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quinta-feira, 2 de junho de 2016

Teste triplo. Trapalhada tripla - reportagem da Revista Época que gerou indignação na ANVISA

O obstetra Olímpio Moraes Filho viveu os piores momentos da epidemia do vírus zika, que passou a assustar o Brasil e o mundo em novembro de 2015. Ele administra uma maternidade no Recife ligada à Universidade Estadual de Pernambuco, Estado que concentra um em cada quatro dos 1.384 casos de microcefalia confirmados no país. Ele estava lá quando grávidas começaram a chegar com sintomas de uma doença que, até poucos meses antes, não era comum. Quando ultrassonografias passaram a diagnosticar com frequência microcefalia em fetos. Quando uma onda de pânico assolou gestantes ao se relacionar o novo vírus transmitido pelo Aedes aegypti à malformação congênita que impede o desenvolvimento normal do cérebro.

Seis meses se passaram, o mundo entrou em alerta com a epidemia que se espalhou por 46 países e o Ministério da Saúde divulgou seu plano para enfrentar o zika. Mas, no hospital em que Moraes Filho trabalha, a situação não melhorou: os casos de microcefalia continuam a ser diagnosticados e os médicos seguem sem respostas para as grávidas que chegam com sintomas, como vermelhidão na pele, semelhantes aos causados pelo zika. Moraes Filho e seus colegas contam com as mesmas ferramentas de seis meses atrás: colher uma amostra de sangue da paciente e enviar a um dos 12 laboratórios públicos no país capacitados a procurar vestígios do material genético do vírus. O resultado demora um mês - e isso quando há resultado. "Só 20% dos testes que mandamos estão voltando", diz Moraes Filho. "O volume é muito grande, e o governo não se preparou. Os laboratórios públicos não dão conta." Não deveria ser assim. Em janeiro, o ministro da Saúde à época, Marcelo Castro, afirmou que as gestantes contariam em breve com um novo teste. Com ele, em até oito horas, é possível detectar os vírus zika, da dengue e da febre chikungunva. O novo teste ganhou o apelido de "três em um". A expectativa era de que começaria a ser distribuído em fevereiro. O fim de maio se aproxima e, até hoje, não há notícia do teste O motivo é a falta de entendimento entre dois órgãos vinculados ao Ministério da Saúde e o próprio ministério, sobre as etapas regulatórias necessárias para liberar o exame. É o governo brigando com o próprio governo em meio a uma situação de emergência pública em saúde.


O anúncio inicial da novidade foi feito em janeiro, por duas entidades: a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), de pesquisas em saúde, ligada ao ministério, e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná. Foram encomendados 500 mil kits. A Fiocruz diz que teria condições de produzir e distribuir os kits imediatamente. Seriam fabricados em sua unidade conhecida como Bio-Manguinhos, no Rio de Janeiro, responsável pela produção de vacinas, medicamentos e substâncias químicas usadas em exames, chamadas reagentes. O problema é que a Fiocruz acreditava que seu teste não precisaria de passar pela aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, responsável por avaliar medicamentos e dispositivos médicos usados no Brasil. 

"Houve uma reunião na Fiocruz com o ministro Marcelo Castro, em janeiro", diz Rodrigo Stabeli, vice-presidente de pesquisa e laboratórios de referência da Fiocruz. "Foi perguntado a ele: 'Estamos em emergência. Podemos padronizar um teste que será distribuído não comercialmente em laboratórios públicos. Vai precisar passar pela Anvisa ou não?'. Ele respondeu que não", afirma Stabeli.

A Fiocruz entendeu, inicialmente, que o teste "três em um" se enquadrava dentro de uma categoria de exames, prevista por uma resolução da Anvisa, que elimina a necessidade de passar por um processo de aprovação sanitária. São os testes "in house" - desenvolvido e usado pelo mesmo laboratório. Por isso, a Fiocruz se surpreendeu, posteriormente, quando foi informada pela Anvisa de que deveria submeter o teste ao processo de registro na agência. Segundo a Fiocruz, essa informação foi passada por um técnico da Anvisa a um técnico da Bio-Manguinhos em fevereiro. O Ministério da Saúde afirmou que tudo não passou de um "mal-entendido". E que a aprovação é, sim, necessária.


De acordo com a Anvisa, o teste "três em um" não pode ser considerado do tipo"in house". "Ele não será realizado apenas em um laboratório, ele será distribuído para outros laboratórios públicos", afirma Jarbas Barbosa, diretor presidente da Anvisa. "O Ministério da Saúde terá de comprá-los. Nesse caso, precisa de registro." A Fiocruz discorda. "Não há venda. O Ministério da Saúde financia os custos de produção dos testes, a Fiocruz fabrica e o ministério distribui no sistema público", afirma Cláudia Martins, assessora de gestão da vice-presidência de pesquisa e laboratórios de referência da Fiocruz. Para atender à exigência da Anvisa, a Fiocruz segue trabalhando nos documentos necessários para solicitar o registro à Anvisa. A previsão é de que o pedido seja entregue até o fim de maio. O prazo para a aprovação é incerto. A Anvisa pode pedir mais informações a Fiocruz, caso considere insuficientes ou incompletas as que constarem do documento. "Se não houver necessidade de complementos, o registro deve sair me menos de dois meses", afirma Barbosa, da Anvisa. "Tudo relacionado ao zika tem prioridade." Ainda que o processo transcorra sem nenhuma intercorrência e o teste triplo seja aprovado até julho, serão cinco meses de atraso.


