Destaques

domingo, 8 de setembro de 2019

PEDRO FERNANDO DA COSTA VASCONCELOS FALA COMO PRESIDENTE DA SBMT SOBRE ARBOVÍRUS E VACINAÇÃO


Considerado um dos maiores especialistas do mundo em arbovírus e pioneiro no estudo do Zika no Brasil, o virologista Dr. Pedro Fernando da Costa Vasconcelos alerta que pelo menos três vírus silvestres, hoje restritos a áreas rurais, ameaçam se espalhar pelo país

Em quase quatro décadas, o Dr. Pedro Fernando da Costa Vasconcelos participou da identificação e descrição de mais de 100 espécies diferentes de vírus. O médico paraense diagnosticou, em 2014, o primeiro caso brasileiro de febre do Nilo Ocidental e descreveu pela primeira vez no Brasil as epidemias de Chikungunya no Amapá e Bahia.

Também coordenou o grupo de pesquisa que esclareceu a ação do vírus da Febre Amarela em macacos, facilitando a compreensão dos fenômenos verificados em pessoas acometidas pela doença. Em 2015, seu grupo de pesquisa no Instituto Evandro Chagas (IEC), isolou o vírus Zika do cérebro de um bebê com microcefalia, filho de uma mulher do Ceará infectada na gestação.

Com base nesse trabalho, o Ministério da Saúde (MS) emitiu comunicado estabelecendo a associação entre a infecção por Zika e a microcefalia. Em 2016, a epidemia se espalhou pelas Américas e o Dr. Pedro Vasconcelos representou o Brasil no comitê de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) que acompanhava o assunto.

Confira abaixo entrevista com o presidente da SBMT.

SBMT: Quais arbovírus já foram reconhecidos como potencialmente perigosos e que ameaçam se espalhar pelo Brasil?
Dr. Pedro Vasconcelos: São vários os arbovírus com potencial para se disseminar e causar epidemias no Brasil. Entre os arbovírus nativos, que ocorrem há muito tempo, certamente o alfavírus Mayaro e o orthobunyavírus Oropouche causadores das febres do Mayaro e do Oropouche respectivamente, representam as maiores ameaças, pois eles têm causado surtos ou epidemias na Amazônia há várias décadas e existem evidências de expansão da circulação deles para outras áreas fora da Amazônia e para outros países. Além disso, estudos experimentais mostraram que os vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus se mostraram suscetíveis aos mesmos. O vírus da encefalite Saint Louis é outro que tem mostrado sinais de expansão da distribuição e causado pequenos surtos na Argentina e no Brasil. Aqui em nosso país ocorreu um surto em São José do Rio Preto que foi simultâneo a uma epidemia de febre da dengue. Os chamados arbovírus exóticos que podem ocorrer sob forma epidêmica e que já ocorrem no Brasil, certamente que o vírus do Nilo Ocidental é o candidato mais forte.

Transmitido por mosquitos Culex pipiens nos EUA, o VNO (WNV) foi possivelmente introduzido no Brasil por pássaros migratórios. Existem evidências sorológicas de circulação do VNO no Pantanal e na Amazônia, mas o VNO foi confirmado causando encefalites no sertão piauiense.

E causou em 2017 uma epizootia em equinos no Espírito Santo. No Brasil não se conhece ainda o transmissor, mas o maior candidato é o Culex quinquefasciatus, pernilongo noturno que é amplamente distribuído no país. Quanto aos vírus exóticos que não ocorrem no Brasil, os mais prováveis são os alfavírus Ross River (originário da Austrália) e Onyong’nyong que circula na África e também na Ásia, e o flavivírus encefalite Japonesa que é originário da Ásia. Os dois primeiros são transmitidos por Aedes aegypti, enquanto o terceiro por mosquitos Culex. É preciso vigilância contínua de boa qualidade para detectar precocemente e tentar evitar a disseminação desses arbovírus caso sejam introduzidos no Brasil.

