A partir do dia 16 de maio, as
páginas de acesso aos sistemas Diretório de Grupos de Pesquisa (DGP), Currículo
Lattes e Plataforma Integrada Carlos Chagas (PICC) irão mudar.
A partir do dia 16 de maio, as páginas de
acesso aos sistemas Diretório de Grupos de Pesquisa (DGP), Currículo Lattes e
Plataforma Integrada Carlos Chagas (PICC) irão mudar.
Será criada, apenas, uma nova
alternativa de Login para esses usuários. Não haverá qualquer mudança interna
aos sistemas ou às suas bases de dados que, atualmente, são replicadas e
possuem várias cópias de segurança em diferentes dispositivos de armazenamento.
Será implementada, também, uma nova interface para o Login do CNPq, com o objetivo
de ampliar a segurança no acesso aos sistemas.
A página para login terá,
agora, um novo visual:
Para o primeiro acesso, as
credenciais serão as mesmas já utilizadas no Currículo Lattes.
Estrangeiros sem CPF
permanecem com a possibilidade de acesso via e-mail.
E o que vai mudar?
1.Ao fazer o primeiro acesso, o usuário será
obrigado a trocar para um padrão mais seguro.
2. Com a mudança, será possível acessar, também, pelo login gov.br
2.Quem não tiver cadastro, ainda, poderá fazer
uma conta.
A mudança visa oferecer um
ambiente mais seguro e mais praticidade com a possibilidade de login único
vinculado à plataforma Gov.br
Agência promove seminário
virtual no dia 16 de maio, às 15h, para orientar empresas e profissionais do
setor sobre o tema.
A Anvisa irá realizar no dia
16 de maio, a partir das 15h, um seminário virtual sobre pesquisa clínica
em Cannabis medicinal. A ideia é orientar as empresas e os
profissionais do setor sobre a concepção e a realização de estudos clínicos,
com finalidade de registro, para comprovação da eficácia
e da segurança de produtos derivados de Cannabis sativa para
uso medicinal.
Na ocasião, os participantes
poderão esclarecer suas dúvidas sobre o tema. Para participar do evento, basta
clicar no link abaixo, no dia e horário agendados. Não é preciso fazer cadastro
prévio.
O Webinar é um seminário
virtual que tem como objetivo fortalecer as iniciativas de transparência da
Anvisa, levando conteúdo e conhecimento atualizado ao público. A transmissão é
via web e a interação com os usuários é feita em tempo real, por um chat realizado
durante o evento. Confira a página específica de webinares realizados pela
Agência.
SBPC/ML e Cepheid promovem o
Encontro de Sociedades Médicas sobre o panorama atual da covid-19 em 21/5, em
SP
A Sociedade Brasileira de
Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), juntamente com a empresa
americana de diagnósticos moleculares Cepheid, promovem o Encontro de
Sociedades Médicas, com o macrotema “Covid-19 – Panorama Atual e Próximos
Passos: Interação Clínico-Laboratorial”. O evento será realizado em formato
presencial no dia 21 de maio, das 8h às 13h45, no Hotel Intercontinental, em São
Paulo.
Os assuntos apresentados serão
a Evolução do SARS Cov-2: Epidemiologia das Variantes no Mundo; Testes
Moleculares para Detecção do SARS CoV-2: Diferentes Técnicas e Plataformas.
Quando e Como aplicar?; Marcadores Sorológicos da COVID-19 – Aplicabilidade dos
Testes e Novos Marcadores; Outros vírus respiratórios no contexto da Pandemia
por SARS CoV-2; Testes Laboratoriais para o Diagnóstico das Infecções
Respiratórias; Remuneração dos Testes Laboratoriais – SARS CoV-2 no Contexto
Público e Privado no Brasil e O que podemos esperar da pandemia?.
Para mais detalhes sobre as
inscrições e a programação do Encontro de Sociedades Médicas, basta acessar o
link
https://adm.sbpc.org.br/AreaAssociados/EventosPro/EventoProDetalhe/index/2338 .
