Manchetes
Valor Econômico – Não circula
hoje
O GLOBO – Mal-estar provocado
pela pobreza é o maior em 10 anos
FOLHA DE S.PAULO – Só Auxílio
Brasil escapa de cortes sociais sob Bolsonaro
O ESTADO DE S.PAULO – Órfãos
de planos de saúde fazem número de healthtechs dobrar
CORREIO BRAZILIENSE –
Bolsonaro quer palanque com Arruda em Brasília
Destaques de primeiras páginas,
fatos e bastidores mais importantes do dia
O mais alto impacto da miséria
desde 2012 - O empobrecimento das famílias com o agravamento da crise econômica
pela pandemia tem o maior impacto no bem-estar dos brasileiros em dez anos. É o
que mostra o novo índice criado pelo professor João Saboia e outros
pesquisadores da UFRJ, que leva em conta inflação, desemprego, subocupação,
renda domiciliar, desigualdade e endividamento. Numa escala de 0 a 1, o índice
da miséria alcançou 0,947 em 2221, o maior na série elaborada pelo estudo, que
começa em 2012. Oss retrocessos sociais aparecem nas histórias de perdas de
quem não encontra trabalho.
Turbina apenas um - De olho na
campanha à reeleição, o presidente Jair Bolsonaro (PL) turbina o Auxílio
Brasil, mas o governo acumula resultados negativos em outros programas sociais.
Marcas petistas, como o Farmácia Popular e o Fies, registram queda no orçamento
desde que Bolsonaro assumiu o mandato. Até o programa Casa Verde e Amarela
–vitrine criada por ele na construção de moradias– não foi poupado. Numa
coalizão entre a equipe econômica e a ala política do governo, o Auxílio Brasil
foi desenhado para quebrar recordes de famílias atendidas e valores
transferidos, mesmo que isso exija driblar regras de controle de gasto público.
Em mais um desses acordos, o governo espera aprovar nesta semana uma PEC
(proposta de emenda à Constituição) que cria novos benefícios sociais, apesar
das limitações legais em ano eleitoral, além de ampliar o valor do Auxílio
Brasil para R$ 600 e zerar a fila de espera do programa. Enquanto isso, a
principal iniciativa nos últimos anos para tentar reduzir o déficit
habitacional no país enfrenta um cenário bem diferente. O Casa Verde e Amarela
tem um orçamento de R$ 1,2 bilhão neste ano –o menor da história. De 2009 a
2018, a média destinada ao antecessor do programa habitacional (Minha Casa,
Minha Vida) se aproximava de R$ 12 bilhões por ano. Na área educacional, o Fies
–programa para estimular o acesso da população de baixa renda ao Ensino Superior–
também perdeu espaço. O orçamento dessa iniciativa foi reduzido de R$ 22
bilhões em 2018 para R$ 5,5 bilhões neste ano. Técnicos dizem que o Fies
cresceu de forma desordenada sob Dilma e, por causa da crise nas contas
públicas, regras mais rígidas para a concessão de financiamentos foram
adotadas.
Vezes dois - Brasileiros que
perderam o emprego ou não têm como bancar as mensalidades dos planos de saúde
passaram a ver nas healthtechs uma alternativa ao SUS, informa Cristiane
Segatto. O número de startups que oferecem o serviço no País passou de 18, no
fim de 2018, para 34 no mês passado, de acordo com a plataforma de inovação
Distrito. Em geral, clientes elogiam o acolhimento dos prestadores de serviço
das healthtechs, o uso de tecnologia e os preços mais baixos. Mas nem todos se
adaptam ao novo modelo e há, entre especialistas, dúvidas sobre o futuro
financeiro das empresas.
