A
participação dos jovens no Congresso HIV e Hepatites nas Américas foi destacada
pela diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do
HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV), Adele Benzaken, na quinta-feira (06).
“É uma oportunidade ímpar participar deste encontro científico, principalmente
porque vejo muitos jovens na plateia, presença indispensável atualmente nos
debates sobre HIV/Aids”.
Em
seguida, apresentou um resumo do cenário brasileiro no enfrentamento ao
HIV/Aids no país, com destaque para a atualização do protocolo de transmissão
do HIV com a incorporação do medicamento dolutegravir. “O novo
medicamento, que foi incluído na rede pública de saúde, o SUS, a partir de
janeiro, beneficiará cerca de 110 mil pacientes em 2017. Este é mais um avanço
da saúde pública brasileira no tratamento ao HIV/Aids”, afirmou Adele Benzaken.
“A
importância do serviço de notificação do HIV no Brasil, que teve início em
2013, tornou-se hoje um instrumento indispensável para o monitoramento desse
agravo”, explicou a diretora. O tratamento das pessoas vivendo com HIV/Aids no
país tem sido efetivo e eficiente ao longo desses anos e os níveis de
mortalidade estão estáveis, e que é um grande desafio mantê-lo estagnado e
impedir o seu avanço. “A epidemia no Brasil é concentrada em populações-chave.
Está em estudo a elaboração do protocolo de transmissão vertical. Por meio de
lei editada em 1996, tornou-se obrigatório ao governo prover o tratamento das
pessoas vivendo com HIV/Aids na rede pública de saúde, gratuitamente”,
destacou.
Adele
Benzaken afirmou que há muito para avançar e inovar no tratamento do HIV/Aids
no Brasil e que a questão não se resume somente a tratamento. Envolve também um
conjunto de ações e estratégias que precisam ser analisadas e inovadas. A
diretora ditou que o Brasil é um país de dimensões continentais, o que exige um
gerenciamento com visão ampla e planejamento estratégicos para cada região.
Na
fase dos debates, Adele Benzaken enfatizou a importância de os países do
Mercosul traçarem ações em parceria, principalmente no campo comercial, na
aquisição de medicamentos, visando obter preços mais baixos em compra conjunta
de grande quantidade.
“Os
anos 90 nas Américas” foi o tema do painel realizado à tarde, sob a coordenação
de Adele Benzaken, junto com Juan Sierra Madero, representante do México.
Especialistas da Argentina, Chile e Brasil abordaram a testagem, tratamento,
adesão e retenção, e priorização ao tratamento de HIV/aids no contexto das
metas 90-90-90.
O
especialista Marcelo Losso, do México, destacou a testagem como elo contínuo de
tratamento. Pedro Cahn, da Argentina, comentou a dimensão política e social da
questão que envolve o tratamento do HIV em seu país.
Do
Chile, Carlos Beltran, expôs a questão do aumento de novos casos em populações
jovens, entre 15 e 29 anos, em seu país. Ele citou que os casos de HIV em
pessoas acima de 50 anos também têm crescido. “Há necessidade e urgência de
implementar novas estratégias para melhorar a adesão e retenção ao tratamento
de jovens e pessoas acima de 50 anos”, afirmou Beltran. Mauro Schechter, do
Brasil, enfatizou a importância de encurtar a distância entre o diagnóstico e
tratamento. “Diagnóstico positivo, tratamento imediato”, disse. E ressaltou o
papel do aconselhamento para fortalecer a vinculação ao tratamento.
Adele
Benzaken ressaltou que é inconcebível ver que ainda há um alto número de
mortalidade de pessoas vivendo com HIV. “Nos tempos atuais, quando há
tratamento eficaz e gratuito disponível, isso é inaceitável. Esse é um grande
desafio que precisa ser enfrentado hoje”, concluiu.
O
Congresso de HIV e Hepatites nas Américas 2017 ocorre até 8 de abril. No último
dia do Congresso, a Diretora do DIAHV fará a palestra com enfoque na ampliação
do acesso ao tratamento da Hepatite C, as prioridades e superação de barreiras
a esse agravo, com a participação de Estados Unidos e Argentina.
Assessoria de Comunicação
Departamento de Vigilância,
Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais