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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Análise de Mídia, 26 de fevereiro de 2016

Menos assuntos se relacionam diretamente com a pauta específica da Indústria, nesta sexta-feira (26).

Destaque do dia está em O GLOBO, que publica reportagem especial sobre as mudanças na regra de exploração do pré-sal no Brasil. O ajuste aprovado no Senado pode viabilizar investimentos de US$ 420 bilhões até 2030, de acordo com estudos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

O GLOBO detalha o levantamento e reforça a discussão apoiado por análises de especialistas. No geral, percepção é positiva, sobretudo no que se refere à retomada de investimentos no setor.

“Para Carlos Abijaodi, diretor da CNI, o preço do barril de petróleo no mercado internacional, não é impedimento a investimentos”, indica O GLOBO.

“Petróleo é negócio de longo prazo. Quem participar de licitação hoje vai tirar óleo dentro de cinco a oito anos numa concessão de 30 anos. O importante é oferecer segurança, regras claras e transparentes. Num momento de economia enfraquecida, isso é um ânimo para empresários e indústria”, diz Abijaodi, conforme reproduz o jornal carioca.



FOLHA DE S. PAULO : Operação da PF sobre sonegação atinge Gerdau

O ESTADO DE S. PAULO : Gerdau é alvo de operação da PF por suspeita de propina

O GLOBO : Para Lava-Jato, propina da Petrobras pagou marqueteiro

VALOR ECONÔMICO : Vale perde R$ 44 bi e vende ativos



Os resultados da Vale estão em evidência em todos os principais jornais do país.

Reportagens registram os principais números divulgados ontem pela companhia e em tom de alerta são unânimes: o prejuízo de R$ 44,2 bilhões apurado em 2015 sinaliza tempos difíceis.

O ESTADO DE S. PAULO afirma que “o primeiro resultado anual no vermelho desde sua privatização, em 1997,” vem acompanhado de uma completa falta de perspectiva de melhora de cenário.

Conforme o jornal paulista, “a companhia decidiu adotar uma estratégia mais arrojada para turbinar seu caixa, pondo à venda negócios estratégicos”.

FOLHA DE S. PAULO relata que a desvalorização do real frente ao dólar e a queda do preço do minério de ferro foram bastante responsáveis pelo mau desempenho da empresa – reportagem ressalta que a venda de ativos segue sendo uma das prioridades.

O GLOBO completa que o presidente da Vale, Murilo Ferreira, “já avalia vender os chamados ativos core ou seja, ligados aos principais segmentos da companhia. São eles: minério de ferro, níquel, cobre, fertilizantes e carvão”.

Manchete do VALOR ECONÔMICO aborda o assunto e relata ainda que a venda de ativos prioritários de seu portfólio visa tentar reduzir em US$ 10 bilhões a dívida líquida da Vale – de US$ 25,2 bilhões no quarto trimestre do ano passado para cerca de US$ 15 bilhões em prazo de um ano e meio.

Em outra frente, e de volta a O GLOBO, breve reportagem afirma que a indústria de máquinas e equipamentos “vê a possível mudança na regra do pré-sal como chance de acabar com o principal problema do setor na área de óleo e gás: o cliente único

“Se a Petrobras enfrenta problemas, toda a cadeia se contamina. A indústria será beneficiada, mas vai levar anos para isso acontecer”, pondera José Velloso, presidente executivo da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), conforme reproduz O GLOBO.

De acordo com a mesma reportagem, a Firjan atua junto ao setor naval fluminense para estimular projetos de reparo manutenção, já que a construção de embarcações parou.

Também entre outros assuntos de interesse, registra-se como referência do dia no VALOR ECONÔMICO a informação de que números preliminares, registrados até ontem (25), mostram que o consumo de veículos no país está 20,1% abaixo dos volumes registrados no mesmo mês de 2015.

Texto indica que houve uma leve melhora na média diária de vendas na comparação com janeiro: 300 carros a mais.

Reportagem do VALOR reforça que, com as vendas fracas e os estoques altos, a produção continuou reduzida nas montadoras.