Atualmente, os testes genéticos na rede pública usam reagentes importados, comprados pelo Ministério da Saúde. Neste ano, foram gastos RS 6 milhões. As substâncias foram compradas de quatro empresas estrangeiras e de quatro empresas nacionais, filiais de empresas estrangeiras. O exame desenvolvido pela Fiocruz usa reagentes nacionais, o que baixará em 50% o custo do teste. Além disso, como é um kit pronto, que dispensa a mistura de reagentes, é mais fácil de usar e pode ser feito em mais laboratórios. O número de laboratórios públicos que fará o exame passará de 12 para 27. Isso deverá acelerar a entrega dos resultados.


Para Stabeli, da Fiocruz, a confusão burocrática que deixou milhares de pacientes sem acesso a testes rápidos para o zika é causada por interesses comerciais travestidos de excesso de zelo. "A partir do momento em que se coloca um teste feito por uma instituição pública nos laboratórios públicos, reduzindo a compra de testes externos, o país deixa de comprar de uma empresa e ela sai de um mercado para o qual vendia antes", afirma Stabeli. "Deve ter havido pressão sobre a Anvisa para fazer o teste da Fiocruz passar pela aprovação. Com isso, empresas continuam ganhando ao vender para o ministério", diz Stabeli. "A Fiocruz em nenhum momento pensou em entrar em um jogo comercial. Essa morosidade prejudica quem precisa agora dos testes." O diretor presidente da Anvisa, Jarbas Barbosa, rebate a acusação. "Não pode mos ter exigências diferentes para produtos fabricados por empresas privadas e por instituições públicas. A Fiocruz não pode querer baixar o sarrafo. O cidadão tem direito a um produto de qualidade." A importância de submeter medicamentos, exames e dispositivos médicos a avaliações de segurança e eficácia não está em discussão. Mas são absurdas a confusão de informações entre instituições públicas, durante uma situação de emergência, e a incapacidade de definir prazos para agir. "É preciso ter canais de comunicação mais ágeis entre a Fiocruz, que desenvolve o teste, e a Anvisa, uma agência reguladora", diz o epidemiologista Gustavo Bretas, consultor de doenças transmissíveis da Organização Pan-Americana da Saúde.

A confusão mantém o país dois passos atrás do vírus. O teste genético da Fiocruz seria um belo avanço. Contar apenas com testes genéticos, porém, não é a melhor estratégia para diagnosticar o vírus zika. Eles procuram traços do vírus no sangue ou na urina do paciente - usualmente detectáveis no período em que os sintomas se manifestam e o doente procura atendimento. Mas 80% dos infectados não apresentam sintoma nenhum.


Para dar uma resposta definitiva a grávidas que temem ter sido infectadas sem perceber e entender melhor a circulação do vírus pela população, o mais indicado é o teste que procura anticorpos específicos. Eles são produzidos pelo organismo em resposta ao vírus (leia o quadro). "Precisamos ter esses testes disponíveis na rede pública", diz a obstetra Melânia Amorim, que trabalha no Hospital Municipal Pedro I, em Campina Grande, na Paraíba. A Fiocruz desenvolveu um teste desse tipo, em fase de análise pela Anvisa. O Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo também desenvolveu um exame assim, prepara-se para submetê-lo à Anvisa e espera que ele esteja aprovado em até um ano. Os dois testes sorológicos, feitos em parceria com empresas privadas, serão vendidos. O Ministério da Saúde terá de negociar a compra para distribuí-los nos laboratórios públicos, se quiser e se puder. Estamos longe de obter resposta para a pergunta mais básica em uma epidemia - onde está o vírus?

Fonte: Época

WORKSHOP SOBRE NORMAS PARA A GESTÃO DA INOVAÇÃO NO PAÍS

A importância de criar normas que uniformizem a gestão de atividades para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) no Brasil foi tema de um workshop realizado no Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), nesta quarta-feira (1º). Além de debater a normalização em PD&I no país, os participantes puderam conhecer os movimentos de normalização internacionais na área.

Organizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), pelo Tecpar e pela Rede Parananense de Metrologia e Ensaios (PR Metrologia), o workshop “Atividades para Pesquisa do Desenvolvimento e Inovação (PD&I): casos de implementação da Norma Brasileira” contou com palestras, talk shows e apresentações sobre o cenário atual de implementação da norma nacional e os movimentos internacionais na área.
O diretor-presidente do Tecpar, Júlio C. Felix, que também coordena a Comissão de Estudo Especial de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da ABNT (ABNT/CEE-130), apresentou, entre outras ações, os estágios para o desenvolvimento de normas na Organização Internacional de Normalização (ISO, na sigla em ingês), fruto de sua participação como delegado brasileiro na última reunião da ISO.

