Destaques

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Fórum de Diálogos sobre epidemia de Zika e outras arboviroses


Objetivando ampliar a comunicação, divulgando várias abordagens, para construir consensos a serem utilizados pelas autoridades sanitárias e pela população em geral

A recente epidemia de Zika e de outras arboviroses representa um desafio para a Saúde Coletiva. Em decorrência da gravidade do contexto sanitário e da existência de aspectos ainda desconhecidos sobre o processo saúde/doença/intervenção, vários Grupos Temáticos e pesquisadores têm se pronunciado tanto sobre a natureza destes agravos, quanto sobre estratégias para seu controle.

Neste sentido, resolvemos publicar esse material ressaltando que representam a visão de grupos e de pesquisadores singulares.

O FÓRUM de DIÁLOGOS




– MATÉRIA Lógica mosquitocêntrica – A estratégia do combate químico ao Aedes aegypti adotada nacionalmente há 20 anos se mantém na emergência da zika mesmo sem resultados positivos para mostrar. Publicada no site da Escola Politécnica Joaquim Venâncio em 1º de março de 2016.

– BASE DE DADOS ZIKA RESEARCH – Compilada pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), a base reúne estudos científicos e pesquisas que estão sendo realizados globalmente, categorizados e detalhados com título, autores e link direto para os artigos.

– BALANÇO EPIDEMIOLÓGICO – Ministério da Saúde divulga primeiro balanço com casos de Zika no país. De fevereiro até 2 de abril deste ano, foram notificados 91,3 mil dos casos da doença no Brasil. Também foram apresentados novos dados de dengue e chikungunya.

– BIBLIOTECA Digital Zika – um repositório de informações sobre Zika vírus coordenado pela Pró-Reitoria de Pesquisa, e constituído por docentes e pesquisadores de diferentes especialidades, para buscar soluções nas áreas de controle do inseto, virologia, epidemiologia e imunologia, entre outras. A Biblioteca disponibiliza conteúdos científicos especializados.

– DOCUMENTO de posição sobre a tríplice epidemia de Zika-Dengue-Chikungunya, Observatório de Análise Política em Saúde – Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (ISC/UFBA)

– VÍDEO da Aula Magna proferida na Universidade Federal do Rio Grande do Norte ‘Determinação Social e controvérsias sanitárias do controle vetorial das arboviroses da Dengue, Zika e Chikungunya’ no dia 31 de março de 2016, pela professora Lia Giraldo da Silva Augusto.

– MATÉRIA  “Temos uma epidemia em progresso e contamos com poucas armas para esse embate” – Cobertura da aula inaugural Zika vírus – Um novo desafio para a Saúde Pública brasileira, proferida por Gloria Teixeira no Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/Uerj), publicada no Portal Abrasco em 28/03/2016

– ARTIGO ‘Zika: Causalidade, risco e incerteza’, de Renato Rocha Lieber, publicado no jornal Folha de S. Paulo, em 22/03/2016

– MATÉRIA ‘Nem fumacê, nem larvicida químico. Coragem e saneamento contra o mosquito’ – Entrevista com Fernando Carneiro publicada no IHU- On line em 21/03/2016 (republicada no Portal Abrasco)

– MATÉRIA ‘Sem saneamento não há controle epidemiológico eficaz’ – Entrevista com Gustavo Bretas publicada no IHU- On line em 21/03/2016 (republicada no Portal Abrasco)

– NOTA da Comissão de Epidemiologia ‘Zika vírus – Desafios da Saúde Pública no Brasil’ – Publicada no Portal Abrasco em 21/03/2016

– NOTA do Grupo Temático Gênero e Saúde da Abrasco ‘Infecção pelo Zika vírus e a proteção das mulheres’ –Publicada no Portal Abrasco em 21/03/2016

– NOTA dos Grupos Temáticos de Saúde e Ambiente, Saúde do Trabalhador, Vigilância Sanitária, Educação Popular e Saúde, Promoção da Saúde ‘Estudos científicos e conflitos de interesse: por uma ciência a favor da vida’ – Publicada no Portal Abrasco em 15/03/2016