Ele quer Arruda - A estratégia
de campanha para reeleição do presidente deve impactar na decisão de José
Roberto Arruda se lançar à disputa do Palácio do Buriti, em outubro. Com a
elegibilidade garantida por decisão do presidente do STJ, minsitro Humberto
Martins, Arruda ainda define seus planos políticos, mas poderá se render ao
desejo do chefe do Planalto de ter um candidato de seu partido, o PL, na
disputa pelo GDF. Além disso, aliados garantem que o nome do ex-governador
agrada Bolsonaro que, apesar de ter boa convivência com Ibaneis Rocha (MDB),
não vê o medebista com tanta simpatia. “Nunca vi o presidente declinar apoio a
ninguém, mas tem simpatia por Arruda”, afirma o ex-deputado Alberto Fraga
(PL-DF).
Sábado dos presidenciáveis - O
presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de duas marchas evangélicas, ontem.
Uma em São Paulo e outra, em Uberlândia (MG), onde também esteve numa
motociata. Apesar de impedido pela lei eleitoral de fazer campa[1]nha
para sua reeleição, ele afir[1]mou,
em discurso, que a “ques[1]tão
econômica começa a ser su[1]perada”.
Lançando mão de uma citação bíblica, atacou as gestões petistas mirando o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal rival nas urnas.
“Por falta de conhecimento meu povo pereceu”. Em Diadema, reduto petista, Lula
participou do ato da coligação Vamos Juntos pelo Brasil. Ele criticou o
orçamento secreto, a PEC Kamikaze e empresários. Ao falar sobre o teto de
gastos, dirigindo-se ao companheiro de chapa Geraldo Alckmin (PSB), prometeu
revogar a medida. “Pode saber desde já, Alckmin: nós vamos acabar com o tal do
teto de gastos. O que nós queremos é fartura de emprego, de comida e de
respeito nesse país”, disse. Ainda em São Paulo, Luciano Bivar (União) fez um
ato de “pré-convenção” ao qual chancelou o apoio do governador do estado,
Rodrigo Garcia (PSDB), à sua candidatura à presidência da República. Apesar de
os tucanos terem um acordo com o MDB, o PSDB paulista decidiu apoiar o deputado
federal nas urnas. Bivar está sentado sobre o maior fundo eleitoral do Brasil,
com R$ 782 milhões para gastar na campanha. Simone Tebet (MDB) também
participou da Marcha Para Jesus em SP e buscou abraçar o eleitorado religioso.
“Que Deus possa abençoar imensamente o nosso Brasil e que este evento seja um
exemplo para a política”, disse. Ontem, ela também lançou um jingle de
campanha, que traz o slogan “Eles não, ela sim”.
Discurso anti-Centrão - No ato
do PT em Diadema (SP), o pré-candidato do PSol a deputado federal Guilherme
Boulos lançou as bases do discurso que irá dominar os palanques petistas ao
longo dos próximos 85 dias: “Temos que derrotar a turma do orçamento secreto, o
Centrão”. Daqui para a frente, PT e aliados, que já disseram não apoiar mais
dois anos de Arthur Lira no comando da Câmara nem as emendas de relator, a RP9,
apelidadas de orçamento secreto, farão campanha para deputado federal com esse
discurso lançado por Boulos. É hoje a maior esperança de se acabar essas
emendas. A fala de Boulos foi pré-acertada com os partidos. Há um consenso na
esquerda e, também, entre os de centro, no sentido de que, para acabar com as
emendas de relator, é preciso, em primeiro lugar, retomar o Parlamento. Se não
for possível no voto, será com uma nova CPI do Orçamento. E, contando com o que
já foi investigado e publicado pela imprensa, material não falta.
Os anões cresceram -
Reportagem da revista Piauí caiu como uma bomba no Parlamento. Mostra vários
municípios do Maranhão com gastos em saúde para lá de inflados, campeões de
recebimento de recursos. Em Igarapé Grande, por exemplo, foram 385 mil o número
de consultas com especialistas. Isso dá 34 por habitante, em média, padrão que
supera o da Coreia do Sul. Em 2021, o município recebeu R$ 6,7 milhões, medalha
de ouro per capita em atendimentos. Os deputados sempre defendem as emendas
dizendo que estão próximos da população e que conhecem as necessidades de cada
município. É verdade. Mas os casos exorbitantes existem. Em 1991, Serra
Dourada, no interior da Bahia, foi campeão em recebimento de verbas do país e
teve o deputado João Alves como o mais votado para a Câmara dos Deputados sem
pisar no município. Lá, há uma Vila João Alves, de casas populares sem
acabamento e sem água encanada. Na época, vereadores haviam recebido dinheiro
para fazer campanha para João Alves. Se a história se repete, é preciso averiguar.
