O tema foi tratado em
audiência pública na Câmara esta quinta-feira (29/11)
Os medicamentos biológicos têm
revolucionado a medicina nos últimos 30 anos. Diferentemente dos medicamentos
sintéticos, que são produzidos por manipulação química, os biológicos são
produzidos a partir de organismos vivos e servem para tratar doenças como o câncer
e a artrite reumatoide. Exemplos de medicamentos biológicos são hormônios e
anticorpos.
Os biossimilares são como os
genéricos dos remédios biológicos. Porém, são alvo de polêmica entre
farmacêuticos e médicos, porque os biossimilares não são cópias fiéis dos
remédios de referência, como os genéricos são dos medicamentos sintéticos. Isso
faz com que a troca do biológico pelo biossimilar dívida opiniões. O tema foi
tratado em audiência pública na Câmara esta quinta-feira.
O deputado Geraldo Rezende (PSDB-MS),
que é médico e propôs a reunião, defendeu uma fiscalização mais efetiva da
Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) quanto aos biossimilares. Atualmente,
a Anvisa tem apenas uma nota de esclarecimento, onde destaca a necessidade da
atenção médica e da adequação farmacêutica para uma possível troca de
medicamento biológico por biossimilar.
O diretor de regulamentação
sanitária da Anvisa, Renato Porto, explicou que uma das maiores vantagens dos
biosimilares é seu custo reduzido. Disse também que permitem que haja mais
opções de tratamento para pacientes e médicos.
“Você tem menor tempo e custo
de desenvolvimento. É um produto que se desenvolve mais rápido. O menor custo
do produto final. O custo para se desenvolver um produto está veiculado a diversos
testes e quando você faz menos testes, tem custos de produção menor. Eficácia
equivalente ao biológico inovador. Isso é importante. Nós estamos falando de
equivalência, não estamos falando nem igual nem melhor.”
Renato Porto afirmou que no
ano que vem (2019) a Anvisa vai elaborar uma cartilha sobre produtos
biosimilares para profissionais da saúde.
O consultor na área de
medicamentos farmacêuticos, Valdair Pinto, disse apoiar os biosimilares, porém,
com ressalvas.
“Que a aprovação regulatória
dos biossimilares seja feita de forma robusta e transparente. Algumas cópias de
medicamento biológicos no mercado brasileiro não passaram por biossimilaridade,
isso precisa res revisto.”
Valdair Pinto ressaltou também
que a substituição de um remédio biológico por um biossimilar não deve ser
recomendação das empresas farmacêuticas, e sim dos médicos.
O primeiro medicamento
biológico produzido no mundo foi a insulina humana, a partir de uma cultura de
bactéria geneticamente modificada, ainda em 1982.
Reportagem – Giovanna Maria
Fonte: Câmara dos Deputados