O ESTADO DE S. PAULO analisa a queda de 4,1% no PIB de São Paulo, principal motor econômico do país e avalia que a perspectiva é de mais um ano de recessão.

“Continuará o aperto para o governo de São Paulo e, com certeza, para o da União. Haveria espaço para algum otimismo se a autoridade federal pelo menos indicasse uma correção de rumo”, resume o editorial.

FOLHA DE S. PAULO critica o que chama de artifícios de contabilidade usados por estados e governo federal na tentativa de mascarar os problemas nas finanças públicas. “Há cada vez menos incautos; de tão repetidos, os truques agora só iludem seus próprios autores”.

O GLOBO afirma que o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela Moody's "marca a falácia" do ajuste fiscal do governo. "O lulopetismo conseguiu destruir o equilíbrio fiscal, o qual aceitou apenas no início do primeiro mandato de Lula. Mas, não muito tempo depois, sucumbiu às tentações populistas e colocou tudo a perder. O resultado está aí".

VALOR ECONÔMICO relata que os indicadores econômicos divulgados recentemente sugerem que a economia do país continua se retraindo. Jornal analisa que, mesmo menor que em 2015, a recessão continuará em 2016.



MERCADO ABERTO, na FOLHA DE S. PAULO: "O número de empresas abertas no país em janeiro deste ano foi de 167.275, um aumento de 17,12% em relação ao mesmo mês de 2015, segundo levantamento da consultoria Unitfour”.

“A maioria dos novos empresários (82%) são MEIs (microempreendedores individuais), o modelo mais simples”, indica MERCADO ABERTO.

Pedro Luiz Passos, conselheiro da Natura, escreve na FOLHA DE S. PAULO que, “desde o início do ajuste fiscal, em 2015, faltou convicção ao governo para enfrentar o nó górdio da expansão de suas despesas, o que não é mais possível ignorar”.

Conforme o texto, “optou-se pelo aumento dos impostos, muito mais custoso em termos de produto e de criação de emprego, e pelo enxugamento marginal das despesas”.

“Não há mais como fechar os olhos diante do imobilismo político e da falta de liderança para tomar decisões e conduzir reformas que clamam por urgência. É preciso coragem e determinação do governo (seja ele qual for) para fazer o que for preciso, sem se curvar a interesses contrariados das corporações, aos despropósitos da base política e às conveniências do mandato, quando o que está em causa é a sorte de todos nós e de nossas empresas”, critica Passos.

PANORAMA POLÍTICO, em O GLOBO: "Tucanos se dividiram no voto em separado na CPI do BNDES. O deputado Alexandre Baldy (PSDB) pediu o indiciamento do ex-presidente Lula e de mais quatro pessoas. Na lista, o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. Nos bastidores, porém, colegas, como o novo líder da minoria, Miguel Haddad, pressionaram Baldy a não citar Coutinho".

Miriam Leitão afirma em O GLOBO que "a aprovação pelo Senado do projeto que muda a regulamentação do pré-sal foi o reconhecimento da realidade".

Em tom crítico, Miriam Leitão reforça que "a situação da Petrobras é dramática, como todos sabem. A gestão petista, a apropriação do coletivo pelo partido que nos governa, as decisões político-eleitorais quebraram a empresa (...) o PT entendeu que a Petrobras era dele, em vez de um patrimônio coletivo. A história dessa apropriação indébita está sendo revelada pela Lava-Jato".



A operação Zelotes está nas manchetes dos principais jornais do país. Reportagens informam que a força-tarefa que investiga supostos desvios e tráfico de influência no Carf, órgão ligado ao Ministério da Fazenda, fez buscas em 17 endereços do Grupo Gerdau.

Destaque para a informação de que quatro executivos, entre eles o diretor-presidente, André Gerdau, foram levados à Polícia Federal para depor ontem.

Textos reforçam que a suspeita é que empresas tenha pagado propina para reduzir débitos que somariam R$ 1,5 bilhão no Carf.

André Gerdau, que é filho de Jorge Gerdau, presidente do Conselho Consultivo do grupo e integrante do “Conselhão” dos governos Lula e Dilma Rousseff, prestou depoimento em São Paulo e negou envolvimento em atos de corrupção.