SBMT: Doenças erradicadas voltaram a ameaçar o País. Fale um pouco dos desafios que o Brasil enfrenta e o que deve ser feito para controlar as epidemias
Dr. Pedro Vasconcelos: Bom, doenças de transmissão respiratória como o sarampo e a rubéola devem ter vigilância constante para evitar o seu retorno. Veja o que aconteceu com o sarampo. Houve múltiplas introduções do vírus a partir de Roraima, cujos casos estão associados à migração de venezuelanos para esse e outros estados amazônicos, mas também em São Paulo a partir de casos importados da Europa. É difícil eliminar ou manter eliminado um vírus de transmissão respiratória se a cobertura vacinal é muito baixa, como tem sido anunciado no Brasil. É preciso fortalecer o PNI para que o Brasil volte a ser um exemplo na cobertura vacinal.

Aliás, a baixa cobertura vacinal tem sido a regra para praticamente todas as doenças imunopreviníveis. Não dá para relaxar, é preciso ser incisivo e cobrar das secretarias de saúde dos estados e municípios o aumento na cobertura vacinal em todos os níveis e para todas as doenças imunopreviníveis, vincular a matrícula escolar com a carteira de vacinação em dia, enfim temos que incentivar o aumento da cobertura vacinal. Sem que ocorra melhora nas coberturas vacinais não tem como controlar ou prevenir epidemias dessas doenças.

SBMT: O seu grupo foi o primeiro a isolar o vírus Zika. A assistência às crianças que nasceram com microcefalia continua um problema? Por quê?
Dr. Pedro Vasconcelos: Sim é verdade, eu lembro que em 2015 quando aumentaram os casos de microcefalia entre recém-nascidos no Nordeste, várias hipóteses foram levantadas sobre a causalidade. É claro que já havia a suspeita de que o ZIKA era o responsável, mas ninguém conseguia demonstrar. Nós no IEC conseguimos a partir de um caso do Ceará e, em seguida, de vários casos dos estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Maranhão. Com base nos nossos resultados o MS e a OPAS/OMS confirmaram o nexo causal da microcefalia e outras malformações congênitas com o ZIKA.

Quanto à assistência das crianças que nasceram com microcefalia, nos primeiros meses houve muita mobilização dos meios de comunicação e da área médica e o governo da época se sensibilizou e recursos foram descentralizados para os estados mais afetados para a assistência médica e de fisioterapia e fonoaudiologia, dentre outros para amenizar os dramas familiares associados a essa situação. Infelizmente, parece que essas crianças estão esquecidas pelos atuais governos e isso é muito ruim, pois os custos para essas famílias são tremendos e, é bom lembrar, a maioria dos casos de microcefalia ocorreu na população menos favorecida, o que complica mais ainda a situação e o futuro dessas crianças.

SBMT: Em sua opinião, o que pode ser feito para que a Medicina Tropical tenha mais prioridade e visibilidade junto ao governo? O fato de o senhor ter sido diretor do IEC pode contribuir de alguma forma?
Dr. Pedro Vasconcelos: Primeiro eu devo dizer que é preciso que tenhamos um diálogo aberto e direto com as autoridades do Ministério da Saúde, sem isso nada funcionará. Como eu sou servidor do Ministério da Saúde no IEC, e mantenho bom trânsito na SVS eu penso que poderemos ter mais participação na elaboração da política para as doenças tropicais e infecciosas. Mas é bom lembrar que além da educação que deve ser priorizada nas escolas para ensinar as crianças desde o pré-escolar como se pode evitar e controlar essas doenças, é preciso um investimento enorme em saneamento, na melhoria dos atendimentos nas UBS, UPAs e na atenção terciária. As recentes epidemias de febre amarela mostraram que mesmo em hospitais de referência o atendimento precisa melhorar. Eu digo isso porque a letalidade da febre amarela entre 2016-2018 situou-se em patamares muito próximos das taxas de letalidade em anos anteriores onde os casos ocorreram em áreas remotas e sem a estrutura complexa dos hospitais nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Preparar consensos de tratamento deve ser uma prioridade para essas doenças, o que, aliás, já vem sendo construído desde o governo anterior. A SBMT certamente terá um papel fundamental nessa construção.

SBMT: A SBMT lidera uma iniciativa chamada “Pró-Vacina SBMT Brasil”. Em sua opinião, quais os desafios da vacinação no País atualmente?
Dr. Pedro Vasconcelos: Como falei anteriormente, é preciso aumentar a cobertura vacinal no país, sem isso não tem como prevenir ou controlar epidemias de doenças como sarampo, febre amarela e todas as outras inclusive poliomielite. Portanto, a iniciativa da SBMT em liderar o “Pró-Vacina SBMT Brasil” terá todo o apoio. Um dos maiores desafios da vacinação no Brasil é estimular as famílias, pais e responsáveis, para levar seus filhos para serem imunizados. As vacinas em muitos casos é o único meio de se prevenir a ocorrência de surtos de doenças.

