Destaques

terça-feira, 12 de junho de 2018

Reunião da Câmara Técnica de Assessoramento da Política Nacional de Sangue, Componentes e Derivados no âmbito do SINASAN


Flávio Vormittag, coordenador geral de sangue e Hemoderivados, do departamento de atenção especializada e temática da secretaria de atenção à saúde do Ministério da Saúde, abre a reunião da Câmara Técnica de Assessoramento da Política Nacional de Sangue, Componentes e Derivados no âmbito do SINASAN. 

A primeira reunião pós reorganização da Câmara conta com a presença de todas as coordenações regionais da hemorrede, com Hemobrás, Tecpar, ANVISA, Frente Parlamentar da Indústria Pública de medicamentos e de consultores especializados que proporcionam o suporte a CHSH. A pauta a ser desenvolvida hoje(12) e amanhã (13) inclui ampla discussão para estabelecimento de metodologias do trabalho e regimento da Câmara de Assessoramento. A expectativa de se reestabelecer o regular funcionamento orgânico da Câmara que estava paralisada.



ZIDOVUDINA, COMPRA POR INEXIGIBILIDADE DA NORTEC


EXTRATO DE INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO Nº 18/2018 - UASG 254446 Nº Processo: 25387100124201865 . Objeto: Aquisição de zidovudina. Total de Itens Licitados: 00001. Fundamento Legal: Art. 25º, Caput da Lei nº 8.666 de 21/06/1993.. Justificativa: Justificativa e documentações acostada aos autos. Declaração de Inexigibilidade em 08/06/2018. RAINER WILHELM KONRAD. Tecnologista em Saúde Pública. Ratificação em 08/06/2018. JORGE SOUZA MENDONCA. Ordenador de Despesas. Valor Global: R$ 4.431.000,00. CNPJ CONTRATADA : 29.950.060/0001-57 NORTEC QUIMICA S.A.

EVEROLIMO - MS COMPRA DA NOVARTIS NO VALOR TOTAL DE R$ 30.704.725,20


COORDENAÇÃO-GERAL DE SERVIÇOS GERAIS
EXTRATO DE CONTRATO Nº 104/2018 - UASG 250005 Nº Processo: 25000070214201721. PREGÃO SRP Nº 45/2017. Contratante: MINISTERIO DA SAUDE -.CNPJ Contratado: 56994502009862.
Contratado : NOVARTIS BIOCIENCIAS AS
Objeto: Aquisição de Everolimo 0,5 mg, Everolimo 0,75 mg e Everolimo 1 mg. Fundamento Legal: Lei 8.666/93, Decreto nº 5.450/2005, Decreto nº 7.892/2013. Vigência: 08/06/2018 a 08/06/2019.
Valor Total: R$30.704.725,20. Fonte: 6153000000 - 2018NE800581. Data de Assinatura: 08/06/2018.
(SICON - 08/06/2018) 250110-00001-2018NE800049


FINGOLIMODE, MS ACRESCE 25% O CONTRATO COM NOVARTIS


EXTRATO DE TERMO ADITIVO Nº 1/2018 - UASG 250005 Número do Contrato: 36/2018. Nº Processo: 25000407037201742. PREGÃO SISPP Nº 80/2017.
Contratante: MINISTERIO DA SAUDE -.CNPJ Contratado: 56994502009862.
Contratado : NOVARTIS BIOCIENCIAS AS
Objeto: Acréscimos de 25% ao Contrato 36/2018 que equivale a 51.296 cápsulas de Cloridrato de Fingolimode 0,5mg. Fundamento Legal: Lei 8.666/93 art. 65, inciso I, alínea b, e §1º. Vigência: 07/06/2018 a 21/02/2019.
Valor Total: R$2.784.859,84. Fonte: 6153000000 - 2018NE800392. Data de Assinatura: 07/06/2018. (SICON - 08/06/2018) 250110-00001-2018NE800049



KEYTRUDA - PEMBROLIZUMABE - ANVISA APROVA NOVA INDICAÇÃI PARA USO COMBINADO COM QUIMIOTERAPIA (pemetrexede e cisplatina ou carboplatina) PARA TRATAMENTO DE CÂNCER DE PULMÃO


A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta segunda-feira, a inclusão de nova indicação para pembrolizumabe, um imunoterápico anti PD-1: seu uso combinado com quimioterapia como primeira opção de tratamento de câncer de pulmão de não pequenas células em estágio avançado ou metastático, a maior causa de mortes por câncer no mundo e o tipo mais comum da doença.