– ARTIGO de Glória Teixeira e colaboradores ‘The Epidemic of Zika Virus–Related Microcephaly in Brazil: Detection, Control, Etiology, and Future Scenarios’ – Artigo na íntegra do AJPH, edição Abril/2016  (adiantada)

– ARTIGO ‘Zika: The Tragedy and the Opportunities’, de Laura Rodrigues, publicado no AJPH, edição Abril/2016  (adiantada)

– MATÉRIA ‘Epidemia de microcefalia relacionada ao Zika vírus no Brasil’ – Publicada no Portal Abrasco em 17/03/2016

– MATÉRIA Melhoramento dos serviços de água e saneamento é a resposta ao Zika vírus – Com nota dos relatores especiais dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), publicada em 11/03/2016

– MATÉRIA  Pesticida e microcefalia: causa-efeito ou teoria da conspiração?, publicada originalmente no jornal português Observador, e republicada no Portal Abrasco em 04/03/2016

– ARTIGO ‘Aedes aegypti control in Brazil’, publicado originalmente no The Lancet em 01º/03/2016 e republicado no Portal Abrasco

– MATÉRIA ‘Fizemos cidades perfeitas para o Aedes aegypti, diz Gastão Wagner’, publicada originalmente no portal da revista Exame e republicado no Portal Abrasco em 26/02/2016

– ARTIGO ‘Desafios atuais da política pública para a dengue’ por Nilson do Rosário, publicado no Portal Abrasco em 25/02/2016

– ARTIGO ‘Zika virus and microcephaly in Brazil: a scientific agenda’ – publicado originalmente no The Lancet em 23/02/2016 e republicado no Portal Abrasco

– ARTIGO ‘Diálogo entre diretores da Abrasco’ assinada por José Sestelo e publicada no Portal Abrasco em 23/02/2016

– MATÉRIA ‘Abrasco nega ter relacionado larvicida Pyriproxifen a casos de microcefalia’, com entrevista de Marcelo Firpo, coordenador do GTSA/Abrasco, publicada originalmente na Agência Brasil e republicada no Portal Abrasco em 15/02/2016

– ARTIGO ‘Microcephaly in Brazil: how to interpret reported numbers?’ , de Cesar Victora, publicado no The Lancet, em 13/02/2016


– NOTA  Intergrupos temáticos da Abrasco  ‘Microcefalia e doenças vetoriais relacionadas ao Aedes aegypti: os perigos das abordagens com larvicidas e nebulizações químicas – fumacê, publicada no Portal Abrasco em 02/02/2016


– MATÉRIA ‘Infelizmente, a situação do zika está fora de controle no Brasil’, com entrevista de Gloria Teixeira publicada originalmente no Blog da Saúde do Portal Vi o Mundo e republicada no Portal Abrasco em 16/02/2016

– NOTA PÚBLICA OFICIAL ABRASCO ‘Surto de Microcefalia: Emergência de Saúde Pública de Interesse Nacional’,publicada no Portal Abrasco em 15/11/2015