Volto ao sarampo, se as coberturas vacinais no Brasil fossem dentro do recomendado (acima de 95%) nós não teríamos problemas com o sarampo, mas não, as coberturas em muitos estados estavam próximo de 50%, isso quer dizer que um em cada dois cidadãos estavam suscetíveis à doença, e por isso, e eu diria somente por isso, nós estamos lidando com surtos nos estados do Amazonas, Pará, Roraima e São Paulo, gastando muito dinheiro que poderia ter sido usado para outros fins na própria área da saúde, para tentar conter a epidemia de sarampo no país. A consequência foi a perda da certificação de eliminação do sarampo conseguido pelo Brasil com muitas dificuldades em um país de dimensões continentais e com uma população de mais de 200 milhões de habitantes.

SBMT: Recém-eleito, o senhor assume a gestão com um grande desafio, o de sediar o 56º MedTrop. Fale um pouco sobre isso.
Dr. Pedro Vasconcelos: Bom, esse foi um dos argumentos usados pelos que me antecederam para me convencer a assumir a presidência da SBMT. Sinval Brandão, Mitermayer Reis e Marcus Lacerda me falaram sobre as dificuldades em organizar o congresso anual da SBMT, e que fica muito mais fácil quando o presidente do congresso também é o presidente da SBMT. Por isso aceitei, já que o congresso do próximo ano será em Belém, e também porque eu vi o sucesso do congresso de Recife durante a gestão do Sinval. Temos outros desafios pela frente: aumentar o número de sócios e também aumentar os que pagam regularmente a anuidade. Esses números precisam melhorar; iniciamos uma aproximação com a ASTMH (American Society of Tropical Medicine and Hygiene) e definimos que uma comissão da SBMT vai discutir em Washington, durante o congresso anual da ASTMH um acordo para uma integração entre SBMT e ASTMH. Se der certo, estenderemos para outras sociedades médicas congêneres de outros países. Esse é um grande desafio; continuar fortalecendo a Revista da SBMT; aproximar mais a SBMT com o Ministério da Saúde, especialmente com a SVS. Esses são os principais desafios, mas é claro se outros virem a ocorrer nós estaremos prontos para a SBMT contribuir com a população brasileira, principalmente as mais necessitadas, com o Ministério da Saúde, universidades e com o país!

Com informações SBMT


sexta-feira, 6 de setembro de 2019

CPHI FRANKFURT - ALEMANHA - MIRNA POLIANA FURTADO DE OLIVEIRA


MIRNA POLIANA FURTADO DE OLIVEIRA, Coordenadora-Geral do Complexo Industrial da Saúde, da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, com a finalidade de participar de Conferência sobre Produtos Farmacêuticos e Insumos (CPhI Worldwide 2019), em Frankfurt - Alemanha, no período de 3 a 9 de novembro de 2019, inclusive trânsito, com ônus para o MS (Processo nº 25000.128767/2019-41).

Tuberculose: os desafios do tratamento contínuo


De cada 10 pessoas que iniciam o tratamento, pelo menos uma abandona os medicamentos. A interrupção traz complicações que podem levar a óbito

A tuberculose é considerada uma das 10 principais causas de morte no mundo. No Brasil são registradas por ano cerca de 4,5 mil mortes pela doença. Apesar de ter cura, o abandono do tratamento é o principal motivo para a tuberculose ainda continuar fazendo vítimas fatais. O tratamento é gratuito, ofertado no Sistema Único de Saúde (SUS) e dura, em média, seis meses. Apesar da melhora dos sintomas já nas primeiras semanas após início, a cura só é garantida ao final do esquema terapêutico.

Itens relacionados
A interrupção do tratamento antes da conclusão pode levar o paciente à resistência aos antibióticos ou mesmo a complicações que podem levar a óbito. Além disso, pode aumentar o risco de transmissão da doença para outras pessoas. A transmissão ocorre por via respiratória através do espirro, tosse ou fala quando partículas expelidas no ar, que contenham a bactéria causadora da doença (Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch), são inaladas por outra pessoa.

