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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Presidente da Fiocruz recebe prêmio Médico do Ano da SMCRJ

Desde 1978, a centenária Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (SMCRJ) realiza premiação conhecida em todo o país pelo reconhecimento aos médicos que se dedicam à profissão com afinco e ética. Em 2016, o eleito para receber o prêmio Médico do Ano, em sua 38ª edição, foi o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha. A solenidade acontecerá no próximo na próxima segunda-feira (17/10), às 19h30, no Auditório Geral Nobre do Hospital Universitário Gafreé e Guinle, que fica localizado no bairro da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Em 2016, o eleito pela SMCRJ foi o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha (foto: Peter Ilicciev)

“Quando recebi a notícia fiquei muito surpreso e emocionado. O meu processo de formação, logo depois da residência médica em psiquiatria, foi dedicado à saúde pública, área muitas vezes considerada um campo mais afastado da vertente tradicional da medicina", comentou Gadelha. "Desde 1985, eu me envolvi profundamente com a Fiocruz, de tal forma que a minha trajetória profissional se mesclou de maneira profunda com a minha vida. Na Fiocruz, dada a complexidade e a diversidade da instituição, todas as dimensões da pesquisa, da medicina e da saúde pública se integram num processo único como pudemos vivenciar neste ano com a epidemia de zika”.

Gadelha destacou ainda a importância da SMCRJ e disse ter ficado honrado com a homenagem. “A SMCRJ é uma das mais relevantes sociedades do país e é representada por grandes médicos da medicina clínica e cirúrgica. O fato da SMCRJ ter me reconhecido como um merecedor do prêmio me deixou extremamente feliz e honrado”, disse Gadelha.

Na década de 70, Gadelha já presidiu a Associação dos Médicos Residentes do Rio de Janeiro e a Associação Nacional dos Médicos Residentes. O presidente da Fiocruz reforça a importância dos médicos se associarem a instituições que caminham junto ao profissional, oferecendo orientação e conhecimento. “Acho fundamental para o médico estar próximo de organizações e instituições, pois são nesses lugares que podemos contar com estrutura, acolhimento, sendo um lugar de diálogo, de capacitação e de representatividade da categoria. Lembro que muitas vezes utilizávamos o espaço na SMCRJ para fazer nossas reuniões das associações de médicos residentes. Foi assim que conheci a Sociedade de Cirurgia e Medicina do Rio de Janeiro, quando esta teve mais uma vez importância fundamental no aprimoramento dos médicos e na expressão do seu pensamento coletivo”, afirmou.

Graduado em medicina pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), mestre em Medicina Social pela mesma universidade, e doutor em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), Paulo Gadelha atua na gestão institucional da Fundação Oswaldo Cruz desde 1985. Ao longo desses anos, participou da criação de unidades técnico-científicas, coordenando projetos institucionais e as principais instâncias da gestão participativa, tendo atuado como secretário e coordenador das plenárias dos congressos internos desde a criação desse fórum deliberativo, em 1988, até 2009. Nesse processo, foi um dos responsáveis pela elaboração do Estatuto da Fiocruz e, de 2001 a 2009, período no qual atuou como vice-presidente, coordenou os Coletivos de Gestores e a elaboração dos planos quadrienais. Foi eleito presidente da Fiocruz em 2008 para o mandato 2009-2012 e reeleito para 2013-2016. Saiba mais sobre sua trajetória aqui.

Solenidade Médico do Ano e SMCRJ

Desde 1978, a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, reconhece médicos que fizeram e fazem a diferença de alguma forma e que exercem a Medicina em benefício da população, contribuindo com a promoção da saúde do país, com ética e amor a profissão. Ivo Pitangui, Pedro Ernesto, Paulo Niemeyer e Raul Fialho de Faria Junior são alguns dos médicos que já foram agraciados com o reconhecimento.

Fundada em 1886, a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro (SMCRJ) é considerada uma das mais antigas sociedades do país. Desde a inauguração, a SMCRJ mantém o mesmo objetivo principal: organizar a categoria médica em torno das discussões específicas da saúde e de seu papel político.