A programação inclui um almoço de integração, para que os participantes possam
fazer network e compartilhar das experiências adquiridas. É importante
ressaltar que todas as medidas de segurança para prevenção e controle da
covid-19 serão tomadas para gabaritar a segurança dos presentes. (Com
informações da Advice Comunicação – assessoria de imprensa da SBPC/ML –
11.05.22)
Evento será on-line, gratuito
e tem foco na Atenção Primária à Saúde, nos dias 18 e 19 de maio
Diabetes, obesidade e
hipertensão fazem parte das chamadas doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT), as maiores causadoras de mortes no Brasil e no mundo. Para debater o
tema, o Ministério da Saúde promove o I Seminário Nacional de Atenção às DCNT
nas próximas quarta e quinta-feira, dias 18 e 19 de maio. O evento é gratuito e
on-line.
Aproximadamente 80% dos
fatores de risco para o desenvolvimento dessas doenças são preveníveis. Ainda
assim, eles são considerados epidêmicos. “Mudanças no estilo de vida são
suficientes para evitar a maior parte dos casos, mas diversos fatores estão
envolvidos nesse processo, tornando a prevenção desafiadora”, lembra a
coordenadora de Prevenção de Doenças Crônicas do Ministério da Saúde, Patrícia
Izetti. “Acesso à informação e aos serviços de saúde, tempo para se exercitar,
condições para adquirir alimentos de qualidade, autonomia no cuidado e adesão
ao tratamento proposto são alguns deles”, destaca.
Dessa forma, a proposta do
encontro virtual é debater soluções para esses desafios, que incluem a
qualificação das equipes de saúde e das gestões locais em ações de prevenção,
diagnóstico precoce, tratamento de controle da morbimortalidade das DCNT,
promoção da saúde e qualidade de vida para a população. Serão abordadas
estratégias de organização do processo de trabalho, para contribuir com a
resolutividade da assistência, e experiências exitosas de alguns municípios com
ações longitudinais e integrais de cuidado no tema.
O seminário é aberto para
qualquer interessado, com foco nos gestores e profissionais de saúde da Atenção
Primária dos três entes federativos; pesquisadores, estudantes de graduação da
área da saúde, residentes médicos e multiprofissionais atuantes no Sistema
Único de Saúde (SUS); e sociedades brasileiras relacionadas à temática das
DCNT, instituições afins e membros da sociedade civil organizada. Confira mais
informações e assista aqui.
Sobre as DCNT
As doenças crônicas não
transmissíveis são responsáveis por aproximadamente 70% dos óbitos a nível
mundial - sendo que em torno de 16 milhões de pessoas são vítimas de morte
prematura, entre 30 e 69 anos, a cada ano - contribuindo significativamente
para o desenvolvimento de incapacidades e na perda de qualidade de vida da
população. No Brasil, essas doenças correspondem a 72% das causas de morte.
Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), 52% da população com 18 anos
ou mais afirma ter recebido o diagnóstico de ao menos uma doença crônica no ano
de 2019.
A complexidade desse cenário
requer atenção integral e longitudinal nos diversos pontos da rede de serviços,
a necessidade de cuidado coordenado e articulado nos diferentes níveis de
atenção, que tem importante centralidade na APS. Cabe lembrar que o manejo
adequado conduzido pela APS pode evitar hospitalizações e maiores complicações
relacionadas às DCNT. Nesse sentido, é necessário ofertar espaços de
articulação e discussão para debater a qualificação do cuidado das DCNT no
Sistema Único de Saúde (SUS), com foco na APS.
Serviço
- I Seminário Nacional de Atenção às DCNT
- Data: 18 e 19/5/22
- Horário: das 15h às 18h
- Onde assistir: Início | Seminário DCNT 2022
O protocolo foi recebido nesta
sexta-feira (13/5) e já está em avaliação pelas áreas técnicas envolvidas. O
prazo de análise da Agência é de 60 dias.
A Anvisa recebeu o pedido de
registro da vacina Convidecia contra a Covid-19. A solicitação foi apresentada
pela empresa farmacêutica Biomm S.A., que representa no Brasil a fabricante do
imunizante, a CanSino Biologicals .
A vacina utiliza a tecnologia
de adenovírus vetor, semelhante à de outras vacinas já em uso no país, e o
pedido é para uso em adultos.
