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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Ministério da Saúde vai incentivar estimulação precoce de bebês com microcefalia, diz secretário

Comissão de Seguridade Social e Família promoveu reunião para avaliar situação da epidemia no País; Ministério da Saúde recebeu mais de 5 mil notificações, das quais ainda investiga 3,9 mil casos suspeitos
 O incentivo à estimulação precoce será uma das bandeiras defendidas pelo governo para auxiliar no tratamento de crianças com microcefalia. A microcefalia é uma doença em que bebês nascem com o cérebro menor do que o esperado e compromete o desenvolvimento da criança em 90% dos casos. 

Dados divulgados nesta quarta-feira (17) pelo Ministério da Saúde informam que foram notificados até 13 de fevereiro 5.280 casos suspeitos casos de bebês com a doença ou alterações no sistema nervoso central. Desse total, 60,1% dos casos (3.174) foram notificados em 2015 e 39,9% (2.106) no ano de 2016. Já foram confirmados 508 casos, 837 foram descartados e 3.935 casos ainda estão sob investigação.

Maria Garcia/CSSF
Reunião da CSSF com o secretário de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde para divulgar boletim sobre zika e microcefalia
Secretário de Atenção à Saúde informa a parlamentares as estatísticas sobre microcefalia e zika vírus em todo o País
O secretário de Atenção à Saúde do ministério, Alberto Beltrame, informou que o ministério irá capacitar mais de sete mil profissionais para atuar na estimulação precoce das crianças de zero a três anos. 

Segundo ele, o objetivo da medida é reduzir os danos causados pela doença, ressaltando que o resultado do trabalho vai depender da gravidade da malformação. 

Beltrame participou de reunião promovida nesta quarta-feira pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.

Na campanha contra o zika vírus e a microcefalia, conscientizar as mulheres grávidas sobre a importância da realização do exame pré-natal precocemente também é uma das prioridades do ministério. 

Segundo o secretário, 50% das mulheres começam o acompanhamento médico apenas a partir da 12ª semana gestacional, mas a epidemia torna necessário identificar mais rapidamente os casos suspeitos de microcefalia. 

"O que o ministério está incentivando e divulgando é que as mulheres procurem o mais precocemente possível o serviço de saúde, para começar o pré-natal. É um pré-natal convencional, não é de risco, mas é extremamente importante, porque isso pode ser determinante no acompanhamento e no sucesso da gestação como um todo."

Em relação à discussão sobre o aborto de crianças com microcefalia, o secretário afirmou que a posição do Ministério da Saúde é clara e não há nenhuma previsão que isso aconteça no Brasil. Beltrame destacou que o aborto só é permitido no País em três casos: estupro, risco de morte para mãe ou anencefalia. 

Comissão externa
Para aprofundar o tema, foi criada no último dia 3 uma comissão externa para acompanhar as ações relativas ao zika vírus e à microcefalia na Câmara dos Deputados.

Para o coordenador do grupo, deputado Osmar Terra, do (PMDB-RS), que é médico, o objetivo é auxiliar o governo federal no combate à epidemia. 

"Não é uma comissão externa para criticar, mas para ajudar o governo, inclusive com recursos. O que a Câmara pode fazer, o que a gente pode mexer no orçamento para facilitar o combate a essa epidemia, que pode ter uma marca trágica na vida brasileira, talvez a mais grave dos últimos cem anos".

O colegiado se reúne nesta quinta-feira (18) para definir o roteiro de trabalho e votar requerimentos. A reunião será realizada às 10 horas, no plenário 7.

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Reportagem - Lianna Cosme
Edição - Adriana Resende
Agência Câmara Notícias

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