Atualmente, a centenária instituição oferece atividades de cunho científico, cultural e técnico e, através de fóruns realizados, levantada questões importantes aos profissionais sobre o papel na sociedade. Além disso, contribui para a melhoria da prática médica, para a defesa da prática profissional e para o aperfeiçoamento dos antigos e novos profissionais de saúde.

Agencia Fiocruz, Aline Brito (SMCRJ) e Regina Castro (CCS/Fiocruz)



BAXALTA - SUIÇA - ANVISA RESOLVE INDEFERIR CBPF PARA INSUMOS BIOLÓGICOS

RESOLUÇÃO - RE N° 2.778, DE 14 DE OUTUBRO DE 2016
O Diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 151, IV e o art. 54, I, § 1º do Regimento Interno aprovado nos termos do Anexo I da Resolução da Diretoria Colegiada - RDC n° 61, de 3 de fevereiro de 2016, e a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 99, de 02 de agosto de 2016;
Considerando o descumprimento dos requisitos de Boas Práticas de Fabricação, ou o descumprimento dos procedimentos de petições submetidas à análise, preconizados em legislação vigente,
resolve:
Art. 1º Indeferir o Pedido de Certificação de Boas Práticas de Fabricação de Medicamentos da(s) empresa(s) constante(s) no anexo.
Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
JOSÉ CARLOS MAGALHÃES DA SILVA MOUTINHO
ANEXO
Empresa Fabricante: Baxalta Manufacturing Sàrl
Endereço: Route de Pierre-à-Bot 111, 2000 Neuchâtel
País: Suíça.
Empresa Solicitante: Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia
CNPJ: 07.607.851/0001-46
Autorização de Funcionamento: 1.09.304-7 Expediente(s): 2242841/16-1
Linha(s): Insumos Farmacêuticos Ativos Biológicos
Motivo: Em desacordo com o art. 3º da RDC nº 25/2011: ausência de RPP atualizada e CBPF do país de origem válido



HEMOBRAS prorroga convenio No.01/15 com COPPETEC

EMPRESA BRASILEIRA DE HEMODERIVADOS E BIOTECNOLOGIA
EXTRATOS DE TERMOS ADITIVOS
PRIMEIRO TERMO ADITIVO AO CONVÊNIO Nº 01/2015
Número do convênio: 01/2015. Número do Processo: 25800.000878/2015. Convenentes: HEMOBRÁS, CNPJ 07.607.851/0004-99 e FUNDAÇÃO COORDENAÇÃO DE PROJETOS, PESQUISAS E ESTUDOS TECNOLÓGICOS - COPPETEC, CNPJ Nº- 72.060-999/0001-75; Finalidade: Prorrogar a vigência do Convênio por dez meses a contar de 29/09/2016; Fundamentação Legal: Inciso II do Art. 57 c/c Art. 116 ambos da Lei 8.666/93; Ratificam-se as demais cláusulas e condições do Convênio 01/2015, não expressamente alterados por este instrumento; Signatários: Laura Barreto Carneiro - Presidente Interina da Hemobrás e Fernando Alves Rochinha - COPPETEC; Data da Assinatura: 28/09/2016.

47º Conferência Mundial em Saúde Pulmonar, em Liverpool, Reino Unido, XIX Congresso Internacional de Políticas Públicas de Saúde - XIV Congresso Latino Americano de Medicina Social e Saúde Coletiva, em Assunção, Paraguai, 7º Conferência Controle Tabaco

JORGE LUIZ DA ROCHA, Tecnologista em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da FIOCRUZ, participará da 47º Conferência Mundial da União em Saúde Pulmonar, em Liverpool, Reino Unido, no período de 23/10/2016 a 30/10/2016, inclusive trânsito.

HERMANO ALBUQUERQUE DE CASTRO, Diretor e Pesquisador em Saúde Pública, FREDERICO PERES DA COSTA, Tecnologista em Saúde Pública e Vice Diretor e ROSA MARIA PINHEIRO SOUZA, Analista de Gestão em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da FIOCRUZ, participarão do XIX Congresso Internacional de Políticas Públicas de Saúde, assim como, do XIV Congresso Latino Americano de Medicina Social e Saúde Coletiva, em Assunção, Paraguai, no período de 23/10/2016 a 28/10/2016, inclusive trânsito.