Para a aprovação, segundo a MSD, farmacêutica que desenvolve o medicamento, foi utilizado como base o estudo Keynote-189. Os resultados do trabalho mostram que o pembrolizumabe associado à quimioterapia (pemetrexede e cisplatina ou carboplatina) na primeira linha de tratamento reduziu em 51% o risco de progressão da doença ou morte em comparação ao tratamento padrão com quimioterapia.

O preço de pembrolizumabe, desenvolvido pela americana MSD e primeira imunoterapia com benefício de sobrevida global comprovada, não foi alterado com a nova aprovação. O valor do frasco continua sendo R$14.507,04. A escolha do tipo de quimioterapia a ser combinada ficará a cargo do médico, variando, portanto, de valor.

— Este é um novo paradigma de tratamento para pacientes com câncer de pulmão avançado. Os resultados do KEYNOTE 189 falam por si e, com a aprovação da combinação, será possível oferecer a novaforma de tratamento para um número muito maior de pacientes. Além disso, a combinação não aumentou de forma significativa a toxicidade do tratamento — afirmou Vladmir Lima, oncologista do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT).

Para Marcia Datz Abadi, diretora medica de Oncologia da MSD Brasil, essa é uma oportunidade de mudar a vida dos pacientes com câncer de pulmão do tipo não pequenas células, não escamoso, metastático, responsável pelo maior número de mortes por câncer no mundo.

Os pacientes terão a chance de serem tratados, independente da expressão de PD-L1, com uma terapia que prolonga a sua sobrevida de forma significativa — observa ela.
A estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) para este ano é de 30 mil novos casos diagnosticados no Brasil, sendo o de não pequenas células o mais comum – correspondente a 85% de todos os casos.

Estudo mostra maior sobrevida
O KEYNOTE-189 avaliou o uso de pembrolizumabe (Keytruda) em combinação com quimioterapia (pemetrexede e cisplatina ou carboplatina) em 616 pacientes com câncer de pulmão - do tipo não pequenas células (CPNPC), metastático e não escamoso, independente de expressão do biomarcador PD-L1 nas células do tumor.

No estudo, 69,2% dos pacientes estavam vivos após 12 meses no grupo de tratamento combinado com pembrolizumabe em comparação com 49,4% ao grupo que utilizou somente quimioterapia.

O estudo apresentou também melhora significativa na sobrevida livre de progressão com o tratamento combinado de pembrolizumabe com quimioterapia, em que houve redução de 48% no risco de progressão ou morte em comparação com quimioterapia.

A sobrevida livre de Progressão mediana foi de 8,8 meses para pembrolizumabe e quimioterapia em comparação com 4,9 meses para quimioterapia como terapia única. A porcentagem de pacientes que não tiveram progressão da doença aos 12 meses foi de 34,1% no grupo tratado com pembrolizumabe e quimioterapia, quase o dobro do grupo tratado com quimioterapia.

Outros usos no Brasil e aprovação nos EUA
O pembrolizumabe já pode ser usado no Brasil para o tratamento em primeira linha de melanoma avançado, o tipo mais letal do câncer de pele; para pacientes com câncer de pulmão avançado, do tipo células não pequenas (CPCNP), com expressão elevada ou moderada do biomarcador PD-L1 no tumor e tratamento de câncer urotelial. O medicamento também foi aprovado este ano para tratar câncer gástrico após falha de duas terapias prévias.

Os Estados Unidos começaram a utilizar combinação de imunoterapia e quimioterapia no tratamento de câncer de pulmão com base nos resultados do estudo 21G, uma versão anterior do Keynote-189 que avaliou uma parcela menor da pacientes. Devido aos bons resultados do estudo, o país começou a utilizar essa indicação, porém, aguardam aprovação do FDA (Food and Drug Administration) para o Keynote-189.

O Globo


segunda-feira, 11 de junho de 2018

Brasil dá primeiro passo na fabricação de radiofármacos


Empreendimento contará com investimento de R$ 750 milhões do Ministério da Saúde. Após a conclusão da obra, Brasil será autossuficiente na produção de radiofármacos

O Governo Federal deu o primeiro passo para a construção do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), empreendimento capaz de produzir radiofármacos utilizados no tratamento de doenças como o câncer. A iniciativa contribuirá para o fim da dependência externa de radioisótopos e para o fornecimento de radiofármacos ao SUS a preço de custo. A pedra fundamental da obra foi lançada nesta sexta-feira (08/06), em Iperó (SP), pelo presidente da República Michel Temer. O ministro da Saúde, Gilberto Occhi participou do evento e reafirmou que o investimento de R$ 750 milhões está previsto no orçamento da Pasta.