Fonte:   ABRASCO
Data:   08/05/2016

Anexo: 
  • Aula Magna da UFRN

Saúde apoia novos projetos de fitoterápicos na região Norte

Inscrições vão até 12 de maio; oficinas de trabalho começam no dia 07 de junho e têm o objetivo de orientar gestores e farmacêuticos quanto à elaboração das propostas
Estão abertas até 12 de maio as inscrições do processo seletivo para o Ministério da Saúde apoiar projetos de assistência farmacêutica em plantas medicinais e fitoterápicos na região Norte do Brasil. As oficinas de trabalho, que têm como público alvo gestores e farmacêuticos, pretendem orientar profissionais na elaboração das propostas. Os encontros acontecerão entre 07 e 14 de junho nas capitais Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Palmas (TO).
A região Norte possui atualmente seis projetos da cadeia produtiva de plantas medicinais e fitoterápicos financiados pelo Ministério da Saúde. Até o ano passado, foram 78 projetos apoiados em todo o país.  Os interessados poderão se inscrever neste endereço. As vagas para participação nas oficinas são limitadas; o custeio de passagens e diárias fica sob responsabilidade do Ministério da Saúde.
Mais informações estão disponíveis no regulamento do edital (acesse aqui) ou com a equipe da Coordenação Geral da Assistência Farmacêutica Básica no endereço eletrônico fitodaf@saude.gov.br.
PROGRAMA NACIONAL – Desde 2012, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, investiu mais de R$ 30 milhões em 78 projetos de plantas medicinais e fitoterápicos no âmbito do SUS.
Os projetos têm o objetivo de fortalecer a cadeia produtiva nos municípios, estados e Distrito Federal, especialmente a oferta de fitoterápicos aos usuários do SUS. Os 78 projetos que já receberam recursos federais estão distribuídos por todas as regiões do país e foram estruturados a partir dos editais do Ministério da Saúde. Até o momento, são 31 iniciativas de arranjo produtivo local, 44 de assistência farmacêutica e três de desenvolvimento e registro sanitário de medicamentos fitoterápicos da Relação Nacional de Medicamentos (Rename) por laboratórios oficiais públicos.
NAS FARMÁCIAS - Atualmente, o mercado brasileiro comercializa diversos medicamentos fitoterápicos, simples e associados, com atuação em várias áreas do organismo humano. Para o Sistema Nervoso Central, por exemplo, são comercializados a Passiflora sp., Valeriana officinalisHypericum perforatumPiper methysticum Melissa officinalis.
Os produtos fitoterápicos e plantas medicinais, assim como todos os medicamentos, são testados para o conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, e também para garantir  a qualidade do insumo. Cabe a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e às Vigilâncias Sanitárias Municipais e Estaduais o controle desses medicamentos.
Por Gabriela Rocha, da Agência Saúde