Felix ressaltou a importância de normalizar a gestão de PD&I para melhorar a atuação de empresas de todos os portes. “Ao criar normas, todos passam a falar a mesma língua e começam a organizar melhor as atividades e os processos internos. São ferramentas que servem como guia para quem quer inovar”, pontuou.
Representando o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), João Carlos Gomes, o coordenador da Ciência e Tecnologia da secretaria, Evandro Razzoto, salientou que o grande desafio do país é pensar a inovação tecnológica de forma estratégica. “É preciso unir o setor produtivo, a academia e o governo para fazer nosso estado e nosso país avançar e dar suporte à inovação”, ressaltou.
Terminologia
Coordenador do grupo de trabalho sobre terminologia da ABNT/CEE-130, José Augusto Abreu avalia que, para a inovação acontecer, é preciso que as ações sejam normalizadas. “É um trabalho árduo para criar normas e terminologias para que todos tenham a mesma linguagem, favorecendo assim a inovação”, analisa.
Para a coordenadora da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae Nacional, Hulda Giesbrecht, que mediou o talk show sobre dificuldades e contribuições na utilização das normas, a normalização na área de gestão da PD&I cria um ambiente propício à inovação entre as empresas. “Inovar, em especial para uma pequena empresa, é essencial para ela se diferenciar no mercado. Com normas claras em P&D, elas ganham suporte para a inovação”, explicou.
Reunião
Nesta quinta-feira (2), os membros da Comissão de Estudo Especial de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da ABNT (ABNT/CEE- 130) se reúnem no Tecpar para dar prosseguimento aos trabalhos de discussão sobre terminologia, diretrizes, requisitos e ferramentas de apoio na área de PD&I.
A RM Consult integra a Comissão é coordena o Grupo de Coordenação das Comunicações. 

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Medidas de combate à zika e à dengue são aprovadas no Senado

Medidas de combate à zika e à dengue são aprovadas no Senado

   
Da Redação | 31/05/2016, 19h35 - ATUALIZADO EM 31/05/2016, 20h09
       Waldemir Barreto/Agência Senado
O Plenário do Senado aprovou, nesta terça-feira (31), medida provisória com ações de combate ao zika vírus, à dengue e à febre chikungunha. A MP 712/2016 autoriza o ingresso forçado de agentes de combate a endemias em imóveis abandonados; permite dedução no Imposto de Renda de doações a projetos aprovados pelo Ministério da Saúde; e prevê auxílio financeiro a crianças com microcefalia. A matéria segue para sanção da Presidência da República.
- Essa matéria, sem dúvida nenhuma, dará ao poder público, ao governo federal, aos governos estaduais e municipais a condição técnica  e legal de realizarem um trabalho de enfrentamento dessa grave situação de saúde pública que existe no Brasil -  afirmou o senador Paulo Bauer (PSDB-SC), que presidiu a comissão mista criada para analisar a medida.
Já o senador  Lasier Martin(PDT-RS) destacou que só no ano passado foram registrados 1,65 mil casos de dengue no Brasil, com 883 mortos.
- Se não bastassem os problemas políticos e econômicos do Brasil, um mosquito perturba a vida nacional e precisa ser combatido urgentemente. Não podemos mais protelar diante da vida de milhares de brasileiros que vêm sendo perdidas – disse.
Imóveis
Para entrar no imóvel abandonado, o agente de saúde poderá contar com o apoio de policiais ou da guarda municipal sempre que necessário e terá de fazer um relatório detalhado das medidas sanitárias adotadas para o controle dos focos de reprodução do mosquito.
O ingresso forçado deverá ser realizado preservando-se a integridade do imóvel e também poderá ocorrer sempre que se verificar a existência de outras doenças com potencial de proliferação ou de disseminação que apresentem grave risco ou ameaça à saúde pública, condicionada à Declaração de Emergência em Saúde Pública.
O texto inclui na legislação sanitária nova multa de 10% na faixa de R$ 2 mil a R$ 75 mil no caso de reincidência em manter focos de vetores no imóvel por descumprimento da recomendação das autoridades sanitárias.
O sábado fica estabelecido como o dia de limpeza dos imóveis, de campanhas educativas, em especial às gestantes e de orientação à população.
Dedução de impostos
A MP isenta de pagamento do Imposto de Importação e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) operação que envolva repelentes de insetos para aplicação tópica na forma de uma preparação em gel à base de caridina e suas matérias primas; inseticidas e larvicidas com aplicação no combate ao mosquito Aedes aegypti; e telas e mosquiteiros de qualquer espécie.
Na Câmara dos Deputados o texto original foi alterado para prever a criação do Programa Nacional de Apoio ao Combate às Doenças Transmitidas pelo Aedes (Pronaedes) para financiar projetos com recursos de doações dedutíveis do Imposto de Renda. Esse ponto foi questionado por alguns senadores tanto pelos incentivos fiscais como porque se trataria de iniciativa privativa do Executivo.
De acordo com a MP, pessoa física e pessoa jurídica poderão doar dinheiro, bens móveis ou imóveis, ceder bens para uso ou equipamentos ou realizar manutenção ou reparos em bens móveis, assim como fornecer material de consumo e insumos.
A dedução do Imposto de Renda poderá atingir até 1,5% do imposto devido pela pessoa física e até 1% do imposto devido pela pessoa jurídica. As doações terão de ser para projetos aprovados pelo Ministério da Saúde dentro de critérios como prioridade para áreas de maior incidência dessas doenças, redução da desigualdade regional, prioridade para municípios com menos recursos próprios disponíveis para vigilância em saúde e prevenção da doença.
Esses projetos serão avaliados pelo ministério no final das ações e serviços ou anualmente, se forem permanentes. O Ministério da Saúde deverá publicar, na internet, relatório de avaliação e acompanhamento das ações e serviços.
Microcefalia
A MP concede ainda um Benefício de Prestação Continuada (BPC) temporário, por prazo máximo de três anos, à criança vítima de microcefalia em decorrência de sequelas neurológicas por doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
O benefício será concedido em razão da condição de miserabilidade do grupo familiar e depois do período da licença-maternidade, que passa a ser de 180 dias para as mães dessas crianças. Isso valerá para todas as seguradas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS): especial, contribuinte individual, facultativa e trabalhadora avulsa.
José Pimentel (PT-CE ) elogiou a vinculação dos recursos da repatriação de divisas para custear as demandas junto à Previdências Social.
- No orçamento de 2016 aqueles recursos estão livres. Portanto, temos fontes suficientes para atender esses benefícios novos, seja  no campo da ampliação da licença-maternidade, seja no que diz respeito aos novos recursos da Lei Orgânica da Assistência Social - explicou.
Agência Senado