A solicitação foi apresentada
à Anvisa no âmbito da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 415/2020, que
contém critérios e procedimentos extraordinários para pedidos de registro
decorrentes do novo coronavírus. A norma prevê, por exemplo, a análise
prioritária e a possibilidade de se firmar termos de compromisso, como foi
feito com outras vacinas contra a Covid-19 já autorizadas no Brasil.
O protocolo foi recebido nesta
sexta-feira (13/5) e já está em avaliação pelas áreas técnicas envolvidas. O
prazo de análise da Agência é de 60 dias.
Processo de análise
A análise de vacinas pela
Anvisa é feita de forma conjunta, por três áreas distintas:
a área de Medicamentos, que avalia os
aspectos de segurança e eficácia;
a área de Farmacovigilância, responsável
pelo monitoramento e planos de acompanhamento da vacina após sua entrada
em uso no país; e
a área de Inspeção e Fiscalização,
responsável pela avaliação das Boas Práticas de Fabricação.
O vice-presidente Carlos
Eduardo Gouvea representou a #ABIIS no #MedTech Forum
2022 ("MTF"), em Barcelona, na Espanha. O evento, aconteceu entre os
dias 3 e 5 de maio, após dois anos sem atividades presenciais e reuniu mais de
800 pessoas das áreas de Dispositivos Médicos e #Diagnóstico de
todo o continente europeu, da Ásia, Américas e Oriente Médio.
O encontro debateu, entre outros assuntos, as novas diretivas europeias para
dispositivos médicos e diagnóstico e respectivos desafios para implementação,
inclusive a falta de organismos certificadores (notified body) devidamente
habilitados em quantidade suficiente para a demanda; as inovações tecnológicas,
principalmente equipamentos e sistemas totalmente integrados prontos para
interoperabilidade; a #regulação que
envolve a #Telemedicina,
compartilhamento seguro de dados, sensores em wearables e inteligência
artificial; o impacto da #pandemia da #Covid19 e
os legados para uma eventual nova crise sanitária global; a importância e valor
do diagnóstico e dos dispositivos médicos (principalmente aqueles para UTIs) e
a rapidez com que a indústria de MedTech se organizou para responder à
emergência; e temas relacionados a integridade.
“De uma forma geral, foi uma excelente oportunidade para troca de experiências
e alinhamento das principais atividades com os diversos países membros do
Global Medical Technology Alliance (GMTA), cuja reunião semestral aconteceu no
primeiro dia do evento, em formato híbrido, com participantes de todo o Globo,
além de Adriana Velazquez, da Organização Mundial da Saúde (OMS)”, concluiu
Gouvêa.
Proposta altera o Estatuto do
Idoso para definir como crime privar idosos de medicamentos nos casos
obrigatórios
Gustavo Sales/Câmara dos
Deputados
Geovania de Sá: proposta dá
maior garantia às normas
A Comissão de Defesa dos
Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que
permite que o Ministério Público (MP) promova e acompanhe ações relacionadas ao
acesso de idosos a saúde e a medicamentos – PL 6074/09, do Senado, que altera o Estatuto do Idoso.
Hoje, o Estatuto já prevê a
atuação do MP em ações envolvendo alimentos, interdição total ou parcial e
designação de curador especial para idoso.
A relatora, deputada Geovania de Sá (PSDB-SC),
recomendou a aprovação da matéria. Segundo ela, as alterações propostas dão
maior garantia às normas que já estabelecem o direito ao acesso a saúde e a
medicamentos, mas que nem sempre são devidamente observadas.
Alimentação
O projeto inclui alimentação e medicamentos entre direitos que devem ser
assegurados ao idoso, pelo Ministério Público, por meio de ações de
responsabilidade por omissão ou por oferecimento insatisfatório desses
recursos.
Por fim, a proposta altera o
Estatuto do Idoso para definir como crime privar idosos de medicamentos nos
casos em que isso seja uma obrigação. O crime sujeita o autor a pena de
detenção de dois meses a um ano e multa, podendo ser agravada em caso de lesão
corporal grave e morte.