O presidente da República, Michel Temer, enfatizou que o projeto eleva o nosso patamar e promove o desenvolvimento do Brasil. "Para a área da saúde, a construção do relator fortalece muito o SUS. Vamos produzir o material para o sistema único de saúde a preços naturalmente mais baixos, e, desta forma, aumentar os atendimentos e levar esperança a quem está doente e precisa de ajuda", explica o Presidente.

Desde 2009, o Brasil enfrenta dificuldades no abastecimento de radioisótopos e de radiofármacos, que hoje são importados. Isso se deve a paralisação do reator canadense que abastecia todo o mercado brasileiro e 40% do mundo. A partir disso, o país busca outros fornecedores importados, já que cerca de dois milhões de procedimentos médicos utilizam os radiofármacos, sendo que 24% são realizados no SUS.

O empreendimento reduzirá os riscos de desabastecimento no país e tornará o Brasil autossuficiente na produção dos radiofármacos. O ministro da Saúde, Gilberto Occhi, destacou o quanto isso impactará para a população. "O uso dessa tecnologia qualificará a atenção à saúde da população em diversas áreas que fazem uso da medicina nuclear, como cardiologia, oncologia, hematologia e neurologia. Permitirá a realização de diagnósticos mais precisos de doenças e complicações", ressaltou o ministro. 

A obra também contribuirá para ampliar os investimentos na área médica, já que permitirá a ampliação do atendimento em medicina nuclear para mais usurários do SUS.

ESTRUTURA
O Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) será desenvolvido no Centro Experimental de ARAMAR da Marinha Brasileira, em Iperó. Ao todo, o RMB ocupará dois milhões de metros quadrados, onde além do reator terá a construção de laboratórios, aceleradores de partículas e lasers de alta potência. Também constará no local, laboratórios para o desenvolvimento e produção de radiofármacos.


O novo local ainda terá toda uma infraestrutura de laboratórios para realizar um grande e valioso conjunto de atividades. Os principais laboratórios associados são: laboratório de processamento e manuseio de radioisótopos; laboratório de feixe de nêutrons; laboratório de análise pós-irradiação; e laboratório de radioquímica e análise por ativação, além de instalações de apoio para pesquisadores.

ACORDO
Em março deste ano, o Ministério da Saúde e a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul) se tornaram parceiras para o desenvolvimento deste reator, que produzirá radiofármacos essenciais ao SUS. A assinatura do acordo foi realizada durante a 15ª Reunião do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (GECIS). Na ocasião, ficou acordado que o montante de R$ 750 milhões será repassado nos próximos quatro ano, sendo R$ 30 milhões, já em 2018.

Por Victor Maciel, da Agência Saúde


Acompanhe a Dicol pública desta terça-feira


Pauta traz duas propostas de resoluções, além da apreciação de recursos administrativos.

A reunião pública da Diretoria Colegiada da Anvisa desta terça-feira (12/6) está marcada para as 10h30. A pauta traz duas propostas de resolução. Uma delas trata da obrigatoriedade de inclusão de código de barras linear ou bidimensional em etiquetas de rastreabilidade de stents para artérias coronárias. A outra aborda a terceirização de etapas de produção, de análises de controle de qualidade, de transporte e de armazenamento de medicamentos e produtos biológicos.

A Diretoria irá deliberar, também, sobre as propostas de consulta pública para atualização da monografia do inseticida Acefato e do fungicida Bacillus Amyloliquefaciens. A Colegiada vai analisar, ainda, recursos administrativos.

Acompanhe ao vivo
Você pode acompanhar a reunião ao vivo a partir das 10h30 por um dos links abaixo. A transmissão pelo link do Skype também permite rever a reunião posteriormente.