Pesquisadores divergem sobre regulamentação de defensivos fitossanitários


Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
Comissão especial analisa o PL 3200/15, que regulamenta o uso dos defensivos fitossanitários e produtos de controle ambiental – também conhecidos como defensivos agrícolas
Pesquisadores divergiram, nesta terça-feira (1º), sobre a regulamentação de defensivos fitossanitários e produtos de controle ambiental no País. Eles participaram de audiência pública na comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa o Projeto de Lei (PL) 3200/15, que trata do assunto. 

O debate foi proposto pelo relator do colegiado, deputado Luiz Nishimori (PR-PR), e pelos deputados João Daniel (PT-SE), Bohn Gass (PT-RS) e Padre João (PT-MG).

O pesquisador da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) Marcelo Firpo Porto afirmou que a regulamentação de agrotóxicos é um enorme retrocesso para o Brasil. “Os agrotóxicos afetam o meio ambiente e a saúde humana. É importante que a gente não tome decisões que podem afetar a saúde do meio ambiente, principalmente, quando existem incertezas elevadas sobre essas substâncias”, defendeu.

Marcelo Firpo alertou que os defensivos fitossanitários são, muitas vezes, responsáveis pelo desenvolvimento do câncer, em geral, após a exposição repetida a doses baixas dos produtos. Ele relatou também que a complexidade na análise dos agrotóxicos dificulta a garantia de que as substâncias utilizadas na agricultura são controláveis.

“Somos os maiores consumidores mundiais de agrotóxicos. No Brasil, se subsidia isso como se subsidia tratores e outras tecnologias ligadas à produção agrícola. No mundo, discute-se o fim deles. O Brasil caminha na direção contrária; estamos em processo de aumentar o número de agrotóxicos”.

Ao citar os impactos econômicos do uso dos defensivos fitossanitários, Marcelo destacou que efeitos sociais, ambientais e à saúde não foram considerados: “Quem paga os custos da doença gerada pelos agrotóxicos é o órgão público. Trabalhamos aqui com pessoas infectadas com impactos agudos”.

O primeiro vice-presidente da comissão, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), questionou Marcelo Firpo sobre qual seria a solução da ANA para substituir a falta dos defensivos fitossanitários na agricultura. Em resposta, o pesquisador alegou que há uma grande quantidade de agricultores familiares que não utilizam agrotóxicos. “A proposta é que a legislação atual pode ser avançada em relação a capacitar os órgãos de fiscalização e pode impedir que os agrotóxicos sejam baratos e subsidiados como tratores. As feiras agrológicas no Brasil são mais baratas que o supermercado”, exemplificou.

Valdir Colatto destacou, ainda, o uso da tecnologia como essencial para a produtividade da agricultura. “Temos dois mundos: um lado com o não uso da tecnologia e com combate radical contra os defensivos e outro com o uso da tecnologia. Todo mundo sonha em não precisar de produtos químicos”, salientou.
Por outro lado, o pesquisador da Embrapa Soja, Décio Gazzoni, defendeu a regulamentação dos agrotóxicos. “Em último caso, precisamos de defensivos para proteger os nossos cultivos. Mas temos que proteger o ambiente e os serviços ambientais, considerando o mínimo impacto possível, como é permitido em lei”.

Além disso, Décio explicou que país tropical tem um clima favorável para pragas e para a diversidade de hospedeiros, o que dificulta, ainda mais, a exclusão do uso de defensivos fitossanitários na agricultura brasileira.

Divergências válidas
Relator da comissão especial e um dos autores do requerimento para realização da audiência, o deputado Luiz Nishimori (PR-PR) afirmou que as opiniões divergentes dos palestrantes enriquecem o debate da comissão. 
“Tivemos um lado que defende o não uso dos defensivos e outro lado que defende, na verdade, a evolução econômica. Os dois lados têm suas razões. O debate foi muito bom”, avaliou.

