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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Zika não causará grande impacto econômico na América Latina, mas deixará um pesado legado aos sistemas de saúde

Enquanto o Zika vírus é uma importante questão de saúde pública, já caminhando para uma “pandemia”, a Capital Economics diz que a propagação na América Latina não tem um grande impacto econômico na região.

Já o Sistema Único de Saúde experimenta expressivo crescimento da demanda no atendimento, mobilização e campanhas de divulgação, especialmente voltados o combate ao vetor e para o custeio da atenção básica. Custos que não estavam previstos no orçamento original da saúde.

Outro reflexo importante a médio e longo prazo será o imenso desafio de proporcionar sustentação, qualidade de vida, cuidado e acompanhamento das crianças com microcefalia.

Geralmente, o vírus causa sintomas leves nas pessoas infectadas, mas tem sido associado ao nascimento de bebês com microcefalia e a uma rara doença neurológica que cresceu exponencialmente nos últimos quatro meses, em todo pais, mais acentuadamente no nordeste.

Em outras palavras, a companhia diz que o vírus não deve ser um grande empecilho para o crescimento econômico neste ano, mas trará grandes impactos econômicos e estruturais no SUS e na sociedade que passará a conviver um crescimento exponencial de “vítimas do mosquito”, que demandarão formação de recursos especializados para o desenvolvimento dessas crianças.

Cerca de 1,5 milhão de pessoas podem estar infectadas no Brasil, enquanto suspeita-se que milhares de outras pessoas estão com o Zika na Colômbia e na Venezuela.

O principal objetivo do governo, neste momento é conter e erradicar o mosquito transmissor dos vírus da Dengue, Chicungunya e Zika. Daí se desenvolvem propostas para uso de produtos biológicos, irradiação atômica, “mosqueteiras”, dentre outros, mas nada substitui a vigilância das pessoas, evitando que existam criadouros para a procriação dos mosquitos.  

Por outra via se apresenta um grande desafio a Academia e o parque tecnológico e científico mundial, público e privado, para que se desenvolva medicamentos (soros, vacinas, quimioterápicos) e diagnósticos que permitam a rápida e segura identificação da infecção para que se prescreva o tratamento adequado aos pacientes.

Do lado da sociedade civil grupos religiosos se mobilizam contrariamente a legalização do aborto de fetos diagnosticados com microcefalia, olhado por especialistas como uma questão de saúde pública.

A única vertente comum a toda sociedade é a obrigação de cada cidadão de “fazer a sua parte” nesta verdadeira cruzada contra o mosquito.  

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