Alô, polícia! A turma do Congresso não vê a hora de partir para o recesso
parlamentar. A avaliação é que, sem o Congresso funcionando, vai ficar mais
fácil colocar essas denúncias do Orçamento em banho maria, pelo menos, até
outubro.
Senador quer levar Marcos do
Val ao conselho de ética, que não funciona desde 2019 - O senador Alessandro
Vieira (PSDB-SE) promete apresentar uma representação no Conselho de Ética
contra Marcos do Val (Podemos-ES), Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Davi Alcolumbre
(União-AP) pela revelação feita pelo capixaba sobre como acessou R$ 50 milhões
em verbas do orçamento secreto após ter apoiado a eleição de Pacheco. Acontece
que o colegiado está sem funcionar desde setembro de 2019. O último presidente
da comissão, Jayme Campos (União-MT), só promoveu a sessão de instalação, há
quase três anos. Depois, os trabalhos não foram mais retomados. O mandato dele
no comando da comissão venceu no ano passado, e até hoje não foi indicado um
substituto. Atualmente, Campos está licenciado. No ano passado, Pacheco
justificou a demora em instalar o Conselho de Ética alegando questões de
segurança pela Covid-19. Em 2022, porém, todos os demais colegiados do Senado
foram reativados e hoje funcionam normalmente.
Deu merda para o lançador de
fezes - A Justiça do Rio de Janeiro decidiu pela prisão preventiva do homem
suspeito de lançar uma bomba de fabricação caseira contra o público de um ato
do qual participaria o pré-candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT), na Cinelândia, região central da capital fluminense, na noite da última
quinta-feira, 7. Andre Stefano Dimitriu Alves de Brito foi preso em flagrante
pouco depois da explosão do artefato. O incidente ocorreu no início da noite de
quinta-feira, quando o local do ato já estava lotado. Na audiência de custódia,
conduzida na Casa de Custódia de Benfica neste sábado, 9, a juíza Ariadne
Villela Lopes acatou o pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro
de conversão da prisão em flagrante para prisão preventiva. A decisão levou em
consideração os depoimentos de ao menos três testemunhas e mais dois policiais
militares responsáveis pela prisão de Brito. Segundo a juíza, “as
circunstâncias em que supostamente foi praticada a conduta imputada ao
custodiado mostram-se graves o suficiente para a referida conversão”.
Tebet lança jingle de campanha
com trocadilho ‘Eles não’ - A menos de três meses das eleições, os jingles dos
pré-candidatos à Presidência já começam a circular nas redes sociais. A
senadora Simone Tebet, pré-candidata pelo MDB, lançou um com o trocadilho “Eles
não e ela sim”. A expressão faz referência ao movimento “Ele Não”, quando
manifestações foram realizadas contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018,
impulsionadas, principalmente, por lideranças feministas. Na música para
campanha deste ano, Tebet, que é uma das três pré-candidatas mulheres na
corrida eleitoral, também apela para o fim da polarização. “Tô cansado dessa
coisa de brigar / Só porque o outro tem outro pensar / Muita falta de respeito
e educação”, diz a letra. Atualmente, o eleitorado brasileiro se divide entre o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 45% das intenções de voto, e
Bolsonaro, com 31%, de acordo com Pesquisa Genial/Quaest, divulgada na
quarta-feira, 6. Em referência aos líderes nas pesquisas, o jingle de Simone
Tebet cita ainda que o “Passado não enche a barriga” e que “Para o Brasil
sorrir de novo, ela sim”. A senadora concorre à Presidência ao lado de outros
11 pré-candidatos: Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT), Ciro Gomes (PDT), Luciano
Bivar (União Bivar), Luiz Felipe d’Avila (Novo), André Janones (Avante),
Leonardo Péricles (UP), Pablo Marçal (Pros), Vera Lúcia (PSTU), Sofia Manzano
(PCB) e Eymael (DC).