O projeto
O projeto, do deputado Covatti Filho (PP-RS), substitui a atual Lei dos Agrotóxicos (7.802/89), que é revogada pelo texto. Além de trocar o nome agrotóxico por “defensivos fitossanitários e produtos de controle ambiental”, o texto também institui, na estrutura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a Comissão Técnica Nacional de Fitossanitários (CTNFito).

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

Reportagem – Clara Sasse
Edição – Luciana Cesar

terça-feira, 31 de maio de 2016

Anvisa registra novo teste rápido para Zika

Novo teste rápido para a detecção do Zika vírus. O produto foi registrado em nome da Bahiafarma, o laboratório farmacêutico público do estado da Bahia.

A Anvisa divulgou nesta segunda-feira (30/5) o registro de mais um teste rápido para a detecção do Zika vírus. O produto foi registrado em nome da Bahiafarma, o laboratório farmacêutico público do estado da Bahia.

Para o desenvolvimento do produto, a Bahiafarma estabeleceu parceria de desenvolvimento com uma empresa sul-coreana, de forma que as atividades produtivas são distribuídas entre as duas empresas. Este é o segundo teste do tipo imunocromatográfico registrado no país.

O novo teste apresenta o resultado vinte minutos após a aplicação da amostra e aumenta o conjunto de testes disponíveis para detecção do Zika. Apesar de ser um teste rápido, este produto não é um autoteste e requer um ambiente laboratorial mínimo para ser aplicado. Por isso, este teste, como os demais já registrados, não será vendido em farmácias.

O processo de registro do teste na Anvisa recebeu prioridade para sua análise e durou 75 dias. Durante o processo de análise, a Anvisa apresentou três pedidos de exigências técnicas para esclarecimentos sobre os estudos de desempenho realizados e sobre o processo produtivo.

A Anvisa vem dando prioridade a todos os produtos relacionados às doenças transmitidas pelo mosquito aedes aegypti, que passaram a receber atenção especial das áreas de registro de medicamentos e produtos.

Por: Ascom

Estudo inédito aponta que 18,5% dos adolescentes experimentam cigarro

A constatação é do levantamento Erica, do Ministério da Saúde; já a pesquisa Vigitel detectou redução de 33,8% entre os fumantes adultos nos últimos 10 anos

São 18,5% os adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos que já experimentaram cigarro, constatou o Erica - Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes, pesquisa inédita realizada pelo Ministério da Saúde e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em parceria com 33 instituições de ensino superior. A proporção revela que cerca de 1,8 milhão de adolescentes nesta faixa etária já usaram, pelo menos uma vez, o produto derivado do tabaco. Apesar do número ainda alto, o dado pode indicar uma tendência de queda na experimentação de cigarro entre os adolescentes do país. Estudos anteriores, como a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), de 2009, haviam detectado que 24% dos adolescentes de 13 a 15 anos nas capitais brasileiras tinham tido ao menos um contato com o cigarro.

“A redução no número de fumantes é um avanço nas políticas realizadas pelo Ministério da Saúde e pelo Inca. O dado do Erica destaca a importância de se cortar o mal pela raiz, já que quanto menos jovens estiverem fazendo uso do cigarro, menos adultos fumantes teremos no futuro e consequentemente menos doenças e mortes ocasionadas pelo tabagismo”, assinalou o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

O Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (Erica) ouviu 74.589 adolescentes de 1.251 escolas públicas e privadas em 124 municípios com mais de 100 mil habitantes, incluindo todas as capitais. É o primeiro levantamento feito com coleta de dados de jovens entre 12 e 17 anos para fornecer estimativas nacionais sobre a prevalência de fatores de riscos cardiovasculares, tais como hipertensão arterial, dislipidemia e de síndrome metabólica. O estudo traz recortes por sexo e idade, saúde mental e comportamentos geralmente iniciados nessa fase da vida - como tabagismo, consumo de álcool e vida sexual.

Entre as capitais, Campo Grande (26,8%), Porto Alegre (26,5%), Florianópolis (25,1%) e Curitiba (23,4%) apresentaram maior prevalência de adolescentes que afirmaram ao menos uma experiência com cigarro. Já em Natal (14,8%), Teresina (14,6%), Salvador (12,5%) e Aracaju (12,2%) estão as menores proporções. O estudo mostrou também que, independente do sexo, as prevalências foram maiores em adolescentes que não moravam com os dois pais e que referiram ter tido contato com fumante em casa ou fora. Outra constatação do estudo foi o de que as jovens do sexo feminino estudantes de escolas públicas (5,7%) fumam mais do que as de escolas privadas (3,7%).

O levantamento também avaliou o número de adolescentes que experimentaram o cigarro por região. Destaca-se o Sul do país, que registrou o maior índice percentual, 23,3%; o Nordeste apresentou a menor proporção, 15,2%. A pesquisa foi feita por meio de um questionário dividido em 11 blocos, além de exames coletados pelos pesquisadores. Todos os adolescentes receberam os resultados de suas avaliações e, quando detectado algum problema de saúde, o adolescente foi alertado e orientado a procurar um serviço de saúde.