Skype:

Datasushttp://datasus.saude.gov.br/emtemporeal (somente pelo Internet Explorer)


 Por: Ascom/Anvisa


Modelo ajuda a entender como esclerose lateral amiotrófica afeta neurônios


Objetivo de pesquisa da Unicamp é identificar alterações que ocorrem no neurônio motor em estágio pré-sintomático da doença (imagem: Gerry Shaw / Wikipedia)

Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um modelo matemático que permite simular no computador as alterações que ocorrem nos neurônios motores de portadores de esclerose lateral amiotrófica (ELA) – doença que vitimou o físico britânico Stephen Hawking.

Caracterizada por um quadro de paralisia muscular progressiva, a ELA é causada por mutações genéticas – herdadas ou não – que prejudicam a produção ou a atividade de uma enzima chamada SOD1 (cobre-zinco superóxido dismutase), responsável por proteger as células nervosas de subprodutos tóxicos do metabolismo. Esse quadro leva à degeneração e morte dos neurônios motores, responsáveis por enervar os músculos esqueléticos e controlar os movimentos voluntários.

O objetivo principal do grupo coordenado pelo professor Leonardo Abdala, chefe do Laboratório de Pesquisa em Neuroengenharia da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Unicamp, é compreender os mecanismos moleculares associados à degeneração neuronal – identificar, por exemplo, eventuais alterações no funcionamento de proteínas permeáveis a íons como cálcio, sódio e potássio (os canais iônicos) que possam afetar a resposta do neurônio e, consequentemente, o controle da força muscular.

“Usamos um simulador computacional para buscar, em um estágio ainda pré-sintomático da doença, um marcador biológico, ou seja, um fenômeno biofísico que ocorre na membrana do neurônio motor e afeta a atividade elétrica da célula e o controle da força muscular. Isso abriria caminho para o estudo de intervenções farmacológicas capazes de reverter ou amenizar o problema”, disse Elias, que também é diretor do Centro de Engenharia Biomédica da Unicamp.

Como explicou Elias, nos mamíferos existem dois tipos de neurônios motores: os superiores e os inferiores. No cérebro, o neurônio motor superior envia impulsos elétricos que viajam até os neurônios motores inferiores, localizados ao longo da medula espinhal e no tronco encefálico. Esses impulsos são conduzidos até os músculos, que os transformam em movimentos.

Durante o mestrado de Débora Elisa da Costa Matoso, foi desenvolvido um modelo matemático capaz de simular a dinâmica de um neurônio motor inferior – tanto em uma condição saudável quanto em um quadro de ELA. Para isso, o grupo se baseou em dados obtidos por meio de experimentos com roedores publicados na literatura científica.

“Não há dados de pacientes humanos disponíveis, apenas de modelos de camundongos geneticamente modificados para reproduzir um quadro semelhante à ELA. Para validar o modelo, simulamos os mesmos experimentos feitos com os animais em laboratórios. Observamos resultados compatíveis com os obtidos in vivo e in vitro, o que sugere que o modelo é capaz de representar o que acontece com o neurônio motor inferior ao longo da progressão da doença no camundongo”, contou.

Neurônio motor: à esquerda representação do sistema biológico; ao centro, representação do modelo matémático;
à direita representação do modelo computacional (ilustração: Débora Matoso)

Por meio de simulações computacionais, o grupo está estudando principalmente o que acontece em três canais iônicos: um permeável ao íon sódio, que normalmente está localizado no corpo celular do neurônio, outro permeável ao cálcio, que costuma estar localizado nas ramificações dendríticas, e um terceiro canal de potássio encontrado tanto no corpo celular quanto no dendrito.

Segundo Elias, os resultados têm sugerido que o canal de potássio é fundamental para explicar algumas alterações importantes observadas na dinâmica do neurônio motor inferior – embora existam poucos dados de experimentos com animais capazes de corroborar esse achado.

“O único medicamento atualmente disponível para tratar a ELA, o Riluzol, atua nos canais persistentes de sódio. Se conseguirmos mostrar com o modelo que outros canais iônicos estão também envolvidos nesse processo de degeneração, abrimos espaço para que novas pesquisas sejam feitas com animais para testar novas intervenções farmacológicas”, disse Elias.

Agora, durante o doutorado, Matoso pretende desenvolver um modelo completo do sistema neuromuscular para investigar como os mecanismos biofísicos que alteram a dinâmica do neurônio motor influenciam a geração da força em um estágio inicial da doença.

“Em paralelo, pretendemos fazer experimentos em parceria com grupos que tenham acesso a pacientes com ELA para tentar coletar o máximo de dados e, assim, validar o modelo em desenvolvimento. Em uma segunda etapa da pesquisa, vamos comparar os resultados de simulação com os experimentais, buscando perspectivas de intervenções clínicas e farmacológicas”, contou.