No Brasil, de cada 10 pessoas que iniciam o tratamento, pelo menos uma abandona o uso dos medicamentos. O esquema básico consiste na administração de medicamentos em doses combinadas fixas, ou seja, 4 em 1 (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol) durante dois meses, seguida de 2 medicamentos em 1 (rifampicina e isoniazida) durante quatro meses.

Para favorecer a adesão, o Ministério da Saúde recomenda que o tratamento seja acompanhado por profissionais da unidade de saúde mais próxima do cidadão. É o chamado Tratamento Diretamente Observado (TDO), que prevê a supervisão por um profissional de saúde da tomada dos medicamentos, além de orientações claras sobre as características da doença e os riscos da interrupção do tratamento para a pessoa, familiares e comunidade.

“A melhora a partir do início do tratamento não é sinônimo de cura. A cura só vem com o tempo de tratamento, que precisa ser seguido até o final, e a confirmação por exame laboratorial”, afirma a coordenadora do Departamento de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas do Ministério da Saúde, Denise Arakaki.

Por isso, o tratamento diário e contínuo é fundamental para a cura da doença, que teve 75 mil novos casos registrados no ano passado no país. Para saber mais sobre os riscos do abandono do tratamento confira abaixo o bate-papo com coordenadora do Departamento de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas, Denise Arakaki.

Entrevista:
Coordenadora do Departamento de Vigilância das Doenças de Transmissão Respiratória de Condições Crônicas, Denise Arakaki:

- O que leva as pessoas a abandonarem o tratamento?
Denise Arakaki: Pela forte determinação social, a maior prevalência da doença é em países em desenvolvimento. O perfil clássico de quem tem tuberculose é de pessoas de classe baixa que acumulam vulnerabilidades sociais, econômicas e biológicas, moram às margens das grandes cidades urbanas, trabalham na informalidade ou percorrem longas distâncias para chegarem ao trabalho. Quando essas pessoas começam o tratamento para tuberculose ficam bem nas primeiras semanas. Voltam a seu peso normal, o cansaço diminui e o apetite melhora. Por isso, acham que já estão curadas e abandonando o tratamento.
Mas essa melhora a partir do início do tratamento não é sinônimo de cura. A cura só vem com o tempo de tratamento, que precisa ser seguido até o final, tendo a confirmação de cura por exame laboratorial e avaliação clínica.

- Quais as consequências da interrupção do tratamento?
Denise Arakaki: Quando a pessoa interrompe o tratamento da tuberculose no meio do processo terapêutico a doença retorna e tem possibilidade de voltar com bacilos resistentes aos medicamentos. Além disso, condições sociais como, ser morador de rua ou estar em privação de liberdade, ou mesmo ser portador de doenças imunodeprimidas, como HIV/Aids, podem agravar o quadro de tuberculose e levar a óbito.
- O Brasil ainda possui percentuais elevados de abandono se comparado a outros países?
Denise Arakaki: Os percentuais no Brasil ainda estão acima da meta preconizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 5%. O percentual de pessoas que abandonam o tratamento no país chega a 10%, o que representa cerca de sete mil pessoas.
- Como é feito o tratamento da tuberculose? É diário ou intermitente?
Denise Arakaki: Quando realizado o tratamento adequado e de forma correta, a tuberculose tem cura de praticamente 100% dos casos que são causados por bacilos sensíveis. O tratamento é oferecido exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde e deve ser feito diariamente, sem interrupção, com duração de pelo menos 6 meses para bacilos sensíveis e de 18 meses para os resistentes. Utilizamos quatro fármacos no tratamento dos casos de tuberculose no esquema básico (sensível): rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol.

- Mesmo após início do tratamento, as pessoas que têm tuberculose precisam ficar isoladas do contato com outras pessoas?
Denise Arakaki: Após o início do tratamento, em geral após 15 dias, a chance de transmissão é muito reduzida. A pessoa com tuberculose não deve ficar isolada, pelo contrário, precisa do apoio de familiares e amigos para seguir com o tratamento. A doença não é transmitida por objetos ou utensílios compartilhados, como pratos ou colheres, ou mesmo roupas ou lençóis. Isso porque, somente os bacilos dispersos no ar em aerossóis podem transmitir a doença. A transmissão ocorre por via respiratória através do espirro, tosse ou fala.
Por isso é muito importante adotar algumas medidas até que haja a negativação da bactéria no organismo, como cobrir a boca com o braço ou lenço ao tossir, manter o ambiente com bastante luz solar e bem ventilado, porque a circulação de ar possibilita a dispersão das partículas infectantes.