Só perde para Jango e Collor -
A média de permanência dos presidentes da Petrobras no governo Jair Bolsonaro
(PL) é a terceira pior desde a criação da estatal, em 1953. O tempo médio de
duração de um executivo à frente da empresa, nos últimos três anos, é de 10
meses. O governo atual só perde para as gestões de João Goulart e Fernando
Collor, que não terminaram seus mandatos, com permanência média no comando da
Petrobras de 9 meses e 6 meses, respectivamente. O levantamento foi feito pelos
cientistas políticos e apresentadores do podcast Maldita Politicagem,
Alessandro Tokumoto e Luiz Domingos, em parceria com o Observatório Social do
Petróleo (OSP).
Evento pró-armas vira palco de
campanha eleitoral para Bolsonaro - Evento realizado neste sábado (9) em
Brasília pelo Proarmas, maior grupo armamentista do Brasil, teve campanha
política antecipada para o presidente Jair Bolsonaro (PL) e contou com a
presença dos deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Daniel Silveira
(PTB-RJ), entre outros. O encontro teve início em frente à Catedral de Brasília
e seguiu até o Congresso Nacional. Segundo estimativa da Polícia Militar,
participaram 2.700 pessoas, que exaltaram medidas adotadas por Bolsonaro para
facilitar o armamento da população, uma de suas bandeiras na eleição de 2018 e
agora. Pela regra da Justiça Eleitoral, a campanha deste ano
só começa em 16 agosto. A
defesa de armas é um dos pontos que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT), hoje líder das pesquisas, usa para atacar o rival. O petista já se
referiu ao adversário como "um doente que acha que o problema do Brasil se
resolve com armas" e disse que ele prefere armas a livros. O Proarmas se
define como um movimento pela busca do "direito fundamental" da
legítima defesa e apoia mais de 50 pré-candidatos a diferentes cargos na
eleição de outubro. Alguns dos postulantes estavam no local. Houve entrega de
material com propaganda.
Moro almeja o Senado - O
ex-juiz, ex-ministro e ex-presidenciável Sergio Moro (União Brasil) afirmou
haver uma "tentação" para concorrer ao Senado pelo Paraná e que, se
eleito, tem o plano de se tornar líder da oposição em eventual governo do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Espero que isso não
aconteça, mas, no caso de uma vitória do ex-presidente Lula, é natural que eu
me coloque na oposição para liderar uma resistência necessária a políticas
públicas indesejáveis em relação ao país e também ser uma voz no Congresso em
favor da integridade e do combate à corrupção", afirmou em entrevista à
Folha. Após as tentativas fracassadas de se viabilizar como pré-candidato ao
Palácio do Planalto e de transferência de domicílio eleitoral para São Paulo,
Moro deve anunciar na próxima semana a decisão de qual cargo irá disputar.
Aprendizes de tiranos não
devem ser ignorados - GUARULHOS
Rui Tavares por anos estudou
história, até que em 2009 mergulhou na política como eurodeputado. Uma mistura
que vê como determinante para o futuro: a história, claro, e a atuação humana
sobre ela. Hoje, o político conhecido pelo podcast "Agora, agora e mais
agora" atua como deputado em Portugal pelo Livre, de esquerda, que
cofundou em 2014. Ele está no Brasil para participar da Bienal do Livro de São
Paulo e lançar "O Pequeno Livro do Grande Terremoto", pela editora
Tinta-da-China Brasil. Ele, uma das principais vozes contrárias ao crescimento
da ultradireita no Palácio de São Bento, diz que brasileiros, mas também a
comunidade internacional, não devem ser ingênuos em relação a uma tentativa de
golpe do presidente Jair Bolsonaro, que inclui no balaio daqueles que chama de
aprendizes de tiranos. Sobre a Guerra da Ucrânia, deixa um apelo a setores do
Brasil em que observa uma visão acrítica ao governo de Vladimir Putin.