Além disso, Elias firmou parceria com uma equipe do BRAINN coordenada pelo professor Li Li Min para estudar o efeito de diferentes técnicas de neuromodulação (aplicação de correntes elétricas, estimulação magnética transcraniana e ultrassom focalizado) no controle da força de pacientes que sofreram acidente vascular cerebral (AVC), portadores de Parkinson ou de ataxia cerebelares (grupo de doenças que afeta o controle do movimento).

Brainn Congress
Resultados da linha de pesquisa de Elias foram apresentados no dia 10 de abril, em Campinas, durante o 5º Brainn Congress – evento realizado pelo Instituto Brasileiro de Neurociências e Neurotecnologia (BRAINN), um dos CEPIDs financiados pela FAPESP.
Um dos destaques internacionais do evento foi o pesquisador John A. Detre, professor da University of Pennsylvania, nos Estados Unidos. Ele apresentou palestra sobre o uso de tecnologias de imagem funcional, incluindo ressonância magnética (MRI, na sigla em inglês) e imagem óptica, no estudo da função cerebral em indivíduos saudáveis e em pacientes com uma variedade de distúrbios clínicos, como AVC, epilepsia, doença neurodegenerativa e enxaqueca.

“Em um indivíduo adulto, o cérebro usa cerca de 20% do fluxo sanguíneo, embora corresponda a apenas 2% da massa corporal. Como o fluxo sanguíneo e o metabolismo estão muito acoplados, podemos usar a medida do fluxo para estudar muitos aspectos do funcionamento cerebral. Para isso usamos técnicas de imagem funcional”, explicou Detre à Agência FAPESP

Entre os destaques nacionais da programação estava Roberto Lent, diretor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ICB-UFRJ), que apresentou estudos sobre neuroplasticidade – a capacidade do sistema nervoso de moldar-se, em nível estrutural e funcional, ao longo do desenvolvimento neuronal e quando sujeito a interferências do ambiente.

“Essa interferência ambiental pode ser uma doença, uma conversa entre pessoas ou uma ação educacional. Quando um professor ensina algo, ele modifica o cérebro do aluno e isso é uma forma de plasticidade. No meu laboratório a gente lida com plasticidade de longa distância, que é a capacidade de mudança e alteração das vias cerebrais mais importantes”, disse Lent.

Como modelo de estudo, o grupo da UFRJ usa uma importante via de comunicação entre os hemisférios esquerdo e direito do cérebro conhecida como corpo caloso, formada por 200 milhões de fibras nervosas.

“O corpo caloso se modifica em várias situações, como, por exemplo, após uma amputação traumática de um dos membros. É comum nesses casos a pessoa desenvolver a síndrome do membro fantasma. Ela sente dor, coceira e posições anômalas de um braço que não existe mais, por exemplo. Isso é resultante da reorganização do cérebro, em particular dessa grande avenida que é o corpo caloso”, contou.

A programação do congresso contou ainda com a mesa-redonda “BRAIN(N): past, present and future” que, entre outros temas, discutiu formas de aumentar o impacto e otimizar recursos nas pesquisas em neurociência realizadas no Brasil. Além de Lent e Detre, participaram Fernando Cendes, coordenador do BRAINN, o pesquisador canadense Richard Frayne (University of Calgary) e o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz. 


Anvisa coleta contribuições para processo de registros


Setor regulado poderá responder a questionamentos disponibilizados no endereço eletrônico da Agência.

 Durante a 25ª edição da Feira Hospitalar, evento voltado à disseminação de conhecimento no campo de tecnologias médico-hospitalares, realizado entre os dias 22 e 25 deste mês de maio, em São Paulo, o Escritório de Processos da Anvisa conduziu um questionário para coletar contribuições do setor regulado com relação ao processo de registro de produtos para saúde.

O questionário está disponível a todos os interessados no link: 

A Agência vem trabalhando em iniciativas com foco na otimização e harmonização das análises para concessão do registro de produtos, de forma a atender aos prazos e critérios previstos na legislação, garantindo acesso mais célere e com maior qualidade desses produtos à sociedade. 

Quanto mais participações, melhor a qualidade desse diagnóstico, que, no fim, ajudará a qualificar também as entregas da Anvisa, em termos de serviços prestados ao seu público estratégico (stakeholders), além de proporcionar maior proximidade com o setor regulado. 