VALESKA CARVALHO FIGUEIREDO, Pesquisadora em Saúde Pública e SILVANA RUBANO BARRETO TURCI, Tecnologista em Saúde Pública da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca, da FIOCRUZ, participarão da 7º Conferência das partes da Convenção do Quadro para o Controle do Tabaco, junto à Organização Mundial de Saúde, em Noida, Índia, no período de 03/11/2016 a 13/11/2016, inclusive trânsito.

MEDIKA feira produtos para saúde em Dusseldorf, Alemanha, ANVISA estará representada pelo Diretor FERNANDO MENDES GARCIA NETO acompanhado de 2 servidores especialistas em regulação

FERNANDO MENDES GARCIA NETO, Diretor, DALMO LUIZ FARIA PIRES ANICETO e LEANDRO RODRIGUES PEREIRA, Especialistas em Regulação e Vigilância Sanitária, da ANVISA, participarão da feira MEDICA, em Dusseldorf, Alemanha, no período de 12/11 a 19/11, incluído o trânsito.

Health Canada's 2016 Regulatory Workshop on Radiopharmaceuticals, em Quebec, Canadá, 39o. Reunião dos Centros Nacionais de Participantes do Programa de Monitoramento de Medicamentos da Organização Mundial de Saúde - OMS, em Muscate, Omã

JULIANA DE CASTRO ZORATTO, Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária, da ANVISA, participará do Health Canada's 2016 Regulatory Workshop on Radiopharmaceuticals, em Quebec, Canadá, no período de 31/10 a 04/11, incluído o trânsito.

LÍVIA SANTOS RAMALHO EVANGELISTA, Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária, da ANVISA, participará da Trigésima Nona Reunião Anual dos Centros Nacionais de Participantes do Programa de Monitoramento de Medicamentos da Organização Mundial de Saúde - OMS, em Muscate, Omã, no período de 12/11 a 18/11, incluído o trânsito.

Reunião Técnica do Grupo de Trabalho de Boas Práticas de Revisão Regulatória - IMDRF, em Genebra, Suíça - Conferencia Iberoamericana sobre Proteccion Radiologica em Medicina, em Madrid, Espanha

VALTER PEREIRA DE OLIVEIRA, Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária, da ANVISA, participará de Reunião Técnica do Grupo de Trabalho de Boas Práticas de Revisão Regulatória - IMDRF, em Genebra, Suíça, no período de 22/10 a 30/10, incluído o trânsito

JOÃO HENRIQUE CAMPOS DE SOUZA, Especialista em Regulação e Vigilância Sanitária, da ANVISA, participará da Conferencia Iberoamericana sobre Proteccion Radiológica em Medicina, em Madrid, Espanha, no período de 16/10 a 22/10, incluído o trânsito.

17º Conferência Internacional das Autoridades Reguladoras de Medicamentos - ICDRA, em Cape Town, África do Sul, Reunião ICH Week, e da Reunião do Fórum Internacional de Reguladores de Fármacos - IPRF, em Osaka, Japão

JOÃO PAULO SILVERIO PERFEITO, MARCELO VOGLER DE MORAES, MAYRA MIYUKI MURAKAMI e PATRICIA OLIVEIRA PEREIRA TAGLIARI, Especialistas em Regulação e Vigilância Sanitária, da ANVISA, participará da 17º Conferência Internacional das Autoridades Reguladoras de Medicamentos - ICDRA, em Cape Town, África do Sul, no período de 26/11 a 04/12, incluído o trânsito

ADRIANE ALVES DE OLIVEIRA, BALBIANA VERAZEZ SAMPAIO OLIVEIRA, CLAUDIO NISHIZAWA, e  PATRICIA OLIVEIRA PEREIRA TAGLIARI Especialistas em Regulação e Vigilância Sanitária e HÉLIO BOMFIM DE MACEDO FILHO, Analista Administrativo, da ANVISA participará da Reunião ICH Week, e da Reunião do Fórum Internacional de Reguladores de Fármacos - IPRF, em Osaka, Japão, no período de 03/11 a 12/11, incluído o trânsito.