"Não caiam numa armadilha: se você é anticolonialista, Putin é seu
inimigo."
Em Diadema, Lula agradece a
petista que agrediu manifestante - Durante o ato realizado neste sábado, 9, em
Diadema, o presidenciável do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um
agradecimento ao ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, preso em maio de de 2018
após agredir um manifestante na porta do Instituto Lula. Maninho foi acusado de
tentativa de homicídio por ter empurrado o empresário Carlos Alberto Bettoni
contra um caminhão no dia em que o ex-juiz Sergio Moro decretou a prisão de
Lula, em abril daquele ano. Na ação, Bettoni bateu a cabeça no pára-choque do
veículo e teve traumatismo craniano. Maninho ficou preso por sete meses até
obter um habeas corpus. Lula lembrou do episódio em seu discurso hoje: “O
companheiro Marinho foi presidente do PT, foi vereador do PT, foi candidato a
prefeito pelo PT. Esse companheiro Maninho, por me defender, ele ficou preso
sete meses, porque resolveu não permitir que um cara ficasse me xingando na
porta do Instituto (Lula). Então, Maninho, eu quero, em teu nome, agradecer a
toda solidariedade do povo de Diadema, porque foi o Maninho e o filho dele que
estiveram nessa luta. Essa dívida que eu tenho com você jamais a gente pode
pagar em dinheiro. A gente pode pagar em solidariedade, e companheirismo”,
disse Lula logo no início de sua fala no ato. O PT organizou um evento de
pré-campanha em Diadema, primeira cidade a ser governada pelo partido. O ato
também marcou a oficialização do apoio de Márcio França a Fernando Haddad na
disputa ao governo de São Paulo.
Bolsonaro é denunciado por
ameaçar a liberdade de expressão - O Observatório para Monitoramento dos Riscos
Eleitorais no Brasil (Demos), idealizado por juristas e acadêmicos, denunciou
Jair Bolsonaro à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e à
relatoria da OEA por ameaças à liberdade de expressão frente ao pleito que se
avizinha. No documento, o grupo alerta que, no último período eleitoral de
2018, já houve um estímulo ao disparo de mensagens falsas e manipuladas como
mecanismo de difusão de discurso de ódio nas redes. Afirma que, no Brasil, tal
estratégia tem o objetivo de fragilizar opositores. E cita que a retórica do
presidente da República se baseia em uma suposta defesa da liberdade de
expressão, embora somente àqueles que compartilham apreço por suas ideias. A
denúncia expõe que Bolsonaro emitiu 1.682 declarações falaciosas apenas em 2020.
Contextualiza ainda que a disseminação de notícias falsas e ataques é alvo de
investigação do Legislativo e Judiciário, como o inquérito das fake news no
STF. Os signatários pedem que as entidades solicitem ao Estado brasileiro
informações sobre as medidas adotadas para coibir a desinformação e garantir a
liberdade de expressão. Também requerem que seja formulada uma recomendação ao
governo para tomar providências a favor dos direitos humanos, além de promover
audiências sobre o tema e uma reunião para investigar o respeito à democracia
durante o processo eleitoral.