A Anvisa esteve presente na Feira Hospitalar com palestras explicativas para os interessados nos diversos segmentos de produtos para saúde. A Feira, que reuniu empresas e palestrantes de mais de 90 países, é considerada como o maior evento das Américas para lançamentos voltados aos serviços de saúde e uma programação científica diversificada em jornadas, congressos e palestras.




Marinha lança reator para tratamento de doenças


Marinha do Brasil acaba de lançar a pedra fundamental do Reator Multipropósito Brasileiro (RMB), localizada no Centro Industrial Nuclear de Aramar, em Iperó (SP). Previsto para iniciar operações em 2024, o complexo tornará o Brasil autossuficiente na produção de radioisótopos, insumo fundamental para a fabricação de radiofármacos – utilizados no tratamento de doenças das áreas de cardiologia, oncologia, hematologia e neurologia.

Serão investidos R$ 750 milhões no projeto até 2022, que possibilitarão a fabricação a preço de custo para o Sistema Único de Saúde (SUS). Neste ano serão liberados R$ 30 milhões. O reator possibilitará a ampliação dos serviços de diagnóstico por imagens que permitem visualizar o funcionamento de órgãos e tecidos. A tecnologia tornará o Brasil referência em medicina nuclear. E, como o número de reatores desse porte é pequeno em todo o mundo, o país poderá, inclusive, tornar-se exportador do radioisótopo.

O complexo contará também com laboratórios de processamento e manuseio de radioisótopos; feixe de nêutrons; análise pós-irradiação; radioquímica e análise por ativação, além de instalações de apoio para pesquisadores. O RMB contribuirá para reduzir os riscos de desabastecimento e diminuir os custos para a produção dos radiofármacos, o que permitirá maior volume de exames e tratamento de doenças, em especial de diferentes tipos de câncer. Também viabilizará diagnósticos mais precisos de infarto do miocárdio, infecções agudas, demências e embolia pulmonar, entre outros males.



domingo, 10 de junho de 2018

Nos 30 anos do SUS, ex-ministros divergem sobre a causa dos problemas da saúde pública


Dois ex-ministros apontam falta de recursos, outro aponta má gestão; debatedores foram unânimes ao elogiar o sistema, que atende 70% da população brasileira

Deputados Ricardo Barros (PP-PR) e Odorico Monteiro (PSB-CE) debatem gestão do SUS 30 anos do Sistema Único de Saúde (SUS), realizado pela Comissão de Seguridade Social e Família. Ministros dos governos petistas Humberto Costa e Arthur Chioro e do governo atual divergiram sobre qual seria o principal problema da saúde pública: a perda de recursos ou a má gestão.

Para os ex-ministros, o subfinanciamento do SUS é histórico, mas vai se agravar muito em razão da Emenda Constitucional 95, que impõe um limite de gastos ao governo federal até 2036. O deputado Jorge Solla (PT-BA), um dos solicitantes da realização do seminário, concorda com essa visão.

"Nós tínhamos, até recentemente, algo em torno de um dólar por habitante/dia para ir do maior programa de vacinação do mundo ao maior programa de transplante. Agora piorou, porque o dólar subiu. Não dá para dizer que a Emenda Constitucional 95 não tem impacto na saúde. O Orçamento aprovado para este ano não repôs nem a inflação do ano passado", disse.

O deputado Ricardo Barros (PP-PR) e ministro da Saúde até o início deste ano, o problema é a má gestão. "A Emenda Constitucional 95 dá para saúde o piso constitucional de 15% da receita corrente líquida. Para a saúde, é piso. Para a educação, é piso. Para as demais despesas, é teto”, afirmou.

O atual ministro da Saúde, Gilberto Occhi, afirmou que está elaborando um projeto de lei para garantir recursos perenes para a saúde.

Os dados apresentados pelo presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Mauro Junqueira, mostram que quem está pagando a conta da saúde são as prefeituras.

"Em 93, o município respondia por 16% em saúde, hoje é 31%. O governo federal inverteu. Respondia por 72%, hoje 42%. 60% de tudo que se arrecada no País fica na União e apenas 20% fica no município. Então, o município hoje é o que mais aplica em saúde. Precisa inverter essa lógica”, disse Junqueira.

