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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Novos medicamentos: Preços são muito maiores que benefícios

Preço demais, benefício de menos
No ano passado, chegaram ao mercado mais novos medicamentos que em qualquer ano desde 1996.
Mas muitos têm preços de seis dígitos - mais US$ 100.000 - para um ano de tratamento e trazem apenas benefícios incrementais para a saúde, e não curas.
O que isso significa para os pacientes e para a indústria farmacêutica?
Uma reportagem de capa da revista Chemical & Engineering News, a revista semanal oficial da Sociedade Norte-Americana de Química (American Chemical Society), analisa a "colheita" de terapias de 2015 e quem pode se beneficiar mais dela.
Doenças órfãs
A pesquisadora Lisa Jarvis relata que a agência norte-americana FDA (Food and Drug Administration) aprovou 45 novos medicamentos no ano passado. Destes, um terço pertence a uma classe de compostos chamados produtos biológicos, que incluem anticorpos, peptídeos e enzimas.
Quase metade foi projetada para tratar "doenças órfãs", condições que afetam menos de 200.000 pessoas cada - o caso oposto das chamadas "doenças negligenciadas". Diferentes tipos de câncer também são alvo de vários dos novos tratamentos.
Segundo a revista, várias alterações na FDA parecem estar ajudando a acelerar esse "canal de escoamento" de novas drogas, o que está servindo muito bem às empresas farmacêuticas.
Faturamento e preços
Observadores da indústria esperam que mais de uma dúzia dessas novas terapias tornem-se campeões de vendas e cheguem a faturar US$ 1 bilhão anuais.
Mas o impacto sobre os pacientes será muito menos promissor.
Embora um medicamento contra o câncer possa prolongar a vida dos pacientes por anos, outros podem adicionar apenas meses e a um custo demasiadamente elevado. Uma dúzia de terapias aprovadas para o câncer e outras condições deverão ter preços entre US$ 100.000 e US$ 310.000 para o tratamento, por ano.
O efeito disso é particularmente nefasto para os sistemas de saúde pública dos países menos desenvolvidos, onde parte da população se vale da Justiça para receber esses novos medicamentos, sem uma contrapartida em termos de benefícios reais de saúde.

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