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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Grupo de trabalho quer se reunir com ministros para discutir liberação da pílula do câncer

Arlindo ChinagliaChinaglia: Nós somos favoráveis que o paciente tome o remédio
O grupo de parlamentares da Câmara que acompanha os trabalhos dos ministérios da Saúde e de Ciência, Tecnologia e Inovação sobre a chamada "pílula do câncer" vai tentar marcar uma reunião com os ministros das respectivas pastas para discutir a liberação do remédio e agendar uma visita aos laboratórios do Ceará e de Santa Catarina.

Pílula do câncer
A fosfoetanolamina foi produzida pela Universidade de São Paulo e era fornecida gratuitamente, mas uma portaria da USP proibiu a distribuição até o registro junto à Anvisa - a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Para conseguir a medicação, os pacientes entraram na justiça para obter as cápsulas. 

O grupo também pretende realizar uma audiência com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, para discutir os elementos que podem contribuir com a liberação da substância.

Para o coordenador do grupo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não é possível "fechar os olhos" para as evidências, apesar de ressaltar a preocupação do grupo em não estimular a credulidade em algo que ainda não foi comprovado. O parlamentar informou que já existem pesquisadores da área da biologia que estão demonstrando o efeito da fosfoetanolamina em células in vitro, tanto em células animais, quanto em humanas. 

Laboratórios
Segundo Chinaglia, dois laboratórios - um no Ceará e outro em Santa Catarina - desenvolvem pesquisas atualmente sobre o medicamento. Além disso, o governo de São Paulo firmou convênio com um laboratório e irá iniciar pesquisa com mil pacientes. 

Arlindo Chinaglia defende que o paciente possa ter acesso à medicação, desde que ele tenha conhecimento da não comprovação da cura da doença pela droga: "Nós estamos trabalhando em duas frentes: de um lado a pesquisa e de outro aquilo que se chama de "fornecimento compassivo". A pessoa pode ficar sabendo que o remédio não tem comprovação científica e, mesmo instruída de que aquilo pode não funcionar, toma a decisão "eu quero tomar". Não há outra alternativa, nós somos favoráveis que ela tome [o remédio]". 

A deputada Raquel Muniz (PSC-MG), que participa do grupo, destaca a importância de iniciativas que contribuam para a regularização da medicação: "Há relatos [dos pacientes] que eles melhoraram após utilizar a droga, mas isso tem que ser comprovado cientificamente com exames, com a história desse paciente. A gente está procurando somar tudo isso para levar ao ministério e contribuir também com a pesquisa". 

Até o momento, a pílula do câncer não deve substituir os tratamentos já comprovados. A quimioterapia, radioterapia e imunoterapia ainda são as principais terapias contra a doença.

Reportagem - Lianna Cosme
Edição – Luciana Cesar


Agência Câmara Notícias

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