Patrícia
Helena Castro Nunes 1 2, Jéssica
Pronestino de Lima Moreira 1 3, Alessandra
de Figueiredo Thompson 1 4, Thalita
Lyrio da Silveira Machado 1 4, José
Cerbino Neto 1 2, Fernando
Augusto Bozza 1 2
Afiliações expandir
- PMID: 35784694
- PMCID: PMC9243753
Artigo gratuito do PMC
Abstrato
Antecedentes: O
consumo de antibióticos é uma das métricas utilizadas para avaliar o impacto
dos programas de gestão antimicrobiana (ASP). O objetivo deste estudo foi
determinar a prevalência do consumo de antibióticos em unidades de terapia
intensiva (UTI) brasileiras e estimar o desvio da dose diária prescrita (PDD)
da dose diária definida (DDD). Métodos:Este é um estudo
multicêntrico, observacional, de prevalência pontual, realizado em UTIs adulto
de 8 hospitais brasileiros de agosto de 2019 a fevereiro de 2020. Coletamos
dados sobre características demográficas e clínicas do paciente,
antibioticoterapia, classificação e local das infecções. Foi calculado o
DU90 (antibiótico responsável por 90% do volume utilizado) e os antibióticos
foram classificados pelo Anatomical Therapeutic Chemical (ATC) Index e pelos
grupos Access, Watch, Reserve (AWaRe) da Organização Mundial da Saúde
(OMS). Para os antibióticos mais prevalentes, foi determinado o desvio do
PDD do DDD. Resultados:Foram analisados 332 pacientes de 35
UTIs. A prevalência de uso de antibióticos foi de 52,4%. Os pacientes
em uso de antibióticos eram predominantemente maiores de 60 anos (81,6%) com
infecções pulmonares (45,8%). Observou-se predominância de esquemas
empíricos (62,6%) entre as antibioticoterapias. As maiores frequências de
prescrições observadas foram piperacilina + tazobactam (16,1%), meropenem
(13,3%), amoxicilina + clavulanato (7,2%), azitromicina (7,2%) e teicoplanina
(6,1%). As categorias relógio (64,2%) e reserva (9,6%) da classificação AWaRe
representaram 73,8% de todos os antibióticos e foram prescritos isoladamente ou
em combinação. Alta variabilidade de doses foi observada para os
antibióticos mais prescritos, e grandes desvios de PDD do DDD foram observados
para meropenem, teicoplanina e tigeciclina.Conclusões: A alta
prevalência de prescrição de antibióticos esteve relacionada à predominância de
esquemas empíricos e antibióticos pertencentes à classificação do WHO
Watch. Foi observada alta variabilidade de doses e grandes desvios de PDD
de DDD para meropenem, teicoplanina e tigeciclina, sugerindo que DDD pode ser
insuficiente para monitorar o consumo desses antibióticos na população de
UTI. A variabilidade das doses encontradas para os antibióticos mais
prescritos sugere a necessidade de monitoramento e metas de intervenção para as
equipes de manejo de antibióticos.
Palavras-chave: Agentes
antibacterianos; antibiótico; consumo; dose diária
definida; utilização de medicamentos; unidade de Tratamento
Intensivo; dose diária prescrita.
Copyright © 2022 Nunes,
Moreira, Thompson, Machado, Cerbino-Neto e Bozza.
Declaração de conflito de
interesse
Os autores declaram que a pesquisa foi realizada na ausência de qualquer relação comercial ou financeira que pudesse ser interpretada como um potencial conflito de interesses.
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