FUMO ENTRE ADULTOS – Entre os adultos, os resultados do mais recente levantamento do Ministério da Saúde, o Vigitel 2015, são otimistas. Segundo os dados da pesquisa, houve redução de 33,8% no número de fumantes adultos nos últimos dez anos: 10,4% da população das capitais brasileiras ainda mantêm o hábito de fumar. Em 2006, esse percentual era de 15,7% para o conjunto das capitais. Os homens continuam sendo os que mais fazem uso do tabaco (12,8%), ao passo que as mulheres fumantes são 8,3% dentro do total da população feminina das capitais. Há 10 anos, esse número era de 20,3% entre os homens e 12,8% nas mulheres.

“A redução na prevalência de fumantes nas últimas décadas tornou nosso país um caso mundial de sucesso no controle do tabagismo”, salienta o ministro Ricardo Barros.

Apesar disso, de acordo com o Ministério da Saúde, as doenças geradas pelo tabagismo ainda acarretam em aproximadamente 200 mil mortes por ano no Brasil. No mundo, informa o Instituto Nacional de Câncer - Inca, são seis milhões de óbitos anuais. O tabaco é um fator importante no desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares. Ainda de acordo com a entidade, os custos para o sistema de saúde são de R$ 23 bilhões ao ano.

FREQUÊNCIA DE FUMANTES - Ainda segundo o Vigitel 2015, a frequência de fumantes no país é menor antes dos 25 anos de idade ou após os 65 anos. Os maiores contingentes de fumantes adultos foram encontrados entre os homens de Porto Alegre (16,7%), São Paulo (15,6%) e Cuiabá (14,9%), e entre mulheres em Porto Alegre (13,4%), São Paulo (12,2%) e no Rio de Janeiro (10,8%). Na contramão dessas capitais, os homens de Salvador (5,6%), São Luís (8,5%) e Goiânia (8,7%) e as mulheres de São Luís (1,5%), Belém (3,2%) e Aracaju (3,6%) foram os que registraram a menor frequência de adultos fumantes.

AÇÕES FREIAM CONSUMO - A redução no consumo do tabaco no Brasil é resultado de uma série de ações desenvolvidas pelo Governo Federal para combater o seu uso. A política de preços mínimos é um exemplo, pois está diretamente ligada à redução do consumo do cigarro em todas as faixas etárias. Considerando que a experimentação de cigarro entre os jovens é alta e que cerca de 80% dos fumantes iniciam o hábito antes dos 18 anos, o preço é um inibidor.

Outra ação importante foi a legislação antifumo que proibiu o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos e outros produtos fumígenos, derivados ou não do tabaco, em locais de uso coletivo, públicos ou privados - mesmo que o ambiente esteja só parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou até toldo. Os narguilés também foram incluídos na proibição.

O Ministério da Saúde também ampliou ações de prevenção com atenção especial aos grupos mais vulneráveis (jovens, mulheres, população de menor renda e escolaridade, indígenas, quilombolas), assim como contribuiu para o fortalecimento da implementação da política de preços e de aumento de impostos dos produtos derivados do tabaco e álcool. Houve também o fortalecimento, no Programa Saúde na Escola (PSE), das ações educativas voltadas à prevenção e à redução do uso de álcool e do tabaco.

TRATAMENTO – Com o intuito de reduzir o número de pessoas com câncer, entre outras doenças crônicas não transmissíveis, o Ministério da Saúde vem investindo fortemente no controle do tabagismo, tendo atualizado em 2013 as diretrizes de cuidado à pessoa tabagista e ampliado o acesso ao tratamento. Além disso, foram criados Centros de Referência em Abordagem e Tratamento dos Fumantes nas unidades de saúde de maior densidade tecnológica e nos hospitais capacitados segundo o modelo do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT).

São ofertados gratuitamente medicamentos como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e bupropiona. O Ministério da Saúde destinou R$ 42,9 milhões para compra dos produtos em 2015. Foram distribuídos 7,9 milhões de adesivos de nicotina 7mg, 8,9 milhões de adesivos de nicotina 14mg, 11,04 milhões de adesivos de nicotina 21mg, 1,6 milhão de gomas de nicotina 2mg e 33,05 milhões de unidades de cloridrato bupropiona 150mg.

A priorização do atendimento de quem deseja parar de fumar nas Unidades Básicas de Saúde pode ser mensurada pela Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE. A PNS revela que em 2013, 73,1% das pessoas que tentaram parar de fumar conseguiram tratamento, um aumento importante em relação a 2008, que era de 58,8%.

RECONHECIMENTO - Em 2015, o trabalho do Brasil no controle do tabagismo foi reconhecido internacionalmente pela Bloomberg Philanthropies, que auferiu ao país o Prêmio Bloomberg para o Controle Global do Tabaco. A cerimônia de entrega ocorreu durante a 16ª Conferência Mundial Sobre Tabaco ou Saúde em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.

EMBALAGENS PADRONIZADAS – Neste ano, as embalagens padronizadas de tabaco são o tema da campanha do Dia Mundial sem Tabaco, coordenada no Brasil pelo INCA. A ação foi recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de destacar o papel da embalagem padronizada como parte de uma abordagem abrangente e multissetorial para o controle do tabaco.