Paes declara voto em Lula:
'grande líder político' - O prefeito do Rio Eduardo Paes (PSD) declarou, na
noite desta sexta, que irá votar em Lula (PT) nas eleições para presidente. Nos
últimos meses, o PT abriu negociações para ter o apoio de Paes à chapa de
Marcelo Freixo (PSB) para a disputa do governo do estado, mas o prefeito segue
apostando na candidatura de Felipe Santa Cruz (PSD). Ainda assim, os petistas e
Paes costuram a construção de um segundo palanque para Lula, no Rio. Em evento
na casa do ex-prefeito de Maricá Washington Quaquá (PT), que contou ainda com a
presença do atual prefeito Fabiano Horta (PT) e outros dirigentes do PT
fluminense, Paes elogiou Lula, em momento registrado em vídeo e publicado pela
VEJA. — (Lula) é um grande líder político. Acho que o Brasil teve uma grande
alegria de ter tido Lula como presidente da República. Aliás, a gente um dia
vai parar, a história vai parar, e vamos pensar que honra ter tido Lula presidente
do Brasil. Aproveito para revelar meu voto, vou votar no Lula para presidente —
afirmou Paes, para aplausos dos presentes. O prefeito, cuja relação com Maricá
ficou famosa após ele ter ofendido o município em conversa com o próprio Lula,
em um áudio divulgado pelo então juiz Sergio Moro, esteve na cidade para
assinatura de um acordo para levar o aplicativo Taxi.Rio aos moradores. Além
disso, Paes, que já se desculpou pelas falas polêmicas em várias oportunidades,
recebeu o título de cidadão de Maricá, por iniciativa do vereador Felipe Auni.
Após a agenda pública, ele seguiu para o evento, fechado, na casa de Quaquá.
PL sai de um nome em 2018 para
14 candidatos a governador em 2022 - Buscando assegurar palanques estaduais
para o presidente Jair Bolsonaro na campanha à reeleição, o PL planeja uma
guinada em sua estratégia de candidaturas a governador para lançar até 14
chapas próprias neste ano. Em 2018, com perfil mais voltado para a disputa por
cadeiras no Legislativo, o partido havia lançado apenas um nome ao governo. A
nova diretriz adotada para impulsionar Bolsonaro na disputa contra o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as pesquisas até aqui,
levou o PL a abrir frentes de embate direto em nove estados com o PT, que tem
hoje 13 pré-candidaturas no total. O número é menor do que na última eleição,
quando teve 16 representantes nas disputas pelos Executivos estaduais. Em 2018,
quando ainda se chamava Partido da República (PR), o PL lançou sua única
candidatura ao governo com Wellington Fagundes, no Mato Grosso, em uma aliança
que incluiu o PT. Neste ano, as siglas devem caminhar separadas em todos os
estados.
Os rumos e táticas emocionais
dos pré-candidatos - As pesquisas eleitorais destacam prioritariamente o sobe e
desce das intenções de voto e seus cruzamentos, mas um componente ainda pouco
explorado nos questionários entrega importantes pistas sobre o comportamento
dos eleitores, mesmo sem apontar com clareza a posição de cada competidor na
corrida. Neste ano, a pesquisa “A cara da democracia” inaugurou uma bateria de
perguntas sobre sentimentos relacionados aos pré-candidatos Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), concluindo que o petista agrega mais emoções
positivas e com relativo equilíbrio em emoções negativas. No entanto, após uma
década política turbulenta com denúncias de corrupção, Lula e Bolsonaro empatam
no quesito “honestidade”: embora a maioria desconfie dos dois, o petista é
honesto para 34% dos entrevistados; e o presidente, para 35%. Um empate técnico
que estará no centro das atenções nos próximos três meses de campanha.
Desconfiança sobre os líderes das pesquisas, por outro lado, não pressupõe
desconsideração sobre a inteligência deles: Bolsonaro e Lula são vistos como
inteligentes pela maioria dos eleitores. Lula tem vantagem (70%), ante
Bolsonaro (53%). Independentemente das atitudes, teorias conspiratórias e
acusações, brasileiros também veem Bolsonaro (53%) e Lula (64%) como
trabalhadores, mas nem de longe confiáveis: 54% não confiam em Lula, ante 65%
em relação a Bolsonaro. Lula também tem resultados melhores no quesito decepção
(42% dizem sim, estão decepcionados, contra o “não” de 56%), diferentemente de
Bolsonaro (52% a 46%).Investigar níveis emocionais de um país diante da
política, especialmente em anos eleitorais, passou a ser tarefa mais comum para
pesquisadores de um ramo específico da opinião pública, principalmente nos
Estados Unidos, embora ainda existam reservas de acadêmicos, uma vez que
sentimentos não entregam resultados precisos e livres de questionamentos
metodológicos. A área, no entanto, vem crescendo nos EUA e no Brasil.