Tabela do SUS ainda não pode ser atualizada, admite Ministro Ricardo Barros

Durante entrevista concedida pelo Ministro da Saúde, Ricardo Barros, a “Jornal Hoje” da Rede Globo, no último sábado(14), disponível no link:  https://www.google.com/url?rct=j&sa=t&url=http://globoplay.globo.com/v/5377404/&ct=ga&cd=CAEYGyoTNTY5NzQ5NDg3NzU1ODg5MDMzMDIaMWEyNzdmOTRhZjI1MzAxODpjb206cHQ6QlI&usg=AFQjCNEK0EbruaCx7gsba6VyINJ8iXu5WQ
Em resposta as questões dos entrevistadores o destaque fica por conta da reconhecimento do problema da defasagem da Tabela SUS. “Temos ciência de que há um déficit na tabela do SUS. 60% do que repassamos é de uma tabela defasada e 40% são recursos de incentivo e de rede que estão atualizados. O Ministério da Saúde não tem capacidade financeira para atualizar a tabela, mas temos feito um esforço grande ao otimizar recursos e aplicar nos serviços, protocolos e tecnologias a favor da população usuária do SUS”, diz o ministro
Barros explica que como o SUS é um sistema de execução descentralizado, com a parceria dos estados e municípios para a realização dos serviços e também para o financiamento de Saúde — ao Ministério cabe 50% do financiamento, 25% estados e 25% municípios — não é tão simples resolver essa questão. “Muitas dessas contrapartidas ainda estavam sem capacidade de financiamento do SUS, por isso nosso esforço em buscar a economia no próprio Ministério.
A boa notícia é que o Ministério da Saúde tem feitos seus repasses em dia aos estados e municípios”.
Com base na reportagem do JH

OMS NOVOS TEMPOS E TROCA DA GUARDA

Na ONU é tempo de mudanças. Ainda neste ano sai Ban Ki-moon e entra – coisa rara – alguém da terra de Camões: António Guterrres, da animada Freguesia lisboeta de Santos-o-Velho, ex-Secretário Geral do Partido Socialista português.

Quase em seguida a troca da vez será na Organização Mundial da Saúde, a OMS, que em maio de 2017 elege novo Diretor-Geral para substituir Margaret Chan, uma chinesa de Hong Kong, médica formada na pacata cidade canadense de London, que ao longo de duas gestões (entrou em 2007) não conseguiu se impor, acomodando-se frente à pesada e na prática imutável estrutura da Organização.

Manteve os dois principais executivos, o ganês Asamoa-Baah e o britânico Ian Smith, que dão as cartas em Genebra respectivamente há 18 e 13 anos. Mais complicado para ela foi lidar com o estranho orçamento da Organização que prevê para o exercício 2016-2017 gastos de US$ 4,4 bilhões, dos quais apenas US$ 1,0 bi é proveniente das contribuições dos países.

A OMS é de fato sustentada (os restantes US$ 3,4 bi) por “contribuições voluntárias” de múltiplos doadores, dos quais o principal é a Fundação Bill & Melinda Gates cuja quota, atualmente de US$ 690 milhões de dólares, corresponde a 15,7% do orçamento total e é superior até mesmo ao que é aportado pelos Estados Unidos, superando em cerca de 24 vezes a soma das contribuições dos BRICs (Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul).

Um dos problemas dessa curiosa composição das fontes de receita é que cada doador determina onde deve ser gasto o dinheiro que dá. Os Gates, p.ex., priorizam cinco áreas: doenças diarreicas, pneumonia, malária, Aids e tuberculose. O resultado é que o orçamento fica engessado e áreas prioritárias como as doenças não transmissíveis e o fortalecimento dos sistemas nacionais de saúde sofrem cronicamente com a insuficiência de recursos por não merecerem a atenção dos financiadores externos. Segundo Jules Frenk, ex-ministro da saúde do México, “a agência ficou presa num círculo vicioso, permanentemente subfinanciada, sendo seu maior contribuinte não um país e sim a Fundação Gates. Sem ela não sei o que poderia acontecer com a OMS”.

Chan ao tomar uma decisão relevante depende da aprovação dos diretores das 6 Oficinas Regionais, que são eleitos pelos países da própria região e na prática funcionam de maneira autônoma.

Um exemplo é a Organização Pan-Americana da Saúde, OPAS, que já existia antes da OMS ser criada e embora as decisões formais nesse sentido, nunca de fato se integrou ao comando de Genebra.