A OMS recomenda o cumprimento do que está estabelecido no Artigo 11 da Convenção-Quadro da OMS para Controle do Tabaco, tratado internacional de saúde do qual o Brasil é signatário, ratificado em 2005 pelo Congresso Nacional. Medidas indicadas no documento e já adotadas no país têm contribuído para uma significativa redução do tabagismo e das doenças relacionadas.

De acordo com o Artigo 11 da Convenção, deve-se suprimir o apelo visual que atrai a população jovem para o consumo – já que as embalagens de tabaco são, atualmente, o principal instrumento de publicidade da indústria, com investimentos crescentes no aprimoramento visual, formato, colocação estratégica nos pontos de venda, dentre outras estratégias. Lançadas em edições limitadas, com brindes, em diferentes formatos, as embalagens de produtos de tabaco estão cada vez mais sedutoras, com forte apelo ao público jovem.

Por Victor Maciel, da Agência Saúde
Atendimento à Imprensa


MICOFENOLATO DE SÓDIO será fornecido ao MS pelo LAB. QUI. FARM. DO EXÉRCITO - no valor total de R$ 155.868.103,20

EXTRATO DO TERMO DE EXECUÇÃO DESCENTRALIZADA DE RECURSOS Nº 25/2016
CONVENENTES: 

Celebram entre si a União Federal, através do Ministério da Saúde - CNPJ nº 00.530.493/0001-71, e a(o) LABORATORIO QUIMICO FARMACEUTICO DO EXERCITO/RJ - CNPJ nº 10.266.175/0001-07.

OBJETO: Dar apoio financeiro para "Aquisição e Distribuição de Medicamentos - Aquisição e Distribuição de Micofenolato de Sódio 180 Mg e 360 Mg", visando ao fortalecimento do Sistema Único de Saúde - SUS.

PROCESSO: 25000.057247/2016-02. CRÉDITO: Os recursos decorrentes do presente Convênio são provenientes:
1)      MINISTÉRIO: R$ 155.868.103,20, UG: 257001, Gestão: 00001, Programa de Trabalho: 10.303.2015.4705.0001, Natureza de Despesa: 33.90.30,

2)      Fonte de Recursos: 6153000000. RECURSOS FINANCEIROS: R$ 155.868.103,20 (Cento e cinquenta e cinco milhões, oitocentos e sessenta e oito mil, cento e três reais e vinte centavos).

VIGÊNCIA: Entrará em vigor a partir de sua assinatura até 15/05/2017.
DATA DE ASSINATURA: 20/05/2016

SIGNATÁRIOS: JOSE AGENOR ALVARES DA SILVA, SECRETÁRIO-EXECUTIVO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE - CPF nº 130.694.036-20; JOI LUIZ DE JESUS, DIRETOR - CPF nº 560.994.106-78.

Cresce suspeita de que demências sejam doenças autoimunes



Vários estudos já dão fundamentação à ideia de que Parkinson e Alzheimer sejam doenças autoimunes. Muitos cientistas já acreditam até que as proteínas beta-amiloide podem ter efeitos benéficos.[Imagem: Carolina Cebrian]
Sem explicações
Uma nova teoria está propondo que as causas das demências, como Alzheimer e Parkinson, além de outras doenças neurodegenerativas, estão em um sistema imunológico fora de controle.
Com a ineficácia das terapias desenvolvidas até agora, há algum tempo os cientistas veem procurando uma nova teoria que explique o surgimento das demências.
Pesquisadores australianos acreditam agora já dispor de fortes evidências de que o declínio neurológico comum a estas doenças é causado por uma "autoinflamação", na qual o próprio sistema imunológico do corpo desenvolve uma resposta inflamatória persistente e faz com que as células do cérebro morram.
Até agora, os cientistas têm-se concentrado no papel dos depósitos de proteínas, chamadas placas amiloides, que se formam no cérebro das pessoas afetadas com Alzheimer. Mas agora já está claro que esta é uma explicação inadequada - ou, no mínimo, insuficiente - para a doença de Alzheimer.
Demência como doença autoimune
Há muitas formas de neurodegeneração, incluindo Alzheimer, Parkinson e doença de Huntington. Estas condições são diferenciadas pelos diferentes tipos de células nervosas do cérebro que são afetadas primeiro e pelos sintomas que aparecem primeiro. No entanto, conforme todas essas doenças progridem, elas tornam-se mais semelhantes.
Robert Richards e seus colegas da Universidade de Adelaide acreditam que, em vez de vários mecanismos, cada doença tem o mesmo mecanismo subjacente, além de uma via comum de perda de células nervosas.
"O nosso interesse no próprio sistema imunológico inato como o culpado começou quando descobrimos que os agentes do sistema imunológico são ativados em um modelo de laboratório da doença de Huntington," explica ele. "Pesquisadores de outros laboratórios ao mesmo tempo relataram características semelhantes em outras doenças neurodegenerativas. Quando nós colocamos juntas as evidências, a ideia de que a imunidade inata descontrolada é realmente a causa comum surge de forma muito forte."
Outras hipóteses propõem que o Parkinson pode começar no intestino e migrar para o cérebro. [Imagem: Aarhus University]