Ditadura via cardeal como
ameaça à 'paz pública' - A ditadura militar vigiou e fichou como subversivo o
cardeal Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo. Documentos dos órgãos
de repressão mostram que o religioso era visto como uma ameaça ao regime.
Conselheiro e amigo do Papa Francisco, ele morreu na última segunda-feira, aos
87 anos. Papéis do Serviço Nacional de Informações (SNI) descrevem Hummes como
um agitador a serviço da “revolução popular”. No período em que atuou como
bispo de Santo André, ele aproximou a Igreja dos trabalhadores e apoiou as
greves do ABC paulista, que agitaram o país a partir de 1979. Relatório de maio
de 1980, classificado como confidencial, define Hummes como “um dos principais
ativistas do movimento grevista”. O religioso se solidarizou com os
metalúrgicos que lutavam por melhores salários, participou de assembleias e
protegeu sindicalistas perseguidos pela polícia política. Na visão dos
arapongas, Hummes queria “levar o governo a posicionar-se contra o clero e
criar as condições objetivas para o surgimento de ‘mártires’, especialmente no
meio do operariado”. “Convém frisar que esse método de ação nada mais é o que a
colocação em prática da chamada ‘Teologia do Conflito’, sequência da ‘Teologia
da Libertação’ (...), a qual preconiza a necessidade de ‘mártires’ como
fermento da revolução popular”, acusou o SNI.
‘As mídias sociais são um caso único de falta de transparência’ - A menos de três meses das eleições, a ex-funcionária do Facebook Frances Haugen, responsável por divulgar documentos da empresa, no caso que ficou conhecido como Facebook Papers, desembarcou no país com o objetivo de alertar para a falta de compromisso da plataforma com a moderação de conteúdo de ódio e desinformação, principalmente fora dos Estados Unidos. Em sua longa agenda, a cientista de dados foi a uma audiência pública no Congresso e debateu violência política no Instituto Marielle Franco, na favela da Maré, no Rio. Ao GLOBO, Haugen aponta falta de investimento em transparência e combate a redes de fake news. Ela afirma ainda que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não tem acesso a informações suficientes para monitorar discursos desinformativos no Facebook durante o pleito e defende que as plataformas atuem o quanto antes contra ataques às eleições.O bastidor que Bolsonaro esconde sobre o enterro do voto impresso - o atacar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e as urnas eletrônicas em live transmitida na noite da última quinta-feira (7), Jair Bolsonaro passou boa parte do tempo criticando o ex-presidente do TSE Luís Roberto Barroso pelo que chamou de “interferência” nas discussões do Congresso que resultaram no enterro da PEC do Voto Impresso. Mas um detalhe crucial foi convenientemente deixado de lado pelo atual ocupante do Palácio do Planalto: o papel-chave que o presidente nacional do partido de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto, teve na estratégia que barrou a proposta. Em julho de 2021, meses antes de Bolsonaro se filiar ao PL, Valdemar atuou em dobradinha com integrantes do TSE para derrotar aquela que era uma das principais bandeiras do presidente da República. “Em dado momento – me acusam de interferir na PF o tempo todo – por interferência do Barroso, ele vai pra dentro do Parlamento, conversa com líderes partidários, e no dia seguinte – não sei que palavras maravilhosas tem o Barroso, que poder de convencimento –, no dia seguinte a maioria dos líderes muda a composição da comissão que analisava a PEC do Voto Impresso, bota parlamentar para votar contrário”, esbravejou Bolsonaro na live. Foi o próprio Moraes quem contou a história em uma reunião a portas fechadas com Valdemar na sede do TSE, em março deste ano. Segundo o relato feito à equipe da coluna pelos presentes, durante a conversa, Moraes rememorou um café da manhã ocorrido lá atrás, em meados de 2021, em que se discutiu como lidar com a PEC da deputada Bia Kicis (PL-DF) que estava em discussão na Câmara. Enquanto se debatia como impedir que a proposta fosse adiante, o próprio Valdemar foi quem sugeriu encerrar a questão já na comissão que analisava o voto impresso. E não só sugeriu como agiu. Fez algumas ligações e ordenou a substituição de dois deputados do PL que eram a favor do voto impresso por parlamentares contrários ao projeto. A iniciativa provocou um “efeito dominó” em outras legendas, que fizeram o mesmo. Deu certo: a proposta perdeu na comissão e no plenário não obteve os 308 votos necessários para prosperar. Não à toa, Moraes se referiu a Valdemar naquela reunião como “grande parceiro da Justiça Eleitoral”. Mas esse não parece ser um tema bem vindo nas lives presidenciais.
