Pesquisadores do Scripps Research Institute (TSRI) em La Jolla (Califórnia) chegaram um passo mais perto de uma vacina contra a AIDS. A pesquisa se concentrou no desenvolvimento de anticorpos específicos do HIV. Achados mostraram que o sistema imune pode ser acionado para produzir esses anticorpos com maior eficácia. O estudo foi publicado na revista “Immunity”.
Células imunes precisam de tempo para detectar os pontos fracos de um vírus e, em seguida, adaptar sua estrutura para se ligar e neutralizar o vírus. No caso de uma família de anticorpos direcionada ao HIV chamada PGT121, leva cerca de dois anos para as células neutralizarem o vírus - muito tempo para combater de modo eficaz uma infecção.
Cientistas queriam descobrir se havia um meio de acelerar esse processo. Eles se concentraram principalmente nos estágios iniciais de PGT122 e PGT124 porque podiam desenvolver um efeito “amplamente neutralizador”. Além disso, também visam a glicoproteína do envelope do HIV, por meio da qual o vírus se liga, para, em seguida, penetrar nas células hospedeiras.
Usando técnicas de imageamento de alta resolução, os pesquisadores mapearam as estruturas do anticorpo que estavam ligadas a determinados pontos da glicoproteína do envelope do HIV. Eles descobriram que diferentes ramificações de anticorpos desenvolviam diferentes estratégias para enganar a defesa do HIV.
Os pesquisadores observaram que os anticorpos começam a atacar o N332 glicano e o motivo do GDIR da glicoproteína do envelope do HIV. A partir daí, as ramificações PGT121 desenvolveram estratégias ligeiramente diferentes. O ramo PGT122 mutaciona na direção do N137 glicano, enquanto PGT124 a princípio indica a mesma ação, mas depois evita o N137 glicano, rotaciona e se inclina para atingir abaixo a glicoproteína do envelope do HIV. Quando os pesquisadores removeram o N137 glicano, os anticorpos reagiram imediatamente e não precisaram de uma “sessão de treinamento de dois anos”.
“Isso sugere possíveis estratégias de como é possível induzir esses anticorpos por meio da vacinação”, disse o líder do estudo Ian Wilson. Se os pesquisadores tiverem êxito em projetar uma molécula sem o N137 glicano, eles podem conseguir acionar uma resposta mais rápida do anticorpo. Tendo iniciado a resposta do anticorpo, o glicano poderia ser adicionado outra vez e, assim, ajudar os anticorpos a se desenvolver e atacar as formas mais nativas do vírus
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