- Como é possível prevenir a tuberculose?
Denise Arakaki: A vacina BGC, ofertada gratuitamente no SUS ao nascer ou, no máximo, até os quatro anos incompletos de idade é uma maneira de prevenir a tuberculose em crianças. Porém, essa vacina protege somente contra as formas mais graves da doença, como tuberculose miliar e a meníngea.
Outra maneira de prevenção da doença é identificar, diagnosticar e tratar as pessoas que estão infectadas pelo bacilo, mas que ainda não desenvolveram a doença, chamada de infecção latente da tuberculose (ILTB). O tratamento desses casos diminui o risco de desenvolvimento da tuberculose ativa e, consequentemente, a transmissibilidade da doença.

Os sintomas da tuberculose mais comuns são tosse persistente por três semanas ou mais, febre nos períodos da tarde, suor noturno e emagrecimento sem causa aparente. Se você conhece alguém ou mesmo possui esses sintomas, é muito importante procurar a unidade de saúde mais próxima para avaliação e diagnóstico. Assim, você se protege, protege quem você ama e nos ajuda a eliminar a doença de circulação.

Atendimento à Imprensa
(61) 3315-3580 / 3853

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Abertas consultas públicas sobre radiofármacos


Interessados em participar das CPs 703, 704 e 705, que tratam do registro de radiofármacos no país, têm 60 dias para enviar comentários e sugestões.


Está aberto o prazo para envio de contribuições às Consultas Públicas (CPs) 703704 e 705, que tratam, no geral, da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 64/2009, que dispõe sobre o registro de radiofármacos no país.

A CP 703 está focada na proposta de iniciativa para revisão da RDC 64/2009. Já as Consultas 704 e 705 partem da proposta de iniciativa complementar, sendo a CP 705 mais específica ao contemplar a lista de produtos radiofármacos passíveis de apresentar dados de literatura para comprovação de segurança e eficácia.

As consultas públicas foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) de 28 de agosto e ficarão abertas por 60 dias, a contar de hoje (4/9). O objetivo da iniciativa é oferecer aos cidadãos, às entidades sociais e aos representantes do setor regulado a oportunidade de participar da construção das normas regulatórias.

Como participar
As propostas de atos normativos estão disponíveis na íntegra no portal da Anvisa. As sugestões deverão ser enviadas por meio do preenchimento de formulário específico. 

Acesse:
Formulário da CP 703 sobre proposta de iniciativa para revisão da RDC 64/2009.

Formulário da CP 704 sobre proposta de iniciativa complementar para revisão da RDC 64/2009.

Formulário da CP 705 sobre proposta de iniciativa complementar para revisão da RDC 64/2009, contemplando a lista de produtos radiofármacos passíveis de apresentar dados de literatura para comprovação de segurança e eficácia.

Ao final do preenchimento do formulário, será disponibilizado o número de protocolo do registro de participação.

Em caso de limitação de acesso do cidadão a recursos informatizados, é permitido o envio de sugestões por escrito, em meio físico, durante o prazo de consulta, para: Anvisa/Gerência Geral de Medicamentos e Produtos Biológicos (GGMED) – SIA, Trecho 5, Área Especial 57, Brasília – DF, CEP: 71.205-050. Excepcionalmente, contribuições internacionais também podem ser encaminhadas em meio físico e endereçadas à Anvisa/Assessoria de Assuntos Internacionais (Ainte), no mesmo endereço.

Todas as contribuições recebidas são consideradas públicas e estarão disponíveis no menu “resultado” do formulário eletrônico, inclusive durante o processo de consulta.

Após o término das CPs, a Anvisa fará a análise das contribuições e poderá, se for o caso, promover debates com órgãos, entidades e aqueles que tenham manifestado interesse no assunto, com o objetivo de fornecer mais subsídios para discussões técnicas e para a deliberação final da Diretoria Colegiada.