Em parte por isso a OPAS tem relevância limitada nas Américas e em 2/2013 os países membros optaram por escolher uma diretora de perfil pouco agressivo (similar ao da Sra. Chan), Carissa Etienne, da pequenina ex-colônia francesa Dominica (72 mil habitantes). As outras Oficinas cobrem a África (sede em Brazaville, no Congo), o Sudeste Asiático (em Nova Delhi), a Europa (em Copenhague), Mediterrâneo Oriental (no Cairo) e Pacífico Ocidental (em Manila).

Excelentes pesquisadores prestam serviços à OMS, mas suas decisões por vezes esbarram na demorada e resistente burocracia institucional, como no caso da tardia declaração da emergência global pelo vírus Ebola em 2014 ou pela resposta inicialmente errada à epidemia da influenza pelo H1N1 em 2009. 

Na tentativa de imprimir uma marca pessoal à sua gestão, Margaret Chan apoiou a ideia da Universal Health Coverage (UHC – Cobertura Universal em Saúde) que deveria funcionar como um substituto moderno às políticas de atenção primária em saúde aprovadas em Alma-Ata – então na Rússia, hoje no Cazaquistão - em setembro de 1978 e que daí em diante se constituíram no coração das ações de saúde pública em todo o mundo.

Milhares de reuniões, conferências e dólares despendidos não propiciaram algo realmente efetivo ou concreto e segundo seus críticos (entre os quais os Gates) mais céticos nunca ficou claro o que se queria dizer com UHC, não obstante a insistência com que tem sido divulgada pela direção geral da OMS. Para esta, UHC significa que “todas as pessoas recebem os serviços de saúde que necessitam sem sofrer dificuldades financeiras quando pagam por eles”. Conceito tão amplo de um lado atraiu os investidores do setor saúde (entusiástico apoio do Banco Mundial, do The Economist, da indústria de Planos de Saúde principalmente em populosos países asiáticos como Indonésia e China) por vislumbrarem na UHC uma grande oportunidade para o capital privado.

De outro lado, a ideia terminou por condenar ao gradativo desprestígio sistemas públicos universais como os do Reino Unido, Espanha e Portugal. Os EUA e as Américas foram os que menos se esforçaram por implantar a nova proposta e o Brasil com seu SUS ficou esquecido, à margem de um processo que, pelo menos até aqui, não deu os resultados previstos e prometidos por seus criadores.

Novas regras foram estabelecidas para a atual eleição na OMS, em princípio para que se torne mais transparente e democrática. Isso significa que os já oficializados seis candidatos ao posto de Diretor Geral submeter-se-ão, em novembro, a um debate com os países membro num web-fórum ao longo de 3 dias, quando responderão sobre suas plataformas. Em janeiro os 34 componentes do Comitê Executivo da OMS eliminarão um dos candidatos e entrevistarão os cinco remanescentes a fim de decidir por três deles que serão submetidos à Assembleia Geral da Organização em maio de 2017. Esta escolherá o novo Diretor em votação secreta na qual o vencedor necessita o voto de 2/3 dos presentes.

Com a lembrança positiva da liderança inconteste da norueguesa Gro Harlem Bruntland (na OMS de 1998 a 2003) e não mais desejando repetir alguém tão débil quanto Margaret Chan, a busca agora é por um líder forte o bastante para tomar as decisões técnicas necessárias e equacionar a “questão Gates” tornando mais autônomo e sustentável o orçamento institucional.

Cinco são médicos: duas mulheres – Sania Nishtar do Paquistão, Flavia Bustreo da Itália – mais Philippe Douste-Blazy da França, David Nabarro do Reino Unido e Miklós Szócska da Hungria. O sexto, Tedros Adhanom Ghebreyesus, atual ministro das Relações Exteriores da Etiópia, é biólogo com PhD em saúde comunitária pela Universidade de Nottingham. A democracia não é uma exigência nem condição sine-qua-non para qualquer escolha no âmbito da ONU e menos ainda no continente africano, mas o caso da Etiópia, no conturbado Chifre da África, requer atenção. Tanto ele quanto o 1º Ministro Hailemariam Desalegn pertencem à etnia tigray que embora tenha só 6% da população etíope, governa o país de maneira absoluta, oprimindo os largamente majoritários oromos (35%) e amharas (27%) que desde novembro de 2015 promovem manifestações de rua contra o governo, o que motivou o decreto de estado de emergência agora imposto para sufoca-los. No país, Legislativo e Judiciário são obedientes ao Executivo, as eleições costumam ser ganhas pelos tigray com 99% dos votos e os direitos humanos são sistematicamente violados. Os EUA, em seus esforços para conter o terrorismo da Al Qaeda nas vizinhos Yemen e Eritreia, são relevantes aliados do governo etíope.

