Lafepe assinou termo de
compromisso com o Ministério da Saúde para dar início ao processo de PDP para
transferência de tecnologia
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Lafepe estima investimento de
R$ 50 milhões para produção de cinco medicamentos
O Laboratório Farmacêutico de
Pernambuco (Lafepe) conquistou mais duas Parcerias para Desenvolvimento
Produtivo (PDP) dos remédios sofosbuvir, do laboratório Gilead, e o
fingolimode, da Novartis, para tratamento de hepatite C e esclerose múltipla,
respectivamente. Na última terça-feira, o laboratório público assinou termo de
compromisso com o Ministério da Saúde para dar início ao processo. Em dezembro
do ano passado, foram aprovadas parcerias para desenvolvimento dos medicamentos
darunavir, dolutegravir (ambos antirretrovirais para tratamento de aids) e
oseltamivir (antiviral contra o vírus H1N1). Inicialmente, o Lafepe estima
investimento de aproximadamente R$ 50 milhões para compra de equipamentos,
insumos e treinamento de pessoal, para se tornar capaz de produzir os cinco
produtos em cinco anos.
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Com a PDP, o Lafepe passa a
fornecer o remédio do parceiro privado ao Ministério da Saúde até a finalização
da transferência de tecnologia, quando poderá produzir o produto por conta
própria. O processo leva cinco anos. Ainda é necessário fechar os contratos com
as empresas privadas. Mas as conquistas já são comemoradas. Segundo o diretor
comercial do Lafepe, Djalma Dantas, a Gilead elege laboratórios ao redor do
mundo para produzir o medicamento. Na América do Sul, o do Lafepe, no Estado,
será o primeiro. O tratamento com sofosbuvir pode curar o paciente com hepatite
C. Já a Novartis é detentora da patente do fingolimode no Brasil. Com a PDP, o
Lafepe também poderá comercializar o medicamento no País.
“A Gilead é pioneira, trabalha
muito rápido no desenvolvimento de drogas para hepatite C no mundo. A ideia com
a parceira é possibilitar que o Lafepe se torne uma plataforma de produção
talvez até para exportação dos remédios. Tanto esse laboratório quanto a
Novartis são os desenvolvedores das moléculas. Então, o Lafepe sai na frente,
porque não vai precisar esperar dois, três anos para que o parceiro privado
desenvolva o produto. Vamos poder fornecer de imediato ao Ministério da Saúde”,
explica Dantas.
BENEFÍCIOS
Entre os benefícios da PDP,
está a redução do custo do medicamento em até 70% e a diminuição das
dependências produtiva e tecnológica do País, além da ampliação do acesso da
população a produtos estratégicos. Na última terça, foram aprovados, no total,
33 novas PDPs.
Este ano, o Lafepe já havia
anunciado as PDPs dos remédios darunavir, da Janssen (divisão farmacêutica da
Johnson & Johnson), dolutegravir, da Blanver, e oseltamivir, da Cristália.
Até 2020 devem ser iniciadas as transferências de tecnologia para produção
destes três medicamentos.
De acordo com Djalma, a ideia
é rodar os cinco medicamentos em uma mesma linha de produção, com objetivo de
otimizar os investimentos. O Lafepe foi o primeiro laboratório público do País
a concluir todas as etapas de uma PDP. Em 2017, internalizou a produção dos
psicotrópicos clozapina, olanzapina e quetiapina, atingindo a marca de produção
de 60 milhões de comprimidos.