Autoimunidade
sistema imunológico é a primeira linha de defesa nas células, e normalmente distingue entre as moléculas que pertencem ao corpo e as moléculas invasoras, causadoras de doenças. É um alarme e um sistema de resposta com um mecanismo de autodestruição para conter e eliminar os invasores ou células anormais, como o câncer.
Vários problemas podem levar ao mau funcionamento desse sistema, incluindo mutações genéticas, infecções, toxinas ou lesão física, que têm sido associadas com diferentes formas de neurodegeneração.
Inicialmente o sistema imune protege o tecido contra esses gatilhos, mas uma ativação prolongada em algum momento começa a se autoperpetuar, causando a morte das células do cérebro, propõem os pesquisadores.
"Esperamos que esta nova forma de entender a neurodegeneração leve a novos tratamentos," diz o professor Richards. "Agora precisamos investigar mais as moléculas sinalizadoras do sistema imunológico para identificar novos alvos de drogas que irão retardar o aparecimento e/ou parar a progressão dessas doenças devastadoras."
Redação do Diário da Saúde


Novo fascículo da OPAS/OMS sobre uso racional de medicamentos trata de registro e autorização

A Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) lançou na sexta-feira (27) o 6º fascículo da série “Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e nos macroprocessos da Assistência Farmacêutica”. Com o tema “Registro e autorização: atendimento aos requisitos mínimos dequalidade, eficácia e segurança”, a publicação tem o objetivo de fornecer aos profissionais, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) informações confiáveis e isentas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis.

De acordo com a publicação, o registro de insumos e de especialidades farmacêuticas se faz necessário como barreira contra insumos inadequados para uso farmacêutico. Diversos países desenvolvidos e em desenvolvimento possuem leis com o objetivo de estabelecer parâmetros e critérios de qualidade para garantir a eficácia e segurança desses produtos e o investimento realizado em suas agências reguladoras é o ponto de partida para essa certeza. “O país que possui sua própria farmacopeia já está sintonizado com ações de órgãos ou entidades internacionais que buscam atender seus cidadãos da melhor maneira possível quando se trata da saúde pública”, afirma Gerson Antônio Pianetti, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autor do texto.

Em 1999, foi criada a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A partir desse momento, todas as empresas que fabricam, distribuem, exportam e armazenam insumos farmacêuticos ativos tiveram de começar a cadastrá-los junto à instituição. “A finalidade com o cadastro é o de possibilitar o conhecimento dos insumos comercializados no país e subsidiar as ações de fiscalização e inspeção dos fabricantes nacionais e estrangeiros, além de mapear os insumos produzidos no país e aqueles importados. São proibidas as importações e a comercialização de insumos farmacêuticos que ainda não tiveram sua eficácia terapêutica avaliada pela Agência”, diz Pianetti.

Segundo o fascículo, a indústria farmacêutica brasileira respondeu de forma rápida na aceitação desses novos procedimentos e, por outro lado, as universidades voltaram seus conhecimentos para novas diretrizes na área da saúde pública. O arcabouço das ações sanitárias para a garantia de medicamentos com qualidade, eficazes e seguros, passa pela legislação como princípio, mas deve também ter uma fiscalização sanitária de porte, para evitar que em alguma situação essa premissa deixe de ser observada por quem pesquisa; produz; prescreve; dispensa e acompanha o paciente em suas necessidades primordiais.

Sobre a série “Uso Racional de Medicamentos”
O projeto, que conta com a participação de renomados profissionais, é coordenado pela OPAS/OMS em conjunto com a pesquisadora Lenita Wannmacher. Nos próximos meses, serão lançados mais 15 fascículos em português e com linguagem acessível. A escolha dos temas sobre condutas terapêuticas baseou-se, principalmente, nas dez maiores causas de morte apontadas pela Organização Mundial da Saúde em maio de 2014.

Todos os capítulos da série estarão disponíveis gratuitamente para download e poderão ser acessados na área de publicações da página da OPAS/OMS Brasil na internet.

Fonte: OPAS/OMS

OPAS/OMS abre chamada para projetos de pesquisa sobre programas de saúde nas Américas

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), em coordenação com a Aliança para Pesquisa em Políticas e Sistemas de Saúde (Alliance for Health Policy and Systems Research/AHPSR) da Organização Mundial da Saúde (OMS), lançou chamada para projetos que busquem melhorar a implementação de programas públicos de saúde nos países das Américas – programa iPIER.

As bolsas variam de 25 mil a 30 mil dólares. A data limite para participação é 20 de junho de 2016.O objetivo dessa iniciativa é identificar e eliminar barreiras na implementação de programas. Os subsídios serão destinados aos responsáveis pela execução dos programas nas instituições públicas que desejam aprimorar a eficiência de seus programas, incluir pesquisas sobre eles, saber mais sobre a implementação e facilitar a tomada de decisões com base em evidências empíricas.

O programa iPIER é executado pelo Departamento de Gestão do Conhecimento e Investigação Bioética da OPAS/OMS desde 2014 e já financiou 12 projetos na região. 

Para mais informações cliqueaqui ou entre em contato pelo e-mail ipier@paho.org

Fonte: OPAS/OMS

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