Theranos, empresa de
diagnósticos laboratoriais comandada pela Elizabeth Holmes prometia exames mais
baratos, acessíveis, rápidos e além de tudo sem dor.
Alegando usar tecnologia de
micro fluídos a Theranos dizia ser capaz de realizar com apenas uma gota
retirada ponta do dedo, um exame que normalmente precisaria ser feito com
coleta de sangue por punção venosa.
Com essa promessa, mais o
investimento de fundos de capital de risco, um conselho de administração
composto por figuras conhecidas e uma parceria com a Wallgreens (uma das
maiores redes de farmácias dos EUA) a Theranos chegou a ser avaliada em mais de
9 bilhões de dólares (para se ter uma base de comparação, o valor de mercado a
Embraer é de cerca de US$ 6.2 bilhões).
Em um processo deflagrado por
uma matéria no Wall Street Journal em outubro do ano passado várias
investigações tem demonstrado que existem muitas coisas erradas com a Theranos
e com a sua tecnologia que se acreditava “disruptiva”.
Mas o que o empreendedor na
área da saúde pode aprender para não incorrer nos mesmos erros das Theranos?
1. Dinheiro
pode acelerar o processo mas não pular etapas: Ciência é feita a partir de
pesquisa, publicação desses resultados e reprodutibilidade dos mesmos. No caso
da Theranos, essa pesquisa era até bem simples de ser realizada. Bastava colher
amostras de sangue de voluntários nos seus centros e em laboratórios
tradicionais, comparar os resultados e publicá-los em alguma revista científica
reconhecida. O fato de nunca terem feito isso é bastante suspeito.
2. Transparência
é fundamental: Esse é um dos pilares do Vale do Silício e que não foi
respeitado pela Theranos. Claro que antes de se conseguir uma patente ninguém
vai sair revelando detalhes da sua tecnologia por ai. Mas a Theranos tem mais
de 10 anos, teve tempo mais do que suficiente para conseguir as patentes
necessárias e demonstrar a precisão e acurácia dos seus testes.
3. Uma
base científica sólida é importante para se inovar em saúde. Holmes não chegou
a terminar a graduação em Stanford. Até ai alguém poderia alegar que Mark
Zuckerberg também não concluiu seu curso em Harvard. Mas criar uma rede social
é diferente de criar algo que pode ser a diferença entre a vida e a morte das
pessoas. É muito pouco provável que alguém sem uma sólida formação científica
seja capaz de criar uma invenção na área da saúde na garagem de casa.
Infelizmente para nós, entusiastas da inovação na saúde fica a conta para pagar. Com a derrocada da Theranos irá aumentar a desconfiança em relação as empresas que pretendem inovar na saúde, apesar na necessidade ser enorme. Mas esse é só mais um motivo para fazer a lição de casa direito.
Por Renata Velloso
Theranos CEO Elizabeth Holmes:
'I feel devastated'
·
Today Show via
TwitterElizabeth Holmes.
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Theranos CEO Elizabeth Holmes is at risk of
being barred from the blood-testing business for two years as a result of
some serious missteps at her startup.
And she says those missteps have made her feel
"devastated."
In an interview with
the "Today" show's Maria Shriver, Holmes claimed responsibility for the shortcomings
that the Centers for Medicare and Medicaid Services cited in their inspection
reports.
"I feel devastated that we did not catch and fix
these issues faster," she said.
A March 18 letter reported by
The Wall Street Journal stated
that the Centers for Medicare and Medicaid Services said it plans to revoke
Theranos' California lab's license based on its failure to comply with the
agency's safety and performance standards.
Another document cited by The Journal detailed
the potential two-year suspension of Holmes and Theranos president Sunny
Balwani, which would, if put into place, bar them from owning or operating any
lab for the next two years.
Regarding the letters as well as the six months of
controversy over the accuracy of Theranos' tests, Holmes told Shriver that as
the founder and CEO, the responsibility for the problems is hers alone.
"Anything that happens in this company is my
responsibility at the end of the day," she said. "We stopped testing
and have taken the approach of saying, 'Let’s rebuild this entire lab from
scratch so that we can ensure it never happens again.'"
The sanctions outlined in the March 18 letter were
based on two main problems. First, the finding of "immediate
jeopardy" and Theranos' "failure to meet all CLIA condition-level
requirements," and, second, the failure by the lab's owner and director to
"comply with certificate requirements and performance standards"
outlined during the survey that the agency conducted in December 2015.
Theranos had responded to the original concerns outline by CMS in
February, though that response wasn't a sufficient fix.
"Probably the most devastating part of this is
that I thought we did," Holmes told Shriver.
Theranos has responded to the March 18 letter, so it
remains to be seen if these updates are what CMS was looking for.
Watch the full interview:
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