domingo, 8 de maio de 2016

As diferentes decisões judiciais sobre a fosfoetanolamina

Nos últimos dois anos o Poder Judiciário tem sido provocado por conta do fornecimento, ou melhor, da suspensão do fornecimento da substância fosfoetanolamina sintética, conhecida como a “pílula do câncer”. O primeiro julgamento do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), portanto, decisão de Segunda Instância, se deu em 10.11.14, em decorrência da suspensão da sua extração, produção, fabricação, sintetização e distribuição (entre outras condutas comissivas) da fosfoetanolamina, sem a observância dos requisitos impostos pela Portaria 1389/2014 do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da Universidade de São Paulo (USP).
Referida decisão manteve a de Primeira Instância para o fornecimento da substância. Até o momento da elaboração deste texto tinham sido julgadas 1903 ações relacionadas à fosfoetanolamina, conforme visualização no site do TJSP. A discussão deste tema também já bateu às portas do Supremo Tribunal Federal (STF).
A fosfoetanolamina é uma substância que “foi estudada de forma independente pelo Prof. Dr. Gilberto Orivaldo Chierice, outrora ligado ao Grupo de Química Analítica e Tecnologia de Polímeros e já aposentado. Esses estudos independentes envolveram a metodologia de síntese da substância e contaram com a participação de outras pessoas, inclusive pessoas que não têm vínculo com a Universidade de São Paulo”, segundo esclarecimento do IQSC (http://www5.iqsc.usp.br/esclarecimentos-a- sociedade/), mas que não nega tenham as pesquisas sido feitas no próprio Instituto.
Em entrevistas à mídia a fala do Dr. Gilberto não é consoante à da USP, mas sem entrar na análise de qual lado está com a razão e por qual interesse, notadamente por não ser este o foco deste texto e nem de competência da sua autora, fato é que há um enredo jurídico intrincado e cujo desfecho não é simples.
As decisões do TJSP não são unânimes quanto à obrigatoriedade de fornecimento da substância e cujos fundamentos são, essencialmente:
a) nas favoráveis à obrigação de distribuição: assegurar o direito à vida e à saúde, ambos garantidos constitucionalmente, entendendo, inclusive, tratar-se de “medicamento experimental” (mesmo antes de qualquer pedido junto à agência reguladora) e nesta hipótese com invocação do art. 24, da lei 6.360/76 para o não registro na Anvisa;
b) nas contrárias à distribuição: ausência de estudos científicos comprovadores da segurança, toxidade e eficácia em seres humanos e de registro na Anvisa, pelo que, não se trata sequer de medicamento.
Recentemente, para de um lado aumentar a esperança dos pacientes e de outro para colocar mais discussão no meio científico, foi sancionada a lei 13.269/2016, de origem do Congresso Nacional, que autoriza o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes diagnosticados com neoplasia maligna.
Há duas ações que tramitam no STF que merecem destaque:
A primeira é a Suspensão de Tutela Antecipada (STA 828/SP) requerida pela USP, com objetivo de, como o próprio nome diz, suspender a tutela antecipada concedida em recurso no TJSP que determinou o fornecimento da substância em questão para tratamento de câncer e também a suspensão de liminares e decisões de Segunda Instância que possuem o mesmo objeto.
O relator Min. Ricardo Lewandowski, em 04.04.16, deferiu em parte o pedido para ”suspender a execução da tutela antecipada concedida no Agravo de …. em trâmite perante a 11ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, assim como todas as decisões judiciais proferidas em âmbito nacional no mesmo sentido, indicadas ou não nos autos, que tenham determinado à Universidade de São Paulo o fornecimento da substância “fosfoetanolamina sintética” para tratamento de câncer, até os seus respectivos trânsitos em julgado, mantido, porém, o seu fornecimento, enquanto remanescer o estoque do referido composto, observada a primazia aos pedidos mais antigos. …”. Ou seja, por esta decisão e por enquanto está suspensa a obrigação da USP de fornecer a substância em estudo. A outra é uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN 5501), de 15.04.16, de autoria da
Associação Médica Brasileira (AMB) contra a recente e já mencionada lei 13.269/2016, com pedido de medida cautelar para suspensão da eficácia desta lei, cujo relator é o Min. Marco Aurélio e que determinou sejam apresentadas explicações urgentes pela Presidente da República e pelo Congresso Nacional.
Toda esta celeuma serviu para que finalmente surgisse o apoio para os estudos desta substância, por intermédio da criação do grupo de trabalho instituído pela Portaria 1767/2015, formado pelo Ministério da Saúde e Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação e outros participantes. Fato é, nobres leitores, que não há unanimidade nos fundamentos jurídicos deste importante tema. Seguramente novos desdobramentos virão.
No crepúsculo melancólico da morte, por entre as sombras que baixam de todos os lados, silenciosas e densas, a reminiscência de uma simples intenção benfazeja pode irisar de esperança a pupila marejada do aflito. “Rui Barbosa”
·         Por Verônica Cordeiro da Rocha Mesquita

Debater as questões relacionadas à Vigilância Sanitária no Rio de Janeiro no contexto dos Jogos Olímpicos de 2016 foi o objetivo do Centro de Estudos Miguel Murat de Vasconcellos realizado em 27 de abril. Durante o evento, foi lançando o jogo educativo Vigilância Sanitária nos Eventos de Massa, desenvolvido pelo Centro Colaborador em Vigilância Sanitária (Cecovisa/ENSP), em parceria com a Coordenação de Educação a Distância (EAD/ENSP) e a Secretária Municipal de Saúde (SMS/RJ), e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O material lúdico é destinado a todos que podem se beneficiar com a identificação do risco de ameaça na vigilância sanitária e apresenta riscos no qual a Visa tem atuação nos eventos de massa. Para refletir sobre a atuação da vigilância, o Ceensp recebeu Cláudio Maierovitch, diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Arnaldo Lassance, subsecretário de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses (Subvisa/RJ), e Rodolfo Nunes, representando a Gerência Geral de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A atividade foi coordenada por Vera Pepe, responsável pelo Cecovisa. 

O diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, apresentou a Câmara Temática de Saúde dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, um trabalho que integra muitas instituições. Cláudio pontuou que cada grande evento representa um desafio e os Jogos Olímpicos serão um enorme desafio por se tratar de um grande volume de pessoas concentradas em curto espaço de tempo. “Tudo é muito rápido quando se começa a pensar em um evento desse porte. Para eventos de massa, é preciso a combinação entre prevenção, monitoramento e reação para qualquer tipo de situação”, analisou. De acordo com o diretor, entre as ações que marcam o planejamento, merecem destaque aquelas relacionadas à informação e comunicação por terem a missão de fornecer informações de interesse público antes e durante o evento.