“Ao incluir a privação de
medicamentos entre as condutas do crime de ‘expor a perigo a integridade e a
saúde, física ou psíquica, do idoso’ e dar a atribuição ao Ministério Público
para instaurar inquérito civil e ação civil pública em relação à assistência
farmacêutica ao idoso, haverá maiores garantias de que não faltarão os
medicamentos necessários a essa população”, afirmou Geovania de Sá.
Tramitação
O projeto ainda será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania. Em seguida, será votado pelo Plenário. Antes, o texto havia sido
aprovado também pela Comissão de Seguridade Social e Família.
Motorista culpado também será
responsável pela indenização às vítimas
Billy Boss/Câmara dos
Deputados
Felipe Rigoni:
"Iniciativa poderá solucionar controvérsias"
A Comissão de Finanças e
Tributação da Câmara dos Deputados aprovou projeto determinando que a pessoa
que provocar acidente com dolo (quando há intenção) ou culpa grave, além de
indenizar as vítimas, responderá pelos gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com
atendimento e tratamento de todos os acidentados. A proposta insere essa regra
no Código
Civil.
Rigoni avaliou que a
iniciativa poderá solucionar controvérsias. “A medida resultaria no aumento de
receitas de indenização em razão de ações regressivas postuladas pelos entes
federativos, entre eles a União, contra quem causa acidentes com dolo ou culpa
grave, responsabilizando esse agente pelos gastos do SUS (com socorro,
atendimento e tratamento à saúde) e da Previdência Social (com auxílios e
pensões) eventualmente decorrentes”, explicou o relator.
“Acredito que a aprovação
dessa proposta resolverá definitivamente, em favor dos entes federativos, essa
questão de responsabilidade civil específica, que atualmente não tem solução
expressa na legislação em vigor e já acumula quase uma década de controvérsias
no mundo jurídico”, concluiu Felipe Rigoni.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pela Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania.
Assistência integral para
paciente com transtorno do espectro autista no SUS também será discutida
Ricardo Amanajás/Agência Pará
Políticas públicas para
pessoas com TEA serão tema de debate
A Comissão de Defesa dos
Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados realiza audiência
pública nesta terça-feira (17) sobre a importância das Redes Integradas de
Cuidados à Pessoa com Autismo.
Segundo a deputada Tereza Nelma (PSD-AL),
que pediu a audiência, o Centro de Controle de Doenças e Prevenção do governo
dos EUA estima que, atualmente, 1 a cada 54 nascimentos tem a ocorrência do
Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Para ela, isso demonstra
"a urgência da adoção de legislações e políticas públicas que garantam
direitos às pessoas com TEA". Tereza Nelma citou a Lei 12.764/12, também chamada de Lei Berenice Piana, que
prevê, entre as suas diretrizes, a "intersetorialidade no desenvolvimento
das ações e das políticas e no atendimento à pessoa com transtorno do espectro
autista, e a atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com transtorno
do espectro autista, objetivando o diagnóstico precoce, o atendimento
multiprofissional e o acesso a medicamentos e nutrientes".
Neste sentido, disse a
deputada, uma integração da rede de apoio na saúde, na assistência social e na
educação são medidas inovadoras e que prometem marcar uma nova era no
atendimento, acompanhamento e tratamento da pessoa com TEA.
Tereza Nelma também defende o
debate do Projeto de Lei 3630/21, que tramita na Câmara e que já foi
aprovado pelo Senado Federal. "Tal projeto visa tornar obrigatória a
criação de centros de assistência integral ao paciente com transtorno do
espectro autista no SUS, o que fará com que mais entes públicos adotem medidas
de tratamento interdisciplinares e intersetoriais às pessoas com TEA",
observou.
Debatedores
Confirmaram presença na audiência:
- o advogado especialista na defesa dos direitos das pessoas com Transtorno do
Espectro do Autismo e pai de pessoa com TEA, Julius Egon Schwartz;
- a secretária-adjunta de Saúde do governo do Rio Grande do Sul, Ana Lucia
Pires Afonso da Costa;
- a enfermeira Fernanda Barreto Mielke;
- a coautora da Lei 12.764/12, Berenice Piana;
- a mãe de autista, estudiosa e pesquisadora do tema, Deusina Lopes da Cruz; e
- o diretor-presidente do movimento "Orgulho Autista", Fernando
Cotta.