A questão é: irá Tedros Ghebreysus, na OMS, ao contrário do que faz em seu país, agir como um democrata respeitando as liberdades e opiniões dos demais? A seu favor pesam as várias funções já exercidas na OMS, como a de diretor do Fundo Global para combater Aids, Tuberculose e Malária, assim como a declaração da União dos Estados Africanos de que apoiará seu nome, o que lhe confere o favoritismo inicial para o pleito de maio do ano que vem.

Vale destacar a proposta de Douste-Blazy, baseado na sua experiência como ex-ministro da Saúde e das Relações Exteriores da França e no trabalho que vem fazendo à frente da Unitaid, a iniciativa global em apoio a ações de combate à Aids e outras doenças transmissíveis que é financiada por dez países através de uma pequena taxa sobre passagens aéreas que sustenta um orçamento de US$ 2,4 bilhões anuais. Agora Blazy afirma que uma taxa similar poderá dar sustentação a toda a programação da OMS. 

Nenhuma candidatura proveniente das Américas, desta feita, foi considerada como viável. Talvez a última esperança tenha ocorrido na gestão do brasileiro Carlyle Guerra de Macedo que dirigiu a OPAS de 1983 a 1995 e num determinado momento chegou, mesmo como uma hipótese longínqua, a ser cogitado para o posto máximo da Organização em Genebra.
No momento o Brasil tem mínima participação nos fóruns globais da área da saúde. Dos oito ministros setoriais efetivados entre 2003 e 2015, pelo menos quatro eram políticos à procura de vantagens para suas carreiras ou para seus partidos e os demais alcançaram pouca expressão internacional. 

Outra novidade apresentada pela burocracia dirigente da Organização é o Código de Conduta, ao qual supostamente os candidatos devem satisfazer. Além de não discutir problemas cruciais num mundo onde a explosão de epidemias oportunísticas e a presença cada vez mais agressiva do capital privado têm influência crescente, o Código insiste em conceitos idealísticos como “credibilidade, espírito aberto, transparência, boa fé, dignidade, respeito mútuo e moderação”, com os quais qualquer um dos candidatos não há de ter dificuldades em comprometer-se, mesmo sabendo que dificilmente poderá cumpri-los na íntegra.

E a UHC? Caso seja esquecida, o que a substituirá?

Vitor Gomes Pinto
Escritor. Analista internacional. Doutor em Saúde Pública, membro do Observatório da Saúde do Distrito Federal


Financial Times recomenda ZPE do Ceará a investidores estrangeiros

Novo relatório do FDI Intelligence, do Financial Times, fez uma menção inédita ao Brasil na edição 2016, publicada nesta quinta-feira (13). Trata-se de um levantamento que aponta oportunidades de negócios em diversos segmentos, entre eles, em zonas francas. Nesta edição, o FDI apontou a Zona de Processamento de Exportações (ZPE) do Pecém, no Ceará, como um projeto altamente recomendável aos investidores estrangeiros.

A ZPE obteve a melhor avaliação na categoria Grandes Arrendatários na América Latina e Caribe (Winner – Large Tenants – Latin America and Caribbean: Ceará Free Trade Zone, Brazil). Também recebeu menções honrosas em três categorias: apoio à educação e capacitação (Commended for supporting education and training), infraestrutura (Commended for infrastructure upgrades) e possibilidade de expansão (Commended for expansions).

“Do ponto de vista técnico e operacional, essa publicação avaliza o projeto internacionalmente, por ser resultado de uma investigação isenta. Não foi feita qualquer consulta ao governo federal e nem estadual. Esta é uma avaliação independente”, explica a secretária-executiva do Conselho de ZPEs, Thaise Dutra.

