o Brasil perdeu a classificação de grau de investimento
no exterior, subiram as taxas de risco e, na esteira de tudo isso, o câmbio
explodiu pelo caminho errado. Ao final, a inflação disparou e a economia
desabou”, pondera.
No VALOR ECONÔMICO, reportagem
informa que a Galp - Sócia da Petrobras nos campos de Lula e Iracema - deve
entrar com uma ação individual contra a decisão do governo estadual do Rio de
Janeiro de aumentar a tributação sobre a produção de petróleo.
Apesar de contestar o aumento
de impostos no Rio, o presidente da companhia portuguesa, Carlos Gomes da
Silva, afirma ao VALOR, que “vê como positivo o pacote de estímulos à indústria
petrolífera anunciado recentemente pelo governo federal”.
Novamente em O ESTADO DE S.
PAULO, vale registrar entrevista com Antônio Bernardo, presidente da Roland
Berger para o Brasil. Executivo declara que os investidores virão para o país
se houver uma estratégia clara de longo prazo do governo.
Bernardo avalia que, “a médio
prazo, o Brasil só conseguirá ser mais eficiente na economia e na indústria com
a abertura comercial. Hoje, as tarifas de importação do Brasil estão entre as
mais pesadas do mundo. Isso nos leva a crer que muito setores não são
eficientes porque não estão abertos à concorrência internacional”.
FOLHA DE S. PAULO comenta que
parlamentes resolveram esticar o feriado de Carnaval. “Enquanto isso, projetos
de lei importantes para o país nem entrarão na pauta dos congressistas, sempre
mais preocupados com seus próprios interesses — do troca-troca partidário à
folia carnavalesca.”
O ESTADO DE S. PAULO afirma
que o ex-presidente Lula virou um “peso político e moral” para o PT. “A
concretização daquilo que todo mundo sempre soube que mais cedo ou mais tarde
aconteceria – o envolvimento cada vez maior e mais profundo de Lula nas
investigações de corrupção – obriga o PT a defender o seu cacique a qualquer
custo.”
O GLOBO comenta as ações do
presidente da Argentina, Mauricio Macri, no enfrentamento da crise.
"Mauricio Macri mostra como políticas corretas passam a produzir efeitos
positivos tão logo são anunciadas, por melhorar a percepção que investidores e
consumidores passam a ter do país. Exemplo para o Brasil."
Celso Ming, em O ESTADO DE S.
PAULO: “Ainda não foram publicados os resultados do PIB de 2015, mas já se sabe
que foi um desastre. A queda da renda nacional em relação ao ano anterior deve
ter ficado próxima dos 4%”.
“Os analistas também não
vinham esperando muita coisa de 2016. As primeiras projeções apontaram para
nova decepção, para nova queda do PIB de alguma coisa em tomo dos 2%. No
entanto, de algumas semanas para cá, o tombo esperado para o ano ficou muito
maior. A mediana das projeções reveladas ontem pela Pesquisa Focus do Banco
Central aponta para uma retração do PIB em 2016 de 3,21%”, escreve Ming.
Na FOLHA DE S. PAULO, MERCADO
ABERTO anota que “empresas dos setores de cosméticos e bancário são as que
melhor equilibram as necessidades dos seus acionistas, os investimentos em
produtos e os desembolsos com marketing e propaganda. Esse é um dos resultados
da pesquisa do CIP (Centro de Inteligência Padrão), que usou dados de quatro
consultorias, além de informações de balanços de empresas de capital aberto”.
VINÍCIUS TORRES FREIRE, também
na FOLHA, assinala que as “convulsões dos mercados financeiros e aquela lista
de riscos de que estamos cansados de saber podem afetar o crescimento da
economia americana, embora o pessoal da finança esteja exagerando e vendo
coisas demais”.
PAINEL, na FOLHA DE S. PAULO:
“Bola de cristal Petistas apostam que, quando a Operação Lava Jato finalmente
chegar ao fim, os únicos que restarão presos serão o ex-ministro José Dirceu
(PT), o ex-tesoureiro João Vaccari (PT) e o ex-deputado federal André Vargas
(ex-PT)”.
No mesmo jornal, Monica
Bergamo relata que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “está se sentindo
no meio de "uma gincana". Para o ex-presidente, a Polícia Federal e o
Ministério Público Federal estão divididos, engalfinhados em tradicionais
disputas internas. E ele virou o prêmio que todos querem exibir como trunfo”.
PANORAMA POLÍTICO, O GLOBO,
anota que, “pautada em pesquisas que apontam a necessidade de ter uma postura
mais propositiva do que a de tocar fogo no circo, a oposição lança seu novo
discurso, com o qual pretende atravessar 2016.0 presidente do PSDB, Aécio
Neves, procurou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e pediu um
conselhão de senadores para discutir e elaborar uma pauta legislativa
consistente”.
Em outro registro, PANORAMA
POLÍTICO relata que, “com as comissões da Câmara paralisadas pelo presidente da
Casa, Eduardo Cunha, que diz esperar a decisão do Supremo sobre o rito do
impeachment, o país está sendo governado por meio de medidas provisórias.