Da Redação – RS
A reprodução das notícias é
autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.
Apresentado no evento on-line
“Prevenção e combate ao assédio: práticas e modelo para implantação”, o modelo
pode ser aplicado em órgãos federais como forma de reduzir o assédio e a
discriminação
O assédio está
diretamente relacionado à desigualdade de gênero e deve ser
amplamente combatido nas instituições como forma de eliminar as
barreiras que dificultam a ascensão feminina no mercado de trabalho. Este
foi um dos pontos destacados pelo vice-presidente do TCU, ministro
Bruno Dantas, durante a abertura do evento on-line “Prevenção e
combate ao assédio: práticas e modelo para implantação”, realizado no dia 5
de maio com transmissão pelo canal do TCU no YouTube.
O encontro reuniu especialistas
e gestores públicos para discutir o tema e teve relatos de
iniciativas realizadas em instituições como o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud). Também foi apresentado o modelo desenvolvido
pela Corte de Contas para prevenir e combater o assédio, o qual
poderá servir de referência para futuras auditorias.
“Tenho certeza de que o modelo
que elaboramos fornecerá ferramentas, práticas e orientações que as
organizações poderão fazer uso e até adaptá-las de acordo com a sua cultura,
características e necessidades”, disse o vice-presidente da Corte de Contas na
ocasião.
Bruno Dantas também destacou
outras ações realizadas pelo Tribunal com foco na conscientização sobre
o combate ao assédio, como a campanha interna iniciada na gestão da
presidente do Tribunal, ministra Ana Arraes. “Não podemos fechar os olhos para
esse problema tão grave e que traz inúmeros prejuízos para as
organizações, tais como a redução da produtividade, o aumento do
absenteísmo por adoecimento, o gasto com pagamento de indenizações e o aumento
dos casos de judicialização”, observou.
O modelo desenvolvido pelo
Tribunal consiste em quatro mecanismos que podem ser aplicados em
órgãos da administração pública federal como forma de reduzir
o assédio e a discriminação, além de servir como guia para que avaliem
a maturidade das organizações em relação a este assunto. São
eles:
1.Institucionalização –
Compromisso e engajamento da alta administração para implementar o sistema de
prevenção e combate ao assédio.
2.Prevenção – A
instituição cria uma estrutura de acolhimento e prevenção ao assédio. Divulga a
política e capacita todos os colaboradores sobre como proceder em caso ou
suspeita de assédio.
3.Detecção –
Um canal para recebimento de denúncias deve ser incorporado à estrutura da
organização. Além disso, devem ser tomadas ações proativas para revelar
possíveis casos de assédio.
4.Correção –
Apurar e dar tratamento rápido a todas as denúncias recebidas. Aplicar medidas
conciliatórias e de ajuste de conduta, além de garantir a punição dos
responsáveis.
Cada mecanismo foi apresentado
em formato de checklist, uma maneira de incentivar
a autoavaliação dos gestores sobre o cumprimento de cada um
desses requisitos. A auditora federal de Controle Externo do TCU Claudia
Mancebo fez a apresentação e explicou o trabalho realizado à frente
da fiscalização, na modalidade levantamento, para conhecer os sistemas
de prevenção de assédio moral e sexual no ambiente de trabalho em organizações
nacionais e internacionais. O trabalho foi conduzido no Senado
Federal, na Controladoria-Geral da União (CGU), na Petrobras e no Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
O trabalho começou em 2020,
como iniciativa do ministro Bruno Dantas, e o processo foi
relatado pelo ministro Walton Rodrigues. Na época, segundo Cláudia Mancebo,
constatou-se que os dados sobre assédio na administração pública são
alarmantes e que as mulheres são as principais vítimas no
contexto das organizações.
Relatos e discussões sobre o
tema
O evento online também abriu
espaço para gestores públicos e especialistas discutirem boas práticas
e principais desafios enfrentados pelas organizações ao lidarem com
questões relacionadas ao assédio, com mediação feita pela secretária de
Controle Externo da Administração do Estado, Dione Mary de Cerqueira Barbosa.