No âmbito da Câmara Técnica de Saúde, foram criados três grupos de trabalho para os jogos, sendo eles:

Assistência e Regulação (grupo 1);
Vigilância Sanitária (grupo 2); e
Riscos Epidemiológicos, Sanitários, Ambientais e Saúde do Trabalhador (grupo 3).
Cláudio contextualizou, brevemente, questões de gestão da informação sobre o grupo 3. Segundo ele, houve a instalação do Centro Integrado de Operações Conjuntas de Saúde (CIOCS) que possui três frentes de atuação: monitoramento, reposta rápida aos eventos de Saúde Pública e relatório de divulgação de informações. O Centro Integrado funcionará no Rio de Janeiro e haverá sala de situação em Brasília. A gestão operacional é tripartite (SMS, SES, MS/Anvisa) e irá atuar presencialmente no CIOCS. O Centro foi ativado durante os eventos-teste de Hipismo e Remo (agosto de 2015) e ativado também nos eventos-teste de fevereiro de 2016.

No campo da Vigilância em Saúde, de acordo com Claudio, está em fase de elaboração um Plano de Ação de Vigilância em Saúde para os Jogos, um aplicativo de vigilância participativa – o Guardiões da Saúde –, além do Guia Saúde do Viajante atualizado e de estratégias de combate ao Aedes aegypti. “É preciso pensar no pior cenário possível. Se as coisas não acontecerem, ótimo; mas, estamos preparados para tudo. Portanto, é necessária preparação antes, durante e depois. Comunicação e informação, por exemplo, são fundamentais antes e durante os eventos. É preciso lembrar, também, que o pós-evento é muito importante para fazer análises que vão ajudar no desenvolvimento de outros eventos”, finalizou o diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis.

A atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária


Dando sequência à palestra, Rodolfo Nunes, representante da Gerência Geral de Portos, Aeroportos, Fronteiras e Recintos Alfandegados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, começou explicando um pouco sobre os atores envolvidos nesse grande evento, e destacou a atuação da agência por meio da Comissão Anvisa para Olimpíadas e Paralimpíadas 2016. Segundo ele, a comissão engloba a Diretoria de Monitoramento, a Diretoria de Gestão, o Centro de Gerenciamento de Informações sobre Emergências, a Gerência de Inspeção de Alimentos, a Gerência Geral de Coordenação e Fortalecimento do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, a Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde, a Gerência de Laboratórios e a Gerência Geral de Portos, Aeroportos e Fronteiras.

Rodolfo citou algumas ferramentas de trabalho de base legal para os eventos de massa. “A Portaria GM/MS n° 1.990, de 3 de dezembro de 2015, por exemplo, institui o incentivo financeiro destinado aos Estados, Distrito Federal e Municípios para fortalecimento das ações de vigilância sanitária relacionadas aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, na forma do Bloco de Financiamento de Vigilância em Saúde. Temos também as Resoluções da Diretoria Colegiada da Anvisa. A RDC nº11 de 13/3/2014 regulamenta a prestação de serviços de saúde em eventos de massa de interesse nacional e dá outras providências, a RDC nº 41 de 1/9/2015 estabelece normas de controle sanitário sobre a entrada de bens e produtos procedentes do exterior destinados à utilização em eventos de grande porte no país, a RDC nº 42 de 1/9/2015 dispõe sobre a importação de amostras e kits de coleta de amostras sujeitos ao regime de vigilância sanitária, destinados a testes de controle de dopagem, e a RDC Nº 43, de 1/9/2015 sobre a prestação de serviços de alimentação em eventos de massa”, descreveu ele.

Por fim, Rodolfo Nunes apontou as principais ferramentas de atuação da Anvisa, representada pelo Plano Operativo e Matriz de responsabilidade, aprovados pela Diretoria Colegiada em 22/1/2016, que define as ações voltadas à vigilância sanitária a serem executadas pelas três esferas do governo, além do Plano Operativo e de Laboratórios Cidade do Futebol e da intensificação das inspeções em Infraestrutura em Portos, Aeroportos e Fronteiras.