A publicação descreve o porto do Pecém como moderno, com capacidade para aceitar navios de grande porte (pós-Panamex), localizado em uma zona de livre comércio e equipado com correias transportadoras de seis quilômetros de comprimento, adequadas ao transporte de petróleo e carvão.

Além disso, destaca o processo de expansão da ZPE, que terá dois hectares somados ao atual um hectare de área em uso. Aponta, ainda, a expansão das instalações para fornecimento de água e energia aos novos empreendimentos. “Essa menção sinaliza ao investidor que há espaço para novos projetos. A expectativa é que, a partir desta publicação, surjam novas demandas de investidores estrangeiros no país”, avalia Thaise Dutra. Ganhou destaque, ainda, o trabalho de capacitação profissional realizado na região.

ZPE do Pecém
Com operações de exportação em julho deste ano, a ZPE do Pecém atraiu, nos últimos três anos, investimentos de R$ 6,12 bilhões ao estado do Ceará. Nas quatro indústrias instaladas no distrito alfandegado, foram gerados mais de dezesseis mil empregos diretos e indiretos.

Localizada no município de São Gonçalo do Amarante, a 56 quilômetros de Fortaleza, a ZPE abriga empresas exportadoras do setor siderúrgico, que contam com benefícios tributários, cambiais e administrativos.

Uma das quatro indústrias instaladas na ZPE do Pecém é a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), que tem como acionistas a Vale (50% das ações) e as sul-coreanas Dongkuku Steel (30%) e Posco (20%). A usina iniciou suas operações em junho e tem capacidade para produzir três milhões de toneladas de placas de aço por ano.

De acordo com dados do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportações (CZPE), órgão presidido pelo ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, a ZPE do Pecém beneficiará a economia de todo o estado. Quando a usina siderúrgica entrar em plena operação, deverá haver um impacto positivo de 12% no PIB do Ceará e de 48% no PIB Industrial.

Outros estados
Atualmente, além do Ceará, outros dois estados brasileiros contam com zonas de incentivo à exportação em estágio avançado de implantação. A ZPE do Acre, localizada no município de Senador Guiomard, foi a primeira a ser alfandegada pela Receita Federal. Quatro projetos industriais, com investimentos programados superiores a R$ 33 milhões, já foram autorizados a operar na Zona.

Outras empresas dos setores de processamento de madeira, farmoquímico, agroindustrial e de pescados têm potencial para se instalar nessa ZPE. Como o estado faz fronteira com o Peru e a Bolívia, a Zona de Senador Guimoard encontra-se em localização estratégica para os empresários que desejam acessar os mercados consumidores dos dois países. Além disso, a produção das indústrias poderá ser escoada para portos dos oceanos Pacífico e Atlântico por meio da Rodovia Interoceânica, que liga o noroeste do Brasil ao sul do território peruano

No Piauí, as obras da ZPE de Parnaíba estão em fase de conclusão. Quando o processo de alfandegamento for concluído, as indústrias que se instalarem nesse distrito alfandegado contarão com todos os incentivos previstos pelo regime de ZPE.

A Zona piauiense poderá alavancar o processamento de grãos da região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Bahia e Piauí). Segundo projeções do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os quatro estados devem produzir de 18 a 24 milhões de toneladas de grãos até 2022. Com os incentivos aduaneiros da ZPE, as exportações dessa cadeia produtiva poderão crescer significativamente nos próximos anos.

Sobre a ZPE
As Zonas de Processamento de Exportações são áreas de livre comércio com o exterior destinadas à instalação de empresas com produção voltada à exportação. Para efeito de controle aduaneiro, as ZPE são consideradas Zonas Primárias.

Como instrumento de política industrial, as Zonas buscam fortalecer a balança de pagamentos, atrair investimentos estrangeiros, fortalecer a competitividade das exportações brasileiras, gerar emprego e difundir novas tecnologias no país. 

As empresas que se instalam em ZPE têm acesso a tratamento tributário, cambial e administrativo específicos. Para a aquisição de bens e serviços no mercado interno, há suspensão da cobrança do IPI, Cofins e PIS/PASEP. Nas exportações, também são suspensos o AFRMM (Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante) e o II (Imposto de Importação).