Durante todas as apresentações, o público enviou comentários e perguntas.
A política
desenvolvida pelo TCU foi vista como um divisor de águas por
Lis Soboll, professora da Universidade Federal do Paraná, com possibilidade de
reverberar em organizações de diferentes vocações. “Esse divisor de águas não
se dá apenas para os órgãos públicos. Sem dúvida, o que acontecer nas
instituições públicas vai afetar de uma maneira geral a forma de se trabalhar
na sociedade brasileira, impactando também instituições privadas”,
refletiu a professora. Para ela, o tema assédio é complexo e envolve aspectos
organizacionais e sociais amplos que vão muito além de questões relacionadas a
personalidades.
A representante-residente
assistente e coordenadora da área programática do Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (Pnud) e conselheira do Centro de Altos Estudos e
Controle e Administração Pública do TCU, Maristela Baione, falou sobre a experiência
da ONU na prevenção e combate ao assédio moral e sexual. Ela contou que a
política de prevenção e combate ao assédio foi desenhada de forma simples
abordando seus princípios, condutas proibidas, responsabilidades dos
funcionários, de gestores e supervisores, da organização e do denunciante, e os
processos de resolução de conflitos.
As condutas proibidas são:
assédio, discriminação e abuso de autoridade, com tolerância zero em relação a
cada uma delas. Isso porque, segundo Maristela, são comportamentos que
se afastam dos princípios estabelecidos na Carta das Nações Unidas, nos
regulamentos e normas de conduta do serviço internacional. “Carregamos a
responsabilidade de não violação de nenhum desses princípios da conduta ética,
correta e adequada para ser funcionário da ONU. O que essa política traz é
uma mudança de cultura e de padrão de comportamento”, disse. Ela
contou que as regras devem ser observadas pelos funcionários da ONU, do mais
baixo ao mais alto escalão, não apenas no âmbito do trabalho, mas
também fora do expediente.
A experiência da Organização
Latino-Americana e do Caribe de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Olacefs)
também teve espaço no evento. Daniela Santana Silva, que coordena o grupo
de trabalho sobre Igualdade de Gênero e Não Discriminação, apresentou
informações sobre a política instituída pela organização. “É parte de nossas
responsabilidades, como EFS, pôr um fim a essas situações e gerar
ambientes de trabalho seguros para todos os funcionários”, defendeu Daniela
Silva.
Mesa-redonda
A última atividade do evento
online foi a mesa-redonda sobre “Experiências, práticas e obstáculos
vivenciados na CGU, Conselho Nacional de Justiça (CNJ), TRF 4ª Região, Senado
Federal e Petrobras”. Participaram Salise Monteiro Sanchotene,
desembargadora do TRF da 4ª Região e conselheira do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ); Ilana Trombka, diretora-geral do Senado Federal; Carmen Lúcia
Correa da Costa, funcionária da Petrobras; e Gilberto Waller Júnior, corregedor
da CGU.
Entre os relatos, Ilana
Trombka contou um caso recente em que foi necessário usar a inovação
para combater uma situação de assédio com estagiárias e terceirizadas do Senado
Federal. Por medo de retaliações, as mulheres não levavam as denúncias
à frente, mas relatavam, de forma anônima, as situações vivenciadas durante
atividades do programa de qualidade de vida promovido pela Casa. “Tivemos que
usar uma criatividade normativa, achar um espaço que permitisse levar o caso à
frente, pois não poderíamos permitir que esse tipo de situação
permanecesse”, revelou.
Segundo a diretora-geral do
Senado, o assunto deve ser muito bem esclarecido por meio de campanhas
internas, divulgadas periodicamente, para que floresça uma cultura de combate
ao assédio. Assim, as pessoas não penas impedem que essas situações
ocorram com elas, mas também ficam mais atentas a esse tipo de comportamento no
ambiente em que trabalham. “O assediador busca espaços onde o assédio não
vai ser fiscalizado. A partir da conscientização sobre o assunto, nós
vamos criando uma espiral positiva que não dá espaço para o assédio."