Congresso Nacional avança no debate sobre criação do Médicos pelo Brasil


Já foram realizadas cinco audiências da Comissão Mista que discute a Medida Provisória, que institui o programa

A criação do Programa Médicos pelo Brasil permanece em discussão no Congresso Nacional. Nesta semana, deputados e senadores se reuniram duas vezes para discutir o funcionamento do programa, que amplia a oferta de serviços médicos em locais de difícil provimento ou alta vulnerabilidade, além de formar médicos especialistas em Medicina de Família e Comunidade. O secretário de Atenção Primária à Saúde, Erno Harzheim, participou, das duas audiências públicas que ocorreram entre terça (3) e quarta-feira (4) no Senado Federal, e explicou sobre o funcionamento do novo programa.

“O Médicos pelo Brasil é um programa de apoio, de suporte e de investimento na população que mais precisa e tem como princípio a liberdade individual, o livre arbítrio e a participação de todos os entes na sua construção”, defendeu Erno Harzheim.

Durante a audiência pública, o secretário Erno Harzheim apresentou o programa, ouviu considerações e respondeu a dúvidas de senadores e deputados sobre o processo seletivo, a seleção dos municípios, a necessidade de criação da Agência para o Desenvolvimento da Atenção Primária à Saúde (Adaps) e a participação dos médicos cubanos e dos brasileiros formados no exterior.

Erno Harzheim também destacou que o Médicos pelo Brasil irá reforçar o sistema de provimento de médicos no país. “Estamos indo rumo a um SUS melhor, que seja adequado tanto às necessidades de saúde da população quanto ao tamanho do estado que temos que ter”, completou.

A Comissão Mista que discute a Medida Provisória n° 890/2019 sobre a criação do Programa Médicos pelo Brasil se reuniu cinco vezes, desde que foi instalada em agosto. Desde então, participam das audiências representantes do Ministério da Saúde para auxiliar nos debates.

Na última terça-feira também participaram do debate o Ministro da Educação, Abraham Weintraub e o secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Arnaldo Barbosa de Lima Júnior. Já na quarta-feira participaram o representante da Rede de Médicas e Médicos Populares, Vinícius Ximenez, o representante da Associação de Médicos Formados no Exterior, Flávio Lima Barreto, a presidente da Associação de Médicos Cubanos, Niurka Valdes Pérez, e a coordenadora da Associação Médica Nacional Maíra Fachini, Lilian Gonçalves.

MÉDICOS PELO BRASIL
O programa Médicos pelo Brasil foi lançado em pelo Governo Federal no início deste mês. Ao todo, serão 18 mil vagas previstas, sendo cerca de 13 mil em municípios de difícil provimento. A estratégia ampliará em cerca de 7 mil vagas a oferta de médicos em municípios onde há os maiores vazios assistenciais na comparação com o programa Mais Médicos, sendo que as regiões Norte e Nordeste juntas têm 55% do total dessas vagas.


Atendimento à imprensa
(61) 3315-3580 / 2351 / 2745


Boletim Epidemiológico sobre Sarampo


Atualização:_04/09/2019

 DESTAQUES

#1. No período de 09/06 a 31/08 (SE 24-35), um total de
2.753 casos foram confirmados laboratorialmente em 13
Unidades da Federação com transmissão ativa

#2. Ordem de 8 prioridades, de acordo com a disponibilidade de vacina na unidade.

#3. Até agosto de 2019, foram distribuídas, para todos
os estados, o total de 18.371.890 doses e o
estoque total, em 03/09/2019, é de 2.332.752 doses,
entretanto, encontra-se disponível para distribuição,
o quantitativo de 5.031.038 de doses da vacina tríplice
viral. No momento, o consumo médio mensal no Brasil é
de 1,9 milhões de doses. Além disso, foram distribuídas
8,2 milhões de doses adicionais fora da rotina

#4. Não devem receber vacinas contendo o
componente sarampo as gestantes, crianças menores de
seis meses de idade e imunodeprimidos.

