Rio
de Janeiro e Espírito Santo entram na lista com um caso cada. Outros dois novos
casos são em São Paulo, caracterizados como transmissão local. Brasil monitora
636 suspeitos e já descartou 378
Foto: Erasmo Salomão / ASCOM MS
O
Ministério da Saúde confirmou, nesta quinta-feira (5), mais quatro novos casos
de coronavírus, um no Rio de Janeiro, no município de Barra Mansa, um no
Espírito Santo e dois em São Paulo. Com a confirmação desses casos, o Brasil
possui agora oito casos de coronavírus. A pasta analisa mais um provável caso
no Distrito Federal, que aguarda a contraprova de laboratório público de
referência nacional. O país monitora 636 casos suspeitos. Outros 378 foram
descartados.
Os
dois casos de São Paulo têm relação com o primeiro caso de COVID-19 no país,
chamado de paciente 1. Contudo, isso não significa que há transmissão
comunitária, ou seja, que o vírus esteja circulando na sociedade sem
conhecimento da sua origem. Por enquanto, é considerado transmissão local, pois
está restrito e circulando em um grupo de pessoas. “Estes dois casos estão
relacionados entre si. Sabemos a origem da transmissão. Por isso são
considerados transmissão local. Quando não conseguimos relacionar a transmissão
com o caso já confirmado, ela é considerada transmissão comunitária. É o que
ocorre em países como a China, Itália e Estados Unidos”, explicou Wanderson de
Oliveira, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
O
caso do Rio de Janeiro também confirmado na tarde desta quinta-feira (5),
trata-se de uma mulher de 27 anos com histórico de viagem pela Itália e
Alemanha, em fevereiro. A paciente apresentou sintomas de febre, coriza e falta
de ar, ainda durante a viagem. Depois de uma semana da chegada ao Brasil, a
mulher procurou uma unidade de saúde em Barra Mansa, onde fez testes que deram
negativo para outras viroses. Por apresentar histórico de viagens para áreas
endêmicas e ter sintomatologia, seguiu-se o plano de contingência do Ministério
de Saúde e da Secretaria de Estado de Saúde, com material encaminhado à
Fiocruz, no Rio de Janeiro, que atestou positivo para coronavírus.
No
Espírito Santo, o caso confirmado é também de uma mulher, de 37 anos, e
histórico de viagem pela Itália. Ela apresentou sintomas e foi atendida na rede
de saúde privada e a testagem foi realizada pela Fiocruz.
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EQUIPAMENTOS
DE PROTEÇÃO INDIVUDUAL
O
Ministério da Saúde tem trabalhado no reforço e organização da assistência
hospitalar e ambulatorial do SUS para o enfrentamento do coronavírus. Nesta
quinta-feira (5), foi publicada em edição extra no Diário Oficial da União
(DOU) a assinatura de contratos de aquisição de máscaras para proteção dos
profissionais de saúde que atuam na rede pública de saúde, no valor de R$ 72,9
milhões.
“São
500 mil máscaras do modelo N95, das 4 milhões que serão adquiridas, e quase 19
milhões de máscaras cirúrgicas, de um total de 20 milhões. Com a assinatura dos
contratos esses itens devem ser entregues em até 15 dias aos estados”, informou
o secretário-executivo, João Gabbardo.
Dos
21 tipos diferentes de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) que a pasta
programou para a compra, 16 itens, óculos, álcool em gel, luvas etc, já foram
licitados e começam a ser distribuídos na próxima semana aos estados e
municípios.
TROCA
DE EXPERIÊNCIAS
As
autoridades de Saúde brasileiras estão observando o cenário dos países que já
estão vivenciando a epidemia do coronavírus, como China, Coréia do Sul e Itália
que apresentam transmissão comunitária. Com isso é possível elaborar protocolos
para a organização da rede de atendimento para o enfrentamento do coronavírus.
Isso
inclui a troca de informações com médicos do exterior para um entendimento mais
eficiente de como tratar e atender os infectados. “Não dá para esperar chegar a
uma situação crítica para se organizar. Estamos estudando e conversando com
esses países para entender a dinamicidade imposta pelo vírus e assim adotar
medidas exitosas e descartar as que não deram certo”, disse o secretário de
Vigilância em Saúde do Ministério de Saúde.
Nessa
troca de experiências, o plano estratégico do Brasil foi construído com base
nos planos do Reino Unido, Hong Kong, Estados Unidos e Canadá.
Atualmente,
a lista de países monitorados pelo Ministério da Saúde conta com 33 países, com
a entrada da Romênia, de acordo com as atualizações da OMS, por apresentarem
transmissão local do coronavírus. Desta forma, as pessoas que estiveram nesses
países nos últimos 14 dias e apresentarem febre e mais um sintoma gripal, como
tosse ou falta de ar, serão enquadradas como casos suspeitos de coronavírus. A
medida faz parte das ações de contenção realizadas pelo Ministério da Saúde
contra a transmissão do coronavírus.
Veja
a lista dos
países.
PREVENÇÃO
Nos
casos monitorados o Ministério da Saúde tem observado o aumento de exames
positivos para Influenza A, o H1N1. Isso reforça a importância de manter a
prevenção não só para o coronavírus, mas para outros vírus que causam doenças
respiratórias, principalmente com a proximidade do período do inverno.
Para
evitar a proliferação do vírus, o Ministério da Saúde recomenda medidas básicas
de higiene, como lavar as mãos com água e sabão, utilizar lenço descartável
para higiene nasal, cobrir o nariz e a boca com um lenço de papel quando
espirrar ou tossir e jogá-lo no lixo. Evitar tocar olhos, nariz e boca sem que
as mãos estejam limpas.
Para
manter a população informada a respeito do novo coronavírus, o Ministério da
Saúde atualiza diariamente, os dados na Plataforma
IVIS, com números de casos descartados e suspeitos, além das definições
desses casos e eventuais mudanças que ocorrerem em relação a situação
epidemiológica.
Por
Silvia Pacheco, da Agência Saúde