Ministro Celso Pansera viaja a
Buenos Aires na próxima semana para revigorar a cooperação científica e
tecnológica com acordos em astropartículas e nanotecnologia.
Ministro concede entrevista
coletiva na terça-feira (23), às 12h, na Embaixada do Brasil em Buenos Aires.
O ministro da Ciência,
Tecnologia e Inovação, Celso Pansera, embarca neste domingo (21) para Buenos
Aires, onde se reúne com o ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva
da Argentina, Lino Barañao. A agenda prevê a assinatura de dois memorandos de
entendimento nas áreas de nanotecnologia aplicada à saúde e física de
astropartículas, além de visitas a instituições de pesquisa. A reunião entre Pansera
e Barañao está marcada para a manhã de segunda-feira (22). Eles assinam os
acordos às 11h30 e, em seguida, visitam um polo tecnológico.
Na mesma tarde, parte da
delegação brasileira se distribui em duas reuniões setoriais bilaterais. O
secretário de Política de Informática do MCTI, Manoel Fonseca, e o diretor do
Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Augusto Gadelha, discutem
a cooperação em tecnologias da informação e comunicação (TICs). O interesse
argentino em utilizar o acelerador Sirius, em construção em Campinas (SP), deve
ser tratado com o diretor geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e
Materiais (CNPEM), Carlos Américo Pacheco, e o diretor do Laboratório Nacional
de Luz Síncrotron (LNLS), Antonio José Roque.
O Ministério de Ciência,
Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina (Mincyt) propõe como novos temas
de cooperação o combate à epidemia de dengue, zika vírus e chikungunya; a
Iniciativa Pampa Azul, relacionada à pesquisa oceanográfica no Atlântico Sul; e
o Programa de Cooperação em Informação Quântica, ligado à computação de alto
desempenho, com apoio do LNCC.
Já o MCTI sugere que os países
integrem suas redes de monitoramento de desastres naturais, uma vez que dividem
bacias hidrológicas e podem ser afetados pelos mesmos fenômenos climáticos.
Outra frente de colaboração busca viabilizar o compartilhamento do
supercomputador Santos Dumont, do LNCC, em Petrópolis (RJ).
A agenda termina com uma
visita ao Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (INTI), na terça-feira
(23). Às 12h, o ministro Celso Pansera concede entrevista coletiva na Embaixada
do Brasil em Buenos Aires.
Integram a delegação
brasileira o presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (Inmetro), Luís Fernando Panelli Cesar, e o chefe da Assessoria de
Assuntos Internacionais (Assin), Danilo Zimbres, além de dirigentes de agências
e institutos de pesquisa ligados à pasta.
Nanotecnologia
Um dos memorandos é
multilateral, ou seja, envolve Pansera, Barañao, a ministra de Ciência,
Tecnologia e Meio Ambiente de Cuba, Elba Rosa Pérez, e o presidente do Conselho
Nacional de Ciência e Tecnologia do México, Enrique Cabrero Mendoza.
A ideia é estabelecer a
Plataforma Regional de Nanotecnologia Aplicada à Saúde para promover intercâmbio
de experiências, transferência de tecnologias e criação de empresas, bem como
sua internacionalização dentro e fora da América Latina.
Os países poderão convidar e
acolher instituições colaboradoras de nações que se associem ao instrumento. O
memorando entrará em vigor na data de assinatura, com duração de cinco anos,
renováveis por períodos consecutivos.
Astropartículas
Com o outro memorando a ser
assinado por Pansera e Barañao, MCTI e Mincyt se comprometem a criar o
Instituto Regional Latino-americano de Física de Astropartículas, a fim de
apoiar o desenvolvimento da área em todo o continente, fomentar atividades de
capacitação de recursos humanos, estimular a integração das comunidades
científicas em projetos de infraestrutura e promover o intercâmbio de
informações para identificar soluções por meio de pesquisa e desenvolvimento.
A partir da assinatura, o
instrumento será válido por dois anos, prorrogáveis por períodos iguais e
sucessivos. O texto reconhece o aspecto de pesquisa multidisciplinar da área de
cooperação, situada em fronteiras do conhecimento da física nuclear, da
astronomia e da cosmologia. As condições topográficas da América do Sul recebem
destaque no memorando, "em especial na região austral, com visão
privilegiada do centro da Via Láctea, onde estão instalados grandes
experimentos internacionais".
Fonte: MCT
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