As importações e exportações as empresas autorizadas a operar no regime das ZPEs contam ainda com dispensa de licença ou de autorização de órgão federais, com exceção das normas de ordem sanitária, proteção do meio ambiente e segurança nacional.

Além desses incentivos, os empreendimentos instalados em ZPEs localizadas no Norte, Nordeste e Centro-oeste têm acesso a outros benefícios fiscais previstos no âmbito da Sudam, da Sudene e dos programas e fundos de desenvolvimento da Região Centro-Oeste, entre eles a redução de 75% do Imposto de Renda.

Em contrapartida a esse pacote de benefícios oferecidos pelo governo, as empresas que operam em ZPE devem auferir 80% de sua receita bruta anual com exportações. Sobre as eventuais vendas para o mercado brasileiro incidem integralmente todos os impostos e contribuições exigíveis pela legislação brasileira.

Um dos principais diferenciais do regime das Zonas de Processamento de Exportações é a maior segurança jurídica oferecida às empresas. Os incentivos previstos aos projetos industriais instalados em ZPE são assegurados pelo prazo de até 20 anos.
Processo de implantação 

Para que uma Zona de Processamento de Exportação seja criada, os estados e municípios devem apresentar, em conjunto ou isoladamente, uma proposta de criação ao poder Executivo federal. É necessário, entre outros requisitos, comprovar a disponibilidade da área indicada para sediar a ZPE, a disponibilidade financeira para construir a estrutura física da ZPE e indicar qual empresa tem interesse em instalar a primeira indústria naquela ZPE. Além disso, a localidade destinada a sediar a Zona deve ser uma área geográfica privilegiada para exportações pela disponibilidade de insumos e de canais de escoamento eficientes.

As propostas de criação de ZPE são analisadas pelo Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), órgão colegiado presidido pelo MDIC. Se forem observados todos os critérios necessários para a criação de uma ZPE, o Conselho recomendará à Presidência da República a edição do decreto autorizando a instalação do distrito exportador. 

A segunda fase de implantação da ZPE consiste na avaliação dos projetos industriais e no processo de alfandegamento. As empresas interessadas em se instalar na Zona devem apresentar ao CZPE, um projeto industrial que, entre outros requisitos, comprove a orientação do empreendimento para o mercado externo.

As ZPEs devem ser alfandegadas pela Receita Federal para garantir o controle fiscal e aduaneiro das operações. A área precisa dispor de estrutura técnica e operacional para embarque, desembarque e armazenagem de cargas, além de equipamentos de segurança e filmagem, entre outras exigências.

MDIC


Temer incentiva empresas dos países do BRICS a investirem no Brasil

Temer participa da Reunião com o conselho Empresarial do BRICS

Ao participar da reunião do Conselho Empresarial do BRICS, neste domingo (16), o presidente Michel Temer incentivou o empresariado dos demais países do grupo a investir no Brasil e encorajou o investidor que já está no País a ampliar sua presença.

“Convido as empresas dos países do BRICS a investirem no Brasil – a participarem desse novo momento. As senhoras e os senhores encontrarão um País com estabilidade política, com segurança jurídica e com grande mercado consumidor”, destacou o presidente.

Em seu discurso, Temer elencou as medidas que estão sendo colocadas em curso pelo governo federal para a melhoria do ambiente de negócios, com desburocratização de processos, redução de custos de operação e previsibilidade jurídica. As regras estáveis do Programa de Parcerias de Investimentos, destacou Temer, apresenta oportunidades de investimento em 34 projetos iniciais nas áreas de portos, aeroportos, rodovias, ferrovias, energia, óleo e gás.

O presidente frisou também a retomada da confiança da indústria e do consumidor como resultado das primeiras medidas do governo, como o ajuste fiscal. E ressaltou também que a inflação já apresenta sinais de desaceleração.

Em contrapartida, instou a comunidade empresarial brasileira a conhecer mais as oportunidades de negócios existentes na Índia, na China, na África do Sul e na Rússia.

O presidente reafirmou ainda o compromisso brasileiro com o diálogo entre o BRICS e o setor privado. “Confio na capacidade de este Conselho fomentar parcerias entre nossos empresários e ser um catalizador de novos negócios”, declarou.

Fonte: Portal Planalto , Foto: Isac Nóbrega/PR



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