O papel da Subsecretária de Vigilância no Jogos Olímpicos

Finalizando o Centro de Estudos, o subsecretário de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Arnaldo Lassance apontou o papel da Subvisa nos jogos de 2016 (Olímpicos e Paralímpicos) e citou a realização dos eventos teste. Segundo ele, foram realizadas três ondas de eventos antes dos jogos - Primeira Onda: de 13 de Julho a 11  de outubro de 2015, com 12 modalidades; Segunda Onda: de 10 de Novembro de 2015 a 27 de fevereiro de 2016, com 17 modalidades; e Terceira Onda: de 27 de Março a 23 de maio de 2016, com 12 modalidades. Arnaldo contou com a colaboração de sua companheira de Subvisa, Márcia Melo, durante sua apresentação. Segundo ela, nos Jogos Olímpicos, a cidade do Rio de Janeiro receberá 204 delegações com dignitários, 10.900 atletas, 6.540 oficias de equipe, 27 mil jornalistas, 143.091 pessoas direcionadas à força de trabalho, 3.200 árbitros e juízes. Nos Jogos Paralímpicos, serão 176 delegações, 4.342 atletas, 2.610 oficiais de equipe, 10 mil jornalistas, 82.009 pessoas direcionadas à força de trabalho e 1.300 árbitros e juízes.

Márcia citou outros exemplos de ações de Visa nos jogos, como a pressão sobre a rede de urgência e emergência municipal e a pressão adicional decorrente dos Live Sites – arenas com transmissão ao vivo dos Jogos Olímpicos, shows e outras atrações – espalhados pela cidade; além dos numerosos espaços de alimentação a autorizar e vistoriar, totalizando cerca de 200 mil refeições por dia. Com relação ao Plano de Ação da Subvisa, Márcia citou que já existe um Plano de Ação e Matriz de Responsabilidade em curso a fim de apresentar os segmentos e atividades avaliadas pela Subvisa; avaliar ambientes por meio de planta baixa ou projeto simples; visitar os locais previamente ao evento; visitar as empresas fornecedoras dos serviços previamente ao evento; registrar e acompanhar as visitas durante o evento; acompanhar a execução das orientações repassadas; e fornecer informações sobre todo o processo ao Focal do Evento. Tudo isso compõem o Método de Trabalho para prévias.

Por fim, Arnaldo e Márcia apontaram a divisão de responsabilidades nos Jogos Olímpicos 2016. “Cabe ao Comitê Rio 2016 prestar serviços médicos pré-hospitalares fixos dentro do perímetro de segurança para todos os clientes, além de disponibilizar vagas em hospitais particulares para os clientes olímpicos, com exceção dos espectadores. Já aos governos cabe disponibilizar vagas em hospitais públicos para espectadores e qualquer emergência, prestar serviço de atendimento pré-hospitalar (APH) móvel para todos os clientes olímpicos dentro do perímetro de segurança, garantir oferta de sangue e hemoderivados nos hospitais públicos, executar ações de vigilância sanitária nos postos médicos e estabelecimentos alimentares dentro das instalações em tempo hábil para a realização dos jogos, integrar a regulação dos serviços de atendimento pré-hospitalar fixo e móvel dos jogos, com a regulação dos serviços públicos de saúde e serviço de saúde suplementar, e articular mecanismos de notificação de agravos dentro das instalações com a Vigilância Epidemiológica do município do Rio de Janeiro”, concluíram


Que lições podemos tirar da derrocada da Theranos? // Theranos CEO Elizabeth Holmes: 'I feel devastated'

Theranos, empresa de diagnósticos laboratoriais comandada pela Elizabeth Holmes prometia exames mais baratos, acessíveis, rápidos e além de tudo sem dor.

Alegando usar tecnologia de micro fluídos a Theranos dizia ser capaz de realizar com apenas uma gota retirada ponta do dedo, um exame que normalmente precisaria ser feito com coleta de sangue por punção venosa.