No contexto da operação Lava Jato, parte da mídia registra que a mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, disse a investigadores que era pressionada por clientes de fora do Brasil a receber pagamentos de maneira não contabilizada.

Mônica Moura reconheceu ainda ter recebido dinheiro fora do Brasil da Odebrecht. Mônica afirma ter sido orientada a procurar o executivo da empreiteira Fernando Migliaccio da Silva, para receber parte de valores referentes à campanha à reeleição de Hugo Chávez na Venezuela.

A empresária acrescentou que o PT foi seu principal cliente e que “qualquer aconselhamento” à presidente Dilma Rousseff foi feito de maneira gratuita “em razão da amizade mantida” com a petista.

FOLHA DE S.PAULO relata que João Santana reconheceu “controlar” a conta na Suíça onde teria recebido pelo menos US$ 7,5 milhões do esquema de propinas da Petrobras.

“Ele, porém, atribuiu à sua mulher, Mônica, a ‘responsabilidade pelas movimentações na referida conta’ e disse ainda não saber a origem do dinheiro”, resume o texto.

Os possíveis impactos políticos da prisão do marqueteiro João Santana também são abordados.

FOLHA DE S. PAULO afirma que as investigações envolvendo o publicitário acenderam a discussão sobre a viabilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff dentro de PMDB.

“Em encontros reservados, peemedebistas de todos os matizes avaliaram que os desdobramentos da investigação fortaleceram as ações contra a chapa da petista no TSE (Tribunal Superior Eleitoral)”, adverte a reportagem.

O ESTADO DE S. PAULO acrescenta que, após conversas com ministro do STF sobre a prisão de a João Santana, “congressistas do PSDB e do PMDB concluíram que precisam buscar um entendimento para promover a saída da presidente Dilma Rousseff do cargo – seja por meio do impeachment ou da cassação do mandato”.

Jornais também estão atentos aos supostos ruídos nas relações entre o Palácio do Planalto e o PT.

Parte dos veículos informa que o partido vai lançar um Programa Nacional de Emergência para pressionar a presidente Dilma Rousseff a mudar a política econômica.

Ao saber da ofensiva do partido contra o governo será ampliada na reunião de hoje do Diretório Nacional petista, Dilma Rousseff disse a ministros que pode não ir na festa dos 36 anos do PT, que está marcada para amanhã, especulam os jornais.

O ESTADO DE S. PAULO acrescenta que o apoio do governo ao projeto de lei que retira da Petrobras a exclusividade para operar o pré-sal se tornou alvo de críticas da direção do PT.



As contas públicas voltam a figurar com destaque no noticiário econômico.

Parte dos jornais registra que, depois de oitos meses, as contas do governo ficaram no azul em Janeiro.

Segundo o Tesouro Nacional, as receitas superaram as despesas em R$ 14,8 bilhões.

FOLHA DE S. PAULO afirma que, historicamente, janeiro é favorável para as contas públicas. “Por isso, o dado não significa que o governo conseguirá terminar o ano com um resultado positivo”.

O ESTADO DE S. PAULO expõe que, mesmo com o aumento de tributos, o governo não conseguiu o recuo da arrecadação. “Em janeiro, a Receita Federal registrou queda real de 6,71% em tributos recolhidos, na comparação com o mesmo mês do ano passado”.

“Foram recebidos pelo Fisco R$ 129,4 bilhões, ante R$ 138,7 bilhões em janeiro de 2015, em valores corrigidos pela inflação. É o pior resultado para o mês de janeiro em cinco anos”, detalha o jornal.

As medidas do governo na tentativa de conter a retração econômica também são abordadas.

Com foco no mercado de trabalho, estão em destaque ainda dados da Pesquisa Mensal de Emprego.

Pelos números oficiais, a taxa de desemprego subiu para 7,6% em janeiro nas seis principais regiões metropolitanas do país – o maior nível para o mês nos últimos sete anos.

Também repercute a informação que o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, anunciou que, a partir de 1.º de abril, as contas de luz entrarão na bandeira verde, o que significa que a cobrança extra pelo uso de energia vai acabar – com isso, a redução média na conta de luz será de 6% a 6,5%.

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