Parte dos líderes dos caminhoneiros abre diálogo com rivais de Bolsonaro - Alinhada a Jair Bolsonaro na eleição de 2018, uma parte dos representantes dos caminhoneiros abriu diálogo com adversários do atual presidente na disputa deste ano pelo Palácio do Planalto. Porta-vozes dos trabalhadores que há quatro anos pararam o País durante uma greve têm agora conversado com articuladores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB) e André Janones (Avante). A categoria, que ganhou protagonismo eleitoral, se estrutura de forma difusa e usa o WhatsApp como instrumento de mobilização. Dessa forma, possui lideranças pulverizadas e com representações regionais. A relação do presidente com os caminhoneiros se deteriorou após sucessivos aumentos do diesel. Alguns líderes chegaram a acusar Bolsonaro de traição. Há queixas em relação à política de preços da Petrobras, que hoje segue a cotação internacional do petróleo, e cobranças por fiscalização pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) da tabela do frete, instituída na gestão Michel Temer (MDB) para pôr fim ao movimento de 2018. O governo tenta aplacar a insatisfação com uma “bolsa-caminhoneiro” de R$ 1 mil. O auxílio, porém, já foi chamado de “esmola” por representante dos caminhoneiros.
Sob pressão, Bolsonaro muda foco e concentra campanha no Sudeste - A pouco mais de um mês do início da campanha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vai concentrar esforços para ganhar votos no Rio, em São Paulo e Minas Gerais, os três maiores colégios eleitorais do país, que reúnem 42% dos brasileiros votantes. O objetivo é chegar no dia 16 de agosto, quando começa a disputa oficialmente, mais próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas. O petista aparece com 57% da preferência no último levantamento do Datafolha, 13 pontos à frente do qual chefe do Executivo. A estratégia passa por furar a bolha bolsonarista nessas três unidades da federação e conquistar eleitores fora de setores em que o presidente têm melhor desempenho, como agronegócio e entre evangélicos. Na ofensiva pelo Sudeste, o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, escolhido como vice na chapa à reeleição, ficou encarregado de conversar com empresários sobre as ações do governo. Ele já viajou a Minas e ao Rio para cumprir agendas nesse sentido. Há uma atenção especial com o Rio, domicílio eleitoral de Bolsonaro. Interlocutores da campanha apontam uma preocupação em evitar que ele perca em casa. Eles citam como exemplo a derrota do então postulante ao Palácio do Planalto Aécio Neves (PSDB) em Minas Gerais, seu estado natal, nas eleições de 2014, para a ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ela acabou sendo reeleita naquele ano. Casos como esse dão a medida do quanto o desempenho na região é determinante para que Bolsonaro conquiste o direito de permanecer no comando do país por mais quatro anos. O ponto de maior preocupação dos aliados mais próximos de Bolsonaro está em Minas, onde o presidente ainda não conseguiu consolidar um palanque competitivo. Segundo o Datafolha, é em Minas que Lula tem a maior vantagem no Sudeste, com vinte pontos percentuais à frente do chefe do Executivo: 48% a 28%. Interlocutores do presidente defendem a oficialização da candidatura do senador Carlos Viana (PL) para governador.