Mais de 70% dos brasileiros dependem do SUS e, mesmo com todos os problemas, há muito a se comemorar nesses 30 anos. Essa foi uma opinião unânime entre os participantes, que destacaram os diversos programas públicos brasileiros que são reconhecidos internacionalmente, inclusive pela Organização Mundial da Saúde, como o Saúde da Família, o programa de vacinação, o sistema de transplantes e os programas de controle de HIV/Aids e de tabagismo.


Reportagem - Verônica Lima, Edição - Wilson Silveira, Foto - Will Shutter/Câmara dos Deputados


EBSERH é CRITICADA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE LEGISLAÇÃO PARTICIPATIVA DA CÂMARA DOS DEPUTADOS


Professores, deputados e servidores temem a privatização desses hospitais por meio da empresa

Professores, deputados e sindicalistas representantes de servidores universitários criticaram a gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), criada em 2011 para gerir os hospitais universitários do Brasil. Eles temem a privatização do setor. O debate ocorreu nesta quinta-feira (7) durante audiência pública da Comissão de Participação Legislativa da Câmara dos Deputados. 

O coordenador-Geral da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Técnico-Administrativos das Instituições de Ensino Superior do Brasil (Fasubra), Antônio Alves Neto, reclamou que o Ministério da Educação excluiu a federação das negociações sobre os interesses dos trabalhadores nas universidades.

"Queremos ampliar o debate, queremos discutir qual é o papel do hospital universitário no País. Porque estamos assistindo cada vez mais ao desmonte do estado e não temos dúvidas, se não fizermos esse combate, o hospital universitário e a saúde pública deste País vão ser entregues aos tubarões da Saúde", alertou.

Já a representante da Frente Nacional Contra a Privatização da Saúde, a professora Fátima Andreazzi, criticou a gestão da Ebserh e alertou para a possibilidade da privatização por meio da empresa.

"O contexto geral do País vai nesse sentido: de as atividades do Estado serem cada vez mais subordinadas ao interesse do grande capital financeiro, que hoje inclusive abocanha uma parte considerável da educação superior do País”, lamentou.

Problemas na gestão
Moisés Rocha Bello, da Secretaria de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU), informou que em auditoria feita pelo TCU em 2015, foram identificados pontos positivos na Ebserh, como a compra centralizada de equipamentos hospitalares e materiais. Mas também problemas na gestão de pessoal dos hospitais universitários.

"A coexistência de servidores celetistas contratados pela empresa; servidores estatutários, que são vinculados às universidades, mas prestaram concurso para trabalhar no hospital; e servidores terceirizados irregulares; cria um clima muito preocupante, um potencial risco de conflito interno", explicou.

Mais prazo
Representante do Ministério da Educação no debate, o professor Mauro Rabelo afirmou que a criação da Ebserh melhorou a situação dos hospitais universitários. Ele disse que estava aberto a ouvir as contribuições e as críticas dos interessados no assunto.

"Para que a missão de uma empresa desse porte de fato se concretize, eu acho que isso não se faz no curto prazo. Há uma fase de amadurecimento e acho que é isso que nós estamos vivendo nesse momento", justificou.

Fiscalização
A deputada Érika Kokay (PT-DF) vai propor uma fiscalização das atividades da Ebserh. "Para que nós tenhamos noção exata de como está essa experiência, que é uma experiência que rompe com o controle social e a autonomia universitária, ao mesmo tempo que fragiliza os hospitais universitários e favorece o processo de privatização da saúde", destacou.
Autor do requerimento para a realização da audiência, o deputado Gláuber Braga (Psol-RJ) propõe o diálogo e a negociação para melhorar a situação dos hospitais universitários. Ele vai encaminhar as reivindicações e demandas dos servidores universitários, por meio de projeto feito pela Fasubra, na Comissão de Legislação Participativa.

Números
Atualmente, segundo o Ministério da Educação (MEC), o Brasil tem 68 universidades federais, 54 delas contam com cursos de Medicina. São 50 hospitais universitários no Brasil, concentrados em 35 universidades. 32 delas aderiram à Ebserh. As três universidades que não aderiram são as federais do Rio Grande do Sul, de São Paulo e do Rio de Janeiro. A Ebserh é mantida 100% com recursos públicos, provenientes do MEC e do Ministério da Saúde.

Foto - Cleia Viana, Reportagem - Newton Araújo, Edição - Geórgia Moraes, 

Agência Câmara Notícias


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