#5. O Ministério da Saúde, diante do desabastecimento internacional de vacina contra sarampo, conseguiu negociar com o Fundo Rotatório e empréstimo um total de 47,7 milhões com previsão de entrega parcial ainda
neste ano a fim de realizar as ações programáticas e de
campanha vacinal ainda no ano de 2019. Isso será suficiente para vacinação em fases distintas e de acordo com prioridades, para proteção de todos o quantitativo estimado pela OPAS-MS de 39 milhões de suscetíveis de 1 a 49 anos no Brasil.

#6. Orientações quanto ao uso de
vitamina a (palmitato de retinol)
na redução da morbimortalidade
e prevenção das complicações
de sarampo em crianças

#7. Recomendações do Ministério da Saúde

Acesse:

MINISTRO MANDETTA VIAJA PARA USA ENTRE 20 DE SETEMBRO A 2 DE OUTUBRO E CUMPRE AGENDA NA ONU, VISITA O NIH, OPAS E O CDC


O MINISTRO DA SAÚDE, viaja para os Estados Unidos, entre 20 de setembro a 02 de outubro, para:
- em Nova Iorque, participar da Reunião de Alto Nível sobre Cobertura Universal de Saúde, no contexto da 74ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, sobre o tema;
- em Washington - DC., visitar o Instituto Nacional de Saúde - NIH, participar de reunião com o Secretário de Saúde e Serviços Humanos daquele país, chefiar delegação da 57ª Reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde - OPAS e da 71ª Sessão do Comitê Regional da Organização Mundial da Saúde - OMS para as Américas; e
- em Atlanta, visitar o Centro de Prevenção e Controle de Doenças - CDC.


quarta-feira, 4 de setembro de 2019

O papel estratégico da ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento do Brasil


A ABIPTI, como secretaria executiva da Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, gostaria de convidar, em nome do senador Izalci Lucas, a todos os associados, parceiros e a comunidade científica, acadêmica e empresarial para participar do debate “O papel estratégico da ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento do Brasil”.

O evento acontecerá no dia 12 de setembro, às 10h, no Plenário 15, Ala senador Alexandre Costa do Senado Federal.

Dentre os renomados palestrantes convidados estão o ministro do MCTIC, Marcos Pontes, o General Eduardo Villas Bôas, Paulo Guedes e Pedro Passos.

Composta por 207 parlamentares, sendo 165 deputados e 42 senadores, a Frente tem como presidente o senador Izalci Lucas e vice-presidente o deputado Vitor Lippi.

A Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação tem atuado há dez anos de maneira bastante ativa na discussão de importantes temas referentes à área.

Participe!



Convite-Reunião a respeito de vacinas


Filme da Fiocruz é selecionado para o ‘Science Film Festival 2019’



O filme Conhecendo os mosquitos Aedes, transmissores de arbovírus, produzido pelo Serviço de Produção e Tratamento de Imagem do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), foi selecionado para exibição no Science Film Festival 2019, um dos maiores festivais de filmes científicos do mundo. Na edição de 2018, por exemplo, foram alcançados mais de 1,2 milhão de espectadores em 19 países. O filme será apresentado na África do Sul, Quênia, Burkina Faso, Ruanda e Namíbia durante o festival, que acontece entre os dias 7 de outubro e 23 de dezembro. Nesta edição, serão exibidos 83 filmes de 23 países. As exibições são gratuitas e acontecem em locais como museus, escolas, universidades e outros espaços educacionais dos países participantes.

A produção aborda características e curiosidades sobre os mosquitos Aedes aegyptiAedes albopictus e Aedes polynesiensis, transmissores dos vírus dengue, zika e chikungunya ao redor do mundo. Dirigido por Genilton José Vieira, que atua no Serviço de Produção e Tratamento de Imagem do IOC/Fiocruz, o filme foi lançado em DVD em 2018. O conteúdo une qualidade cinematográfica a um conjunto de informações científicas relevantes, fruto de extensa pesquisa bibliográfica e da colaboração de especialistas da Fiocruz e de outras instituições de pesquisa. A obra retrata aspectos inéditos e apresenta características morfológicas internas e externas dos vetores. 

O filme está disponível para acesso online e gratuito. Para solicitar o DVD, entre em contato com o Serviço de Produção e Tratamento de Imagem do IOC/Fiocruz pelo e-mail: imagem@ioc.fiocruz.br.