Com essa promessa, mais o investimento de fundos de capital de risco, um conselho de administração composto por figuras conhecidas e uma parceria com a Wallgreens (uma das maiores redes de farmácias dos EUA) a Theranos chegou a ser avaliada em mais de 9 bilhões de dólares (para se ter uma base de comparação, o valor de mercado a Embraer é de cerca de US$ 6.2 bilhões).

Em um processo deflagrado por uma matéria no Wall Street Journal em outubro do ano passado várias investigações tem demonstrado que existem muitas coisas erradas com a Theranos e com a sua tecnologia que se acreditava “disruptiva”.
Mas o que o empreendedor na área da saúde pode aprender para não incorrer nos mesmos erros das Theranos?

1.    Dinheiro pode acelerar o processo mas não pular etapas: Ciência é feita a partir de pesquisa, publicação desses resultados e reprodutibilidade dos mesmos. No caso da Theranos, essa pesquisa era até bem simples de ser realizada. Bastava colher amostras de sangue de voluntários nos seus centros e em laboratórios tradicionais, comparar os resultados e publicá-los em alguma revista científica reconhecida. O fato de nunca terem feito isso é bastante suspeito.

2.    Transparência é fundamental: Esse é um dos pilares do Vale do Silício e que não foi respeitado pela Theranos. Claro que antes de se conseguir uma patente ninguém vai sair revelando detalhes da sua tecnologia por ai. Mas a Theranos tem mais de 10 anos, teve tempo mais do que suficiente para conseguir as patentes necessárias e demonstrar a precisão e acurácia dos seus testes.

3.    Uma base científica sólida é importante para se inovar em saúde. Holmes não chegou a terminar a graduação em Stanford. Até ai alguém poderia alegar que Mark Zuckerberg também não concluiu seu curso em Harvard. Mas criar uma rede social é diferente de criar algo que pode ser a diferença entre a vida e a morte das pessoas. É muito pouco provável que alguém sem uma sólida formação científica seja capaz de criar uma invenção na área da saúde na garagem de casa.

Infelizmente para nós, entusiastas da inovação na saúde fica a conta para pagar. Com a derrocada da Theranos irá aumentar a desconfiança em relação as empresas que pretendem inovar na saúde, apesar na necessidade ser enorme. Mas esse é só mais um motivo para fazer a lição de casa direito.


Theranos CEO Elizabeth Holmes: 'I feel devastated'
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Today Show via TwitterElizabeth Holmes.
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Theranos CEO Elizabeth Holmes is at risk of being barred from the blood-testing business for two years as a result of some serious missteps at her startup.
And she says those missteps have made her feel "devastated." 
In an interview with the "Today" show's Maria Shriver, Holmes claimed responsibility for the shortcomings that the Centers for Medicare and Medicaid Services cited in their inspection reports. 
"I feel devastated that we did not catch and fix these issues faster," she said.
A March 18 letter reported by The Wall Street Journal stated that the Centers for Medicare and Medicaid Services said it plans to revoke Theranos' California lab's license based on its failure to comply with the agency's safety and performance standards. 
Another document cited by The Journal detailed the potential two-year suspension of Holmes and Theranos president Sunny Balwani, which would, if put into place, bar them from owning or operating any lab for the next two years.
Regarding the letters as well as the six months of controversy over the accuracy of Theranos' tests, Holmes told Shriver that as the founder and CEO, the responsibility for the problems is hers alone.
"Anything that happens in this company is my responsibility at the end of the day," she said. "We stopped testing and have taken the approach of saying, 'Let’s rebuild this entire lab from scratch so that we can ensure it never happens again.'"
The sanctions outlined in the March 18 letter were based on two main problems. First, the finding of "immediate jeopardy" and Theranos' "failure to meet all CLIA condition-level requirements," and, second, the failure by the lab's owner and director to "comply with certificate requirements and performance standards" outlined during the survey that the agency conducted in December 2015. Theranos had responded to the original concerns outline by CMS in February, though that response wasn't a sufficient fix.
"Probably the most devastating part of this is that I thought we did," Holmes told Shriver.
Theranos has responded to the March 18 letter, so it remains to be seen if these updates are what CMS was looking for.
Watch the full interview:



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