Atualmente, 21 estão em tramitação no Congresso, 15 delas editadas desde o
recesso dos parlamentares”.
PANORAMA POLÍTICO, em O GLOBO,
informa que os “Correios, em parceria com o Senai, vão contratar quatro mil
jovens aprendizes. Vagas em todos os estados. Na última seleção, houve 640 mil
candidatos”.
INOVAÇÃO
Na FOLHA DE S. PAULO, artigo
assinado por Ruy Baumer, coordenador do Comitê BioBrasil da Fiesp, e Francisco
Balestrin, presidente do Conselho da Associação Nacional de Hospitais Privados
(ANAHP), sustenta que no Brasil inovação ”não combina com saúde”.
Os autores afirmam que a
“Constituição brasileira permite uma interpretação ampliada dos direitos da
população e das obrigações do Estado no que diz respeito ao acesso à saúde” e
analisam que os “desafios podem ser em parte superados com inovação em
processos, produtos e serviços. A saúde é uma das áreas de maior índice de
inovação no mundo”.
Abordagens ligadas à operação
Lava Jato voltam ao centro do noticiário.
Jornais destacam que o juiz
federal Sergio Moro decidiu que documentos vindos da Suíça podem ser usados em
processos penais envolvendo executivos da construtora Odebrecht. Os papéis
indicam a empreiteira como beneficiária final de contas usadas para pagar propina
a diretores da Petrobras no exterior.
Textos lembram que os
advogados da Odebrecht contestavam a utilização da prova com base em uma
decisão da Justiça da Suíça que, na semana passada, considerou irregular o
envio de documentos ao Brasil.
A defesa do ex-diretor da
Odebrecht Marcio Faria informou ter protocolado petição na Justiça Federal na
qual reafirma considerar o envio das provas “ilegal”. Para os advogados, a
decisão da Justiça do suíça “não deixa dúvidas” quanto a isso.
Mídia também repercute que o
ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo voltou a ser preso ontem. A
ordem foi expedida pelo juiz Marcelo da Costa Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio
de Janeiro, que cuida das investigações sobre fraudes na Eletronuclear, uma das
frentes da Lava Jato.
O executivo havia sido
transferido para o regime domiciliar pelo juiz Sergio Moro, na última
sexta-feira, após a Andrade Gutierrez fechar um acordo de delação. A defesa de
Azevedo informou que entrará hoje com um pedido de revogação da prisão.
Parte dos jornais registra que
pesquisa da ONG Transparência Internacional elegeu o escândalo da Petrobras
como o segundo maior caso de corrupção do mundo.
Em outra frente do noticiário,
edições do dia repercutem a mensagem gravada pelo ex-presidente Lula em
comemoração aos 36 anos do PT. Na gravação, o petista diz torcer para que no
ano que vem o partido esteja mais forte do que hoje.
O ex-presidente afirma que “se
Deus quiser, apesar de toda adversidade momentânea, o PT vai continuar sendo o
grande partido da História do Brasil” e pede que a pessoas façam uma reflexão
sobre o que “esse partido já fez pelo Brasil”.
Itens relacionados às contas
públicas se mantêm entre os destaques da pauta econômica.
Mídia informa que o governo
deve anunciar até o fim dessa semana um contingenciamento entre R$ 20 bilhões e
R$ 30 bilhões no Orçamento de 2016. O corte é menos do que o executado no ano
passado, de quase R$ 80 bilhões.
O GLOBO expõe que “integrantes
da área econômica” admitem que o número é insuficiente para garantir a
realização a meta fiscal deste ano, fixada em 0,5% do PIB, mas é o possível
diante do atual cenário.
FOLHA DE S. PAULO lembra que
“a previsão anterior apontava para corte maior de gastos, em torno de R$ 50
bilhões, mas esse número foi reduzido porque existem recursos que serão
poupados”.
O ESTADO DE S. PAULO relata
que líderes da oposição na criticaram a ideia que vem sendo discutida pelo
governo de ajustar a meta fiscal ao ciclo de crescimento econômico.
“Para lideranças de partidos
opositores, a proposta é mais uma fórmula de afrouxamento fiscal que a equipe
econômica tenta encontrar para justificar sua incapacidade de cumprir a meta de
superávit primário.”
Dados da pesquisa semanal
Focus do Banco Central também são abordado com algum destaque no noticiário.
Segundo o relatório feito com
as principais instituições financeiras do país, a projeção para o IPCA deste
ano subiu de 7,26% para 7,56%, acima do teto da meta de 6,5%. Para 2017, a
estimativa também subiu de 5,8% para 6%, exatamente o limite máximo estipulado
pela equipe econômica do governo.
A pesquisa registra ainda que
as projeções para o crescimento da economia pioraram. A perspectiva passou de
uma retração de 3,01% para 3,21% para este ano. Para 2017, a previsão de
crescimento do PIB caiu de 0,7% para 0,6%.
Outros itens aparecem de forma
pontual.
Na FOLHA DE S. PAULO, merece
atenção entrevista com o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, que
avalia que as micro e pequenas empresas devem ficar mais atentas às armadilhas
dos “exterminadores do futuro” infiltrados nas áreas fiscais da União, de
Estados e de municípios.