Premiação
A cada ano, o Science Film Festival reúne um júri internacional para selecionar seis vencedores entre os filmes que fizeram parte da mostra. O júri é composto por especialistas internacionais nas áreas de comunicação científica, educação científica, transmissão factual, mídia infantil e cientistas. A lista dos premiados será divulgada após o término do festival.

Science Film Festival acontece anualmente na Ásia, África e Oriente Médio. O festival promove a alfabetização científica, facilitando a conscientização de questões científicas, tecnológicas e ambientais contemporâneas, por meio da exibição de filmes científicos internacionais de destaque acompanhada de atividades educacionais.


Participe da CP sobre produtos de terapias avançadas


Consulta pública sobre proposta de Resolução da Diretoria Colegiada para registro de produtos de terapias avançadas vai receber contribuições a partir de quarta-feira (4/9).


Consulta Pública (CP) 706, que trata da proposta de Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) para registro de produtos de terapias avançadas, estará aberta a partir de quarta-feira (4/9) para envio de comentários e sugestões.

A proposta de RDC tem como objetivo determinar requisitos mínimos para o registro desses produtos e condições de dispensa em casos específicos, além de estabelecer prazos para análise e priorização, de modo a garantir a qualidade, segurança e eficácia dos produtos em questão.

A CP 706 foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 28 de agosto e ficará aberta por 45 dias, a contar do dia 4 de setembro. As consultas públicas oferecem aos cidadãos, às entidades sociais e aos representantes do setor regulado a oportunidade de participar da construção das normas regulatórias.

Está prevista a realização de um Diálogo Setorial no dia 8/10, na sede da Anvisa, em Brasília, para discussão da proposta. Os diálogos setoriais são encontros – presenciais ou virtuais – destinados, em geral, a públicos específicos para validar informações e recolher demandas. Na prática, são reuniões informais que podem ser realizadas com diferentes segmentos no processo regulatório em pauta.

Como participar
A proposta de ato normativo está disponível na íntegra no portal da Anvisa. As sugestões devem ser enviadas por meio do preenchimento de um formulário específico.

Acesse o Formulário da CP 706 sobre proposta de RDC para registro de produtos de terapias avançadas. Ao final do preenchimento do formulário, será disponibilizado o número de protocolo do registro de participação.

Como a consulta ficará aberta por 45 dias, os interessados têm até 18/10 para envio das contribuições.

Em caso de limitação de acesso do cidadão a recursos informatizados, é permitido o envio de sugestões por escrito, em meio físico, durante o prazo de consulta, para: Anvisa/Gerência de Sangue, Tecidos, Células e Órgãos (GSTCO) – SIA, Trecho 5, Área Especial 57, Brasília – DF, CEP 71.205-050. Excepcionalmente, contribuições internacionais também podem ser encaminhadas em meio físico e endereçadas à Anvisa/Assessoria de Assuntos Internacionais (Ainte), no mesmo endereço.

Todas as contribuições recebidas são consideradas públicas e estarão disponíveis no menu “resultado” do formulário eletrônico, inclusive durante o processo de consulta.

Após o término da CP, a Anvisa fará a análise das contribuições e poderá, se for o caso, promover debates com órgãos, entidades e aqueles que tenham manifestado interesse no assunto, com o objetivo de fornecer mais subsídios para discussões técnicas e para a deliberação final da Diretoria Colegiada.

Entenda
Os produtos de terapias avançadas são produtos biológicos obtidos a partir de células e tecidos humanos que foram submetidos a um processo de fabricação, além de produtos de terapia gênica, que consistem em uma sequência de ácidos nucleicos que regulam ou alteram uma sequência genética das células.

Esses produtos têm o objetivo de tratar, prevenir ou diagnosticar uma doença e representam uma grande promessa terapêutica para enfermidades complexas e sem alternativas médicas disponíveis. Ao mesmo tempo, são também um desafio ao desenvolvimento de mecanismos de controle.

As principais agências internacionais estão trabalhando no sentido de criar um modelo regulatório fundamentado na avaliação pré-mercado, que envolve mecanismos de controle para as fases de desenvolvimento (ensaios clínicos) e a disponibilização no país mediante registro sanitário. O desenvolvimento de mecanismos robustos e que comportem a inovação tecnológica é importante para tornar o país competitivo e possibilitar à população brasileira o acesso a produtos inovadores, com qualidade, segurança e eficácia.


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